AS CRUZADAS
Nesta Página da
Amen, pode encontrar a abordagem dO Tema
Global de
● AS
CRUZADAS ●
● O que
foram as Cruzadas ►
● Pequena
História das Cruzadas ►
● As
Cruzadas do Ocidente ►
(●) Cruzada da Península Ibérica ►
(●) Cruzada Albigense de 1208 ►
● As
Cruzadas do Oriente - 1095 - 1270 ►
(●) Cruzada Popular de
(●) Primeira Cruzada de
((●)) A criação das Ordens Militares ►
A Ordem dos
Templários
►
(●) Segunda Cruzada de
(●) Terceira Cruzada de
(●) Quarta Cruzada de
(●) Quinta Cruzada de
(●) Sexta Cruzada de
(●) Sétima Cruzada de
(●) Oitava Cruzada de 1270 ►
(●) Era pós Cruzadas ►
● A última
Cruzada, a Batalha de Lepanto ►
● Conclusões
►
● O que
foram as Cruzadas ▲
Chama-se Cruzada a qualquer uma das Expedições
Religiosas e Militares levadas a cabo pelos valorosos guerreiros Católicos e de
suas Ordens Militares, durante os séculos XI, XII e XIII, com origem
na Europa Ocidental, com o intuito de libertar os territórios, e em particular,
a Terra Santa da cruel ocupação Muçulmana. Eram, já naquele
tempo, tal como hoje em dia, a origem de todo o mal, o Islamismo e os
Muçulmanos.
Assim, podem considerar-se a existência das Cruzadas do Ocidente e as
Cruzadas do Oriente.
Mapa do domínio Muçulmano antes e depois das Cruzadas
As Cruzadas do Ocidente foram bem sucedidas, e os territórios da
Península Ibérica conquistados aos Muçulmanos, os Mouros, foram definitivas,
tendo eles sido expulsos para o Norte de África, de onde não voltaram a sair.
As Cruzadas do Oriente, em termos globais e temporais acabaram por ser
mal sucedidas, porque os Muçulmanos acabaram por reconquistarem todos os
territórios dos quais foram expulsos pelos Cruzados, que só permaneceram neles
algumas décadas.
Por estes 2 Mapas se pode ver que a única diferença
foi a Península Ibérica ter sido libertada do jugo dos Muçulmanos.
O termo Cruzadas não era conhecido no tempo em que
ocorreram. Na época era usada, entre outras, a expressão de "Guerra
Santa". O termo Cruzada surgiu porque seus participantes se
consideravam Soldados de Cristo, distinguidos pela Cruz aposta nas
suas roupas.
Cruzados -
Soldados de Cristo
● Pequena
História das Cruzadas ▲
Numa panorâmica alargada, podemos considerar que as Cruzadas
visaram dois territórios distintos:
- As Cruzadas do Ocidente foram dirigidas contra os Muçulmanos que
ocupavam a Península Ibérica, portanto no Ocidente da Europa.
- As Cruzadas do Oriente foram contra os Muçulmanos que ocuparam a Terra
Santa, isto é, no Oriente da Europa e Médio Oriente.
● As
Cruzadas do Ocidente ▲
As Cruzadas do Ocidente foram as muitas e longas lutas travadas na
Península Ibérica em terras de Portugal e Espanha. Considero que elas
foram as únicas Cruzadas inteiramente bem sucedidas, porque as conquistas
territoriais aos Mouros não foram revertidas no futuro, tal como no Médio
Oriente. Será talvez mais correcto usar o termo de Cruzada do Ocidente, pois
ela foi uma luta contínua que durou várias décadas. Esta verdadeira Cruzada
do Ocidente, também conhecida como a Reconquista, teve início no
século VIII.
(●) Cruzada da Península Ibérica ▲
Se bem que a noção de Cruzada e de Guerra Santa só surgiu
mais tarde, com as Cruzadas do Oriente, após o Sínodo de Clermont,
em 1095, os Reinos Ibéricos lutaram contra os Mouros neste espírito de
luta e libertação do jugo Muçulmano.
A Reconquista de todo o território Peninsular durou cerca de
sete séculos.
Em Espanha, a Reconquista só terminou com a conquista definitiva do
último califado muçulmano de Granada, pelos Reis Católicos, em
1492.
Em Portugal, a Reconquista terminou da cidade de Faro pelas
forças de D. Afonso III, em 1249.
Foram concedidas Indulgências para
quem combatia na Península Ibérica. Para além dos Reinos da Península Ibérica,
envolvidos directamente nas lutas, e que combateram valorosamente os Mouros,
foi obtida ajuda por parte dos Flamengos e dos Ingleses.
