APOCALIPSE

interpretado

SEGUNDO A REVELAÇÃO PRIVADA

E A DOUTRINA DA IGREJA CATÓLICA

 

Olho de Deus

Apocalipse editado

 

BÊNÇÃO ESPECIAL  

 

Editorial do dia 8 de Março de 2015  

 

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Nesta Página da Amen, pode encontrar a abordagem do Tema Global do

APOCALIPSE

ÍNDICE 

 O que é o Apocalipse

 A impossível interpretação rigorosa do Apocalipse

 Tabela de Interpretação segundo as principais Revelações Privadas

 Ajuda à interpretação da citação dos “mil anos”

 Conclusões

 

 O que é o Apocalipse

O Apocalipse é o último livro da Bíblia e do Novo Testamento, e o seu nome, de etimologia grega, significa Revelação. Foi escrito por São João Evangelista, na ilha de Patmos, pequena ilha do mar Egeu para onde o Apóstolo foi desTerrado, entre os anos 75 a 90 da nossa era. Em algumas traduções Bíblicas este Livro aparece sob o título de Revelação (Revelation).

Pelas visões que Jesus concedeu ao Seu discípulo amado, João, dá-lhe a conhecer a história da Salvação, especialmente o que há-de acontecer no futuro, mas ilustrando-o também com visões do passado.

Muito pensam que só se encontram descritos, de forma enigmática, os acontecimentos futuros, mas não. O Apocalipse descreve os grandes marcos da história passada e futura da Salvação. Antes e depois da vida de São João, como veremos adiante nalgumas das Revelações Privadas.

A linguagem usada por São João é simbólica e enigmática, primeiro porque descreve visões que lhe foram dadas por Jesus Cristo, e em segundo lugar porque foi vontade Divina que o texto fosse selado e permanecesse envolto em dúvidas quanto ao futuro da humanidade.

Em praticamente todas as Bíblias, cada um dos Livros da Sagrada Escritura, é precedido de um texto introdutório e explicativo. O mesmo se passa com o Apocalipse. Este texto difere de Bíblia para Bíblia e consoante a época em que as Bíblias são publicadas. Também difere consoante a corrente “cristã” que as publica. Assim, as Bíblias protestantes têm um texto introdutório diferente das Bíblias Católicas e assim por diante.

A Bíblia Católica dos Capuchinhos, que reputo de ter uma das traduções mais fidedignas, tem no entanto um texto introdutório ao Apocalipse perfeitamente tenebroso, cheio de conjecturas e suposições aberrantes e indício de falta de Fé. Parece ter sido escrito por homens ateus e que olharam para os textos Sagrados, como meros estudiosos de documentação histórica e destituídos totalmente da crença de que foram inspirados pelo Espírito Santo, e que como tal, só podem ser devidamente interpretados à Luz do mesmo Espírito Santo. As sugestões feitas na introdução, quanto à sua autoria e forma de escrita, são perfeitamente apóstatas, contrariando de forma objectiva o texto do Apocalipse. Com esta posição, abrem a porta ao esvaziamento total dos significados mais profundos que se podem encontrar no seu texto.

Já a Bíblia Católica de Jerusalém, tem um texto bem mais coerente com os ensinamentos Doutrinais da Igreja Católica.

Da mesma forma a Bíblia de estudo Pentecostal, de João Ferreira de Almeida, português que viveu no século XVII e fez a primeira tradução da Bíblia para português em 1681, tem na sua versão revista e corrigida de 1995, uma das melhores introduções. Aliás, ressalvando o facto de não ter todos os livros do Antigo Testamento, e de alguns aspectos de interpretação escatológica, é das melhores traduções disponíveis na língua portuguesa, quer no texto propriamente dito quer nas chamadas e no cruzamento de informações.

O que é o Apocalipse, está definido logo no Capítulo 1:

Apocalipse 1,1-3

1 Revelação de Jesus Cristo, que lhe foi confiada por Deus para manifestar aos seus servos o que deve acontecer em breve. Ele, por sua vez, por intermédio de seu anjo, comunicou ao seu servo João,

2 o qual atesta, como palavra de Deus, o testemunho de Jesus Cristo e tudo o que viu.

3 Feliz o leitor e os ouvintes se observarem as coisas nela escritas, porque o tempo está próximo.

 

Os exegetas bíblicos, mantendo-se meramente no campo racional, conseguiram vislumbrar diferentes interpretações do texto do Apocalipse, e as classificaram da seguinte maneira:

(1) A escola de interpretação preterista considera que o livro e as suas profecias se cumpriram no contexto histórico original do império romano, a não ser os capítulos 19-22, que aguardam cumprimento.

(2) A interpretação historicista entende que o Apocalipse é uma previsão profética do quadro total da história da igreja, partindo de João até o fim da nossa presente era.

(3) A interpretação idealista considera o simbolismo do livro como a expressão de, certos princípios, espirituais, sem limitação de tempo, referidos ao bem e ao mal, através da história, sem se prender a eventos históricos.

(4) A interpretação futurista considera os capítulos 4 a 22 como profecias de eventos da história, que ocorrerão somente no fim desta nossa era.

Mas eu acredito que esta Revelação Divina feita por Jesus a São João, é de tal maneira poderosa e plena de Sabedoria, que não se destina a uma única época, mas sim a todas as épocas. Pela Fé Divina, que é Dom de Deus, acredito que o poder do Texto Sagrado do Apocalipse, o qual brotou directamente do Espírito Santo, e que ficou comprovado pela descoberta do Código da Bíblia, permitiu conter uma mensagem para o povo de Deus ao longo da história, ganhando diferentes significados para cada geração. Acredito, pois, que o Apocalipse deve ser lido tendo em vista e capacitando estas 4 diferentes interpretações do seu texto.

 

 A impossível interpretação rigorosa do Apocalipse

Quase todo o texto do Apocalipse está escrito numa linguagem simbólica e enigmática, fazendo dele um livro selado, ou seja, cuja interpretação só será dada, nos tempos que Deus assim o entender mais conveniente. Aos poucos, à medida que o tempo avança, Deus vai desselando alguns dos capítulos do Apocalipse, dando assim à humanidade os meios para melhor lidar com a realidade histórica.

Este desselar dos textos Apocalípticos pode ocorrer por definição Doutrinária da Igreja Católica ou por meio de Revelações Privadas, concedidas por Deus aos seus escolhidos.

Fora destas duas anteriores hipóteses, inúmeras outras interpretações podem ser dadas, mas nenhuma fidedigna ou merecedora de crédito. É por isso que podemos encontrar as interpretações mais descabidas e estapafúrdias que se possam imaginar. A nenhuma deve ser dado crédito.

Uma outra noção que é bom ter é de que nem toda a narrativa apocalíptica é cronológica, pois acontece em diversas passagens que os temas são abordados não sequencialmente, bem como serem tratados mais do que uma vez, ou tratados como sendo um só acontecimento, mas na realidade estando a se referir a mais do que um.

Para não sermos induzidos em erro por falsas interpretações do Apocalipse, especialmente as que têm a sua proveniência em igrejas e exegetas protestantes, mas que surgem de forma encapotada vindas de diversas fontes, temos de conhecer se existe ou não alguma das seguintes situações:

Definição Doutrinária da Igreja e que conste do Catecismo da Igreja Católica,

Algum documento do Magistério da Igreja, ou

Definição dogmática em que o Papa fale Ex-cathedra, ou

Alguma Revelação Privada fidedigna que tenha dado a correcta interpretação do texto em questão.

Só nas anteriores situações podemos fazer Fé com segurança e deixar que norteiem a nossa vida.

Assim sendo, e já que as definições por parte da Igreja são poucas, vou apresentar seguidamente as Revelações Privadas que interpretam algumas das passagens Apocalípticas mais enigmáticas.

O texto Apocalíptico contém passagens enigmáticas e seladas para serem aceites pelos humildes e simples, e que funcionam propositadamente como tropeço para os orgulhosos e doutos da ciência dos homens, tal como vem referido nas Sagradas Excrituras:

 Mateus 11,25

25 Naquele tempo, Jesus disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos.

1 Coríntios 3,18

18 Ninguém se iluda. Se alguém de vocês pensa que é sábio segundo os critérios deste mundo, torne-se louco para chegar a ser sábio; 19 pois a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus. De fato, a Escritura diz: “Deus apanha os sábios na sua própria esperteza.”

 A Interpretação segundo as principais Revelações Privadas

Para facilitar a procura dos textos interpretados, vou seguir a ordem dos Capítulos do Apocalipse, e só apresentarei as passagens mais candentes e polémicas, sobre as quais as Revelações Privadas fazem Luz.

As Revelações Privadas de que apresentarei interpretações são as 3 seguintes:

Mística Cidade de Deus - vida da Virgem Maria - Sor Maria de Jesus de Agreda, ano de 1647.

Abreviatura - MCD-T#-# (Versão brasileira em papel ou pdf-Tomo-Página)

Para ler mais dos textos referenciados, pode transferir (fazer o download) da obra completa em brasileiro, ultrapassando os avisos de segurança, em formato pdf, nos seguintes Links:

TOMO 1

TOMO 2

TOMO 3

TOMO 4

Cadernos de 1943 a 1950 - Maria Valtorta. Abreviatura - Cad Ano-Data

Para ler mais dos textos referenciados, pode transferir (fazer o download) da obra completa em espanhol, ultrapassando os avisos de segurança, em formato pdf, nos seguintes Links:

Cadernos de 1943

Cadernos de 1944

Cadernos de 1945 a 1950 incompleto copiável

Cadernos de 1945 a 1950 completo incopiável

Aos Sacerdotes, filhos predilectos de Nossa Senhora - Padre Stefano Gobbi, ano de 1997. Abreviatura - Gob dd-mm-aa

Para ler mais dos textos referenciados, pode ler mais passagens em português, no seguinte Link da Amen:

Extracto das passagens proféticas, das mensagens da Virgem Maria dadas ao Padre Gobbi

 

 

As linhas da Tabela de Interpretação estão por ordem dos Capítulos e Versículos do Apocalipse 

Capítulos:    1  2  3  4  5  6  7  8  9  10  11  12  13  14  15  16  17  18  19  20  21  22

Apocalipse

Revelação Privada

Notas

Capítulo 1 

 

 

Apocalipse 1,1

1 Esta é a revelação de Jesus Cristo: Deus a concedeu a Jesus, para ele mostrar aos seus servos as coisas que devem acontecer muito em breve. Deus enviou ao seu servo João o Anjo, que lhe mostrou estas coisas através de sinais.

Apocalipse 1,2

2 João testemunha que tudo quanto viu é Palavra de Deus e

Testemunho de Jesus Cristo.

Apocalipse 1,3

3 Feliz aquele que lê e aqueles que escutam as palavras desta profecia, se praticarem o que nela está escrito. Pois o tempo está próximo.

Apocalipse 1,4

4 João às sete igrejas que estão na região da Ásia. Desejo a vocês a graça e a paz da parte daquele-que-é, que-era e que-vem; da parte dos sete Espíritos que estão diante do trono de Deus;

Apocalipse 1,5

5 e da parte de Jesus Cristo, a Testemunha fiel, o Primeiro a ressuscitar dos mortos, o Chefe dos reis da terra.

A Jesus, que nos ama e nos libertou de nossos pecados por meio do seu sangue,

Apocalipse 1,6

6 e que fez de nós um reino, sacerdotes para Deus, seu Pai - a Jesus, a glória e o poder para sempre. Amen.

Cad 1950 - Setembro a Novembro

(Longa dissertação teológica…)

A partir da pág. 507 até a 530 dos Cadernos de Maria Valtorta do ano de 1950.

Apocalipse 1,7

7 Ele vem com as nuvens; e o mundo todo o verá, até mesmo aqueles que o trespassaram. E todos os povos do mundo baterão no peito por causa dele. É isso mesmo! Assim seja!

MCD-T3-328

Inutilidade da redenção para os que se perdem

1295. Minha filha, diz o Evangelho (João 5, 27) que o Pai eterno deu a seu e meu Unigénito, o poder para julgar e condenar os réprobos no último dia do juízo universal. Isto foi muito conveniente. Os réus verão o supremo Juiz (Ap 1,7) por cuja divina rectidão serão condenados. Vê-lo-ão naquela mesma forma de sua humanidade santíssima em que foram redimidos, e nela os tormentos e opróbrios que padeceu para resgatá-los da eterna condenação.

No próprio juiz verão a acusação, da qual não poderão se defender. Esta confusão será o princípio da pena eterna que mereceram por sua obstinada ingratidão. Então será demonstrada e conhecida a grandeza da piedosíssima misericórdia, com que foram redimidos e a razão da justiça, com que são condenados.

