DOGMAS

 

 

BÊNÇÃO ESPECIAL  

 

Editorial do dia 8 de Março de 2015  

 

Nesta Página da Amen, pode encontrar a abordagem do Tema Global dos

DOGMAS

ÍNDICE  

O que é um Dogma

Características dos Dogmas

Lista dos Dogmas da Religião Católica

Tabela dos Dogmas

Conclusões e Conselhos

 

 

O que é um Dogma

Um Dogma é o pronunciamento definitivo e infalível de Verda­des da Fé ou da Moral, como Reveladas por Deus, feito pelo supremo magistério da Igreja (Papa ou Concílio Ecuménico com o Papa, cf. CDC 749; Catecismo - 889-891).

No Catecismo da Igreja Católica pode ler-se o seguinte sobre os Dogmas:

Catecismo da Igreja Católica

§88 O Magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo quando define Dogmas, isto é, quando, utilizando uma forma que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, propõe verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com estas têm uma conexão necessária.

§89 Há uma conexão orgânica entre nossa vida espiritual e os Dogmas. Os Dogmas são luzes no caminho de nossa fé que o iluminam e tornam seguro. Na verdade, se nossa vida for recta, nossa inteligência e nosso coração estarão abertos para acolher a luz dos Dogmas da Fé.

§90 Os laços mútuos e a coerência dos Dogmas podem ser encontrados no conjunto da Revelação do Mistério de Cristo. «Existe uma ordem ou “hierarquia” das verdades da doutrina católica, já que o nexo delas com o fundamento da Fé cristã é diferente.»

A definição gradual dos Dogmas através dos tempos não é contraditória com a crença Católica de que a Revelação Divina é inalterável, definitiva e imutável desde a ascensão de Jesus, nem quer dizer que tais Ver­dades só tardiamente tenham sido Re­veladas, mas simplesmente que se tornaram mais cla­ras e úteis para a Igreja na sua progres­são na Fé.

As Verdades que são objecto de Fé Ca­tó­lica não se limitam às contidas nos Dogmas, pois muitas outras são transmitidas pela Tradição e ensinadas pelo magistério ordinário universal da Igreja (conforme o Código de Direito Canónico §892).

 

Características dos Dogmas

Um Dogma tem as seguintes Características:

n Tem que constar de matéria doutrinal Revelada por Deus e que o Supremo Magistério da Igreja  define de forma solene e infalível, através do Papa ou Concílio Ecuménico com o Papa.

n O seu sentido tem de ser suficientemente manifestado e ensinado pelo Magistério ordinário da Igreja.

n O seu conteúdo é imutável e não pode, por isso, ser alterado, nem pelo Papa ou por decisão Conciliar.

n Todos os Dogmas são de aceitação obrigatória e sobre eles não pode pairar nenhuma dúvida. Basta haver recusa de acreditar num só Dogma da Igreja, para a pessoa se auto-excomungar, ou seja, fica excluído automaticamente da Igreja Católica Apostólica Romana, a única Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Lista dos Dogmas da Religião Católica

As principais verdades da Fé Católica estão contidas nos textos dos dois Credos, o Símbolo dos Apóstolos e o Credo de Niceia.

Para além dessas Verdades, e ao longo dos tempos, foram explicitadas mais algumas Verdades, que constam dos Dogmas, e que ajudam os homens a viver a Verdade Revelada por Jesus Cristo até o momento da Sua Ascensão aos Céus.

O Símbolo dos Apóstolos

Creio em Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra;

e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo;

nasceu da Virgem Maria;

padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado;

desceu aos infernos;

ressuscitou ao terceiro dia;

subiu aos Céus;

está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há-de vir a julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo;

na santa Igreja Católica;

na comunhão dos Santos;

na remissão dos pecados;

na ressurreição da carne;

na vida eterna.

Amen.

Credo de Niceia

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra,

de todas as coisas visíveis e invisíveis.

Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus,

nascido do Pai antes de todos os séculos:

Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro;

gerado, não criado, consubstancial ao Pai.

Por Ele todas as coisas foram feitas.

E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus.

E encarnou pelo Espírito Santo,  no seio da Virgem Maria, e Se fez homem.

Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos;

padeceu e foi sepultado.

Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras;

e subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai.

De novo há-de vir em sua glória, para julgar os vivos e os mortos;

e o seu Reino não terá fim.

Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho;

e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado:

Ele que falou pelos profetas.

Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. 

Professo um só Baptismo para remissão dos pecados.

E espero a ressurreição dos mortos, e a vida do mundo que há-de vir.

Amen.

 

Os mais importantes Dog­mas, sobre a Santíssima Trindade e sobre Jesus Cristo, fo­ram definidos nos primeiros Concílios Ecu­ménicos.

O Concílio Vaticano I foi o último a definir Verdades Dogmá­ti­cas (primado e infalibilidade do Papa).

Entre as de­fi­ni­ções mais recentes estão a da Imaculada Conceição (Pio IX, Bula “Ineffabilis Deus”, 8.12.1854) e da Assunção de Nossa Senhora (Pio XI, Constituição Apostólica. “Munificentissimus Deus”, 1.11.1950).

Na Tabela seguinte, enumero os 44 Dogmas da Religião Católica.

 

ÍNDICE DOS DOGMAS

Dogmas sobre Deus

Dogmas sobre Jesus Cristo

Dogmas sobre a criação do mundo

Dogmas sobre o ser humano

Dogmas Marianos

Dogmas sobre o Papa e a Igreja

Dogmas sobre os Sacramentos

Dogmas sobre as últimas coisas

Dogma sobre o demónio

 

LISTA DOS DOGMAS DA RELIGIÃO CATÓLICA  

Dogma

Conteúdo

Textos de fundamentação

Data e Local

Dogmas sobre Deus

Dogmas sobre Deus

Textos de fundamentação

Data e Local

1

A Existência de Deus

A ideia de Deus não é inata em nós, mas temos a capacidade para conhecê-lO com facilidade, e de certo modo espontaneamente por meio de Sua obra.

"Se alguém disser que Deus vivo e verdadeiro, criador e Senhor nosso, não pode ser reconhecido com certeza pela luz natural da razão humana por meio das coisas que foram feitas, seja excomungado." (Dz. 1806). "A mesma Santa Mãe Igreja sustenta e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser reconhecido com certeza pela luz natural da razão humana partindo das coisas criadas." (cf. Dz. 1785).

O Concilio apresenta os seguintes elementos:

a. O objecto de nosso conhecimento é Deus uno e verdadeiro, Criador e Senhor nosso; é portanto um Deus distinto do mundo e pessoal.

b. O princípio subjectivo do reconhecimento é a razão natural em estado de natureza caída.

c. Os meios do reconhecimento são as coisas criadas.

d. Esse reconhecimento é por si um reconhecimento certo.

e. E é possível, ainda que não constitua o único caminho para chegar a conhecer a Deus.

Provas da Escritura:

"Pela grandeza e formosura das criaturas, por racionalidade se chega a conhecer ao Criador delas" (Sab.13,1-9.15).

"Porque desde a criação do mundo, a invisibilidade de Deus, Seu eterno poder e Sua divindade são conhecidos através das criaturas, de modo que são inescusáveis" (Rm 1,20).

A ideia de Deus não é inata em nós, mas temos a capacidade para conhecê-lO com facilidade, e de certo modo espontaneamente por meio de Sua obra.

 

1869-1870, sob Pio IX, Concilio Vaticano I

2

A Existência de Deus como Objecto de Fé

A existência de Deus não é apenas objecto do conhecimento da razão natural, mas também é objecto da Fé sobrenatural.

"A Santa Igreja Católica Apostólica e Romana, crê e confessa que existe um único Deus Verdadeiro" (Dz. 1782).

Este mesmo Concílio condenou como herética a negação da existência de Deus:

"Se alguém negar que apenas Deus é o Verdadeiro Criador e Senhor das coisas visíveis e invisíveis, seja excomungado" (Dz. 1801).

Provas da Escritura:

A fé na Escritura de Deus é condição indispensável para a salvação:

"Sem a fé é impossível agradar a Deus, pois é preciso que quem se acerque de Deus creia que Ele existe e que é remunerador dos que O buscam" (Hb 11,6)

A revelação sobrenatural da existência de Deus confirma o conhecimento natural de Deus, faz com que todos possam conhecer a existência de Deus com facilidade. Não existe contradição no sentido de que uma pessoa possa temer ao mesmo tempo a ciência e a fé da existência de Deus, já que, em ambos os casos, o objecto formal é diverso:

Evidência Natural X Revelação Divina

Ao primeiro chegamos pela razão natural e, ao segundo, pela razão ilimitada da fé.

 

1869-1870, sob Pio IX, Concilio Vaticano I

3

A Unicidade de Deus

Não existe mais que um único Deus.

Firmemente cremos e simplesmente confessamos que Deus é apenas Um" (Dz. 428). "A santa Igreja Católica Apostólica romana crê e confessa que existe um único Deus Verdadeiro e Vivo" (Dz. 1782).

Provas das Escrituras:

·        "Ouve Israel, Iaveh é nosso Deus, apenas Iaveh" (Dt 6,4).

·        "Sabemos que o ídolo não é nada no mundo e que não existe mais que um único Deus." (1 Cor. 8,4).

·        v. tb. At 14,14; 17,23; Rm 3,39; Ef 4,6; 1Tim 1,17; 2,5.

Os Santos Padres provam a unicidade de Deus por Sua perfeição absoluta e pela unidade da ordem do mundo. Diz Tertuliano:

·        "O Ser Supremo e Excelentíssimo precisa ser único, e não pode haver igual a Ele, porque se não for assim, Ele não seria o Ser Supremo, e como Deus é o Ser Supremo, com razão diz nossa verdade Cristã: Se Deus não é o Único, não há nenhum Deus"

São Tomás [de Aquino] deduz especulativamente a unicidade de Deus devido à Sua simplicidade, da infinidade de Suas perdições e da unidade do universo (S.Th. I,11,3).