A vitória mais significativa nesta Cruzada
Peninsular foi a obtida por Dom Afonso Henriques, o Rei Fundador de Portugal,
na Batalha de Ourique, em que ele tem uma Aparição de Jesus, que lhe
promete a vitória:
Aparição
de Jesus a D. Afonso Henriques, em 24 de Julho de 1139.
Crónicas de D.
Afonso Henriques de Frei António Brandão.
…
● A vitória
na Batalha de Ourique, a 25 de Julho de 1139, foi um marco determinante
desta verdadeira Cruzada contra os Mouros na Península Ibérica, em que Dom
Afonso Henriques vence estrondosamente os Mouros, Muçulmanos, que
acabaram por ser totalmente expulsos, um século depois, do território que se
viria a tornar no Reino de Portugal.
Com a vitória desta batalha, Dom Afonso Henriques
sagra-se Rei de Portugal e inicia a expulsão, para o norte de África, dos
centenários inimigos da Fé Católica e consolida o domínio sobre todo o
território nacional, colocando-o sob a protecção da Igreja Católica.
Apresento seguidamente alguns extractos sobre a Fundação de Portugal,
retirados do Capítulo VIII do GPS.
CVIII37 - O papel
de Portugal nestes Últimos Tempos
Ainda
nos tempos da Reconquista em que Portugal não estava formado, já Jesus Cristo
olhava com um carinho especial para a Nação que o havia de defender e divulgar
por todo o mundo, para a terra que havia de ser a terra de Sua Mãe Santíssima,
a Terra de Santa Maria.
Na
véspera da batalha de Ourique contra os Mouros, Jesus Cristo aparece a D.
Afonso Henriques.
Já
com os exércitos dispostos para no dia seguinte ser travada a batalha, e para a
qual os números indicavam uma tremenda derrota para os portugueses, pois
contando só com 12.000 homens iam defrontar um exército de Mouros que alguns
cronistas avaliam em cem vezes maior, Jesus Cristo aparece ao futuro fundador e
primeiro Rei de Portugal.
Naquele
tempo, estava em formação o Reino de Portugal, agora está em formação o Novo
Reino de Cristo na Terra, os Novos Céus e Nova Terra.
Oração e sonho
de D. Afonso Henriques, em 24 de Julho de 1139.
Crónicas de D.
Afonso Henriques de Frei António Brandão.
…
e com o coração inflamado e olhos postos em o Céu, rompeu nestas palavras:
«Bem sabeis vós, meu Senhor Jesus Cristo, que por vosso serviço, e
pela exaltação de vosso santo nome, empreendi eu esta guerra contra vossos
inimigos; e vós, que sois todo-poderoso, me ajudai nela, animai e dai esforço a
meus soldados, para que os vençamos, pois são blasfemadores de vosso santíssimo
nome».
Ditas estas palavras lhe
sobreveio um brando sono, …
Aqui
como na Bíblia, os acontecimento passados são precursores de acontecimentos
futuros. A História se repete.
Também
hoje os portugueses se encontram face aos blasfemadores de Deus, tal como vimos
anteriormente, pois esse é o papel da maçonaria, blasfemar contra Deus. Esta
oração de D. Afonso Henriques, é a oração que todos nós devemos aprender dele
para a repetir nestes nossos dias.
Neste
sonho teve a visão de um velho eremita, que de facto lhe veio interromper o seu
sono e lhe deu boa esperança para a batalha do dia seguinte.
Mal
se afastou o eremita, começou D. Afonso Henriques a rezar.
Aparição de
Jesus a D. Afonso Henriques, em 24 de Julho de 1139.
Crónicas de D.
Afonso Henriques de Frei António Brandão.
…
Saíu
fora da tenda o bom velho e tornou a sua ermida, e o infante, esperando pelo
sinal prometido, gastou em oração afervorada todo o espaço da noite até à
segunda vigia, na qual ouviu o som da campainha; armado então com seu escudo e
espada saíu fora dos arraiais, e, pondo os olhos no Céu, viu da parte oriental
um esplendor formosíssimo, o qual pouco e pouco se ia dilatando e fazendo
maior. No meio dele viu o salutífero sinal da santa Cruz, e nela encravado o
Redentor do mundo, acompanhado em circuito de grande multidão de anjos, os
quais em figura de mancebos formosíssimos apareciam ornados de vestiduras
brancas e resplandecentes, e pôde notar o infante ser a Cruz de grandeza
extraordinária, e estar levantada da terra quási dez côvados.
Com
o espanto de visão tão maravilhosa, com o temor e reverência devidos à presença
do Salvador, pôs o infante as armas que levava, tirou a vestidura real, e
descalço se prostrou em terra e, com abundância de lágrimas, começou a rogar ao
Senhor por seus vassalos, e disse:
«Que merecimentos achastes,
meu Deus, em um tão grande pecador como eu para me enriquecer com mercê tão
soberana?