 

Apocalipse 1,8

8 Eu sou o Alfa e o Ómega, diz o Senhor Deus, Aquele-que-é, que-era e que-vem, o Deus Todo-poderoso.

MCD-T3-327

Dolorosos lamentos da Virgem Mãe

1293. Amor e bem de minha alma, Filho e Senhor meu, sois digno de que todas as criaturas vos reverenciem, honrem e louvem. Assim o devem fazer, porque sois a imagem do eterno Pai e figura de sua substância (Heb 1,3), princípio e fim de toda santidade (Ap 1,8).

 

Apocalipse 1,9

9 Eu, João, irmão e vosso companheiro neste tempo de tribulação, na realeza e na perseverança em Jesus, eu estava exilado na ilha de Patmos, por causa da Palavra de Deus e

do testemunho de Jesus.

Apocalipse 1,10

10 No dia do Senhor, o Espírito tomou conta de mim. E atrás de mim ouvi uma voz

forte como trombeta, que dizia:

Apocalipse 1,11

11 “Escreva num livro tudo o que tu estás vendo. Depois mande para as

sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.”

Apocalipse 1,12

12 Virei-me para ver a voz que me falava. E vi sete candelabros de ouro.

Apocalipse 1,13

13 No meio dos candelabros estava alguém: parecia um filho de Homem, vestido de longa túnica; no peito, um cinto de ouro;

Apocalipse 1,14

14 cabelos brancos como lã, como neve; os olhos pareciam uma chama de fogo; Apocalipse 1,15

15 os pés eram como bronze no forno, cor de brasa; a voz era como o estrondo de águas torrenciais;

Apocalipse 1,16

16 na mão direita ele tinha sete estrelas; de sua boca saía uma espada afiada, de dois cortes; seu rosto era como o sol brilhante do meio-dia.

Apocalipse 1,17

17 Quando o vi, caí como morto a seus pés. Ele colocou a mão direita sobre mim e me encorajou:

“Não tenha medo. Eu sou o Primeiro e o Último.

Apocalipse 1,18

18 Sou o Vivente. Estive morto, mas estou vivo para sempre.

Tenho as chaves da morte e da morada dos mortos.

Apocalipse 1,19

19 Escreva o que tu viste: tanto as coisas presentes como as que devem acontecer depois delas.

Apocalipse 1,20

20 Quer saber o mistério das sete estrelas que tu viste na

minha mão direita? E dos sete candelabros de ouro? As sete estrelas são os Anjos das sete igrejas; e os sete

candelabros são as sete igrejas.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Estas sete igrejas localizavam-se todas na actual Turquia, não muito distantes da ilha de Patmos.

Também segundo certos exegetas, estas igrejas citadas representariam também a Igreja nas diferentes fases por que passariam ao longo da história.

Capítulo 2  

 

 

 

(Índice do Apocalipse 2 e 3 - e as Igrejas

1  Éfeso

8  Esmirna

12 Pérgamo

18 Tiatira

Apocalipse 3 - As Igrejas

1  Sardes

7  Filadélfia

14 Laodiceia)

Cad 1950 - Setembro a Novembro

João, ao ver as sete igrejas de então, as sete luzes mais ou menos luminosas de então, não só viu aquelas, mas também as demais igrejas que haviam de formar-se, através dos séculos, como também anteviu o que aconteceu e o que havia de acontecer na Terra, no Céu e nos infernos.

Viu: as luzes, de santidade, as sombras de injustiça, o crescer da humanidade, ou melhor dito, da materialidade; o acender da caridade e da sabedoria nutrida por ela elevando-se, ao Céu.

Segundo certos exegetas, as sete igrejas do Apocalipse, e como sugerido por Jesus a Maria Valtorta, nos seus Cadernos de 1950, teriam  os seguintes significados simbólicos para as diferentes épocas da história, e que seguem.

Apocalipse 2,1

Éfeso

1 “Escreva ao Anjo da igreja de Éfeso. Assim diz aquele que tem na mão direita as sete estrelas, aquele que está andando no meio dos sete candelabros de ouro:

Apocalipse 2,2

2 Conheço a tua conduta, teu esforço e tua perseverança. Sei que tu não suportas os maus. Apareceram alguns dizendo que eram apóstolos.

tu os provaste e descobriste que não eram. Eram mentirosos.

Apocalipse 2,3

3 Tu é perseverante. Sofreste por causa do meu nome, e não desanimaste.

Apocalipse 2,4

4 Mas há uma coisa que eu reprovo: tu abandonaste o teu primeiro amor.

Apocalipse 2,5

5 Presta atenção: repara onde tu caiste, converte-te e retoma o caminho de antes. Caso contrário, se não te converteres, eu chego e arranco da posição em que está o candelabro que tu tens.

Apocalipse 2,6

6 Ainda uma coisa boa tu tens: detestas a conduta dos nicolaítas. Também eu detesto.

Apocalipse 2,7

7 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor eu darei como prémio comer da árvore da vida que está no paraíso de Deus.”

Apocalipse 2,8

Esmirna

8 “Escreve ao Anjo da igreja de Esmirna. Assim diz o Primeiro e o Último, aquele que esteve morto, mas voltou à vida:

 

 

Éfeso foi a era da pureza apostólica da Igreja durante o primeiro século da era cristã, cuja Igreja foi fundada a partir da morte de Jesus, através de seus apóstolos - período que durou até mais ou menos o ano 100, com a morte do último dos apóstolos - João, o mensageiro da Revelação ou Apocalipse. A ilha de Palmos, onde João estava exilado, fica bem próxima de Éfeso e de Esmirna.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Esmirna representou uma era de perseguição e martírio para os crentes da Igreja, dos anos 100 a 313-dc.

 

Apocalipse 2,9

9 Conheço sua tribulação e tua pobreza. Mas tu és rico. Alguns que se dizem judeus andaram blasfemando. Mas eles de facto não são judeus. Eles formam, sim, uma sinagoga de Satanás.

MCD-T3-52

A fé, fundamento da Igreja

807. O fundamento imutável de nossa justificação e a raiz de toda santidade é a fé nas verdades que Deus revelou à sua santa Igreja. Fundou-a sobre esta firmeza, como arquitecto prudentíssimo que edifica sua casa sobre pedra inabalável, contra a qual nada podem os ímpetos das chuvas e enxurradas (Lc 6,48).

Esta é a estabilidade invencível da Igreja evangélica que é única, católica e romana. Una pela unidade da fé (1Tim 3, 15), esperança e caridade que nela se fundam. Una sem divisões (1Cor 1,13) nem contradições, como existem em todas as sinagogas de Satanás (Ap 2,9). Estas são as falsas seitas, erros, heresias tão tenebrosas que não só se contradizem umas às outras e todas à razão, mas ainda contradizem-se consigo mesmas, afirmando e crendo coisas contrárias entre si e que se anulam mutuamente.

 

Apocalipse 2,10

10 Não tenha medo do sofrimento que vai chegar. O diabo vai levar alguns de vós para a cadeia.

Será para vós uma provação. Mas a tribulação não vai durar mais que dez dias. Sê fiel até à morte.

Eu lhe darei em prémio a coroa da vida.

Apocalipse 2,11

11 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O vencedor ficará livre da segunda morte.”

Apocalipse 2,12

Pérgamo

12 “Escreva ao Anjo da igreja de Pérgamo. Assim diz aquele que tem a espada afiada, de dois cortes:

Apocalipse 2,13

13 Conheço o lugar onde tu moras: é aí onde fica o trono de Satanás. Mas tu manténs firme o meu nome. Tu não renegaste a fé, nem mesmo no tempo de Antipas. Ele era minha testemunha fiel, e foi morto no meio de vós, aí onde mora Satanás.

Apocalipse 2,14

14 Mas tu tem umas coisas que eu reprovo: muita gente

por aí segue a doutrina de Balaão, aquele que ensinava Balac a colocar pedra de tropeço no caminho do povo de Israel. Ele queria que os filhos de Israel comessem da carne oferecida aos ídolos. Queria que se prostituíssem.

Apocalipse 2,15

15 Muita gente por aí também vai atrás da doutrina dos nicolaítas.

Apocalipse 2,16

16 Vamos! Converte-te! Caso contrário, logo, eu venho combater-vos com a espada da minha boca.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pérgamo significou a época da corrupção da doutrina cristã com o Estado e a introdução do paganismo na Igreja, nos séculos 4, 5, até à metade do século 6.

 

Apocalipse 2,17

17 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor darei um prémio: o maná escondido. Darei também uma pedrinha branca a cada um. Nela está escrito um nome novo, que ninguém conhece; só quem recebeu.

MCD-T3-75

Venham os mais pobres e aflitos que, se me responderem e seguirem, ofereço-lhes minha poderosa protecção e amparo, e intercederei junto a meu Filho, pedindo o maná escondido (Ap 2,17) que lhes dará alimento e vida.

 

Apocalipse 2,18

Tiatira

18 “Escreve ao Anjo da igreja de Tiatira. Assim diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chamas de fogo e os pés como bronze em brasa:

Apocalipse 2,19

19 Conheço tua conduta: o amor, a fé, a dedicação, a perseverança e as tuas obras mais recentes, ainda mais numerosas que as primeiras.

Apocalipse 2,20

20 Mas, há uma coisa que eu reprovo: tu nem sequer te incomodas com Jezabel, essa mulher que se diz profetisa. Ela ensina e seduz meus servos a se prostituírem, comendo carne oferecida aos ídolos.

Apocalipse 2,21

21 Já dei um prazo para ela se converter.

Mas ela não quer largar a sua prostituição.

Apocalipse 2,22

22 Vou lançá-la num leito de doença, e aos que cometem adultério com ela vou lançá-los numa grande tribulação, a menos que se convertam de sua conduta.

Apocalipse 2,23

23 Farei também com que os filhos dela morram, para que as igrejas fiquem sabendo quem eu sou: conheço bem dentro de cada um, os rins e o coração; vou retribuir de acordo com a conduta de cada um.

Apocalipse 2,24

24 Sei que muitos de vós em Tiatira não seguem essa doutrina, não conhecem as ‘profundezas de Satanás', como

dizem eles. Sobre vocês eu não coloco outro peso.

Apocalipse 2,25

25 Mas fiquem firmes naquilo que já têm, até que eu venha.

Apocalipse 2,26

26 Ao vencedor, ao que observar a minha conduta até o fim, eu lhe darei autoridade sobre as nações;

Apocalipse 2,27

27 o vencedor governará com ceptro de ferro, podendo quebrar as nações como vasos de barro.

Apocalipse 2,28

28 Pois também eu recebi do Pai esse poder. Vou dar ao vencedor também a Estrela da manhã.

Apocalipse 2,29

29 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

 

Tiatira simbolizou um tempo de apostasia, que foi dos séculos 6 ao 15 - período conhecido como a idade média, onde a idolatria e a corrupção religiosa introduziu-se abertamente no seio da Igreja cristã, com a consolidação do paganismo.

 

Capítulo 3 

 

 

Apocalipse 3,1

Sardes

1 “Escreve ao Anjo da igreja de Sardes. Assim diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço tua conduta: tu tens fama de estar vivo, mas está morto.

Apocalipse 3,2

2 Presta muita atenção para não deixar morrer o resto que ainda está vivo, pois acho que tua conduta não é perfeita diante do meu Deus.

Apocalipse 3,3

3 Lembra-te de como tu recebeste e ouviste. Pratica e converte-te! Se te não vigiares, eu venho como ladrão. E tu vais te surpreender, porque não sabes a hora.

Apocalipse 3,4

4 Sei que aí em Sardes existem algumas pessoas que não sujaram a roupa. Estas vão andar comigo, vestidas de branco, pois são pessoas dignas.

Apocalipse 3,5

5 O vencedor vestirá a roupa branca. E o nome dele não será apagado do livro da vida. Faço questão de dizer o nome dele diante de meu Pai e dos seus anjos.

Apocalipse 3,6

6 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

Apocalipse 3,7

Filadélfia

7 “Escreve ao Anjo da igreja de Filadélfia. Assim diz o Santo, o Verdadeiro, aquele que tem a chave de David, aquele que abre e ninguém fecha, aquele que fecha e ninguém mais abre:

Apocalipse 3,8

8 Conheço tua conduta; coloquei à tua frente uma porta aberta, que ninguém mais poderá fechar. Pois tu tens pouca força, mas guardaste minha palavra e não renegaste meu nome.

Apocalipse 3,9

9 Sei que existem por aí alguns que se dizem judeus; são mentirosos, da sinagoga de Satanás. Vou entregá-los a ti. Eles vão ter que ajoelhar aos teus pés e reconhecer que eu te amo.