A história comparada das religiões nos ensina que a evolução religiosa da humanidade não passou do politeísmo ao monoteísmo, mas sim, ao contrário, ou seja, do monoteísmo ao politeísmo (cf. Rm 1,18). Se opõe a este dogma básico do Cristianismo o politeísmo dos pagãos e o dualismo agnóstico-maniqueísta que supunha a existência de dois princípios não criados e eternos.

 

1215, sob Inocêncio III, Concílio de Latrão 

4

Deus é Eterno

Deus não tem princípio nem fim.

"Firmemente cremos e simplesmente confessamos que apenas um é o Verdadeiro Deus eterno..." (Dz. 428). "A Santa Igreja Católica, Apostólica Romana crê e confessa que existe um único Deus Verdadeiro, Vivo, Eterno, Imenso, Incompreensível, Infinito em Seu entendimento e vontade e em toda perfeição" (Dz. 1782).

O Dogma diz que Deus possui o Ser Divino sem princípio nem fim, sem sucessão alguma, em um agora permanente e indivisível.

Provas das Escrituras:

·        "Antes que os montes, a terra e o universo tivessem sido criados, Tu existíeis desde a eternidade até a eternidade" (Sl 89,2).

·        "Antes que Abraão nascesse, eras Tu" (Sl 2,7; Jo 8,58).

Especulativamente, a eternidade de Deus se demonstra por sua absoluta imutabilidade; a razão última da eternidade de Deus é a plenitude absoluta de um ser que exclui toda potencialidade e, portanto, toda sucessão (S.Th. I,10,2-3).

 

Concílio IV de Latrão e Concílio Vaticano

5

Santíssima Trindade

Em Deus há três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo; e cada uma delas possui a essência Divina que é numericamente a mesma.

"Firmemente cremos e simplesmente confessamos que apenas um é o Deus Eterno, Verdadeiro, Imenso, Imutável, Incompreensível, Onipotente e Inefável; Pai, Filho e Espírito Santo; três pessoas certamente, mas uma só essência, substância ou natureza absolutamente simples. O Pai não vem de ninguém, O Filho apenas do Pai, e o Espírito Santo de Um e de Outro, sem começo, sempre, e sem fim" (Dz.428).

O dogma da Trindade é declarado por este Concílio, mas o Concílio de Florença (1438-1445), sob Eugênio IV (1431-1447), apresentou um compêndio desta doutrina que pode ser considerada como a meta final da evolução do dogma:

·        "Por razão desta unidade, o Pai está todo no Filho todo no Espírito Santo; o Filho está todo no Pai e todo no Espírito Santo; o Espírito Santo está todo no Pai e todo no Filho. Nenhum precede ao outro em eternidade, ou o excede em grandeza, ou o sobrepuja em poder..." (Dz. 704).

Provas das Sagradas Escrituras:

·        No Antigo Testamento fica subentendida a alusão ao mistério da Trindade:

·        "Façamos ao homem..." (Gn 1,26).

·        "Disse-me Iaveh: Tu és Meu Filho hoje Te gerei" (Sl 2,7).

·        No Novo Testamento:

·        "O Espirito Santo virá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com Sua sombra, e por isto, o Filho criado será Santo, será chamado Filho de Deus" (Lc 1,35) - Espírito Santo, Altíssimo e Filho do Altíssimo.

·        "Viu o Espírito Santo de Deus descer como pomba e vir sobre Ele, enquanto uma voz do céu dizia: 'este é Meu Filho Amado, em Quem tenho Minha complacência'" (Mt 3,16ss).

·        "Ide, pois, e ensinai a todas as gentes, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19).

Onde é revelado claramente o mistério da Trindade é em Mt 28,19. Assim como o homem pode por sua única razão descobrir a um Deus Uno, ao conhecimento de um Deus Trino não poderá chegar senão através da Divina Revelação.

Em Deus, a ação de entender, o mesmo que a de amar, se identificam com sua própria essência divina, pois seu entender e seu querer constituem um mesmo Ser. Por isso, nos dois procedimentos divinos, ou seja, que dá origem ao Filho por via de geração, e a que dá origem ao Espírito Santo por via de amor procedente do Pai e do Filho, não se dá sucessão alguma, nem por prioridade nem por posteridade... são eternas com a mesma eternidade de Deus.

O Pai, com efeito, vendo refletido em sua própria essência a Seu Verbo Divino, que é a Imagem perfeitíssima de Si mesmo, O ama com um amor sem limites. E o Verbo, que é a Luz do Pai, Seu Pensamento eterno, Sua Glória, Sua Formosura, o Esplendor de todas Suas perfeições infinitas, devolve a Seu Pai um amor semelhante, igualmente eterno e infinito. E ao encontrarem-se as correntes do amor que brota do Pai com aquela que vem do Filho, salta, por assim dizer, uma torrente de chamas que é o Espírito Santo, amor único, ainda que é mútuo, vivente e subsistente, abraço inefável, vínculo que completa ao Pai e ao Filho, na unidade do Espírito Santo (v. "Perfeição Cristã", de Roeo Marin, p. 53).

 

1215, sob Inocêncio III, Concílio de Latrão 

Dogmas sobre Jesus Cristo

Dogmas sobre Jesus Cristo

Textos de fundamentação

Data e Local

6

Jesus Cristo é verdadeiro Deus e filho de Deus por essência

Jesus Cristo possui a infinita natureza Divina com todas suas infinitas perfeições, por haver sido engendrado eternamente por Deus.

"É necessário para a eterna salvação crer fielmente na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, que é Deus e homem. É Deus engendrado na substância do Pai antes dos séculos..." (Dz. 40).

O dogma diz que Jesus Cristo possui a infinita natureza divina com todas suas infinitas perfeições, por haver sido engendrado eternamente por Deus.

Provas das Sagradas Escrituras:

Títulos que aludem à dignidade Divina do Messias:

Emanuel, Deus connosco (Is 7,14; 8,8).

Conselheiro admirável, Varão Forte, Pai do século futuro, Príncipe da Paz (Is 9,6).

"Tu és Meu Filho amado, em Ti deposito minha complacência..." (Baptismo no rio Jordão - Mt 23,17).

"Este é Meu Filho muito amado, escutai-O ..." (Monte Tabor - Mt 17,5).

"...Não sabias que Eu devo ocupar-me nas coisas que dizem respeito ao serviço de Meu Pai..." (Lc 2,49).

"Todas as coisas foram o Pai quem as colocou em Minhas mãos e ninguém conhece ao Filho senão o Pai, e ninguém conhece ao Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo..." (Mt 11,27).

Jesus equipara seu conhecimento ao conhecimento divino do Pai, porque possui em comum com o Pai a substância Divina. Os milagres são outra prova da divindade de Cristo:

"As obras que faço em nome de Meu Pai dão testemunho de Mim..." (Jo 10,25).

 

400-447, no Concílio de Toledo, com  Símbolo "Quicumque" 

7

Jesus possui duas naturezas que não se transformam nem se misturam

Cristo é possuidor de uma íntegra natureza Divina e de uma íntegra natureza humana: a prova está nos milagres e no padecimento.

"Ficando então a salvo a propriedade de uma e outra natureza... natureza íntegra e perfeita de verdadeiro homem, nasceu Deus Verdadeiro, inteiro no seu, inteiro no nosso" (Dz. 143 ss.)

Também diz o Concílio de Calcedónia (451, IV Ecuménico):

"...Nosso Senhor Jesus Cristo, Ele mesmo perfeito na divindade e Ele mesmo perfeito na humanidade... que se há de reconhecer em duas naturezas: sem confusão, sem mudanças, sem divisão, sem separação e de modo algum apagada a diferença de natureza por causa da união, conservando cada natureza sua propriedade e concorrendo em uma só pessoa"(Dz. 148).

Tudo isto indica que Cristo é possuidor de uma íntegra natureza divina e de uma íntegra natureza humana: a prova está nos milagres e no padecimento.

Sagradas Escrituras:

"E o Verbo se fez carne..." (Jo 1,14).

"O qual, sendo de condição divina, não reteve avidamente o fato de ser igual a Deus, mas se despojou de si mesmo, tomando a condição de servo, fazendo-se semelhante aos homens e aparecendo em seu porte como homem..." (Fil 2,6-7).

 

451, no Concílio Ecuménico de Calcedónia IV

8

Cada uma das naturezas em Cristo possui uma própria vontade física e uma própria operação física

Existem também duas vontades físicas e duas operações físicas de modo indivisível, de modo que não seja conversível, de modo inseparável e de modo não confuso.

Proclamamos igualmente, conforme os ensinamentos dos Santos Padres, que não existem também duas vontades físicas e duas operações físicas de modo indivisível, de modo que não seja conversível, de modo inseparável e de modo não confuso. E estas duas vontades físicas não se opõem uma à outra como afirmam os ímpios hereges..." (Dz. 291 e Dz. 263-288).

Sagradas Escrituras:

"Não seja como Eu quero, mas sim como Tu queres..." (Mt 26,39).

"Não seja feita Minha vontade, mas sim a Tua..." (Lc 22,42).

"Desci do Céu para fazer não a Minha vontade, mas sim a vontade de Quem Me enviou..." (Jn. 6,38).

"Ninguém Me tira, Eu a doei voluntariamente, tenho o poder para concedê-la e o poder de recobrá-la novamente..." (Jo 10,18).

Apesar da dualidade física das duas vontades, existiu e existe a unidade moral porque a vontade humana de Cristo se conforma com a livre subordinação, de maneira perfeitíssima à vontade Divina.

 

680-681, sob Santo Agatão, no Concílio de Constantinopla III

9

Jesus Cristo, ainda que homem, é Filho natural de Deus

O Pai celestial quando chegou a plenitude, enviou aos homens seu Filho, Jesus Cristo.

"...O Pai celestial... quando chegou a plenitude, enviou aos homens seu Filho, Jesus Cristo..." (Dz. 794, 299, 309).

Sagradas Escrituras:

"Deus não perdoou Seu próprio Filho, mas sim O entregou por todos nós..." (Rm 8,32).