Se o fazeis por me
acrescentar a fé, parece não ser necessário, pois vos conheço desde a fonte do
Baptismo por Deus verdadeiro, filho da Virgem Sagrada, segundo à humanidade, e
do Padre Eterno por geração divina. Melhor seria participarem os infiéis da
grandeza desta maravilha, para que, abominando seus erros, vos conhecessem».
O
Senhor então com suave tom de voz que o príncipe pôde bem alcançar, lhe disse
estas palavras:
«Não te apareci dêste modo para acrescentar tua fé, mas para
fortalecer teu coração nesta empresa, e fundar os princípios de teu Reino em
pedra firmíssima. Tem confiança, porque, não só vencerás esta batalha, mas
todas as mais que deres aos inimigos da fé católica. Tua gente acharás pronta
para a guerra, e com grande ânimo pedir-te-á que com título de rei comeces esta
batalha; não duvides de o aceitar, mas concede livremente a petição porque eu
sou o fundador e destruidor dos Impérios do mundo, e em ti e tua geração quero
fundar para mim um reino, por cuja indústria será meu nome notificado a gentes
estranhas. E porque teus descendentes conheçam de cuja mão recebem o reino,
comprarás as tuas armas do preço com que comprei o género humano (as cinco
Chagas e os trinta dinheiros), o daquele por que fui comprado dos judeos, e
ficará este reino santificado, amado de mim pela pureza da Fé e excelência de
piedade».
O
infante Dom Afonso, quando ouviu tão singular promessa, se prostrou de novo por
terra e, adorando ao Senhor, lhe disse:
«Em que merecimentos
fundais, meu Deus, uma piedade tão extraordinária como usais comigo? Mas já que
assim é, ponde os olhos de vossa misericórdia em os sucessores que me
prometeis, conservai livre de perigos a gente portuguesa, e, se contra ela
tendes algum castigo ordenado, peço-vos o deis antes a mim e a meus
descendentes, e fique salvo êste povo, a quem amo como único filho».
A
tudo deu o Senhor resposta favorável, dizendo como nunca dêle, nem dos seus,
apartaria os olhos de sua misericórdia, porque os tinha escolhidos por seus
obreiros e segadores, para lhe ajuntarem grande seara em regiões apartadas.
Com
isto desapareceu a visão, e o infante Dom Afonso, cheio de fortaleza e júbilos
de alma, quais se deixão entender, fêz volta para os arraiais e se recolheu em
sua tenda.
Nota: O Português deste texto está em arcaico…
De igual modo, a semelhança da Cruz Luminosa que se estenderá de
oriente a ocidente falada pela Virgem Maria ao Padre Gobbi, não deixa de nos
vir à memória, e que vimos nas páginas anteriores.
Padre Gobbi 14
de Setembro de 1995
A Sua Cruz luminosa, que se distenderá no céu,
do oriente ao ocidente, indicará a todos vós o retorno de Jesus na Glória.
Aqui
o grande respeito demonstrado por Dom Afonso face a Jesus é grande ensinamento
para as gentes de hoje em dia.
Parece
que Jesus escutou esta prece de Dom Afonso Henriques e vai fazer o que ele lhe
pediu, mostra-se ele e a Sua Mãe Santíssima, a todo o mundo, aos mouros de hoje
em dia, para que eles os vendo se possam converter.
Jesus
anuncia que é através de Portugal que se vai dar a conhecer a muitos povos. 400
anos mais tarde, Portugal dá novos mundo ao mundo e leva a Fé Católica a muitos
povos.
A
Virgem Maria, na sequência desta dádiva de Jesus, anuncia em Fátima que sempre
se manterá o dogma da Fé em Portugal.
A
estas petições de D. Afonso Henriques, Jesus concede a sua promessa. É chegada
a hora dos portugueses através do seu Rei, pedir de novo clemência e
misericórdia, lembrando a promessa que Jesus nos fez, e retomando a postura de
humildade que o nosso primeiro rei teve face a Jesus Cristo.
Nos séculos XV e XVI, Portugal cumpre o que Jesus lhe
destinara, levando a terras distantes a Fé Católica e dando assim a conhecer
Jesus Cristo:
- «Quero
fundar para mim um reino, por cuja indústria será meu nome notificado a gentes
estranhas».
Nestes tempos difíceis que Portugal
atravessa, temos de nos lembrar da promessa que Jesus nos deixou:
- «Tem confiança, porque, não só vencerás
esta batalha, mas todas as mais que deres aos inimigos da Fé Católica».
Os Espanhóis também continuam as guerras na
Península Ibérica contra os Mouros, mas só no século XV conseguem expulsá-los
definitivamente do seu território.