Apocalipse 3,10

10 Uma vez que tu guardaste a minha ordem para perseverar, eu também guardarei tua da hora da tentação. Essa hora virá sobre o mundo inteiro, para pôr à prova os

habitantes da terra.

Apocalipse 3,11

11 Eu venho logo! Segura firme o que tu tens, para ninguém tomar a tua coroa.

Apocalipse 3,12

12 Ao vencedor, farei dele uma coluna no templo do meu Deus; e aí ficará firme para sempre. Gravarei nele o nome do meu Deus; gravarei o nome da Cidade do meu Deus: ‘A Nova Jerusalém, que desce do céu, de junto do meu Deus'. Gravarei no vencedor o meu novo nome.

Apocalipse 3,13

13 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

Apocalipse 3,14

Laodicéia

14 “Escreve ao Anjo da igreja de Laodicéia. Assim diz o Amen, a Testemunha fiel e verdadeira, o Princípio da criação de Deus:

Apocalipse 3,15

15 Conheço sua conduta: tu não és frio nem quente. Quem dera que fosses frio ou quente!

Apocalipse 3,16

16 Porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te da minha boca.

Apocalipse 3,17

17 Tu dizes:

‘Sou rico! E agora que sou rico, não preciso de mais nada'. Pois então escuta: Tu és infeliz, miserável, pobre, cego e nu. E nem sabes disso.

Apocalipse 3,18

18 Queres um conselho? Queres mesmo ficar rico? Então compra o meu ouro, ouro puro, derretido no fogo. Queres te vestir bem? Compra minhas roupas brancas, para cobrir a

vergonha da tua nudez. Estás querendo enxergar? Pois eu tenho o colírio para teus olhos.

Apocalipse 3,19

19 Quanto a mim, repreendo e educo todos aqueles que amo. Portanto, sê fervoroso e muda de vida!

Apocalipse 3,20

20 Já estou chegando e batendo à porta. Quem ouvir minha voz e abrir a porta, eu entro em sua casa e janto com ele, e ele comigo.

Apocalipse 3,21

21 Ao vencedor, darei um prémio: vai sentar-se comigo no meu trono, como também eu venci, e estou sentado com meu Pai no trono dele.

Apocalipse 3,22

22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

 

Sardes corresponde ao período da Igreja que foi do século 17 à metade do século 18, época que marcou a reforma protestante e a pregação de algumas verdades bíblicas que vieram à luz do conhecimento por parte dos grandes reformadores, como Lutero e Calvino.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Filadélfia, que significa "Amor Fraternal", representou a segunda metade do século 18 e a primeira metade do século 19, com o crescimento da expansão missionária e a organização das sociedades bíblicas de estudos, que começaram à estudar livros bíblicos e suas profecias, tidos até então, como incompreensíveis, como os livros de Daniel e o Apocalipse de João.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Laodicéia, que significa "Juízo de Deus", representa a Igreja em seu período final, desde a segunda metade do século 19 até o fim dos tempos.

Na carta a essa Igreja, Jesus Faz duras advertências a essa fase final da Igreja cristã - à Igreja de nossos tempos, àquela que vai passar ainda pela Grande Atribulação Final e que será perseguida por "O ANTICRISTO".

Capítulo 4 

 

 

Apocalipse 4,1

1 Depois de escrever as cartas às igrejas, eu, João, tive uma visão. Havia uma porta aberta no céu, e a primeira voz, que eu tinha ouvido falar-me como trombeta, disse: “Suba até

aqui, para que eu lhe mostre as coisas que devem acontecer depois dessas.”

Apocalipse 4,2

2 Imediatamente o Espírito tomou conta de mim. Havia no céu um trono e, no trono, alguém sentado.

Apocalipse 4,3

3 Aquele que estava sentado parecia uma pedra de jaspe e cornalina; um arco-íris envolvia o trono com reflexos de esmeralda.

Apocalipse 4,4

4 Ao redor desse trono havia outros vinte e quatro; e neles vinte e quatro Anciãos estavam sentados, todos eles

vestidos de branco e com uma coroa de ouro na cabeça.

Apocalipse 4,5

5 Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões.

Diante do trono estavam acesas sete lâmpadas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus.

Apocalipse 4,6

6 Na frente do trono havia como que um mar de vidro, como cristal. No meio do trono e ao redor estavam quatro Seres

vivos, cheios de olhos pela frente e por detrás.

Apocalipse 4,7

7 O primeiro Ser vivo parece um leão; o segundo parece um

touro; o terceiro tem rosto de homem; o quarto parece uma águia em pleno vôo.

 

 

Apocalipse 4,8

8 Cada um dos quatro Seres vivos tem seis asas e são cheios de olhos ao redor e por dentro. Dia e noite sem parar, eles proclamam:

“Santo! Santo! Santo! Senhor Deus Todo-poderoso! Aquele-que-é, que-era e que-vem!”

MCD-T4-265

A Trindade confia a Igreja à Maria

494. Em cumprimento desta vontade e proposta de Cristo, nosso Salvador, viu a Senhora que da divindade e ser imutável de Deus, saiu uma forma de templo ou igreja tão pura, formosa e brilhante, como se fosse de diamante ou luminosíssimo cristal, adornada com muitos esmaltes e relevos que a faziam mais bela e preciosa. Viram-na os anjos e os santos e admirados exclamaram (Ap 4,8): “Santo, Santo, Santo e poderoso és Senhor em tuas obras.”

A santíssima Trindade entregou esta igreja à humanidade santíssima de Cristo que a uniu consigo por um modo admirável, que eu não posso explicar com termos apropriados. Em seguida o Filho a entregou nas mãos de sua Mãe santíssima. No momento em que Maria recebeu a igreja, foi repleta de novo esplendor que a mergulhou em Deus e viu a Divindade intuitiva e claramente, com eminente visão beatífica.

 

Apocalipse 4,9

9 Os Seres vivos dão glória, honra e ação de graças ao que está sentado no trono, e que vive para sempre.

Apocalipse 4,10

10 E a cada vez que os Seres vivos fazem isso, os vinte e quatro Anciãos se ajoelham diante daquele que está sentado no trono, para adorar aquele que vive para sempre. Cada Ancião tira a coroa da cabeça e a coloca diante do trono de Deus. E todos eles proclamam:

 

 

 

Apocalipse 4,11

11 “Senhor, nosso Deus, tu és digno de receber a glória, a honra e o poder. Porque tu criaste todas as coisas.

Pela tua vontade elas começaram a existir e foram criadas.”

MCD-T3-143

Caminhava o Senhor das criaturas sozinho, sem aparato, nem comitiva. O supremo Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19,16) ia desconhecido, sem a estima dos vassalos, tão seus, que só por sua

vontade tinham recebido a existência e a conservação (Ap 4,11). Por equipagem levava extrema e suma pobreza.

 

Capítulo 5 

 

 

Apocalipse 5,1

1 Vi depois um livro na mão direita daquele que estava sentado no trono. Era um livro escrito por dentro e por fora, e estava lacrado com sete selos.

MCD-T3-34

Viu que, para este fim, o eterno Pai entregava a seu Filho feito homem, aquele livro a que se refere São João (Ap 5,1). Fechado com sete selos, não havia no Céu e na Terra quem o abrisse soltando os selos, até que o Cordeiro o abriu com sua paixão, morte, doutrina e merecimentos. Assim descobriu aos homens o segredo daquele livro que consistia em toda a nova lei do Evangelho e na Igreja que Ele estabeleceria no mundo.

 

Apocalipse 5,2

2 Vi então um Anjo forte que proclamava em alta voz: “Quem é capaz de romper os selos e abrir o livro?”

Apocalipse 5,3

3 Ninguém, nem no céu, nem na terra, nem no mundo dos mortos, era capaz de abrir o livro ou de ler o que nele estava escrito.

Apocalipse 5,4

4 Eu chorava muito, porque ninguém foi considerado capaz de abrir ou de ler o livro.

 Apocalipse 5,5

5 Um dos Anciãos me consolou: “Pare de chorar! O Leão da tribo de Judá, o Rebento de Davi venceu! Ele é

capaz de romper os selos e abrir o livro.”

 Apocalipse 5,6

6 De fato, vi um Cordeiro. Estava entre o trono com os quatro Seres vivos e os Anciãos. Estava de pé, como

que imolado. O Cordeiro tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda

a terra.

 

 

 

Apocalipse 5,7

7 Então, o Cordeiro veio receber o livro da mão direita daquele que está sentado no trono.

MCD-T3-255

Para este fim, e para redimir os filhos de Adão de sua queda, vivi com eles trinta e três anos. Já chegou, Senhor e Pai meu, a hora oportuna e aceita à vossa eterna vontade, para que vosso santo nome se manifeste aos homens. Em todas as nações seja conhecido e glorificado, através da santa fé que revelará a todos vossa incompreensível divindade. Já é tempo de se abrir o livro fechado com sete selos (Ap 5,7) que vossa sabedoria me entregou, e sejam felizmente cumpridas as antigas figuras (Heb 10,1) e sacrifício de animais.

 

Apocalipse 5,8

8 Quando ele recebeu o livro, os quatro Seres vivos e os vinte e quatro Anciãos ajoelharam-se diante do Cordeiro.

Cada um tinha uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.

MCD-T3-189

Entre a fadiga de meus trabalhos, porém, era de incomparável gozo para meu espírito, ver o Verbo encarnado operando a salvação dos homens. Ia abrindo o livro (Ap 5,8) fechado com os sete selos, dos mistérios ocultos de sua divindade e humanidade santíssima.

 

Apocalipse 5,9

9 E entoaram um canto novo:

“Tu és digno de receber o livro e abrir seus selos, Porque foste imolado, e com teu sangue adquiriste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação.

Apocalipse 5,10

10 Deles fizeste para o nosso Deus um reino de sacerdotes. E eles reinarão sobre a terra.”

Apocalipse 5,11

11 Em minha visão, ouvi ainda o clamor de uma multidão de anjos em volta do trono, dos Seres vivos e dos Anciãos. Eram milhões e milhões e milhares de milhares, 12 que proclamavam em alta voz:

“O Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor.”

 

 

Apocalipse 5,12

12 que proclamavam em alta voz:

“O Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor.”

MCD-T3-415

A alma de Cristo desce ao limbo

1461. Chegou a alma santíssima de Cristo nosso Senhor ao limbo, acompanhada de inumeráveis anjos que ao seu Rei triunfador iam louvando e dando glória, poder e divindade.

Para representar sua grandeza e majestade, mandavam que se abrissem as portas (SI 23,7-8) daquele antigo cárcere, para que o Rei da glória, poderoso nas batalhas, Senhor das virtudes, as encontrasse franqueadas à sua entrada.

Em virtude desta ordem, partiram se alguns penhascos do caminho, ainda que não fosse necessário para o Rei e sua milícia entrarem, pois eram espíritos subtilíssimos. A presença da alma santíssima de Cristo transformou aquela obscura caverna em Céu, enchendo-a de admirável resplendor. As almas dos justos que ali estavam foram beatificadas com a visão clara da Divindade. Num instante, passaram do estado de tão prolongada espera, à eterna posse da glória, e das trevas, à luz inacessível que agora gozam.

Reconheceram seu verdadeiro Deus e Redentor e lhe deram graças e louvores com novos cânticos, dizendo (Ap 5,12); Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber a divindade, a virtude e a fortaleza. Redimiste-nos, Senhor, com teu sangue (Idem 5,9), de todas as tribos, povos e nações; fizeste-nos reino para nosso Deus e reinaremos. Teu é, Senhor, o poder, teu o reino e tua a glória de tuas obras. O Salvador ordenou aos anjos que tirassem do purgatório todas as almas que lá estavam, e instantaneamente foram trazidas à sua presença. Para estreia da redenção humana, foram pelo Redentor absolvidas das penas que lhes faltavam padecer, e como as demais almas dos justos receberam a glória da visão beatífica.

Deste modo, naquele dia, ficaram vazios os cárceres do limbo e do purgatório.

 

Apocalipse 5,13

13 Nessa hora, todas as criaturas do Céu, da Terra, de debaixo da Terra, e do mar, todos os seres vivos proclamaram:

“O louvor, a honra, a glória e o poder pertencem àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro pelos séculos dos séculos.”

Apocalipse 5,14

14 Os quatro Seres vivos diziam: “Amen!” E os Anciãos se ajoelharam e adoraram.

MCD-T1-74

Todos o conhecerão dando-lhe reverência e glória (Ap 5,13), enquanto que tu, infelicíssimo, conhecerás o dia da ira do Todo-poderoso (Sf l,14s.).