"Deus tanto amou o mundo que lhe deu Seu Filho Unigénito..." (Jo 3,16).

"E uma voz que saia dos céus dizia: 'este é Meu Filho amado, em quem me alegro..." (Mt 3,17).

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e pudemos contemplar Sua glória, glória que recebe do Pai como Filho Único, cheio de graça e verdade..." (Jo 1,14).

Os Santos Padres sempre rechaçaram a doutrina da dupla filiação de Cristo. O sentido do dogma é: a pessoa que subsiste na natureza humana (de Cristo) é o filho natural de Deus. A filiação é propriedade da pessoa, não da natureza. Em Cristo não existe mais que uma pessoa que procede do Pai por geração eterna; pelo mesmo motivo, em Cristo não pode haver mais que uma filiação de Deus: a natural.

 

1545-1563, sob Paulo III, no Concílio de Trento, Sess. IV

10

Cristo imolou-se a Si mesmo na cruz como verdadeiro e próprio sacrifício

Cristo, por Sua natureza humana, era ao mesmo tempo sacerdote e oferenda, mas por Sua natureza Divina, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, era o que recebia o sacrifício.

O Sacrossanto Concílio... ensina, declara, ordena, que na Missa está contido e de modo não cruel se imola aquele mesmo Cristo, que apenas uma vez se ofereceu Ele mesmo cruelmente no altar da cruz..." (Dz. 940-122-951).

Sagradas Escrituras:

"Eis aqui o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo" (Jo 1,29).

"Cristo nos amou e se entregou por nós todos em sacrifício e oblação a Deus..." (Ef. 5,2).

"Porque nosso Cordeiro Pascal, Cristo já foi imolado..." (Rm 3,25).

"Cristo se ofereceu uma vez como sacrifício para tirar os pecados do mundo..." (Hb 9,28).

O adversário deste dogma é o racionalismo (Dz. 2038). Cristo quando instituiu a Sagrada Eucaristia recordou o sacrifício de Sua morte:

"Este é Meu corpo que será entregue por vós..." (Lc 22,19).

Cristo, por sua natureza humana, era ao mesmo tempo sacerdote e oferenda, mas por sua natureza Divina, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, era o que recebia o sacrifício.

 

1545-1563, sob Pio IV, no Concílio de Trento

11

Cristo nos resgatou e reconciliou com Deus por meio do sacrifício de Sua morte na cruz

Jesus Cristo quis oferecer-Se a Si mesmo a Deus Pai, como sacrifício apresentado sobre o madeiro da cruz em Sua morte, para conseguir para os homens o eterno perdão.

"O concilio... por inspiração do Espírito Santo, ensina, declara e manda... Este Deus e Senhor Nosso, Jesus Cristo quis oferecer-se a si mesmo a Deus Pai, como sacrifício apresentado sobre a ara da cruz em sua morte, para conseguir para eles o eterno perdão..." (Dz. 938). "... que nos reconciliou com Deus por meio de Seu Sangue fazendo-Se por nós a Justiça, a Santidade e a Redenção..." (Dz 790).

Sagradas Escrituras:

"Preço do resgate por muitos..." (Mt 20,28).

"O qual se deu a Si mesmo em preço do resgate..." (1Tm 2,6).

"São justificados por Sua graça..." (Rm 3,24).

"...Ele se deu a Si mesmo por nós para redimir-nos de toda iniquidade..." (1Tm 2,14).

"...este é Meu Sangue da Aliança que se derrama sobre muitos para a remissão dos pecados..." (Mt 26,28).

São Paulo atribui à morte de Cristo a reconciliação dos pecados com Deus, ou seja, a restauração da antiga relação de filhos e amigos com Deus (cf. Rm 5,10).

 

1545-1563, sob Pio IV, no Concílio de Trento

12

Ao terceiro dia depois de sua morte, Cristo ressuscitou glorioso dentre os mortos

Ao terceiro dia, ressuscitado por Sua própria virtude, se levantou do sepulcro.

"...ao terceiro dia, ressuscitado por sua própria virtude, se levantou do sepulcro." (Dz. 286)

Sua razão foi a união hipostática. A causa principal da ressurreição foi o lugar comum com o Pai e o Espírito Santo. Foi causa instrumental a parte humana de Cristo, unida hipostaticamente com a divindade, ou seja, o corpo e a Alma. É negada a ressurreição de Cristo em todas as formas de racionalismo antigo e moderno. Tal negação foi condenada por Pio X (Dz. 2036).

Sagradas Escrituras:

Não deixarás Tu minha alma no inferno, não deixarás que Teu justo experimente a corrupção..." (Sl 15,10).

"[Cristo predisse:] pois da mesma forma que Jonas esteve no ventre da baleia três dias e três noites, assim também o Filho do homem estará no seio da terra três dias e três noites..."(Mt. 12,40).

"Os Apóstolos davam testemunho, com grande poder, da ressurreição do Senhor Jesus..." (At 4,33).

Do ponto de vista apologético: a ressurreição é o argumento mais decisivo sobre a verdade dos ensinamentos de nosso Senhor:

"... e se Cristo não ressuscitou, nossa pregação é vazia e também a vossa fé..." (1Cor 15,14).

 

675, sob Adeodato, no Concílio de Toledo XI

13

Cristo subiu em corpo e alma aos Céus e está sentado à direita de Deus Pai

Ressuscitou dentre os mortos e subiu ao céu em Corpo e Alma.

"...fielmente cremos e simplesmente confessamos: ressuscitou dentre os mortos e subiu ao céu em Corpo e Alma..." (Dz. 429).

Todos os símbolos da fé confessam, de acordo com o símbolo apostólico:

"...subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai...".

Cristo subiu aos céus por sua própria virtude. O racionalismo é contrário a este dogma. O testemunho claro desta verdade da época apostólica, não deixa tempo suficiente para formação de lendas.

Sagradas Escrituras:

Cristo havia predito: "O espírito é aquele que dá a vida; a carne de nada serve. As palavras que lhes disse são espírito e são vida..." (Jo 6,63; 14,2; 16,28).

A realizou diante de testemunhas: "...com isto, o Senhor Jesus, depois de falar-lhes, foi elevado ao céu e se sentou à direita de Deus..." (Mc 16,19; Lc 24,51).

Importância: No aspecto cristológico é a elevação definitiva da natureza de Cristo. No aspecto soteriológico, é a coroação final de toda a obra redentora.

 

1198-1216, sob Inocêncio III, no Concilio de Latrão IV

Dogmas sobre a criação do mundo

Dogmas sobre a criação do mundo

Textos de fundamentação

Data e Local

14

Tudo o que existe foi criado por Deus a partir do Nada

A criação do mundo do nada, não apenas é uma verdade fundamental da Revelação Cristã, mas também que ao mesmo tempo chega a alcançá-la a razão com apenas suas forças naturais, baseando-se nos argumentos cosmológicos e sobretudo na argumento da contingência.

"Proclamamos e declaramos desta cátedra de Pedro... que unicamente este Verdadeiro Deus... criou do nada uma e outra criatura, a espiritual e a corporal, isto é, a angélica e a mundana, e logo a humana, como comum, constituída de espírito e corpo" (Dz. 1783).

Também o Concílio de Latrão, em 1215:

"...Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis, espirituais e corporais, que por Sua omnipotente virtude, existente desde o princípio dos tempos, criou do nada a uma e outra criatura..." (Dz. 428).

Provas da Sagrada Escritura:

"No princípio Deus criou o céu e a terra..." (Gn. 1,1).

"Te suplico meu filho, que olhes o céu e a terra, e vejas o quanto existem neles, e entendas que do nada Deus fez tudo isso" (2Mc 7,28).

"Pela fé conhecemos que os mundos foram dispostos pela palavra de Deus de modo que do invisível teve origem o visível" (Hb 11,3).

A criação do mundo do nada, não apenas é uma verdade fundamental da revelação cristã, mas também que ao mesmo tempo chega a alcançá-la a razão com apenas suas forças naturais, baseando-se nos argumentos cosmológicos e sobretudo na argumento da contingência.

 

1869-1870, sob Pio IX no Concílio Vaticano I

15

Carácter temporal do mundo

O mundo teve princípio no tempo.

"Determinamos declarar desta cátedra de São Pedro... desde o princípio do tempo, criou do nada..." (Dz. 1783). "...Criador de todas as coisas..." (Dz. 428).

Provas das Escrituras:

"Agora, Tu, Pai, glorifica-me próximo a Ti mesmo, com a glória que tive perto de Ti antes que o mundo existisse..." (Jo 17,5).

"Nos escolheu antes da constituição do mundo..." (Ef 1,4).

"Desde o princípio fundaste Tu a terra..." (Sl 101,26).

A doutrina da eternidade do mundo foi condenada (cf. Dz. 501-503). Contra a filosofia pagã e o materialismo moderno que suponha a eternidade do mundo, ou melhor dizendo, da matéria cósmica, a Igreja ensina que o mundo não existe desde toda a eternidade, mas teve um princípio no tempo. O progresso da física atómica permite inferir, pelo processo de desintegração dos elementos radioactivos, qual seja a idade da terra e do universo, provando positivamente o princípio do mundo no tempo (Discurso de Pio XII, 22 Novembro 1951: Sobre a demonstração da existência de Deus à luz das modernas ciências naturais).

 

1869-1870, sob Pio IX, no Concílio Vaticano I 

16

Conservação do mundo

Deus conserva na existência todas as coisas criadas.

"A Igreja Católica declara a partir desta cátedra... Tudo o que Deus criou, com sua providência o conserva e governa..." (Dz. 1784).

Provas da Sagrada Escritura:

"E como poderia subsistir nada se Tu no quiseras ou como poderia conservar-se sem Ti?" (Sb 11,26).

"Meu Pai segue trabalhando ainda e eu também trabalho" (Jo 5,17).

"E tudo Nele subsiste" (Col 1,17).