(●) A Cruzada Albigense - 1208 ▲
Considero no âmbito das Cruzadas do Ocidente, a Cruzada
Albigense.
A Cruzada Albigense foi levada a cabo pelo Papa Inocêncio III
contra o Catarismo, seita herética criada em 1143, que pregava o
dualismo, isto é, a existência de dois deuses, um do bem e outro do mal. Para
pôr fim a esta heresia, foi dirigida a Cruzada contra as cidades de Albi,
Toulouse e Carcassone, no Languedoc, sul de França, em 1208, últimos
redutos dos Cátaros, “sedes de Satã”, durante todo o século XIII
e parte de XIV. Foi também criada a Inquisição, em 1229, para erradicar
os Cátaros remanescentes.
● As
Cruzadas do Oriente - 1096 - 1270 ▲
Os turcos Seljúcidas acentuaram a guerra contra os cristãos,
esmagaram as forças bizantinas em Manziquerta, em 1071, conquistando,
assim, o leste e o centro da Anatólia, e Jerusalém em 1078.
Perante esta ameaça, o Papa Urbano II
convocou o Sínodo de Clermont, a 27 de Janeiro de 1095,
onde exortou os nobres, povo e prelados franceses a libertarem a Terra
Santa e a colocar Jerusalém de novo sob soberania Cristã, apresentando essa
expedição Militar sob uma forma de penitência e de obtenção de Indulgências.
Foi de tal maneira inflamado o seu discurso, que a multidão presente respondeu
em coro:
«Deus o quer!»
Esta pregação do Papa Urbano II foi secundada por Pedro
o Eremita, que percorreu o território entusiasmando o povo, que rapidamente
se transformou numa legião de trabalhadores e infortunados.
Foi assim que se formou a Cruzada Popular.
(●) A Cruzada Popular de
E lá partiu a Cruzada dos Pobres a caminho da Terra Santa em 1095, mas acabaram por ser todos dizimados pelos
turcos Seljúcidas. A caminho da Terra Santa foram atacando infiéis que viviam
na Europa e que não aceitaram a conversão ao Cristianismo. Assim, Pedro o
Eremita foi vendo as suas tropas debilitadas e incapazes de vencer o inimigo na
Ásia Menor. Quando chegaram a Constantinopla, hoje Istambul, estavam mal
equipados e mal alimentados e foram acolhidos por Aleixo I, que os alojou fora
da cidade e os tentou demover de saquearem a cidade. Mas foi mal sucedido...
Durante um mês, os Cavaleiros Turcos só observaram o que se ia passando em
redor do acampamento Cristão.
Finalmente, estes pobres Cristãos partiram para atacar a fortaleza de
Niceia, actual Iznik, que conseguiram conquistar. Não se aperceberam no entanto
que tinha sido uma ratoeira armada pelos turcos. Depois de ficarem sem água,
que foi cortada pelo sultão turco, ao fim de uma semana, foram cercados e
dizimados.
Não admira que aquela multidão de homens simples seguissem cegamente o
Eremita e partissem para uma guerra desigual, como carneiros para o matadouro,
pois o Papa Urbano II tinha prometido, por Circular enviada aos Bispos, a
remissão dos pecados e a amnistia por quaisquer crimes, e que as suas famílias
ficariam sob protecção Eclesiástica.
Mapa das 4
Primeiras Cruzadas
(●) Primeira Cruzada de
A Primeira Cruzada, propriamente dita, foi na realidade a dos Nobres e
Cavaleiros, chefiada por Godofredo de Bulhão, duque de Lorena. Também
para esta Cruzada, o Papa Urbano II prometera que todos os que morressem em
batalha contra os Muçulmanos, teriam garantida a Salvação Eterna.
As forças concentraram-se em Constantinopla, hoje Istambul, e continuaram
para a Ásia Menor, onde as lutas e as dificuldades foram muito grandes.
Godofredo de Bulhão prometera ao Imperador do Império Bizantino, cuja capital
era Constantinopla, que lhe devolveria as terras conquistadas pelos Muçulmanos.
Conquistaram os Condados de Edessa, Antioquia e Tripoli,
que formaram o Reino Latino de Jerusalém, e que foi entregue à
administração de Godofredo de Bulhão, que ficou com o título de Barão e
Defensor do Santo Sepulcro.
Ao fim de 3 anos atingiram Jerusalém que conquistaram em 1099,
depois de um cerco de 30 dias, numa sexta-feira às 3 horas da
tarde, precisamente no dia e hora em que morrera Jesus. Foi sangrenta a batalha
e violento o saque. Mas conseguiram o objectivo que era reconquistar Jerusalém.
Foi no seu cômputo geral bem sucedida.