 

Capítulo 6 

 

 

Apocalipse 6,1

1 Vi quando o Cordeiro abriu o primeiro dos sete selos. E ouvi o primeiro dos quatro Seres vivos falar como estrondo de trovão: “Venha!”

Apocalipse 6,2

2 Vi então quando apareceu um cavalo branco.

O cavaleiro tinha um arco, e deram para ele uma coroa. Ele partiu, vitorioso e para vencer ainda mais.

Apocalipse 6,3

3 Vi quando o Cordeiro abriu o segundo selo. E ouvi o segundo Ser vivo dizer: “Venha!”

Apocalipse 6,4

4 Apareceu então

outro cavalo, era vermelho. Seu cavaleiro recebeu poder para tirar da terra a paz, a fim de os homens se matarem uns aos outros. E entregaram para ele uma grande espada.

 Apocalipse 6,5

5 Vi quando o Cordeiro abriu o terceiro selo. E ouvi o terceiro Ser vivo dizer: “Venha!” Apareceu então um cavalo negro. O cavaleiro tinha na mão uma balança.

 Apocalipse 6,6

6 Ouvi uma voz que vinha do meio dos quatro Seres

vivos, e dizia: “Um quilo de trigo por um dia de trabalho! Três quilos de cevada por um dia de trabalho! Não danifiquem o óleo e o vinho.”

 Apocalipse 6,7

7 Vi quando o Cordeiro abriu o quarto selo. E ouvi o quarto Ser vivo dizer: “Venha!”

 Apocalipse 6,8

8 Vi aparecer um cavalo esverdeado. Seu cavaleiro era a Morte. E vinha acompanhado com o mundo dos mortos. Deram para ele poder sobre a quarta parte da terra, para que matasse pela espada, pela fome, pela peste e pelas feras da

terra.

 Apocalipse 6,9

9 Quando o Cordeiro abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as vidas daqueles que tinham sido imolados por causa da Palavra de Deus e por causa do testemunho que dela tinham dado.

 Apocalipse 6,10

10 Eles gritaram em alta voz:

“Senhor santo e verdadeiro, até quando tardarás em fazer justiça, vingando o nosso sangue contra os habitantes da terra?”

 Apocalipse 6,11

11 Então foi dada a cada um deles uma veste branca. Também foi dito a eles que descansassem mais um pouco de tempo, até que ficasse completo o número de seus companheiros e irmãos, que iriam ser mortos como eles.

 Apocalipse 6,12

12  Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo. Houve, então, um grande terremoto. O sol ficou negro como saco de carvão. A lua inteira, cor de sangue.

 Apocalipse 6,13

13 As estrelas do céu

despencaram sobre a terra, como pé de figo soltando figos verdes quando bate vento forte.

 Apocalipse 6,14

14 céu se enrolou, feito folha de pergaminho. As montanhas todas e as ilhas foram arrancadas do lugar.

 Apocalipse 6,15

15 Os reis da terra, os magnatas, os capitães, os ricos e os poderosos, todos, escravos e homens livres, esconderam-se

nas cavernas e rochedos das montanhas,

Apocalipse 6,16

16 clamando aos montes e pedras: “Desmoronem por cima de nós, e nos escondam da Face daquele que está no trono, e da ira do Cordeiro.

 Apocalipse 6,17

17 Pois chegou o grande Dia da sua ira. E quem poderá ficar de pé?”

 

 

Capítulo 7 

 

 

Apocalipse 7,1

1 Depois disso vi quatro Anjos, um em cada canto da terra. Eles seguravam os quatro ventos da terra. Assim, o vento não podia soprar na terra, nem no mar, nem nas árvores.

Apocalipse 7,2

2 Vi também outro Anjo que vinha do Oriente, trazendo o selo do Deus vivo. Ele gritou em alta voz aos quatro Anjos, que tinham sido encarregados de fazer mal à terra e ao mar:

Apocalipse 7,3

3 “Não prejudiquem a terra, nem o mar, nem as árvores! Primeiro vamos marcar a fronte dos servos do nosso Deus.”

Cad 1943 - 16 de Setembro

Disse Jesus:

«Não é no sentido em que tu o entendes. Virá a hora da paz e do perdão também para vós Italianos, a hora na que voltareis a estreitar a aliança com o Senhor depois de haver estado nas mãos de Satanás que vos maltratou como se fossem um novelo de fio nas mãos de um louco furioso. Mas as palavras de Joel (cap.II, v.18-32?) não estão ditas particularmente para este ou aquelee povo. Elas são para o meu povo, para o povo do Único, Verdadeiro, Grande Rei: do Senhor vosso Deus, Uno e Trino, Criador e Redentor do género humano. Aquele período de bem-estar do que fala Joel é o antecipado anúncio de quanto fala João em seu Apocalipse muito tempo depois.

Depois das tremendas guerras que Satanás haverá trazido à Terra através de seu Mensageiro das trevas, o Anticristo, virá o período da trégua no que, depois de vos haver mostrado com a cruenta prova de que dons pode ser autor Satanás, tentarei atrair-vos a Mim enchendo-vos de Meus dons.

¡Oh! Meus dons! ¡Serão a vossa doçura! Não conhecereis fome, estragos, calamidades.

Vossos corpos e mais as vossas almas estarão apascentados pela minha mão, a Terra parecerá nascer para uma segunda criação, totalmente nova em sentimentos que serão de paz e concórdia entre os povos e de paz entre o Céu e a Terra, porque farei propagar meu Espírito sobre vós que os penetrará e vos dará a visão sobrenatural dos decretos de Deus.

Será o Reino do Espírito. O Reino de Deus, o que vós pedis - e não sabeis o que pedis porque não reflectis nunca - com o Pai nosso. ¿Onde quereis que se realize o Reino de Deus senão em vossos corações? É dali onde se deve iniciar meu Reino sobre a Terra. Reino grande, mas sempre limitado. Depois Virá o Reino sem confins nem de Terra, nem de tempo. O Reino eterno que fará de vós eternos habitantes dos Céus, porque, é natural, Eu falo àqueles os que são meus súbditos e não aos réprobos que têm já seu horrível Rei: Satanás.

Vosso Deus fará todos os prodígios para atrair a Si o maior número de viventes, porque Eu sou Deus de Misericórdia, de Perdão e de um Amor tão infinito que por muito que pudésseis estudar e penetrar sua medida não o conseguiríeis. O que acreditais que seja a infinidade de Meu Amor por vós, é como uma pequena pedrita do areal de um rio com relação a uma enteira cadeia montanhosa, cujas bases dividem continentes e cujos cumes se unem entre as nuvens.

¿Mas crês tu que tantos prodígios de Amor e tantas luzes do Espírito converterão os homens ao seu Deus Eterno? Desengana-te. Se Eu tivesse os cuidados que terei convosco para as necessidades de vosso corpo - só estas - para com pobres animais sem razão, esses animais, com suas linguagens informes, me louvariam da madrugada ao anoitecer, e se soubessem onde encontrar-Me partiriam de todas as partes do globo para vir dar Graças a seu bom Tutor. Mas os homens não. Estão praticamente na sua totalidade absolutamente surdos às vozes e aos dons espirituais, e quase de todo surdos aos dons corporais, em vez de reconhecer a minha Bondade e de Me amarem por gratidão, aproveitarão o bem estar que lhes darei, para descerem cada vez mais no abismo que lhes apraz, onde se revolvem como bestas imundas num pântano, e os espera o que seduz os nove décimos da humanidade: inveja, luxúria, fraudes, violência, roubo, heresia, superstições e outras corrupções do sentido e da mente, tão horríveis que aos honestos lhes parece impossível que possam ser verdadeiras, Mas verdadeiras são e fazem enfurecer os Céus e erguer com indignação nossa Divindade.

Nem o paterno presente de dons nem os aterrorizantes sinais do Céu serão capazes de fazer dos viventes daquele tempo filhos de Deus. E então Virá meu dia grande e terrível. Não dia de vinte e quatro horas. Meu tempo tem uma distinta medida. Eu disse "dia" porque no dia se trabalha, e Eu naquele tempo trabalharei. Será a última selecção dos viventes sobre a Terra. E esta ocorrerá no último ataque de Satanás. Então se verão os que têm em sim mesmos o Reino de Deus e os que têm o reino de Satanás. Porque estes últimos com boca, actos, e sobretudo com coração blasfemo cometerão os últimos desprezos para com a Minha Lei e os sacrilégios derradeiros contra com Deus, enquanto que os primeiros, os filhos e súbditos do Senhor - enquanto a última batalha açoitar a Terra com um horror indizível, se agarrarão à minha Cruz, invocarão o meu Nome que salva; e minha vinda de Juiz não os aterrará, ao contrário, será seu júbilo porque os fiéis são os salvos, os que Joel chama os "restos" do Senhor, ou seja os que sobram ao Senhor depois dos assaltos de Satanás. Benditos, benditos, benditos para sempre estes filhos Meus. Deles é o eterno Paraíso.

Unidos os fiéis ao Senhor de todos os tempos, possuirão a Deus cuja posse é a Bem-Aventurança Eterna».

 

Cad 1943 - 11 de Novembro

Disse Jesus:

«Dirijamos juntos o olhar aos tempos que, como a calma da aurora depois da noite de tempestade, precederão o Dia do Senhor. Tu já não estarás. Mas te alegrarás do lugar de teu repouso, porque verás próximo do seu fim o combate do homem e enfraquecer-se a dor para deixar aos viventes o tempo de voltar a preparar-se para a última breve convulsão da Terra, antes de ouvir a ordem que reúna a todos seus viventes e a todos os que existiram desde o tempo de Adão em diante.

Já te disse. Minha Igreja terá seu dia de hossana antes da última paixão.

Depois virá o triunfo eterno.

Os católicos - e toda a urbe conhecerá então a Igreja Romana, porque o Evangelho ressoará desde os pólos até o equador e a Palavra irá como uma franja de amor de um lado ao outro do globo - os católicos, procedentes de uma luta ferocíssima da que esta só é prelúdio, fartos de matar-se e de seguir dominadores brutais que têm uma insaciável sede de matar e uma violência insuperável, se voltarão para a Cruz triunfante, que terão voltado a encontrar depois de tanta cegueira. Por cima de tanto fragor de extermínio e de tanto sangue, ouvirão a Voz que ama e perdoa e verão a Luz, mais cândida que o lírio, que desce dos Céus para encaminhá-los aos Céus. Como uma marcha de milhões e milhões de tribos, os homens irão com seu Espírito para Cristo e porão sua confiança no único ente da Terra onde não há sede de opressão nem desejos de vingança.

 

Cad 1943 - 12 de Novembro

Disse Jesus:

«Quando chegue o momento de meu Reino pacífico - e chegará porque o prometi e Eu não falto às minhas promessas - todos os bons que estejam na Terra virão a Mim. Será o período de que te falei, o período em que o Espírito haverá alcançado essa evolução pelo que espontaneamente vos separareis em duas partes. Os que vivem fora do Espírito deitar-se-ão nas suas trevas à espera de serem tropa para o Príncipe do Mal. Os viventes no Espírito virão ao sequito do Filho Santo de Deus, do Ramo do Senhor, amado e bendito pelos homens em graça que então compreenderão o que agora compreendem alguns poucos eleitos, e compreenderão qual seja minha glória e a sua de filhos de Deus.

Reunirei os meus santos, porque é santo quem me ama e segue obediente e fiel. Reuni-los-ei desde os quatro cantos da Terra. E por seu amor perdoarei as iniquidades dos homens. A bondade dos santos apagará o rigor da Justiça, Meu Amor e o dos santos limpará com seu fogo a Terra. A Terra será como um grande altar, pacificada consigo mesma e com Deus, e sobre este altar o Mestre instruirá os homens no conhecimento exacto da Verdade, para que os bons não vacilem quando Satanás, furioso ao ver Cristo adorado pela humanidade, se desate para a última batalha. Luta de Espírito contra Espírito. Satanás oporá ao Meu Reino espiritual e à Minha instrução, a sua satânica guerra aos Espíritos, para extraviar quantos mais puder, os mais débeis, e sacará das suas reservas, das suas fortalezas, onde estão os que tiverem permanecido fiéis à Besta mesmo depois da derrota da Besta e de seu ministro, os agentes de sedução, para destruir pela última vez a obra de Deus, cuja destruição iniciou ao pé da árvore do Bem e do Mal.