A ação conservadora de Deus é um constante influxo causal pelo que mantém as coisas na existência. São Tomas de Aquino define a conservação do mundo como continuação da acção criadora de Deus. É condizente à sabedoria e bondade de Deus conservar na existência as criaturas que são vestígio das perfeições divinas e servem, portanto, para dar glória a Deus.

 

1869-1870, sob Pio IX, no Concílio Vaticano I

Dogmas sobre o ser humano

Dogmas sobre o ser humano

Textos de fundamentação

Data e Local

17

O homem é formado por corpo material e alma espiritual

O humano é constituído de espírito, alma e corpo.

 "... a humana, composta de espírito e corpo..." (Dz. 428).

e o Concílio Vaticano I (1869-70), sob Pio IX (1846-78):

"...a humana como comum constituída de corpo e alma..." (Dz. 1783).

Segundo a doutrina da Igreja, o corpo é parte essencialmente constituinte da natureza humana, e não carga e estorvo como disseram alguns (Platão e outros Originalistas). Igualmente, para defender o dogma católico contra os que dizem que consta de três partes essenciais: o corpo, a alma animal e a alma espiritual, o Concílio de Constantinopla declarou:

"... que o homem tem apenas uma alma racional e intelectual..." (Dz. 338).

A alma espiritual é o princípio da vida espiritual e ao mesmo tempo o é da vida animal (vegetativa e sensitiva) (Dz. 1655).

Sagradas Escrituras:

"O Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em seu rosto o alento da vida..." (Gn 2,7).

"...antes que o pó volte à terra de onde saiu, e o espírito retorne a Deus..." (Ecl 12,7).

"Não tenhais medo dos que matam o corpo, e à alma não podem matar; temeis muito mais àquele que pode destruir o corpo e a alma na geena..." (Mt 10,28).

Se prova especulativamente a unicidade da alma no homem por testemunho da própria consciência, pela qual somos conscientes de que o mesmo Eu, que é o princípio da actividade espiritual, é o mesmo que gere a sensibilidade e a vida vegetativa.

"Que o Deus da paz vos santifique totalmente, e todo o vosso ser - espírito, alma e corpo - se conserve irrepreensível para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." (1Tessalonicenses 5,23)

 

1215, sob Inocêncio III, no Concílio de Latrão IV

18

O pecado de Adão se propaga a todos seus descendentes por geração, não por imitação

Pecado, que é morte da alma, se propaga de Adão a todos seus descendentes por geração e não por imitação, e é inerente a cada indivíduo.

"Se alguém disser que a prevaricação de Adão o prejudicou somente a ele e não à sua descendência... Se alguém disser que este pecado de Adão, que é por sua origem apenas um, e transmitido a todos por propagação, não por imitação, é próprio de cada um..." (Dz. 789-90).

O Concílio de Trento condena a doutrina de que Adão perdeu para si apenas, e não também para nós todos, a justiça e Santidade que havia recebido de Deus. Positivamente ensina que o Pecado, que é morte da alma, se propaga de Adão a todos seus descendentes por geração e não por imitação, e que é inerente a cada indivíduo.

"Tal pecado se apaga pelos méritos da Redenção de Cristo, os quais se aplicam ordinariamente tanto aos adultos como às crianças por meio do Sacramento do Baptismo. Por isso, até as crianças recém-nascidas recebem o Baptismo para remissão dos pecados." (Dz. 791).

Sagrada Escritura:

"Eis que aqui nasci; em culpa e em pecado me concebeu minha mãe..." (Sl 50,7).

"Assim então, por um homem entrou o pecado no mundo... e assim a morte passou a todos os homens... pela obediência de um, muitos serão justiçados..." (Rm 5,12-21).

O efeito do Baptismo, segundo a doutrina do Concílio de Trento, é apagar realmente em nós o pecado e não apenas que não nos impute uma culpa estranha (Dz. 792).

 

1545-1563 sob Paulo III, no Concílio de Trento

19

O homem caído não pode redimir-se a si próprio

Somente um acto livre por parte do Amor Divino poderia restaurar a ordem sobrenatural, destruída pelo pecado.

"(Que os homens caídos) eram de tal forma escravos do pecado que se achavam sob a servidão do demónio e da morte, que nem os gentios poderiam livrar-se nem levantar-se com a força da natureza, nem os judeus poderiam faze-lo com a força da lei mosaica..." (Dz. 793).

O Concílio Vaticano II no decreto "Ad Gentes" nº 8 declara:

·        "Somente um ato livre por parte do amor divino poderia restaurar a ordem sobrenatural, destruída pelo pecado. Se opõe à doutrina católica o pelagianismo, segundo o qual, o homem tem em sua livre vontade o poder de redimir-se a si mesmo, e é contrário também ao dogma católico o moderno racionalismo com suas diversas teorias de 'auto-redenção'".

Sagradas Escrituras:

·        Cf. Rm 3,23, como "todos pecaram, todos estão privados da glória de Deus" (graça e justificação), e agora são justificados gratuitamente por sua graça, pela Redenção de Jesus Cristo. O pecado, enquanto acção da criatura é finito, mas, enquanto ofensa a Deus é infinito, portanto exige uma satisfação de valor infinito.

 

1545-1563 sob Paulo III, no Concílio de Trento

Dogmas Marianos

Dogmas Marianos

Textos de fundamentação

Data e Local

20

A Imaculada Conceição de Maria

A Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua concepção, foi por singular graça e privilégio de Deus omnipotente em previsão dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do género humano, preservada imune de toda mancha de culpa original.

"Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua concepção, foi por singular graça e privilégio de Deus omnipotente em previsão dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do género humano, preservada imune de toda mancha de culpa original, foi revelada por Deus, portanto, deve ser firme e constantemente acreditada por todos os fiéis" (Dz. 1641).

a. Maria desde o primeiro instante que é constituída como pessoa no seio de sua mãe, o é sem mancha alguma de pecado (=pecado original).

b.  Como foi concebida sem pecado:

1. Ausência de toda mancha de pecado.

2. Lema da graça Santificante.

3. Ausência da inclinação o mal.

c. Este privilégio e dom gratuito foi concedido apenas à Virgem e a ninguém mais, em atenção àquela que havia sido predestinada para ser a Mãe de Deus.

d. Em previsão dos méritos de Cristo porque a Maria a Redenção foi aplicada antes da morte do Senhor.

Provas das Escrituras:

"Estabeleço hostilidade..." (Gn 3,15).

"Deus te salve, cheia de graça." (Lc 1,28).

"Bendita tu entre as mulheres..." (Lc 1,42).

 

8-12-1854, por Pio IX,

Bula Ineffabilis Deus

21

A Virgindade Perpétua de Maria

A Santíssima Virgem Maria é virgem antes, durante e depois do parto de seu Divino Filho, sendo mantida assim por Deus até à Sua gloriosa Assunção.

Em sentido próprio é a integridade física dos órgãos reprodutivos. Muitas vezes a virgindade de Maria foi atacada pelos hereges. É verdade da fé católica que Nossa Senhora ficou perfeitamente sempre virgem, antes do parto, no parto e depois do parto.
No Símbolo apostólico se diz: "Nascido de Maria Virgem"; nas antigas liturgias é frequente o titulo de Maria sempre virgem. No Concílio Romano do ano 649 se defini Maria Imaculada, sempre virgem, que concebeu sem concurso de homem e ficou também intacta depois do parto.
Na Sagrada Escritura temos a famoso trecho de Isaías 7, 14: "Eis que uma virgem conceberá e dará a luz a um filho e o chamará Deus connosco". O texto é certamente messiânico e portanto a Virgem é Maria. No Evangelho cita-se esta profecia (Mt. 1, 18-23) e se conta com exactas palavras o nascimento virginal de Jesus, por obra do Espírito Santo. Os Padres da Igreja, no trecho de Ez. 44,2 veja a virgindade de Maria depois do parto: "este pórtico ficará fechado. Não se abrirá e ninguém entrará por ele, porque por ele entrara Iahweh, o Deus de Israel, pelo que permanecera fechado".
Toda a Tradição e concorde em defender a virgindade perpetua de Maria: Santo Agostinho afirma: "A Virgem concebeu, a Virgem ficou grávida, a Virgem deu a luz, a Virgem é virgem perpetua". A razão teológica deste dogma é clara e tão simples, ela esta na divindade do Verbo e na maternidade de Maria, ao qual repugnou toda a corrupção.

Provas das Escrituras:

"Eis que uma Virgem conceberá..." (Is 7,14).

 

649, Concílio Romano

22

Maria, Mãe de Deus

Maria, como uma virgem perpétua, gerara Cristo segundo a natureza humana, mas quem dEla nasce, ou seja, o sujeito nascido não tem uma natureza humana, mas sim o suposto divino que a sustenta, ou seja, o Verbo. Daí que o Filho de Maria é propriamente o Verbo que subsiste na natureza humana; então Maria é verdadeira Mãe de Deus, posto que o Verbo é Deus. Cristo: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem.

"Se alguém afirmar que o Emanuel (Cristo) não é verdadeiramente Deus, e que portanto, a Santíssima Virgem não é Mãe de Deus, porque deu à luz segundo a carne ao Verbo de Deus feito carne, seja excomungado." (Dz. 113).

Muitos Concílios repetiram e confirmaram esta doutrina:

Concílio de Calcedónia (Dz. 148).

Concílio de Constantinopla II (Dz. 218, 256).

Concílio de Constantinopla III (Dz. 290).

Maria gerara a Cristo segundo a natureza humana, mas quem dela nasce, ou seja, o sujeito nascido, não tem uma natureza humana, mas sim o suposto divino que a sustenta, ou seja, o Verbo. Daí que o Filho de Maria é propriamente o Verbo que subsiste na natureza humana; então Maria é verdadeira Mãe de Deus, posto que o Verbo é Deus. Cristo: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem.

Provas das Escrituras:

"Eis que uma Virgem conceberá..." (Is 7,14).

"Eis que conceberás..." (Lc 1,31).

"O que nascerá de Ti será..." (Lc 1,35).

"Enviou Deus a seu Filho nascido..." (Gl 4,4).

"Cristo, que é Deus..." (Rm 9, 5).