Hoje em dia, em muita da história escrita por inimigos da Igreja
Católica, encontra-se muita adjectivação e críticas à actuação dos Cruzados,
não sendo por isso fidedignos muitos dos relatos que circulam na net e em
certas publicações.
((●)) A criação das Ordens Militares ▲
Para defender o Reino Latino de Jerusalém
foram criadas as Ordens Religiosas Militares, com os monges-cavaleiros:
● Ordem
dos Hospitalários ou Cavaleiros de São João, mais tarde apelidada de Ordem
de Malta - Instituída, em 1113, para refúgio e auxílio a Cruzados.
Funcionava no hospital dedicado a São João. Consentiu, mais tarde, a entrada de
Cavaleiros, tornando-se numa Ordem Militar. A sua sede mudou mais tarde para
Rodes na ilha de Malta e daí ter mudado de nome para Ordem Soberana e
Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta.
● Ordem
Teutónica - formada por cavaleiro alemães em 1187.
● Ordem dos
Templários ▲
A Ordem dos
Templários fundada em 1199 e que funcionava junto do
local onde outrora fora o Templo de Jerusalém. A Regra desta Ordem dos
Templários foi escrita por São Bernardo de Claraval, grande devoto da
Virgem Maria e que escreveu a Oração Memorare.
Foi São Bernardo que escreveu a última parte da Salvé-Rainha.
Foi também São Bernardo que começou a tratar a Virgem Maria por Nossa
Senhora.
A frase indelevelmente associada aos Templários é:
Non Nobis Domine, Non Nobis, Sed Nomini Tuo
ad Gloriam! (Não por nós Senhor, não por nós, mas para a glória de Teu nome!)
Ordem dos
Templários e a sua máxima
No ano 1118, Jerusalém já era um
território Cristão. Assim, nove monges veteranos da primeira Cruzada, entre
eles Hugh de Payen, dirigiram-se ao rei de Jerusalém Balduíno
I e anunciaram a intenção de fundar uma ordem de monges guerreiros.
Os denominados Pobres Cavaleiros de Cristo instalaram-se numa parte do palácio que
foi cedida por Balduíno, um local que outrora fora o
Templo de Salomão. Por isso ficaram conhecidos como Cavaleiros do Templo, ou Cavaleiros Templários.
A Ordem desenvolveu uma estrutura básica e
organizou-se numa hierarquia composta desde os sacerdotes até os soldados.
O sustento dos Templários provinha de
imensas fortunas doadas por vários reinados. A propóssito
destas doações, Filipe IV ficou a dever
fortunas à Ordem dos Templários.
Os soldados Templários recebiam
treinamento bélico; combatiam ao lado dos Cruzados na Terra Santa; conquistavam
terras; administravam povoados; extraíam minérios; construíam castelos,
catedrais, moinhos, alojamentos e oficinas; fiscalizavam o cumprimento das leis
e intervinham na política européia, além de
aprimorarem o conhecimento em medicina, astronomia e matemática.
O poder dos Templários tornou-se maior que
a Monarquia e a Igreja. Devido a
intrigas suscitadas por Filipe IV, que não conseguia pagar as suas dívidas
aos Templários, começou a manipular o Papa Clemente V, que lhe devia favores,
para que extinguisse os Templários, que começaram a ser injustamente perseguidos.
Acabou por ser dissovida a Ordem, com o assassinato
do seu último Grão Mestre Jacques de Molay, que depois de 6 anos de
encarceramento e tortura, foi queimado vivo na fogueira, donde proferiu as
últimas palavras hebraicas de maldição contra os que o perseguiram
injustamente:
"NEKAN, ADONAI!!!
CHOL-BEGOAL!!!
(“Vingança, Senhor! Abominação a todos!”)
PAPA CLEMENTE... CAVALEIRO GUILHERME DE NOGARET... REI
FILIPE…
INTIMO-OS A COMPARECEREM PERANTE O TRIBUNAL DE DEUS,
DENTRO DE UM ANO, PARA RECEBEREM O JUSTO CASTIGO.
MALDITOS! MALDITOS! TODOS MALDITOS ATÉ A DÉCIMA
TERCEIRA GERAÇÃO DAS VOSSAS RAÇAS!!!"
Jacques
de Molay na fogueira
Depois de ter clamado pela Justiça Divina, as chamas consumiram o seu
corpo, mas nem um grito de dor saiu da boca do Grão-Mestre dos Templários, e o
choque e a comoção das suas últimas terríveis palavras era visível no rosto de
todas as autoridades presentes.
+ Clemente V morreu com uma úlcera, trinta e três dias
depois.
+ Guilherme de Nogaret cai morto num Conselho Real, envenenado por “serpente
do faraó”, sete meses depois.