A época satânica será três vezes mais feroz que a época anticristã. Mas será breve porque, pelos viventes dessa hora, rezará toda a Igreja triunfante entre as luzes ao Céu, rezará a Igreja purgante entre as chamas purificadoras do amor, rezará a Igreja militante com o sangue dos últimos mártires. Se salvarão aqueles, que enquanto as trevas e o ardor, as tempestades e os fulgores de Satanás transtornarem o mundo, saibam estar à sombra do tabernáculo de onde sai toda a força, porque Eu sou a Força dos viventes e quem se alimenta de Mim com Fé e Amor se faz um com a minha Força. E os que se salvarem serão poucos, porque depois de séculos e séculos de meu amor para com o homem, o homem não aprendeu a amar.

Penso que seja este o tempo de paz que Deus dará ao mundo para a conversão, a seguir ao qual virá o último ataque de satanás, antes do fim do mundo. Depois virão os 3 dias de trevas, que é o terrível dia do Senhor (vendrá mi día grande y terrible), em que serão serparados os filhos de Deus dos filhos do Diabo.

Os Novos Céus e Nova Terra só virão depois desta trégua e dos 3 dias de trevas, que antecedem a Vinda Gloriosa de Jesus Cristo.

Infelizmente, nos Cadernos, Jesus não referiu as passagens do Apocalipse de que fala.

 

Este tempo de paz também é falado como sendo o seu dia de hosana, em Cad 1943 - 11 de Novembro

 

Este tempo de paz também é falado como sendo o seu Reino pacífico, em Cad 1943 - 12 de Novembro

 

Este tempo de paz anunciado poderámuito bem ser o período que se siga ao Milagre de Garabandal.

 

 

Apocalipse 7,4

4 Ouvi então o número dos que receberam a marca: cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos do povo de Israel.

Apocalipse 7,5

5 Foram marcados doze mil da tribo de Judá; doze mil da tribo de Rúben; doze mil da tribo de Gad;

Apocalipse 7,6

6 doze mil da tribo de Aser; doze mil da tribo de Neftali; doze mil da tribo de Manassés;

Apocalipse 7,7

7 doze mil da tribo de Simeão; doze mil da tribo de Levi; doze mil da tribo de Issacar;

Apocalipse 7,8

8 doze mil da tribo de Zabulon; doze mil da tribo de José; doze mil da tribo de Benjamim.

Apocalipse 7,9

9 Depois disso eu vi uma grande multidão, que ninguém podia contar: gente de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam todos de pé diante do trono e diante do Cordeiro. Vestiam vestes brancas e traziam palmas na mão.

Apocalipse 7,10

10 Em alta voz, a multidão proclamava:

“A salvação pertence ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro.”

Apocalipse 7,11

11 Nessa hora, todos os Anjos que estavam ao redor do trono, dos Anciãos e dos quatro Seres vivos, ajoelharam-se diante do trono para adorar a Deus.

Apocalipse 7,12

12 E diziam:

“Amen! O louvor, a glória, a sabedoria, a ação de graças, a honra, o poder e a força pertencem ao nosso Deus, para sempre. Amen!”

 

Descrição dos cento e quarenta e quatro mil que receberam a marca na fronte, como servos de Deus

Apocalipse 7,13

13 Um dos Anciãos tomou a palavra e me perguntou: “Tu sabes quem são e de onde vieram esses que estão vestidos com roupas brancas?”

 

 

Apocalipse 7,14

14 Eu respondi: “Não sei não, Senhor! O Senhor é quem sabe!.”

Ele então me explicou: “São os que vêm chegando da grande tribulação. Eles lavaram e alvejaram suas roupas no sangue do Cordeiro.”

MCD-T2-40

De todas as almas que até agora criei e que até o fim determinei criar, será escolhido um grupo de fiéis. Serão separados e lavados no sangue do Cordeiro (Ap 7,14) que tirará os pecados do mundo. Estes serão o fruto especial da sua redenção e gozarão de seus efeitos por meio da nova lei da graça e sacramentos que nela lhes dará seu Reparador

Esta grande tribulação é a que antecede o período de trégua, que por sua vez antecede os 3 dias de trevas.

Apocalipse 7,15

15 É por isso que ficam diante do trono de Deus, servindo a ele dia e noite em seu Templo. Aquele que está sentado no trono estenderá sua tenda sobre eles.

Apocalipse 7,16

16 Nunca mais terão fome, nem sede; nunca mais serão queimados pelo sol, nem pelo calor ardente.

Apocalipse 7,17

17 Pois o Cordeiro que está no meio do trono será o pastor deles; vai conduzi-los até às fontes de água da vida. E Deus lhes enxugará toda lágrima dos olhos.”

 

 

Capítulo 8 

 

 

Apocalipse 8,1

1 Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve no céu um

silêncio de meia hora...

Apocalipse 8,2

2 Vi então os sete Anjos que estão diante de Deus. Eles receberam sete trombetas.

Apocalipse 8,3

3 E outro Anjo se colocou perto do altar: tinha nas mãos um turíbulo de ouro. Ele recebeu uma grande quantidade de incenso para ser oferecido, juntamente com as orações de todos os santos, sobre o altar de ouro, que está diante do trono.

Apocalipse 8,4

4 Da mão do Anjo subia até Deus a fumaça do incenso com as orações dos santos.

Apocalipse 8,5

5 Depois, o Anjo pegou o turíbulo e o encheu com o fogo do altar; e atirou o turíbulo sobre a terra. Houve então trovões, clamores, relâmpagos e grande terramoto.

Apocalipse 8,6

6 E os sete Anjos com as sete trombetas se prepararam para tocar.

Apocalipse 8,7

7 O primeiro Anjo tocou. Caiu então sobre a terra uma chuva de pedra e fogo, misturados com sangue. A terça parte da terra se queimou. A terça parte das árvores se queimou. O que existia de verde se queimou.

Apocalipse 8,8

8 O segundo Anjo tocou. Foi jogada no mar uma coisa parecida com uma grande montanha em brasa. A terça parte do mar virou sangue.

Apocalipse 8,9

9 A terça parte das criaturas do mar morreu.

A terça parte dos navios foi destruída.

Apocalipse 8,10

10 O terceiro Anjo tocou. Caiu do céu uma grande estrela, ardendo como tocha acesa. Caiu sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes.

Apocalipse 8,11

11 O nome dessa estrela é “Amargura.” A terça parte da água ficou amarga. Muita gente morreu por causa da água, porque ficou amarga.

Apocalipse 8,12

12 O quarto Anjo tocou. Atingiu um terço do sol, um terço da lua e um terço das estrelas, de modo que ofuscou a terça parte deles. O dia perdeu a terça parte da claridade. E a noite também.

Apocalipse 8,13

13 Nessa hora vi e ouvi uma Águia voando no meio do céu, e gritando em alta voz: “Ai! Ai! Ai dos que vivem na terra! Ainda faltam três toques de trombeta. E os Anjos estão prontos para tocar.”

 

A abertura do sétimo selo e os sete Anjos com o toque das trombetas, que desencadeiam pragas e desastres.

Capítulo 9 

 

 

Apocalipse 9,1

1 O quinto Anjo tocou. Vi então uma estrela que tinha caído do céu sobre a terra. Ela recebeu a chave do poço do Abismo.

Apocalipse 9,2

2 E abriu o poço do Abismo. E daí subiu uma fumaça

como fumaça de uma grande fornalha. O sol e o ar escureceram de tanta fumaça do poço.

Apocalipse 9,3

3 Da fumaça saíram gafanhotos voando sobre a terra. Tinham poder de matar como escorpiões.

Apocalipse 9,4

4 Eles receberam ordem de não estragar a vegetação da terra, nem o verde, nem as árvores. Só podiam ferir os Apocalipse 9,5

homens que não tivessem na fronte a marca de Deus.

5 Os gafanhotos não tinham permissão de matar. Mas podiam atormentar os homens durante cinco meses, com dores fortes, como picadas de escorpião.

Apocalipse 9,6

6 Naqueles dias, os homens vão correr em busca da morte, mas não saberão onde ela está. Vão querer a morte, mas a

morte fugirá deles.

Apocalipse 9,7

7 Os gafanhotos pareciam como bando de cavalos preparados para a guerra; parecia que tinham na cabeça

coroas de ouro, e o rosto deles parecia rosto de gente.

Apocalipse 9,8

8 Tinham cabelos compridos como as mulheres, e dentes de leão.

Apocalipse 9,9

9 Tinham couraças que pareciam de ferro, e o barulho de suas asas parecia o barulho de carros com muitos cavalos, correndo para a batalha.

Apocalipse 9,10

10 Tinham ferrão na cauda, como escorpião. E era na

cauda que estava o poder de atormentar os homens durante cinco meses.

Apocalipse 9,11

11 O rei deles era o Anjo do Abismo. O nome desse Anjo é Abadôn, na língua hebraica; em grego é Apoliôn.

Apocalipse 9,12

12 O primeiro Ai passou. Mas depois dessas coisas ainda vêm outros dois Ais.

Apocalipse 9,13

13 O sexto Anjo tocou. Ouvi então uma voz que vinha dos quatro chifres do altar de ouro, que estava colocado diante de Deus.

Apocalipse 9,14

14 A voz dizia ao sexto Anjo, que estava com a trombeta: “Liberte os quatro Anjos que estão presos no grande rio Eufrates.”

Apocalipse 9,15

15 E os quatro Anjos que estavam prontos para a hora, o dia, o mês e o ano foram então libertados para matar a terça parte dos homens.

Apocalipse 9,16

16 O número dos cavaleiros do exército dos quatro Anjos era de duzentos milhões. Ouvi bem o número.

Apocalipse 9,17

17 Na minha visão, os cavalos e cavaleiros eram assim: vestiam couraça cor de fogo, jacinto e enxofre. A cabeça dos cavalos parecia de leão, e da sua boca saía fogo, fumaça e enxofre.

Apocalipse 9,18

18 A terça parte dos homens morreu por causa destas pragas: o fogo, a fumaça e o enxofre que saíam da boca dos cavalos.

Apocalipse 9,19

19 De fato, o poder desses cavalos está na boca e na cauda. Suas caudas parecem cobras: têm cabeças com as quais causam dano.

Apocalipse 9,20

20 Os outros homens que não foram mortos por essas pragas, nem mesmo assim renunciaram às obras de suas mãos. Não deixaram de adorar os demónios, os ídolos de ouro, prata, bronze, pedra e madeira, que não podem ver, nem ouvir, nem andar.

Apocalipse 9,21

21 Também não se converteram de seus homicídios, magias, fornicações e roubos.

 

A abertura do sétimo selo e os sete Anjos com o toque das trombetas, que desencadeiam pragas e desastres.

 

 

 

Capítulo 10 

 

 

Apocalipse 10,1

1 Depois disso, vi outro Anjo. Era forte e vinha descendo

do céu. Sua roupa era uma nuvem, e sobre a sua cabeça estava o arco-íris. O rosto era como sol; as pernas

pareciam colunas de fogo.

Apocalipse 10,2

2 Ele segurava na mão um livrinho aberto. Colocou o pé direito no mar e o esquerdo na terra,

Apocalipse 10,3

3 e soltou um forte grito como leão quando ruge. Quando ele gritou, os sete trovões ribombaram.

Apocalipse 10,4

4 E quando os sete trovões fizeram esse ribombo, eu estava pronto para escrever. Mas ouvi uma voz do céu que me dizia: “Guarde em segredo o que os sete trovões falaram. Não escreva nada.”

Apocalipse 10,5

5 Então o Anjo forte, que estava de pé sobre o mar e a terra, levantou a mão direita para o céu.

Apocalipse 10,6

6 E jurou por Aquele que vive para sempre, que criou o céu e tudo o que nele existe, a terra e tudo o que nela existe, o

mar e tudo o que nele existe: “Não há mais tempo.

Apocalipse 10,7

7 Quando o sétimo Anjo tocar a trombeta, então vai realizar-se o mistério de Deus, conforme ele anunciou aos seus servos, os profetas!”

CAD 1943 - 20 de Agosto

Muito, demasiado - e não por sede boa e por desejo honesto de se reparar do mal, urgentemente, mas mais, tão só pela curiosidade inútil - muito, demasiado se meditou ao longo dos séculos, sobre o que João disse no capítulo 10 do Apocalipse. Mas sabe, Maria, que Eu permito que se saiba quanto pode ser útil saber, e oculto, quando acho útil que não saibais.