 

431, sob o Papa São Celestino I, no Concilio de Éfeso

23

A Assunção de Maria

A Virgem Maria foi assunta ao céu imediatamente depois que acabou sua vida terrena; seu Corpo não sofreu nenhuma corrupção como sucederá com todos os homens que ressuscitarão até o final dos tempos, passando pela decomposição.

"Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, cumprindo o curso de sua vida terrena, foi assumpta em corpo e alma à gloria celeste" (Dz. 2333).

A Virgem Maria foi assumpta ao céu imediatamente depois que acabou sua vida terrena; seu Corpo não sofreu nenhuma corrupção como sucederá com todos os homens que ressuscitarão até o final dos tempos, passando pela decomposição.

O essencial do dogma é que a Virgem foi levada ao céu em corpo e alma, com todas as qualidades e dotes próprios da alma dos bem-aventurados e igualmente com todas as qualidades próprias dos corpos gloriosos.

Se entende melhor tudo ao recordar:

1. Maria foi isenta de pecado original e atual.

2. Teve a plenitude da graça.

Fundamentos deste dogma:

Desde os primeiros séculos foi um sentir unânime da fé do povo do Deus, dos cristãos. Os Santos Padres e Doutores manifestaram sua fé nesta verdade:

São João Damascemo (séc. VII): "Convinha que aquela que no parto havia conservado a íntegra de sua virgindade, conservasse sem nenhuma corrupção seu Corpo, depois da morte."

São Germano de Constantinopla (séc. VII): "Assim como um filho busca estar com a própria Mãe, e a Mãe anseia viver com o filho, assim foi justo também que Tu, que amavas com um coração materno a Teu Filho, Deus, voltasses a Ele."

Portanto, o fundamento deste dogma se depreende e é consequência dos anteriores.

 

1-11-1950, por Pio XI, Constituição Apostólica Munificentissimus Deus

 

A Virgem Maria, Corredentora, Advogada e Medianeira de todas as Graças

 

Este é uma Verdade aceite pela Igreja, mas que ainda não foi definido como Dogma. Espera-se no entanto que o venha a ser em breve, o que constituirá motivo de grande alegria para toda a Igreja Católica.

Aparições da Senhora

de Todos os Povos

Dogmas sobre o Papa e a Igreja

Dogmas sobre o Papa e a Igreja

Textos de fundamentação

Data e Local

24

A Igreja foi fundada pelo Deus e Homem, Jesus Cristo

Cristo fundou a Igreja, que Ele estabeleceu os fundamentos substanciais da mesma, no tocante à doutrina, culto e constituição.

"Determinamos proclamar e declarar desta cátedra de Pedro... O Pastor eterno e guardião de nossas almas para converter em perene a obra salutar da Redenção decretou edificar a Santa Igreja, na qual, como casa do Deus Vivo, todos os fiéis estejam unidos pelo vínculo da fé e caridade...".

Pio X, contra os erros modernistas declarou:

"A Igreja foi fundada de modo rápido e pessoal por Cristo Verdadeiro e Histórico durante o tempo de sua vida sobre a terra..." (Dz. 2145).

Isto quer dizer que Cristo fundou a Igreja, que Ele estabeleceu os fundamentos substanciais da mesma, no tocante a doutrina, culto e constituição. Os reformadores ensinaram que Cristo havia fundado uma Igreja invisível. A Organização jurídica era pura instrução humana.

Sagradas Escrituras:

Mt. 4,18: Escolhe a doze para "que Lhe acompanhem e enviá-los a pregar...""...com poder de expulsar demónios..." (Lc 16,13).

Ele os chamou de Apóstolos: enviados, legados; lhes ensinou a pregar (Mc 4,34; Mt 13,52).

Lhes deu o poder de ligar e desligar (Mt 18,7).

De celebrar a Eucaristia (Lc 22,19).

De baptizar (Mt 28,19).

 

1869-1870, sob o papa Pio IX, na Constituição Dogmática sobre a Igreja, aprovada pelo Concílio do Vaticano I

25

Cristo constituiu o Apóstolo São Pedro como primeiro entre os Apóstolos e como cabeça visível de toda Igreja, conferindo-lhe imediata e pessoalmente o primado da jurisdição

O Romano Pontífice é o sucessor do bem-aventurado Pedro e tem o primado sobre todo rebanho.

"Definimos que todos os cristãos devem crer e receber esta verdade de fé... que a Sé Apostólica e o Pontífice Romano é o sucessor do bem-aventurado Pedro e tem o primado sobre todo rebanho..." (Dz. 694).

Afirma também o Concílio Vaticano I (1869-1870), na Constituição dogmática sobre a Igreja de Cristo:

"Se alguém disser que o bem-aventurado Pedro Apóstolo, não foi constituído por Jesus Cristo nosso Senhor, como príncipe de todos os Apóstolos e cabeça visível de toda a Igreja, seja excomungado." (Dz. 1823).

Sagradas Escrituras:

Mt 16, 17-19: "Bem-aventurado és tu Simão...e Eu te digo, que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei Minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; Eu te darei as chaves do reino dos céus, e tudo quanto ligares na terra...".

Jo 21,15-17: "Apascenta Meus cordeiros...".

Depois da Ascensão, Pedro exerceu seu primado, dispondo a eleição de Matias (cf. At 1,15: "Naqueles dias, Pedro se pôs em pé no meio dos irmãos...").

Primado significa preeminência e primado de jurisdição; consiste na posse da plena e suprema autoridade legislativa, judicial e punitiva. A Cabeça invisível da Igreja é Cristo, mas o sucessor de Pedro faz as vezes de Cristo no governo exterior da Igreja militante, e é portanto, vigário de Cristo na terra.

 

1438-1445 sob Eugênio IV  Concílio de Florença, pela bula "Etentur coeli", de 6 de Julho de 1439

26

O Papa possui o pleno e supremo poder de jurisdição sobre toda Igreja, não somente em coisas de fé e costumes, mas também na disciplina e governo da Igreja

Conforme esta declaração, o poder do Papa é: de jurisdição, universal, supremo, pleno, ordinário, episcopal, imediato.

"Se alguém disser que o Pontífice Romano tem apenas o dever de inspecção e direcção, mas não pleno e supremo poder de jurisdição sobre a Igreja universal, não só nas matérias que pertencem à fé e aos costumes, mas também naquelas de regime e disciplina da Igreja...seja excomungado" (Dz. 1831 cf. Dz. 1827).

Conforme esta declaração, o poder do Papa é:

1. De Jurisdição: verdadeiro poder de governo que é potestade: legislativa, jurídica (litigiosa) e coercitiva.

2. Universal: se estende a todos os pastores e fiéis da Igreja em matéria de ensinamento e governo.

3. Supremo: nenhum outro sujeito possui o poder igual ou maior. Por isto, a colectividade de todos os Bispos não está acima do Papa.

4. Pleno: o Papa pode resolver por si mesmo qualquer assunto que caia dentro da jurisdição eclesiástica sem nada requerer dos Bispos nem de toda a Igreja.

5. Ordinário: é ligado com seu ofício em virtude de uma ordenação divina e não foi delegado por nenhum superior em jurisdição.

6. Episcopal: o Papa é ao mesmo tempo bispo universal de toda a Igreja e da diocese de Roma.

7. Imediato: pode exercer sem instância prévia sobre os Bispos e fiéis. Por este poder do Papa de tratar livremente com todos os bispos e fiéis da Igreja, se condena toda a ordenação do poder civil que subordinam a comunicação oficial com a Santa Sé a um controle civil e fazem depender a obrigatoriedade das disposições pontifícias a uma boa visão das autoridades civis. (Dz. 1829)

 

1869-1870, sob o papa Pio IX, na Constituição Dogmática sobre a Igreja, aprovada pelo Concílio do Vaticano I

27

O Papa é infalível sempre que se pronuncia “ex-cathedra”

Sujeito da infalibilidade papal é todo o Papa legítimo, em sua qualidade de sucessor de Pedro e não outras pessoas ou organismos (ex.: congregações pontificais) a quem o Papa confere parte de sua autoridade magistral.

"...ensinamos e definimos ser dogma divinamente revelado que o Pontífice Romano, quando fala ex catedra, isto é, quando cumprindo seu cargo de pastor e doutor de todos os cristãos, define por sua suprema autoridade apostólica que uma doutrina sobre a fé e costumes deve ser sustentada pela Igreja universal, pela assistência divina que lhe foi prometida na pessoa de Pedro, goza daquela infalibilidade que o Redentor divino quis que estivera provisionada sua Igreja na definição sobre a matéria da fé e costumes, e portanto, as definições do Bispo de Roma são irreformáveis por si mesmas e não por razão do consentimento da Igreja." (Dz. 1839; Dz. 466-694).

Para compreender este dogma, convém ter na lembrança:

1. Sujeito da infalibilidade é todo o Papa legítimo, em sua qualidade de sucessor de Pedro e não outras pessoas ou organismos (ex.: congregações pontificais) a quem o Papa confere parte de sua autoridade magistral.

2. Objeto da infalibilidade são as verdades de fé e costumes, reveladas ou em íntima conexão com a revelação divina.

3. Condição da infalibilidade é que o Papa fale ex catedra:

a. Que fale como pastor e mestre de todos os fiéis fazendo uso de sua suprema autoridade.

b. Que tenha a intenção de definir alguma doutrina de fé ou costume para que seja acreditada por todos os fiéis. As encíclicas pontificais não são definições ex catedra.

4. Razão da infalibilidade é a assistência sobrenatural do Espírito Santo, que preserva o supremo mestre da Igreja de todo erro.

5. Consequência da infalibilidade é que a definição ex catedra dos Papas sejam por si mesmas irreformáveis, sem a intervenção ulterior de qualquer autoridade.

Sagradas Escrituras:

"a ti darei as chaves do Reino..." (Mt 16,18).

"apascenta Minhas ovelhas" (Jo 21,15-17).

"Eu roguei por ti, para que tua fé não desfaleça ... confirma a teus irmãos" (Lc 22,31).