+ O Rei Felipe, o Belo, teve uma morte agonizante de
dias, pouco mais de seis meses depois, e não parava de murmurar no seu tormento o nome de Molay e da Ordem dos Templários. Foi sucedido por
seu filho mais velho, Luís X, o Teimoso, que só governou dois anos. Seus dois
outros filhos, Filipe V, o Alto, e Carlos IV, o Belo, tornaram-se reis da
França, mas em menos de catorze anos estavam todos mortos.
Perante as ordens do Papa no sentido de
extinguir os Templários e executar os seus cavaleiros, o Rei D. Dinis de Portugal instaurou um processo de inquérito de
forma a averiguar sobre a culpa ou inocência desses cavaleiros. O inquérito concluiu que os cavaleiros da
Ordem dos Templários estavam inocentes de todas as acusações. Em virtude
disso, nenhuma morte ocorreu.
Mais do que isso, o Rei de Portugal Dom
Dinis, resolveu o assunto com extrema inteligência e diplomacia: Retirou todos
os bens materiais da Ordem dos Templários, e transferiu-os para uma nova Ordem
que criou ao abrigo da Coroa Portuguesa.
Deu a essa nova Ordem o nome de Ordem de Cristo, cujo
o símbolo era precisamente a famosa Cruz da Cristo vermelha num fundo
branco.
Ordem
de Cristo
Em 1319, nascia assim a Ordem de Cristo, provavelmente um dos
últimos redutos na Europa onde os Templários
continuaram a existir e a viver, na persecução das suas santas metas, e conservando
os seus míticos segredos.
O Infante D. Henrique, Pedro Alvares
Cabral, Vasco da Gama entre outros, foram todos eles membros da Ordem de
Cristo, ou seja: Templários.
Infante
D. Henrique, Pedro Alvares Cabral e Vasco da Gama
As naus que aportaram no Brasil traziam a
bandeira desta nova Ordem - a Ordem de
Cristo. Pedro Álvares Cabral seria não apenas um navegador, mas um dos
altos comandantes da Ordem de Cristo, que fez uso dos mapas e cartas de
navegação dos Templárias para "descobrir" o
Brasil.
(●) Segunda Cruzada de
Os Muçulmanos reconquistaram o Condado de Edessa e foram a gota d’água
que fez com que Luís VII, Rei de França e Conrado III, Imperador da Alemanha,
arrebatados pela pregação de São Bernardo de Claraval, organizassem a
Segunda Cruzada.
Os Cruzados foram dizimados e não obtiveram resultados satisfatórios.
(●) Terceira Cruzada de
Jerusalém foi reconquistada por Saladino, sultão do Egipto e nova Cruzada
foi pregada pelo Papa Gregório VIII e contou com a participação dos três
Reis mais poderosos da Europa - Filipe Augusto, Rei de França, Frederico Barba
Ruiva, da Alemanha e Ricardo Coração de Leão de Inglaterra. Esta Cruzada ficou
conhecida pela Cruzada dos Reis.
Só conseguiram a conquista de São João de Acre e não libertaram
Jerusalém. No entanto, Ricardo Coração de Leão acabou por chegar a um acordo
com Saladino, para que os cristãos mantivessem o direito de peregrinação a
Jerusalém, desde que desarmados. Jerusalém continuou nas mãos dos Muçulmanos.
Ricardo Coração de Leão morreu na Ásia Menor por tomar um banho depois de
comer.
(●) Quarta Cruzada de
O Papa Inocêncio III pregou mais uma Cruzada para libertar
Jerusalém. Só acorreram os senhores feudais. Esta Cruzada desviou-se dos seus
objectivos e acabou com a conquista e saque de Constantinopla, sendo
substituído o Império Bizantino pelo Império Latino de Constantinopla. A
ganância dos senhores feudais, esqueceram a Terra Santa, e fez com que se
destruíssem muitos tesouros artísticos em Constantinopla, para ficarem com o
ouro e jóias que os ornamentavam.
(●) Quinta Cruzada de
A partir desta Cruzada, elas perderam o carácter religioso. Reinava mais
o interesse lucrativo que o ardor da Fé. A Cruzada foi pregada pela Papa
Inocêncio III e só acorreu André, Rei da Hungria.
Conseguiu algumas vitórias mas não obteve os resultados pretendidos.
(●) Sexta Cruzada de
Esta Sexta Cruzada foi liderada pelo imperador Frederico II, que tinha
sido excomungado pelo Papa. Para lhe ser levantada a excomunhão, partiu com um
exército que foi diminuindo com as deserções. Aproveitando-se das discórdias
entre os muçulmanos, Frederico II conseguiu, por intermédio da
diplomacia, um tratado com o sultão, que lhe concedeu a
posse de Jerusalém, Belém e Nazaré por dez anos, onde
podiam ser feitas peregrinações pelos Cristãos. Mas como este acordo não era
duradouro e não satisfazia os objectivos traçados, voltou a ser excomungado
pelo Papa.