Sois demasiado débeis, pobres filhos meus, para conhecer o nome de honra dos "sete trovões" apocalípticos. Meu anjo disse a João: "Sela o que disseram os sete trovões e não o escrevas". Eu digo que não é ainda a hora de que se abra o que está selado e que se João não o escreveu, Eu não o direi. (Ap 10,4)

Para além disso não vos cabe a vós provar esse horror e por ele... Só vos compete orar por aqueles que o deverão padecer, para que a força não naufrague neles e não passem a formar parte da turba de quem debaixo do açoite do flagelo não conheçam penitência e blasfemem a Deus em lugar de chamá-lo em sua ajuda. Muitos destes estão já na Terra e a sua semente será sete vezes sete mais demoníaca que eles. Eu, não o meu anjo, Eu mesmo juro que quando tiver terminado o trovão da sétima trombeta e se tenha cumprido o horror do sétimo flagelo, sem que a raça de Adão reconheça a Cristo Rei, Senhor, Redentor e Deus, e invoque Sua Misericórdia, seu Nome no qual está a salvação, Eu, por meu Nome e por minha Natureza, juro que pararei o instante na eternidade. Cessará o tempo e começará o Juízo. O Juízo que divide para sempre o Bem do Mal depois de milénios de convivência sobre a Terra. O Bem voltará ao manancial do que veio. O Mal se precipitará onde já se precipitou desde o momento da rebelião de Lúcifer e de donde saiu para perturbar a debilidade de Adão na sedução do sentido e do orgulho.

Então se cumprirá o mistério de Deus. Então conhecereis a Deus. Todos, todos os homens da Terra, desde Adão até o último nascido, reunidos como grãozinhos de areia sobre a duna da praia eterna, verão a Deus Senhor, Criador, Juiz, Rei.

Sim, vereis este Deus que haveis amado, blasfemado, seguido, escarnecido, bendito, vilipendiado, servido, fugido. O vereis. Sabereis então quanto merecia o vosso amor e quanto mérito era servi-lo.

¡Oh! Alegria de quem se tenha consumado a si mesmo no amá-lo e em obedecer-lhe! ¡Oh! Terror dos que foram seus Judas, seus Cains, de quem preferiu seguir ao Antagonista e ao Sedutor em lugar do Verbo humanado em quem está a Redenção; de Cristo: Caminho para o Pai; de Jesus: Verdade santíssima; do Verbo: Vida verdadeira!».

 

CAD 1943 - 29 de Outubro

A carestia e a mortandade das epidemias serão um dos sinais precursores da minha segunda vinda. Os castigos criados para corrigir-vos e voltar a chamar-vos a Deus farão, com dolorosa potência, uma das selecções entre os filhos de Deus e os de Satanás.

A fome produzida pelos roubos e as malditas guerras, queridas sem justificação de independências nacionais senão só pelas ambições do poder e o orgulho dos demónios com aparência de homens, produzido pelo deterem-se das leis cósmicas, por vontade de Deus, pelo que o gelo será áspero e prolongado, pelo que o calor queimará e não será mitigado pelas chuvas, pelo que as estações serão invertidas e tereis seca nas estações das chuvas e chuvas no tempo da maturação das colheitas, assim que enganadas pela temperança repentina ou pelo frescor insólito, as plantas florescerão fora de estação e os árvores se recobrirão, depois de haver gerado, novas flores inúteis, que aprisionam sem fruto a planta - porque toda a desordem é nociva e conduz à morte, recordai-o, homens - a fome atormentará cruelmente esta raça perversa e inimiga de Deus.

Os animais, privados de forragem e alimento, de grão e semente, morrerão de fome e, pela fome do homem, serão destruídas sem dar-lhes tempo de procriar. Os pássaros do céu e os peixes das águas, e os rebanhos, serão assaltados por todos os lados para dar a vossos ventres o alimento que a Terra só produzirá escassamente.

A mortandade, criada pelas guerras e as pestes, os terramotos e os naufrágios, precipitarão mais adiante os bons e os maus. Os primeiros para vosso castigo - porque privados dos melhores, piorareis cada vez mais - os segundos para seu castigo, porque terão o inferno por morada antes da hora prevista. Vós sereis a vítima preparada pelo Senhor para purificar o altar da Terra, profanado pelo pecados de idolatria, de luxúria, de ódio, de orgulho, homens que perecerão aos milhares e às dezenas de milhares debaixo da aguda gadanha dos fulgores divinos. Caíreis uns sobre os outros como a erva seca sobre um prado em Abril: as flores santas misturadas com as venenosas, os delicados talos com os possantes espinhos. A mão de Meus anjos escolherá e separará os benditos dos malditos, levando os primeiros ao Céu e deixando os segundos aos tridentes dos demónios para pasto do Inferno. Ser Reis ou mendigos, sábios ou ignorantes, jovens ou velhos, guerreiros ou sacerdotes, não constituirá diferença nem baluarte contra a morte. Haverá um castigo e será tremendo.

O olho de Deus escolherá os destinados tirando as "luzes" para que não tenham que sofrer mais a neblina criada pelos homens unidos a Satanás, tirando as "trevas" geradoras de trevas porque estão possuídas pelo pai das trevas: Satanás.

A cada um destes trovões corresponde uma das sete taças ou pragas, do Apocalipse 16,1 que São João não descreveu, por vontade Divina, e por isso foram selados para que a humanidade não os conhecesse.

(CAD 1943 - 20 de Agosto)

 

Depois de tocar a trombeta do sétimo Anjo, dar-se-á a Vinda Gloriosa de Jesus, cumprindo-se o mistério de Deus falado no Apocalipse 10,7. O sinais desta Vinda de Jesus serão os descritos em CAD 1943 - 29 de Outubro.

 

 

Apocalipse 10,8

8 Aquela mesma voz do céu, que eu já tinha ouvido, tornou a falar comigo: “Vá. Pegue o livrinho aberto da mão do Anjo que está de pé sobre o mar e sobre a terra.”

 Apocalipse 10,9

9 Eu fui, e pedi ao Anjo que me entregasse o livrinho. Ele falou comigo: “Pegue e coma. Será amargo no estômago, mas na boca será doce como mel.”

 Apocalipse 10,10

10 Peguei da mão do Anjo o livrinho e o comi. Na boca era doce como mel, mas quando o engoli, meu estômago virou puro amargor.

 Apocalipse 10,11

11 Então me disseram: “Tu tens ainda que profetizar contra muitos povos, nações, línguas e reis.”

 

 

 

Capítulo 11 

 

 

Apocalipse 11,1

1 Depois disso, deram-me um bastão parecido com vara, e me disseram:

“Levante-se e tire as medidas do Templo de Deus, do altar e dos que estão lá em adoração.

Apocalipse 11,2

2 Deixe de lado o pátio externo do Templo; não precisa medi-lo; pois o pátio foi entregue ao poder das nações; elas vão pisar a Cidade Santa durante quarenta e dois meses.

 

 

Apocalipse 11,3

3 Mas eu vou permitir que minhas duas testemunhas

possam profetizar, vestidas de pano de saco, durante mil, duzentos e sessenta dias.

Apocalipse 11,4

4 São eles as duas oliveiras e os dois candelabros que se mantêm diante do Senhor da terra.

Apocalipse 11,5

5 Se alguém lhes quiser causar dano, sairá fogo de suas bocas e devorará os inimigos. Com efeito, se alguém os quiser ferir, cumpre que assim seja morto.

Apocalipse 11,6

6 Esses homens têm o poder de fechar o céu para que não caia chuva durante os dias de sua profecia; têm poder sobre as águas, para transformá-las em sangue, e de ferir a terra, sempre que quiserem, com toda sorte de flagelos.

 

Em La Salette, no segredo dado à Melanie, a Virgem Maria falou de Enoch e Elias, nos parágrafos 29 e 30, que poderão muito bem ser estas duas Testemunhas.

 

Na Alegria de Deus fala-se nestas duas testemunhas.

 

Também podem ser os Profetas dos últimos tempos de que falou São Luís de Monfort.

 

Há quem interprete também como os dois Corações de Jesus e Maria.

Apocalipse 11,7

7 Quando elas terminarem o seu testemunho, a Besta que sobe do Abismo vai combater contra elas, vai vencê-las e matá-las.

Apocalipse 11,8

8 E os cadáveres das duas testemunhas vão ficar expostos na praça da Grande Cidade. Esta cidade se chama

simbolicamente Sodoma e Egito, onde foi crucificado também o Senhor delas

 

No tempo do Anticristo, a maçonaria vai vencer, pelo descrédito, estas duas Testemunhas de Cristo, para gáudio dos seguidores da Besta.

Apocalipse 11,9

9 Gente de todos os povos, raças, línguas e nações vêem seus cadáveres durante três dias e meio. E não deixam que os corpos sejam sepultados.

 Apocalipse 11,10

10 Os habitantes da terra fazem festa pela morte das testemunhas, ficam alegres, e trocam presentes, porque estes dois profetas haviam incomodado os habitantes da terra.

 Apocalipse 11,11

11 Depois dos três dias e meio, um sopro de vida veio de Deus e penetrou nos dois profetas. E eles ficaram de pé. Todos aqueles que os contemplavam ficaram com muito medo.

 Apocalipse 11,12

12  Ouvi então uma voz forte vinda do

céu e chamando os dois: “Subam para cá!” Eles subiram ao céu na nuvem, enquanto os inimigos ficaram aí olhando.

 Apocalipse 11,13

13  Na mesma hora aconteceu um grande terremoto. A décima parte da cidade desmoronou, e sete mil pessoas morreram no desastre. Os sobreviventes ficaram apavorados e deram glória ao Deus do céu.

 Apocalipse 11,14

14 Isso que se passou foi o segundo Ai. E o terceiro já vem chegando bem depressa.

 Apocalipse 11,15

15 O sétimo Anjo tocou a trombeta. E vozes bem fortes começaram a gritar no céu:

“A realeza do mundo passou agora para Nosso Senhor e para o seu Cristo. E Cristo vai reinar para sempre.”

 Apocalipse 11,16

16 Os vinte e quatro Anciãos que estão sentados em seus tronos diante de Deus ajoelharam-se e adoraram a Deus. Eles diziam:

 Apocalipse 11,17

17 Nós te damos graças, Senhor Deus Todo-poderoso, Aquele-que-é e Aquele-que-era. Porque assumiste o teu grande poder e passaste a reinar.

 Apocalipse 11,18

18 As nações tinham se enfurecido, mas chegou a tua ira e o tempo de julgar os mortos, de dar recompensa aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, pequenos e grandes, e o tempo de destruir os que destroem a terra.”

 

 

Apocalipse 11,19

19 Abriu-se então o Templo de Deus que está no Céu, e apareceu no Templo a arca da aliança. Houve relâmpagos, vozes, trovões, Terramotos e uma grande tempestade de pedra.

MCD-T3-12

Esta Princesa foi a verdadeira arca do Novo Testamento (Ap 11,19). Da enchente de sua sabedoria e graça, como de um mar imenso, transbordou tudo quanto receberam e receberão os demais santos, até o fim do mundo.

 

Capítulo 12 

 

 

Apocalipse 12,1

1 Apareceu no Céu um grande sinal: uma Mulher vestida com o sol, tendo a Lua debaixo dos pés, e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas.

MCD-T1-29

A Mulher do Apocalipse

5. Neste momento vi riquíssimo véu encobrindo um tesouro, e minha vontade se excitava para afastá-lo e descobrir o oculto mistério que a inteligência entrevia.

A este meu desejo foi-me advertido: - Obedece, alma, ao que se te admoesta e manda; despe-te de ti mesma e então verás.

Propus emendar minha vida e vencer minhas inclinações, chorava e suspirava do íntimo da alma para me ser manifestado aquele bem; e assim como ia propondo, também ia se levantando o véu que escondia meu tesouro. Quando se afastou inteiramente, viram meus olhos interiores o que não saberei dizer, nem explicar com palavras.

Vi um grande e misterioso sinal no Céu: uma mulher, uma senhora e formosíssima rainha coroada de estrelas, vestida de sol, tendo a Lua a seus pés (Ap 12,1).

Disseram-me os santos anjos: - Esta é aquela ditosa mulher que São João viu no Apocalipse, e onde estão compendiados, depositados e selados os maravilhosos mistérios da Redenção.

Favoreceu tanto o Altíssimo e Todo-poderoso a esta criatura, que a nós seus espíritos causa admiração. Vê e considera suas excelências; escreve-as, que para isto e para teu proveito, te são manifestadas. Conheci tantas maravilhas que sua abundância me emudece e a admiração me suspende. Julgo que, na vida mortal, todas as criaturas não seriam suficientes para conhecê-las. Adiante as irei expondo.

MCD-T1-70

O grande sinal do Céu

95. Até aqui as palavras do Evangelista. Fala do presente, porque então lhe era mostrada a visão do que já havia passado, e diz: "Apareceu no Céu um grande sinal, uma mulher vestida de sol, com a Lua a seus pés, a cabeça coroada de doze estrelas". Por vontade de Deus, este sinal apareceu verdadeiramente no Céu. Foi mostrado aos anjos bons e maus, para à vista dele determinarem suas vontades à obediência dos preceitos divinos. Assim, foi visto antes que os bons se decidissem pelo bem, e os maus optassem pelo pecado.