Para poder cumprir com a função de ordenar eficazmente, é necessário que os Papas gozem de infalibilidade em matéria de fé e costumes.

 

1869-1870, sob o papa Pio IX, na Constituição Dogmática sobre a Igreja, aprovada pelo Concílio do Vaticano I

28

A Igreja é infalível quando faz definição em matéria de Fé e costumes

A Igreja é infalível quando faz definição em matéria de Fé e costumes

"O pontífice Romano quando fala ex catedra... possui aquela infalibilidade que o Divino Salvador quis que estivesse dotada sua Igreja quando definisse algo em matéria de fé e costumes" (Dz. 1839).

O Concílio Vaticano I, na definição da infalibilidade do Papa, pressupõe a infalibilidade da Igreja. São contrários a este dogma os que, ao rechaçar a hierarquia (Papa), rechaçam também o Magistério da autoridade da Igreja.

Sagradas Escrituras:

A razão intrínseca da infalibilidade da Igreja se apoia na assistência do Espírito Santo, que Cristo prometeu a Seus Apóstolos para desempenho de sua missão de ensinar em Jo 14,16:"Eu rezarei ao Pai e os darei outro Advogado que estará convosco para sempre. O Espírito da Verdade."

Cristo exige a obediência absoluta à fé e faz depender disto a salvação eterna em Mc 16,16: "Aquele que crer se salvará...e aquele que no crer se condenará." e em Lc 10,16: "Aquele que a vós ouve a Mim ouve; Aquele que a vós deprecia, a Mim deprecia".

Os Apóstolos e seus sucessores (a Igreja) se acham livres do perigo de errar ao pregar a fé (Dz. 1793-1798).

Estão sujeitos à infalibilidade:

1. O Papa, quando fala ex catedra.

2. O episcopado pleno, com o Papa cabeça do episcopado, é infalível quando reunido em concílio universal ou disperso pelo rebanho da terra, ensina e promove uma verdade de fé ou de costumes para que todos os fiéis a sustentem.

Observação: Cada Bispo em particular não é infalível ao anunciar a verdade revelada (ex.:Nestório caiu em erro e heresia). Mas cada bispo em sua diocese, por razão de seu cargo, é mestre autorizado da verdade revelada enquanto esteja em comunhão com a Sé Apostólica e professe a doutrina universal da Igreja.

 

1869-1870, sob o papa Pio IX, na Constituição Dogmática sobre a Igreja, aprovada pelo Concílio do Vaticano I

Dogmas sobre os Sacramentos

Dogmas sobre os Sacramentos

Textos de fundamentação

Data e Local

29

O Baptismo é verdadeiro Sacramento instituído por Jesus Cristo

Foi dado todo poder no Céu e na Terra; ide então e ensinai todas as pessoas, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Se alguém disser que os Sacramentos da Nova Lei não foram instituídos por Jesus Cristo, a saber: Baptismo, Confirmação... e que algum destes não é verdadeira e propriamente Sacramento, seja excomungado."

Sagradas Escrituras:

Cristo explica a Nicodemos a essência e necessidade do Baptismo, em Jo 3,5: "Aquele que não nascer pela água e pelo Espírito não entrará no Reino de Deus".

Antes de subir aos céus, ordenou a Seus Apóstolos que baptizassem a todas as pessoas, cf. Mt 28,19: "Me foi dado todo poder no céu e na terra; ide então e ensinai todas as pessoas, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo".

Escreve São Boaventura:

"O Baptismo foi instituído, quanto a sua matéria, quando Cristo se fez baptizar, e quanto à sua forma quando o Senhor ressuscitou e nos deu essa forma (cf. Mt. 28,19); quanto a seu efeito: quando Jesus padeceu, pela paixão, o Baptismo recebe toda sua virtude, e a seu fim, quando predisse sua necessidade e suas vantagens: 'Respondeu Jesus: -Em verdade, em verdade vos digo, aquele que não nascer da água e do Espírito não entrará no Reino de Deus' (cf. Jo 3,5)."

O Baptismo pela água pode ser substituído, em caso legítimo, pelo Baptismo de Sangue.

 

1545-1563, sob Paulo III, no Concílio de Trento

30

A Confirmação é verdadeiro e próprio Sacramento

Este Sacramento concede aos baptizados a fortaleza do Espírito Santo para que se consolidem interiormente em sua vida sobrenatural e confessem exteriormente com valentia sua Fé em Jesus Cristo.

"Se alguém disser que a Confirmação dos baptizados é cerimónia ociosa, e não um verdadeiro e próprio Sacramento..., seja excomungado." (Dz. 871).

Diz São Tomás de Aquino:

"Este Sacramento concede aos baptizados a fortaleza do Espírito Santo para que se consolidem interiormente em sua vida sobrenatural e confessem exteriormente com valentia sua fé em Jesus Cristo.

Sagradas Escrituras:

Jesus promete enviar o Espírito e se cumpre no dia de Pentecostes: "Ficaram todos cheios do Espírito Santo" (At 2,4).

"Pedro e João são enviados à Samaria, para que recebam ao Espírito Santo, pois ainda não havia vindo sobre nenhum deles" (At 8,14).

"E impondo-lhes Paulo suas mãos, desceu sobre eles o Espírito Santo" (At 19,6).

Os Apóstolos eram conscientes que efectuavam um rito sacramental, consistente na imposição das mãos e a oração que tinha como efeito a comunicação do Espírito Santo.

 

1545-1563, sob Paulo III, no Concílio de Trento

31

A Igreja recebeu de Cristo o poder de perdoar os pecados cometidos após o Baptismo

Foi comunicada aos Apóstolos e a seus legítimos sucessores o poder de perdoar e de reter os pecados para reconciliar aos fiéis caídos depois do Baptismo.

"...foi comunicada aos Apóstolos e a seus legítimos sucessores o poder de perdoar e de reter os pecados para reconciliar aos fiéis caídos depois do Baptismo." (Com. 3; Dz. 894.).

Sagradas Escrituras:

Mt 16,19: "Eu te darei as chaves do reino de os céus." - O possuidor das chaves do Reino dos céus tem a plena potestade para admitir ou excluir qualquer pessoa deste Reino.

Jo 20,21: "... a quem perdoares os pecados, lhes serão perdoados, a quem não perdoares, lhes serão retidos...".

Assim como Jesus tinha perdoado os pecados durante sua vida terrena (cf. Mt 9,2; Mc 2,5; Lc 5,20), assim também agora participa a seus Apóstolos esse poder de perdoar. As palavras de Jesus Cristo se referem ao perdão real dos pecados pelo Sacramento da Penitência (Dz. 913).

O poder de perdoar não foi concedido aos Apóstolos como carisma pessoal, mas sim à Igreja como instituição permanente para passá-lo aos sucessores dos Apóstolos.

 

1545-1563, sob Júlio III, no Concílio de Trento

32

A Confissão Sacramental dos pecados está prescrita por Direito Divino e é necessária para a Salvação

Basta indicar a culpa da consciência apenas aos sacerdotes mediante confissão secreta.

"Se alguém disser que a Confissão Sacramental não foi instituída ou não é necessária para a salvação, por direito divino, ou disser que o modo de confessar secretamente apenas com o sacerdote, como a Igreja Católica sempre observou desde o princípio e segue observando, é alheio à instituição e mandato de Cristo e é uma intervenção humana, seja excomungado." (Dz. 916).

Os reformadores, negaram que a Confissão particular dos pecados fosse de instituição Divina e necessária para a salvação.

Sagradas Escrituras:

Não se expressa directamente a instituição Divina da Confissão particular mas se deduz: o poder para reter ou perdoar não se pode exercer devidamente se aquele que possui tal poder não conhece a culpa da disposição do penitente. Para ele é necessário que o penitente se acuse.

O Papa Leão Magno, contra os abusos da confissão pública declarou: "basta indicar a culpa da consciência apenas aos sacerdotes mediante confissão secreta." (Dz. 145).

 

1545-1563, sob Júlio III, no Concílio de Trento

33

A Eucaristia é verdadeiro Sacramento instituído por Cristo

Aquele que come Minha Carne e bebe Meu Sangue tem a vida eterna."Cristo está presente no sacramento do altar pela transubstanciação de toda a substância do pão em seu corpo e toda substância do vinho em seu sangue.

Se alguém disser que os Sacramentos da nova Lei não foram instituídos todos por Jesus Cristo, e que são sete: Batismo, Eucaristia... e que algum destes não é verdadeiro e propriamente Sacramento, seja excomungado."

Sagradas Escrituras:

O feito de que Cristo instituiu a Eucaristia se vê em suas palavras: "Fazei isto em memória de Mim..." (Lc 22,19). Nelas se cumprem todas as notas essenciais da definição do Sacramento:

A matéria: o pão e vinho.

A forma: as palavras da consagração.

A graça interna: indicada e produzida pelo signo é a união com Cristo e a vida eterna:

1. "Quem come Minha Carne e bebe Meu Sangue permanece em Mim e Eu nele" (Jo 6,56).

2. "Aquele que come Minha Carne e bebe Meu Sangue tem a vida eterna." (Jo 6,54).

 

1545-1563, sob Paulo III, no Concílio de Trento

34

Cristo está presente no Sacramento do Altar em Corpo, Alma e Divindade

Cristo está presente no sacramento do altar pela transubstanciação de toda a substância do pão em seu corpo e toda substância do vinho em seu sangue

Se alguém disser que no sacrossanto Sacramento da Eucaristia permanece as substâncias do pão e do vinho, juntamente com o Corpo e o Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, e negar aquela maravilhosa e singular conversão de toda a substância do pão e do vinho em Corpo e Sangue, permanecendo apenas as espécies de pão e vinho, conversão essa que a Igreja muito correctamente chama 'Transubstanciação', seja excomungado." (Dz. 884-877).