(●) Sétima Cruzada de
Esta Cruzada foi liderada por Luís IX, Rei de França. Luís IX foi
preso pelo sultão do Egipto, e a sua libertação só obtida à custa de um enorme
resgate.
O resultado desta Cruzada foi um inteiro desastre, fora o facto do Rei de
França ter conseguido comprar ao Imperador de Constantinopla as Relíquias da
Paixão de Cristo por uma fortuna imensa. Para guardar estas Relíquias,
entre as quais estava a coroa de Espinhos, mandou construir em Paris a Sainte
Chapelle, na ilha de la Cité no meio do rio Sena. Esta Coroa de
Espinhos de Cristo, comprada ao imperador latino de Constantinopla, Balduíno
II, custou a exorbitante soma de
(●) Oitava Cruzada de 1270 ▲
Esta Cruzada também foi liderada por Luís IX, Rei de França, que
mais tarde foi canonizado. O seu objectivo era converter o sultão de
Tunis, no norte de África. Quando desembarcou foi logo atacado e uma grande
epidemia dizimou as tropas e matou o próprio Rei.
O resultado desta Cruzada foi também desastroso.
(●) Era pós Cruzadas ▲
Nos anos que se seguiram, aumentaram as perseguições aos peregrinos,
contrariando o acordado. Em 1289, o sultão mameluco Qalawun investiu sobre
o que restava do Condado de Tripoli, cercou a capital, Tripoli, e
tomou-a depois de um sangrento assalto.
Em 1291 o sultão sitiou Acre, onde morreu e acabou com o último
estado Cruzado independente na Terra Santa. Mesmo com o auxílio dos Templários,
dos Hospitalares e Teutónicos, Acre não resistiu, caindo assim o último bastião
dos Cristãos na Terra Santa.
Os poucos territórios estabelecidos pelos Cruzados que restavam
no Médio Oriente foram reconquistados pelos muçulmanos. O centro
nevrálgico dos Cruzados acabou sendo na ilha de Chipre. Sua última posição
segura na Terra Santa, a ilha de Rodes, foi perdida em 1303. O
período das Cruzadas na Terra Santa estava terminado, quase duzentos anos
depois do Papa Urbano II iniciar sua pregação no Sínodo de Clermont.
● A última
Cruzada, a Batalha de Lepanto ▲
A ameaça constante dos Muçulmanos e as lutas com eles, infelizmente, não
acabaram com a era das Cruzadas, e se com o Ocidente correram bem, no Oriente
correram mal. O Islão continuou os seus ataques e ameaças, até que se deu a
estrondosa vitória dos Cristãos na Batalha de Lepanto, a 7 de Outubro de
1571, em que a Armada Católica, auxiliada pela Virgem Maria derrotou a
poderosa frota Otomana, numa Cruzada tardia, mas bem sucedida.
Dom João de
Áustria e o Papa Pio V antes de partir para Lepanto
A
Batalha de Lepanto é lembrada como uma vitória da Igreja sobre o
avanço dos Muçulmanos (Império Otomano) que pretendiam estender seus domínios e
assim acabar com o Cristianismo na Europa. É uma vitória, que dependeu da
aliança de Reis Católicos, muitos deles em conflito uns com os outros. Mas
também é atribuída à intervenção da Virgem Maria do Rosário. O Papa
São Pio V sempre confiou firme e piamente na Oração, especialmente do
Rosário, no Jejum e na Penitência para alcançar essa vitória.
Dessa guerra surgiu o culto a Nossa Senhora da Vitória, Nossa
Senhora Auxiliadora dos Cristãos, e foi marcada também como a Festa
de Nossa Senhora do Rosário, todos os títulos usados para a Virgem
Maria durante e após, quando lembrada, a Batalha de Lepanto.
Em 1570, os Turcos Otomanos invadiram a Ilha de Chipre, que ia permitir
aos turcos o domínio do Mediterrâneo.
Sob a égide e mediação do Pontífice Romano, começaram as negociações.
Com um discurso inflamado, o Papa Pio V convocou a todos para uma nova Cruzada. O
Papa nomeia Dom João de Áustria como chefe da Armada Católica e
lembra-lhe que ele ia combater pela Fé Católica e de que, por isso,
Deus lhe daria a Vitória.
O Papa envia
às tropas, já deslocadas, o estandarte da Liga Santa. Era
de damasco de seda azul e ostentava a imagem de Jesus Crucificado, tendo aos
seus pés as armas do Papa, da Espanha, de Veneza e de Dom João.