Constituiu uma como demonstração de quão admirável seria Deus na estrutura da natureza humana. Dela havia dado conhecimento aos anjos, com a revelação do mistério da união hipostática.

 

MCD-T1-71

Maria cheia de graça

98. O sol, que vestia a mulher, é o verdadeiro Sol de justiça, Deus. Entenderam os anjos a resoluta vontade do Altíssimo em sempre assistir pela graça nesta mulher, fazer-lhe sombra e defendê-la com seu invencível braço e protecção.

Tinha debaixo dos pés a Lua, significando a separação que estes dois astros fazem entre dia e noite. A noite da culpa, representada pela Lua, ficava a seus pés, enquanto o sol, que é o dia da graça, havia de vesti-la toda e para sempre. Exprimia também, que os minguantes da graça, aos quais pelo pecado e suas consequências todos os mortais ficaram sujeitos, estariam debaixo de seus pés.

Nunca poderiam subir para tocá-la no corpo ou na alma, estabelecidos para sempre nos crescentes, acima de todos os anjos e homens. Somente Ela seria livre da noite de Lúcifer e minguantes de Adão, e sempre os pisaria sem que pudessem prevalecer contra Ela. Todas as culpas e inclinações do pecado original e actual, colocou-as o Senhor, derrotadas, a seus pés.

Isto na presença de todos os anjos.

Os bons a ficaram conhecendo, e os maus, ainda que não hajam compreendido todos os mistérios da visão, passaram a temer esta mulher, ainda antes que Ela começasse a existir.

Maria possuiu toda a graça e dons de todas as criaturas

99. A coroa de doze estrelas é fácil de entender. São as virtudes que haviam de coroar esta Rainha dos Céus e Terra.

O número doze significa as doze tribos de Israel que, por sua vez, representam a multidão dos eleitos e predestinados, como indica o Evangelista no capítulo 7 do Apocalipse (v. 4). Visto que os dons, graças e virtudes de todos os escolhidos, em grau que os ultrapassou sem medida, haviam de coroar a Rainha, se lhe põe a coroa de doze estrelas na cabeça.

 

Criação de Maria

191. Admirável tem sido seu nome em toda a Terra (SI 8,11) e enaltecido na plenitude e congregação dos santos, com os quais organizou um povo digno, do qual o Verbo fosse cabeça.

Quando tudo estava na última e conveniente disposição que sua providencia quis estabelecer, chegou o tempo marcado para criar a maravilhosa mulher vestida de sol (Ap 12,1), aparecida no Céu e que alegraria e enriqueceria a Terra. Para formá-la decretou a Santíssima Trindade o que entendi e manifestarei com minhas curtas razões e pobres conceitos.

 

Gob 30-11-74

63 Padre Gobbi 30 de Novembro de 1974

O sinal que Deus dá — Não se perturbe, filhos predilectos, o vosso coração. Por que duvidais? Por que olhais ansiosos para o presente e para o futuro, procurando o sinal que Eu vos predisse?

Um só é o sinal que Deus dá ao mundo e à Igreja de hoje: Eu mesma.

Só Eu sou anunciada como o grande sinal no céu: a Mulher vestida de sol, com a lua como escabelo dos seus pés e doze estrelas como coroa luminosa à volta da sua cabeça (Ap 12,1).

É em antevisão, anunciada a minha vitória sobre o dragão vermelho, sobre o ateísmo hoje triunfante e aparentemente vitorioso. Esta vitória será alcançada por meio do triunfo do meu Coração Imaculado no mundo e esta minha vitória alcançá-la-ei com os Sacerdotes do meu Movimento.

Não procureis, por ora, prodígios no céu. Este será o único prodígio!

 

Gob 08-12-89

Uma coroa de doze estrelas 

Eis-me então apresentada pela Sagrada Escritura no fulgor da minha materna realeza: e um outro sinal aparece no céu: uma Mulher, vestida de sol, com uma lua a seus pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas.

Em torno da minha cabeça há portanto uma coroa de doze estrelas.

A coroa é o sinal da realeza.

Ela é composta de doze estrelas, porque o símbolo vem da minha presença régia e materna no próprio coração do povo de Deus.

As doze estrelas indicam as doze tribos de Israel, que formam o povo eleito, escolhido e chamado pelo Senhor para preparar a vinda ao mundo do Filho de Deus e do Redentor.

Por isto as tribos de Israel formam doze pedras preciosas do diadema que circunda a minha cabeça, para indicar a função da minha realeza materna.

As doze estrelas significam também os doze Apóstolos, que são o fundamento sobre o qual Cristo fundou a sua Igreja. 

As doze estrelas significam também uma nova realidade.

O Apocalipse me vê de facto como um grande sinal no céu: Mulher vestida de sol, que combate o dragão e o seu poderoso exército do mal.

Então as estrelas em torno da minha cabeça indicam aqueles que se consagram ao meu Coração Imaculado, fazem parte do meu exército vitorioso, deixam-se guiar por mim para combater esta batalha e para no final obter a nossa maior vitória. Desta forma todos os meus predilectos e os filhos consagrados ao meu Coração Imaculado, chamados a serem hoje os Apóstolos dos últimos tempos, são as estrelas mais luminosas da minha coroa real.

As doze estrelas, que formam a coroa luminosa da minha materna realeza, são constituídas pelas 12 tribos de Israel, e pelos Apóstolos destes vossos últimos tempos. (Ap 12,1).

 

 

Apocalipse 12,2

2 Estava grávida e gritava, entre as dores do parto, atormentada para dar à luz.

 

MCD-T1-72

Maria, sacrário da Santíssima Trindade

100. Estava grávida (Ap 12,2)

Na presença de todos os anjos, para alegria dos bons e castigo dos maus, rebeldes à divina vontade e a estes mistérios, foi manifestada que a Santíssima Trindade escolhera esta maravilhosa Mulher para Mãe do Unigénito do Pai.

Como esta dignidade de ser Mãe do Verbo era a maior, princípio e fundamento de todas as excelências desta grande Senhora, por isso foi mostrada aos anjos naquele sinal, como receptáculo de toda a Santíssima Trindade.

Pela inseparável união e existência das três pessoas divinas, mercê de sua indivisível unidade, não podem deixar de estar as três, onde está cada uma. Ainda que somente a do Verbo haja assumido carne humana e dela se achar grávida aquela mulher, toda a Trindade nela se encontrava.

101. E dando à luz clamava (Ap 12,2). A dignidade desta Rainha e este mistério deveriam a princípio ficar ocultos, para Deus nascer pobre, humilde e escondido. Mas, depois, ergueu este nascimento, tão altos clamores, que o primeiro eco apavorou e atordoou o rei Herodes.

Obrigou os Magos a abandonarem lar e pátria para vir procurá-lo (Mt 2, 3). Uns corações se perturbaram (Mt 2, 3). e outros se enterneceram. Havendo crescido o fruto deste parto, e desde que foi elevado na cruz (Jo 12, 32) em diante, emitiu tão grandes brados, que foram ouvidos de Oeste a Leste e de Norte a Sul (Rm 10,18). Tanto se fez ouvir a voz desta Mulher, ao dar ao mundo a Palavra do Eterno Pai.

Maria, Mãe dolorosa

102. E sofria tormentos para dar à luz (Ap 12,2). Estas palavras não querem dizer que daria à luz com dores, pois não era isso possível no divino parto. Significam que foi grande dor e tormento para essa Mãe ver que, enquanto homem, aquele corpinho divinizado sairia do segredo de seu seio virginal para padecer.

Era destinado a satisfazer o Pai pelos pecados do mundo, pagando o que não havia de cometer (SI 68, 5).

Conhecendo tudo isto pela ciência das Escrituras, o natural amor de Mãe tão perfeita, por um filho divino, naturalmente lhe produziria grande sentimento, não obstante sua conformidade com a vontade do eterno Pai.

Por este tormento também se entende o que padeceria a Mãe piedosíssima, prevendo o tempo em que estaria privada da presença de seu tesouro, depois que ele deixasse seu virginal tálamo. Se bem quanto à divindade, o tinha concebido na alma, quanto à humanidade santíssima deveria ficar muito tempo separada Daquele que era Filho unicamente seu.

Determinara o Altíssimo isentá-la da culpa, mas não dos trabalhos e dores correspondentes à recompensa que lhe estava preparada. Deste modo, foram as dores deste parto (Gn 3,16), não efeitos do pecado como nas demais descendentes de Eva, mas sim, do intenso e perfeito amor desta divina Mãe, a seu único e Santíssimo Filho. Para os santos anjos foram estes mistérios motivo de louvor e admiração, e para os maus, princípio de castigo. comummente chamados capitais. Estes encerram os demais pecados, e são como cabeças dos bandos que se levantam contra Deus. A soberba, inveja, avareza, ira, luxúria, gula, preguiça, foram os sete diademas com que Lúcifer, transformado em dragão, foi coroado.

Cominou-lhe o Altíssimo esse castigo, que ele mesmo atraiu para si e para seus anjos confederados, como paga de sua horrível maldade. A todos foram destinados castigos e penas correspondentes à malícia de autores dos sete pecados capitais.

 

MCD-T4-274

O grande sinal do Apocalipse

515. Do trono saiu uma voz que lhes dizia: Hoje virá sobre vós a indignação do Omnipotente, e vossa cabeça será esmagada por uma mulher (Gn 3,15), descendente de Adão e Eva. Será executada a antiga sentença fulminada nas alturas, e depois no paraíso porque, desobedientes e soberbos, desprezastes a humanidade do Verbo e Àquela que lha deu em seu virginal seio.

Neste momento, seis dos supremos serafins que assistiam ao trono real, levantaram Maria santíssima da Terra e, numa refulgente nuvem, a colocaram no mesmo trono de seu Filho santíssimo. De seu próprio ser e divindade saiu um imenso e inefável resplendor que a cercou e vestiu, como se fora o globo solar. Apareceu sob seus pés a Lua, como quem pisava tudo o que era inferior, terreno e mutável, figurado pelas variações da Lua. Sobre a cabeça puseram-lhe um diadema ou coroa real de doze estrelas, símbolo das perfeições divinas que lhe foram comunicadas, no grau possível à pura criatura.

Via-se também que estava grávida do conceito que, em si, possuía do ser de Deus e do amor correspondente a este conceito. Clamava, como em dores de parto, do que havia concebido, para que todas as criaturas dele participassem, mas elas resistiam, ainda que Ela o desejasse com lágrimas e gemidos (Ap 12,2).

 

Apocalipse 12,3

3 Apareceu, então, outro sinal no Céu: um grande Dragão, cor de fogo. Tinha sete cabeças e dez chifres. Sobre as cabeças sete diademas.

 

MCD-T1-73

Castigo dos anjos rebeldes. Os sete diademas

103. "E foi visto no Céu outro sinal (Ap 12,3); um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e nas suas cabeças sete diademas; e a sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do Céu e as precipitou na Terra."

Depois do que fica explicado, seguiu-se o castigo de Lúcifer e seus aliados. Pelas suas blasfémias contra aquela assinalada mulher, coube-lhe a pena de se ver transformado, de anjo formosíssimo em dragão horrendo e furibundo. Sua figura exterior apareceu sensivelmente, e furioso levantou sete cabeças: Sete legiões ou esquadrões, aos quais se agregaram todos os que o seguiram no pecado.

A cada um destes principados ou grupos, deu um chefe, ordenando-lhes que pecassem e tomassem por sua conta incitar aos sete pecados mortais comummente chamados capitais. Estes encerram os demais pecados, e são como cabeças dos bandos que se levantam contra Deus. A soberba, inveja, avareza, ira, luxúria, gula, preguiça, foram os sete diademas com que Lúcifer, transformado em dragão, foi coroado.

Cominou-lhe o Altíssimo esse castigo, que ele mesmo atraiu para si e para seus anjos confederados, como paga de sua horrível maldade. A todos foram destinados castigos e penas correspondentes à malícia de autores dos sete pecados capitais.

Os dez chifres

104. Os dez chifres das cabeças são os triunfos da iniquidade e malícia do dragão; falsa glória, arrogante exaltação, que ele se atribui como fruto da prática dos vícios. Com estes depravados desejos e para conseguir o alvo de seu orgulho, ofereceu aos infelizes anjos sua perversa e venenosa amizade, falsos poderes, quiméricas grandezas e recompensas.