"Transubstanciação" é uma conversão no sentido passivo; é o trânsito de uma coisa a outra. Cessam as substâncias de Pão e Vinho, pois sucedem em seus lugares o Corpo e o Sangue de Cristo. A Transubstanciação é uma conversão milagrosa e singular diferente das conversões naturais, porque não apenas a matéria como também a forma do pão e do vinho são convertidas; apenas os acidentes permanecem sem mudar: continuamos vendo o pão e o vinho, mas substancialmente já não o são, porque neles está realmente o Corpo, o Sangue, Alma e Divindade de Cristo.

Sagradas Escrituras:

Mc 14,22: "Tomai, este é Meu Corpo...".

Lc 22,19: "Tomou o pão, e dando graças o deu a seus discípulos dizendo: Este é Meu Corpo...".

 

1545-1563, sob Júlio III, no Concílio de Trento

35

A Unção dos enfermos é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo

Existe algum enfermo entre nós? Façamos a unção do mesmo em nome do Senhor.

"Se alguém disser que a Extrema Unção não é verdadeira e propriamente um Sacramento instituído por Cristo, nosso Senhor, e promulgado pelo bem-aventurado São Tiago Apóstolo, mas apenas um rito aceito pelos Padres ou uma invenção humana, seja excomungado." (Dz. 926).

Pio X condenou a sentença modernista que pretende que o Apóstolo São Tiago tenha, em sua carta, apenas recomendado uma prática piedosa (Dz. 2048).

Sagradas Escrituras.

Mc 6,13: "Expulsavam muitos demónios e ungiam com azeite a muitos enfermos e os curavam".

Tg 5,14: "Existe algum enfermo entre nós? Façamos a unção do mesmo em nome do Senhor..."

Esta última passagem expressa as notas essenciais do Sacramento:

1. Sinal exterior da graça: óleo.

2. Matéria e forma: oração dos presbíteros.

3. Efeito interior da graça expresso no perdão dos pecados.

4. A instituição por Cristo: "no nome do Senhor""por encargo e autoridade do Senhor." cf. Tg 5,10.

 

1545-1563, sob Júlio III, no Concílio de Trento

36

Ordem é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo

Existe uma hierarquia instituída por ordenação Divina, que consta de Bispos, Presbíteros e Diáconos.

"Se alguém disser que no Novo Testamento não existe um sacerdócio visível e externo, ou que não se dá poder algum de consagrar e oferecer o verdadeiro Corpo e Sangue do Senhor e de perdoar os pecados, mas sim, apenas o dever e mero ministério de pregar o Evangelho...seja excomungado." (Dz. 961).

Como se vê, existe na Igreja um sacerdócio visível e externo: "Se alguém disser que na Igreja católica não existe uma hierarquia instituída por ordenação Divina, que consta de Bispos, Presbíteros e Ministros, seja excomungado." (Dz. 966). E é uma hierarquia instituída por ordenação divina.

Sagradas Escrituras:

At 6,6: "Os quais (7 varões) foram apresentados aos Apóstolos, os quais, orando, lhes impuseram as mãos" - Instituição dos diáconos.

At 14,22: "Os constituíram presbíteros pela imposição das mãos".

 

1545-1563, sob Pio IV, no Concílio de Trento

37

O matrimónio é verdadeiro e próprio Sacramento

Cristo restaurou o matrimónio instituído e bendito por Deus, fazendo que recobrasse seu primitivo ideal da unidade e indissolubilidade e elevando-o à dignidade de Sacramento.

"Se alguém disser que o matrimónio não é verdadeiro e propriamente um dos sete Sacramentos da Lei do Evangelho, e instituído por Cristo Senhor, mas sim inventado pelos homens da Igreja, e que não confere a graça, seja excomungado" (Dz. 971).

Sagradas Escrituras:

Mt 19,6: "Assim, pois, já não são dois, mas apenas uma só carne".

Gn 2,23: "Pelo qual, abandonará o homem a seu pai e a sua mãe, e se juntará a sua mulher, e serão dois em uma só carne".

Mc 10,9: "O que Deus uniu o homem não o separe".

Ef 5,32: "Este Sacramento é grande mas em Cristo e na Igreja".

O Matrimónio, como instituição natural, é de origem divina. Deus criou os seres humanos varão e fêmea (cf. Gn. 1,27) e depositou na mesma natureza humana o instinto de procriação. Deus abençoou o primeiro casal e lhes ordenou que se multiplicassem: "crescei e multiplicai, e povoai a terra" (Gn 1,28).

Cristo restaurou o matrimónio instituído e bendito por Deus, fazendo que recobrasse seu primitivo ideal da unidade e indissolubilidade e elevando-o a dignidade de Sacramento.

 

1545-1563, sob Pio IV, no Concílio de Trento

Dogmas sobre as últimas coisas

Dogmas sobre as últimas coisas

Textos de fundamentação

Data e Local

38

A Morte e sua origem

A morte, na actual ordem da Salvação, é consequência primitiva do pecado.

"Se alguém não confessa que o primeiro homem, Adão, ao transgredir o mandamento de Deus no paraíso, perdeu imediatamente a Santidade e Justiça em que havia sido constituído e incorreu por ofensa... na morte com que Deus antes havia amenizado... que toda pessoa de Adão foi mudada para pior, seja excomungado."

Ainda que o homem seja mortal por natureza, já que seu ser é composto de partes distintas, por revelação sabemos que Deus dotou o homem, no paraíso, do Dom pré-natural da imortalidade do corpo. Mas por castigo, ao quebrar a ordem Divina, ficou condenado a morrer.

Sagradas Escrituras:

Gn 2,17: "Adão havia sido ameaçado: 'O dia que comeres daquele fruto, morrerás...'".

Rm 5,12: "Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte..."

 

1545-1563, sob Paulo III, no Concílio de Trento

39

O Céu ou Paraíso Celeste

As almas dos justos que no instante da morte se acham livres de toda culpa e pena de pecado entram no Céu.

Benedito XII (1334-1342), pela Constituição "Benedictus Deus", de 29 de Janeiro de 1336, proclama:

·        "Por esta constituição que há de valer para sempre e por autoridade apostólica definimos... que segundo a ordenação de Deus, as almas completamente purificadas entram no céu e contemplam imediatamente a essência divina, vendo-a face a face, pois a referida Divina essência lhes é manifestada imediata e abertamente, de maneira clara e sem véus, e as almas em virtude dessa visão e esse gozo, são verdadeiramente ditosas e terão vida eterna e eterno descanso" (Dz. 530).

Também o Símbolo apostólico declara: "Creio na vida eterna" (Dz. 6 e 9).

Sagradas Escrituras:

Jesus representa a felicidade do céu sob a imagem de um banquete de bodas: "...enquanto iam comprá-lo, chegou o noivo, e as que estavam preparadas entraram com o noivo ao banquete de boda, e a porta foi fechada" (Mt. 25,10).

A condição para alcançar a vida eterna é conhecer a Deus e a Cristo: "Esta é a vida eterna, que te conheçam a Ti, único Deus verdadeiro e a Teu enviado Jesus Cristo." (Jo 17,3).

"Bem-aventurados os limpos de coração porque eles verão a Deus." (Mt 5,8).

"Nem o olho viu e nem o ouvido ouviu segundo a inteligência humana, o que Deus preparou para os que Lhe amam." (1Cor 2,9).

A vida eterna consiste na visão de Deus: "Seremos semelhantes a Ele porque O veremos tal qual é..." (Jo 5,13).

Os actos que integram a felicidade celestial são de entendimento, e este por um Dom sobrenatural "lumen gloriae" é capacitado para o ato da visão de Deus (Sl 35,10; Ap 22,5) de amor e gozo.

 

29-1-1336, sob Benedito XII, pela  Constituição "Benedictus Deus"

40

O Inferno

O Inferno é uma possibilidade graças à nossa liberdade. Deus nos fez livres para amá-lo ou para rejeitá-lo. Se o Céu pode ser representado como uma grande ciranda onde todos vivem em plena comunhão entre si e com Deus, o Inferno pode ser visto como solidão, divisão e ausência do Amor que gera e mantém a vida. Deve-se salientar que a vontade de Deus é a vida e não a morte de quem quer que seja. Jesus veio para salvar e não para condenar. No limite, Deus não condena ninguém ao Inferno. É a nossa opção fundamental, que vai se formando ao longo de toda vida, pelos nossos pensamentos, actos e omissões, que confirma ou não o desejo de estar com Deus para sempre. De qualquer forma, não se pode usar o Inferno para convencer as pessoas a acreditar em Deus ou a viver a Fé. Isso favorece a criação de uma religiosidade infantil e puramente exterior. Deve-se privilegiar o Amor e não o temor. Só o Amor move os corações e nos faz adorar a Deus e amar o próximo em espírito e vida.

As almas dos que morrem em estado de pecado mortal vão ao inferno.

Segundo a comum ordenação de Deus, as almas dos que morrem em pecado mortal, imediatamente depois da morte, baixam ao inferno, onde são atormentadas com suplícios infernais." (Dz. 531).

O inferno é um lugar de eterno sofrimento onde se acham as almas dos réprobos. Negam a existência do inferno aqueles que não acreditam na imortalidade pessoal (materialismo).

Sagradas Escrituras:

Jesus ameaça com o castigo do inferno: "Se teu olho direito é causa de pecado, retira-o e afasta-o de ti; muito mais te convém que percas um de teus membros do que tenhas todo o corpo jogado na geena..." (Mt 5,29).

"E não temais aos que matam o corpo e não podem atingir a alma; temais bem mais àquele que pode levar a alma e o corpo à perdição, destinando-os à geena..." (Mt 10,28).

"Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que percorreis mar e terra para fazer um prosélito, e quando chegais a fazê-lo, o fazeis filho da condenação ao dobro de vós mesmos!" (Mt 23,15).

Trata-se de fogo eterno: "Então dirá também aos de sua esquerda: 'Afastai-vos de mim, malditos, ao fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos...'" (Mt 25,41).

E de suplicio eterno: "E irão estes a um castigo eterno, e os justos a uma vida eterna." (Mt 25,46).

São Paulo, em 2Ts 1,9, afirma: "Serão castigados à eterna ruína, longe da face do Senhor e da glória de Seu poder..."