Estandarte da Liga
Santa para a Batalha de Lepanto
A 6 de Outubro de 1570, chegou a notícia de que
Famagusta, capital de Chipre, caíra em poder do Crescente e que o general
Mustafá cometera as piores atrocidades com o comandante da praça, Marco
Antonio Bragadino, a quem mandou esfolar vivo e cuja pele, cheia de
palha, fez circular por toda a cidade.
Dom João de
Áustria, para preservar o carácter sacral da expedição, tomou as seguintes
Medidas Morais:
1) Proibiu
a presença de mulheres a bordo.
2) Cominou pena de morte para os que proferissem blasfémias.
3) Enquanto esperava o regresso de uma esquadrilha de reconhecimento, determinou
que todos jejuassem três dias e que todos os 81.000
marinheiros e soldados se confessassem e comungassem, e o mesmo
deviam fazer os condenados que remavam nas galeras.
A frota turca contava com 286 navios contra os 208 navios
da frota Cristã. O vento soprava de leste, favorável aos infiéis, enquanto que
os católicos tinham que se mover à força de remos.
O comandante supremo passou em revista as tropas e apresentou-se aos
nobres e à tripulação de cada nau, levando na mão um Crucifixo, e
conclamava com ardor para o combate iminente:
“Este é o dia
em que a Cristandade deve mostrar o seu poder, para aniquilar esta seita maldita
e obter uma vitória sem precedentes.”
E, mais adiante:
“É pela
vontade de Deus que viestes todos até aqui, para castigar o furor e a maldade
destes cães bárbaros. Todos cuidem de cumprir seu dever. Ponde vossa esperança
unicamente no Deus dos Exércitos, que rege e governa o mundo e o universo.” A
outros dizia:
“Lembrai-vos
de que combateis pela Fé: nenhum poltrão ganhará o Céu.”
Distribuía Escapulários, Medalhas e Rosários.
O Vento mudou inesperadamente! O primeiro tiro que partiu contra os infiéis,
afundou-lhes uma galera. Aos gritos de “Vitória. Vitória. Viva Cristo!”,
os Cruzados lançaram-se com toda a energia para a batalha.
Seguiu-se um
encarniçado e terrível combate.
O generalíssimo dos infiéis foi morto e o seu corpo foi arrastado até os
pés de Dom João. Um soldado espanhol avançou sobre ele e cortou-lhe a cabeça.
Esta, por ordem do Príncipe, foi então erguida na ponta de uma lança para que
todos a vissem. Um clamor de alegria vitoriosa levantou-se da capitania
Católica. Os turcos estavam derrotados, e o pânico espalhou-se de imediato
entre as hostes inimigas a partir do momento em que o estandarte de Cristo
começou a drapejar sobre a “sultana”. Os restos da esquadra inimiga bateu em
retirada e dispersou-se.
Soube-se depois que, no maior fragor da batalha, os
soldados Muçulmanos tinham avistado acima dos mais altos mastros da Esquadra
Católica, uma Senhora que os aterrava com seu aspecto majestoso e
ameaçador.
A Virgem Maria
avistada sobre os mastros da frota Católica na Batalha de Lepanto
Em Roma, o Papa aguardava notícias.
- Redobrara de orações e jejuns
pela vitória e instava para que Monges, Cardeais e fiéis rezassem o Rosário e
jejuassem pela mesma intenção.
-
Confiava
na eficácia do Rosário.
No dia 7 de Outubro de 1571 o Papa trabalhava com seu Tesoureiro,
Donato Cesi, o qual lhe expunha problemas financeiros. De repente, afastou-se
dele, abriu uma janela e entrou em êxtase. Logo depois voltou-se para o
Tesoureiro e disse-lhe:
“Ide com Deus.
Agora não é hora de negócios, mas sim de dar Graças a Jesus Cristo, pois nossa
esquadra acaba de vencer.” E dirigiu-se para a sua Capela para Rezar!
Visão do Papa Pio
V
Só duas semanas depois chegam as notícias da vitória. Na noite do 21 para
22 de Outubro, o cardeal Rusticucci acordou o Papa, para confirmar a visão que
ele tinha tido!
● Conclusões
▲
O Espírito das Cruzadas deve ficar nas nossas mentes para que não
esqueçamos os sacrifícios que muitos Cruzados fizeram em defesa e prol da
Igreja Católica e da Terra Santa.
Devem ecoar nos nossos corações as promessas de Jesus Cristo, feitas na
Aparição a Dom Afonso Henriques:
Aparição de Jesus a D. Afonso Henriques, em 24 de Julho de 1139.
Crónicas de D. Afonso Henriques de Frei António Brandão.
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