São Justino, funda o castigo do inferno na ideia da Justiça Divina, a qual não pode deixar impune aos transgressores da Lei.

 

29-1-1336, sob Benedito XII, pela  Constituição "Benedictus Deus"

41

O Purgatório

As almas dos justos que no instante da morte estão agravadas por pecados veniais ou por penas temporais devidas pelo pecado vão ao Purgatório. O Purgatório é estado de purificação.

"As almas que partiram deste mundo em caridade com Deus, com verdadeiro arrependimento de seus pecados, antes de ter satisfeito com verdadeiros frutos de penitência por seus pecados de actos e omissão, são purificadas depois da morte com as penas do purgatório..." (Dz. 464).

Sagradas Escrituras:

Ensinam indirectamente a existência do purgatório concedendo a possibilidade da purificação na vida futura.

Os judeus oraram pelos caídos, aos quais se haviam encontrado objectos consagrados aos ídolos, afim de que o Senhor perdoasse seus pecados: "Por isso mandou fazer este sacrifício expiatório em favor dos mortos para que ficassem liberados do pecado..." (2Mc 12,46).

"Quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado nem neste tempo nem no vindouro...".

Para São Gregório Magno, esta última frase indica que as culpas podem ser perdoadas neste mundo e também no futuro. A existência do Purgatório se prova especulativamente pela Santidade e Justiça de Deus. Esta exige que apenas as almas completamente purificada sejam exibidas no céu; Sua Justiça reclama que sejam pagos os restos de penas pendentes, e por outro lado, proíbe que as almas unidas em caridade com Deus, sejam atiradas ao inferno. Por isso se admite um estado intermediário que purifique e de duração limitada.

 

1274, sob Gregório X, no Concílio de Leão II

42

O Fim do mundo e a Segunda vinda de Cristo

No fim do mundo, Cristo, rodeado de majestade, virá de novo para julgar os homens.

"...e outra vez deverá vir com glória para julgar aos vivos e aos mortos... " (Dz. 86).

Sagradas Escrituras:

Jesus predisse muitas vezes sua segunda vinda: "porque o Filho do homem há de vir na glória de Seu Pai, com seus anjos, e então cada um pagará segundo sua conduta..." (Mt 16,27).

"Porque quem se envergonhar de Mim e de Minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem dele se envergonhará quando vier na glória de Seu Pai com os Santos Anjos..." (Mc 8,38; Lc. 9,26).

"O Filho do homem há de vir na glória de Seu Pai com Seus anjos, e então julgará a cada um segundo suas obras..." (Mt 24,30; cf. Dn 7,13).

"A finalidade da Segunda vinda será ressuscitar os mortos e dar a cada um o que merece..." (2Ts 1,8).

"Por isso devemos ser encontrados 'irrepreensíveis'..." (1Cor 1,8; 1Ts 3,13).

Sinais precursores da segunda vinda:

1. Pregação do Evangelho por todo o mundo: "Esta Boa Nova do Reino deverá ser proclamada no mundo inteiro, para dar testemunho a todas as nações. E então, virá o fim..." (Mt 21,14). "E é preciso que antes seja proclamada a Boa Nova a todas as nações..." (Mc 13,10).

2. A conversão dos judeus: "Então não quero que ignoreis, irmãos, este mistério, que não ocorra que vos presumais de sábios, o amadurecimento parcial que sobreveio a Israel, perdurará até entre a totalidade dos gentios, e assim todo Israel será salvo, como diz a Escritura: Virá de Sion o Libertador, afastará de Jacó as impiedades. E esta será Minha Aliança com eles quando tenham apagado seus pecados... " (Rm 11,25-27; totalidade moral).

3. A apostasia da fé: "Jesus lhes respondeu: Olhai para que ninguém vos engane, porque virão muitos usurpando Meu nome e dizendo 'Eu sou o Cristo', e enganarão a muitos..." (Mt 24,4; falsos profetas). "Que ninguém os engane de nenhuma maneira. Primeiro deverá vir a apostasia e manifestar-se o homem ímpio, o filho de perdição, o adversário que se eleva sobre tudo o que leva o nome de Deus, ou é objecto de culto, até o extremo de sentar-se ele mesmo no Santuário de Deus e proclamar que ele mesmo é Deus..." (2Ts 2,3; apostasia da fé Cristã).

4. Antes da apostasia, manifestar-se-á o Anticristo: "Antes da apostasia, se manifestará o homem com iniquidade..." (2Ts 2,3; pessoa determinada a ser o instrumento de Satã).

5. Grandes calamidades: enchentes, calamidades ou catástrofes naturais serão o prelúdio da vinda do Senhor: "Imediatamente depois da tribulação daqueles dias, o sol se escurecerá, a lua não dará seu resplendor, as estrelas cairão do céu e as forças dos céus serão sacudidas..." (Mt 24,29, cf. Is 13,10: "Quando as estrelas do céu e a constelação de Orion já não iluminarem, e o Sol estiver obscurecido, e não brilhe a luz da Lua...").

 

381, sob São Dâmaso , no Concílio de Constantinopla I

43

A Ressurreição dos mortos no Último Dia

Aos que crêem em Jesus e comem de Seu corpo e bebem de Seu sangue, Ele lhes promete a Ressurreição.

"...É pois, a fé certa que cremos e confessamos que ... e à Sua vinda, todos os homens deverão ressuscitar com seus corpos..." (Dz. 40).

Também o Símbolo Apostólico confessa: "creio ... na ressurreição da carne..."

Sagradas Escrituras:

Jesus contesta aos saduceus: "na ressurreição nem se casarão nem se darão em casamento, pois serão como anjos..." (Mt 22,29).

"E sairão, os que tiveram bons trabalhos, para a ressurreição da vida, e os que trabalharam mal, para a ressurreição do juízo..." (Mt 22,29).

"Aos que crêem em Jesus e comem de Seu corpo e bebem de Seu sangue, Ele lhes promete a ressurreição..." (Jo 6,39).

"Eu sou a ressurreição e a vida..." (Jo 11,25).

A razão iluminada pela fé prova a conveniência da ressurreição:

1. Pela perfeição da Redenção obrada por Cristo.

2. Pela semelhança que tem com Cristo os membros de seu Corpo místico.

3. O Corpo humano Santificado pela Graça, especialmente pela Eucaristia.

 

Símbolo "Quicumque", chamado também "Atanasiano"

44

O Juízo Universal

Cristo, depois de seu retorno, julgará todos os homens.

É, pois a fé certa que cremos e confessamos que ... dali haverá de vir a julgar os vivos e os mortos..."

Sagradas Escrituras:

·        Jesus toma a miúdo como motivo de sua pregação o dia do juízo: "por isso vos digo que no dia do Juízo haverá menos rigor para Tiro e Sidon que para vós..." (Mt 11, 22).

·        "O Filho do homem há de vir em toda glória de seu Pai, com seus anjos, e então julgará a cada uno segundo sus obras." (Mt 16,27).

·        "Jesus Cristo foi instituído por Deus como juiz dos vivos e dos mortos." (At 10,42).

 

Símbolo "Quicumque", chamado também "Atanasiano"

 

 

 

 

 

Dogma sobre o demónio

Dogma sobre o demónio

Textos de fundamentação

Data e Local

45

O demónio é uma pessoa espiritual

 

 

A existência do Diabo nunca foi negada por nenhum Papa, nenhum Concílio, nem nunca foi posta em dúvida por nenhum heresiarca. Sem dúvida alguma é uma Verdade Revelada de “Fide Divina et Catholica” pelo Magistério Ordinário da Igreja. Nunca tendo sido definida como dogma, e por estar implícita no Dogma do Inferno, pode ser considerada como se fosse um Dogma!

n Se alguém disser que o diabo não foi primeiro um anjo bom, feito por Deus, e que sua natureza não foi obra de Deus, mas que emergiu das trevas e não tem nenhum autor de si, e que ele mesmo é o princípio e a substância do mal, como disseram (os hereges) Maniqueu e Prisciliano, seja anátema.

n Os anjos foram criados bons, mas fizeram-se maus pela sua rebelião contra Deus.

n O mal não é só uma deficiência, mas uma eficiência, um ser vivo espiritual pervertido e perversor. Terrível realidade, misteriosa e pavorosa. Se sai do quadro do ensinamento bíblico e eclesiástico quem se nega a reconhecer a sua existência; ou quem a explica como una pseudo-realidade, uma personificação conceptual e fantástica de causas desconhecidas de nossas desgraças.

n Quem não crê no demónio, não crê no Evangelho.

Não se deve ter medo de chamar pelo seu nome o primeiro artífice do mal: o Maligno. A táctica que aplicou e aplica consiste em não se revelar, para que o mal difundido por ele desde a origem se desenvolva por acção do próprio homem.

n Definição contra os albigenses e os cátaros. Firmemente cremos e simplesmente confessamos que . . . o diabo e demais demónios, por Deus certamente foram criados bons por natureza; mas eles, por si mesmos, fizeram-se maus. O homem, porém, pecou por sugestão do diabo.”

n Papa João III, no Sínodo de Braga I

 

 

 

 

 

 

n Papa Paulo VI

 

 

n Papa Paulo VI

 

 

 

 

 

 

 

 

 

n São João Paulo II

 

 

 

 

 

 

 

n Concílio de Latrão IV

 

 

 

 

 

 

Conclusões e Conselhos

A única Conclusão possível, é de que há infelizmente muita gente que se afirma Católica, só por terem sido Baptizados, mas por não acreditarem em todos os Dogmas, automaticamente deixam de o ser. Nestas matérias de Fé, a primeira coisa a ter, é humildade de espírito, para poder acreditar nas Verdades Reveladas por Deus e estabelecidas pela Igreja Católica.

O Conselho que pode ser dado, é que se aprofunde o conhecimento da Doutrina da Igreja Católica lendo o Catecismo da Igreja Católica.

Aí se encontra a Verdadeira Doutrina que nos permite trilhar com segurança os Caminhos da Vida e alcançar a Salvação da Alma.

http://www.amen-etm.org/Dogmas.htm