Estas promessas, cheias de bestial arrogância e erro, foram a cauda com que o dragão arrastou a terça parte das estrelas do Céu. Eram os anjos estrelas, e se perseverassem na graça, resplandeceriam depois como o sol com os demais anjos e justos, em perpétuas eternidades (Dn 12, 3). Por merecido castigo foram precipitados até o centro da Terra, o inferno, onde eternamente serão privados da luz e da alegria.

 

MCD-T2-136

A legião da soberba

340. Para iniciar a batalha, Lúcifer veio acompanhado pelas sete legiões e seus chefes que, ao cair do Céu (Ap 12,3), organizara para tentar os homens aos sete pecados capitais. A cada um destes sete esquadrões confiou a luta contra a imaculada Princesa, recomendando-lhes empregar toda coragem. Encontrava-se a invencível Senhora em oração, quando permitiu o Senhor que entrasse a primeira legião para tentá-la de soberba, o especial atributo destes inimigos.

 

Gob 30-11-74

O sinal que Deus dá — Não se perturbe, filhos predilectos, o vosso coração. Por que duvidais? Por que olhais ansiosos para o presente e para o futuro, procurando o sinal que Eu vos predisse?

Um só é o sinal que Deus dá ao mundo e à Igreja de hoje: Eu mesma

Só Eu sou anunciada como o grande sinal no céu: a Mulher vestida de sol, com a lua como escabelo dos seus pés e doze estrelas como coroa luminosa à volta da sua cabeça (Ap 12,3).

É em antevisão, anunciada a minha vitória sobre o dragão vermelho, sobre o ateísmo hoje triunfante e aparentemente vitorioso. Esta vitória será alcançada por meio do triunfo do meu Coração Imaculado no mundo e esta minha vitória alcançá-la-ei com os Sacerdotes do meu Movimento.

Não procureis, por ora, prodígios no céu. Este será o único prodígio! 

 

Gob 28-11-79

Na luta entre o Dragão vermelho e a Mulher vestida de Sol, em que se defrontam o Céu e a  Terra, as potências do alto e as infernais, a vossa Mãe e Rainha avança todo dia um passo importante na actuação do seu plano vitorioso. (Ap 12,3).

 

Gob 29-06-83

A luta entre a vossa Mãe Celeste e o seu adversário entrou na fase decisiva. A Senhora vestida de sol combate abertamente com seu exército contra o exército às ordens do Dragão vermelho, a cujo serviço se colocou a Besta negra vinda do mar. O Dragão vermelho é o ateísmo marxista, que já conquistou o mundo inteiro, e levou a humanidade a construir uma nova civilização sem Deus. Por isso, o mundo se tornou um deserto árido e frio, submerso no gelo do ódio e nas trevas do pecado e da impureza.

 

Gob 13-11-87

Eu porei fim à vossa escravidão 

Faz setenta anos que Eu desci do céu até vós como a Mulher vestida de sol.

Faz setenta anos que o meu adversário satanás subiu do abismo até vós para manifestar-se como o Dragão Vermelho com todo o seu terrível poder. (Ap 12,3).

Vivestes setenta anos escravos do meu adversário, que conseguiu transformar o mundo na cidade da Babilónia, perversa e pecadora, que, com a taça dos prazeres e da luxúria, seduziu todas as nações da  Terra.

Agora, porém, o período desta escravidão babilónica está para terminar.

 

Gob 14-05-89

O enorme dragão vermelho

Só o Espírito Santo pode vencer a potência e a força vitoriosa do enorme dragão vermelho (Ap 12,3), que, neste vosso século, se desencadeou por toda a parte, de maneira terrível, para seduzir e enganar toda a humanidade.

O enorme dragão vermelho é o comunismo ateu que difundiu em toda a parte o erro da negação e da obstinada recusa de Deus.

O enorme dragão vermelho é o ateísmo marxista, que se apresenta com dez chifres, isto é, com a potência de seus meios de comunicação, para conduzir a humanidade a desobedecer aos dez mandamentos de Deus, e com sete cabeças. tendo sobre cada uma delas um diadema, sinal de poder e realeza. As cabeças coroadas indicam as nações nas quais o comunismo ateu se estabeleceu e domina com a força do seu poder ideológico, político e militar.

A enormidade do dragão manifesta claramente a vastidão das terras ocupadas pelo domínio incontrastado do ateísmo comunista.

A sua cor é vermelha, porque usa a guerra e o sangue como instrumento das suas numerosas conquistas.

O enorme dragão vermelho, conseguiu, nestes anos, conquistar a humanidade com o erro do ateísmo teórico ou prático que já seduziu todas as nações da  Terra. Conseguiu-se assim construir uma nova civilização sem Deus, materialista, egoísta, hedonista, árida e fria, que traz em si os germes da corrupção e da morte.

O enorme dragão vermelho tem a missão diabólica de subtrair toda a humanidade do domínio de Deus, da glorificação da Santíssima Trindade, da plena actuação do desígnio do Pai que, por meio do Filho a criou para sua glória.

O Senhor me revestiu da sua luz e o Espírito Santo me revestiu da sua potência, assim Eu apareço como um grande sinal no céu, Mulher vestida de sol, porque tenho a missão de subtrair a humanidade do domínio do enorme dragão vermelho e reconduzi-la toda à perfeita glorificação da Santíssima Trindade.

 

Apocalipse 12,4

4 Com a cauda ele varria a terça parte das estrelas do Céu, jogando-as sobre a Terra. O Dragão colocou-se diante da Mulher que estava para dar à luz, pronto para lhe devorar o Filho, logo que ele nascesse.

 

MCD-T1-73

A realeza de Cristo. A solidão de Maria

105. E o dragão (Ap 12,4) pôs-se diante da mulher para lhe devorar o filho quando o desse à luz.

Tão desmedida foi a soberba de Lúcifer (Is 14,13-14), que pretendeu colocar seu trono nas alturas. Com sua arrogância, falou em presença daquela assinalada mulher: - Esse filho que há de nascer dessa mulher é de natureza inferior à minha e eu o devorarei e o perderei. Contra Ele levantarei meus sequazes, semearei doutrinas contra os ensinamentos e leis que ordenar e lhe farei perpétua guerra e contradição.

 

MCD-T2-145

Deus vence o demónio por meio de Maria

365. Voltando a meu assunto, digo que o Altíssimo, com a previsão de sua ciência infinita, conheceu a iniquidade do infernal dragão. Viu que, se este executasse os planos de sua indignação contra a Igreja, semeando os erros que fabricara, enganaria muitos fiéis e arrastaria com sua cauda (Ap 12, 4) as estrelas deste Céu militante, os justos. Isto provocaria a justiça divina e o fruto da Redenção ficaria quase perdido.

 

MCD-T4-275

O dragão de sete cabeças

516. Este sinal, tão magnífico, criado pela mente divina foi, naquele Céu, mostrado a Lúcifer. Este ostentava a forma de grande e vermelho dragão de sete cabeças, coroadas com sete diademas e dez chifres. Nesta horrenda figura manifestava ser o autor dos sete pecados capitais que pretendia entronizar no mundo, mediante as heresias que planejava e que, por isto, se reduziam a sete diademas. Com a agudeza e força de sua astúcia, - os dez chifres - havia destruído entre os mortais a divina lei encerrada nos dez Mandamentos. Com o círculo de sua cauda, arrastava a terça parte das estrelas do Céu (Ap 12,4): não só os milhares de anjos apóstatas que de lá o seguiram na desobediência, mas também porque derrubou do Céu da Igreja a muitos que, pela dignidade ou pela santidade, pareciam elevar-se acima das estrelas.

 

Gob 13-05-76

Agora viveis os momentos em que o dragão vermelho, isto é, o ateísmo marxista se espalhou por todo o mundo causando estragos cada vez maiores nas almas. Conseguiu verdadeiramente seduzir e precipitar um terço das estrelas do Céu

Estas estrelas, no firmamento da Igreja, são os Pastores. Sois vós meus pobres filhos Sacerdotes.

 

Cad 1943 - 23 de Julho

«Quando chegue a hora, muitas estrelas serão apanhadas pelas espirais de Satanás que, para vencer, necessita diminuir as luzes das almas. Isto poderá suceder porque, não só os leigos mas também os eclesiásticos, perderam e perdem cada vez mais a firmeza da fé, a caridade, a força, pureza, o desapego das seduções do mundo necessárias para permanecer na órbita da luz de Deus.

¿Compreendes quem são as estrelas de que falo? (Ap 12,4) são aqueles que defini como sal da Terra e luz do mundo: meus ministros. O esmero da aguda malícia de Satanás é apagar, apanhando-as, estes luzeiros que  são luzes que reflectem a minha Luz para as multidões. Se apesar de tanta luz, como todavia emana a Igreja, sacerdotal, as almas se estão afundando nas trevas, cada vez mais, pode-se intuir como será a treva que esmagará as multidões quando muitas estrelas se apaguem em meu Céu.

Satanás o sabe e semeia suas sementes para preparar a debilidade do sacerdócio, a fim de podê-lo enredar facilmente em pecados, não tanto de sentido quanto de pensamento. No caos mental, para ele será fácil provocar o caos espiritual. No caos espiritual os débeis, ante o aluvião das perseguições, cometerão o pecado da vileza, renegando a Fé.

A Igreja não morrerá porque Eu estarei com ela. Mas conhecerá horas de trevas e horror semelhantes às da minha Paixão, multiplicados no tempo porque assim deve de ser.

Tem de ser que a Igreja sofra quanto sofreu seu Criador, antes de morrer, para ressuscitar de forma eterna. Tem de ser que a Igreja sofra durante muito mais tempo, porque a Igreja não é, em seus membros, perfeita como o seu Criador, e se Eu sofri horas, ela deve sofrer semanas e semanas de horas.

Como surgiu perseguida e alimentada por poder sobrenatural nos primeiros tempos e em seus melhores filhos, o mesmo ocorrerá com ela quando venham os últimos tempos que existirão, subsistirá, resistirá à maré satânica e às batalhas do Anticristo com seus melhores filhos. Selecção dolorosa, mas justa.

 

Apocalipse 12,5

5 Nasceu o Filho da Mulher. Era menino homem. Nasceu para governar todas as nações com ceptro de ferro. Mas o Filho foi levado para junto de Deus e de seu trono.

 

MCD-T1-73

A realeza de Cristo. A solidão de Maria

Por resposta, o Altíssimo Senhor declarou que aquela mulher teria um filho (Ap 12,5) que regeria os povos com vara de ferro. - Este homem, acrescentou o Senhor, não será filho somente desta mulher, mas também meu, Deus e homem verdadeiro, poderoso para vencer tua soberba e esmagar tua cabeça. Será para ti e para todos os que te ouvirem e seguirem, juiz poderoso, que te dominará com vara de ferro (SI 2, 9) destruindo todos teus altivos e vãos pensamentos.

Este filho será arrebatado ao meu trono, onde se assentará à minha destra como juiz. Porei seus inimigos por escabelo de seus pés (SI 109, 1,2), para deles triunfar. Será premiado como homem justo e porque, sendo Deus, tanto fez por suas criaturas. Todos o conhecerão dando-lhe reverência e glória (Ap 5,13), enquanto que tu, infelicíssimo, conhecerás o dia da ira do Todo-poderoso (Sf l,14s.).

 

MCD-T4-275

Maria, Mãe de Cristo e da Igreja

517. Nesta monstruosa figura e noutras diferentes, mas todas abomináveis, Lúcifer e seus demónios, postavam-se, em batalha, na presença de Maria santíssima que estava na eminência de produzir o parto espiritual da Igreja, graças ao qual, esta iria se enriquecer e perpetuar.

Esperava o dragão o nascimento deste filho para o devorar, destruindo a nova Igreja, se pudesse. Extrema inveja o enfurecia, diante do poder daquela Mulher que ia estabelecer a Igreja e enchê-la de tantos filhos: com seus méritos, exemplo e intercessão, iria fecundá-la de imensas graças e, consigo, levaria inúmeros predestinados para a felicidade eterna.

Não obstante a inveja do dragão, deu à luz um filho varão, para reger todas as gentes com vara de ferro (Ap 12,5). Este filho foi o forte e rectíssimo espírito da Igreja que, com retidão e poder de Cristo, rege todos os povos na justiça. São também os homens apostólicos que, com Ele, hão de julgar, no juízo, com a vara de ferro da justiça divina.

Tudo isto foi parto de Maria santíssima, não só porque deu à luz ao mesmo Cristo, mas também porque, com seus méritos e trabalhos pariu a Igreja, sob esta santidade e retidão. Criou-a durante o tempo que viveu no mundo e, agora e sempre, a conserva no mesmo espírito varonil em que nasceu, no que respeita à retidão da doutrina e verdade católica, contra a qual não prevalecerão as portas do inferno (Mt 16,18).

 

Maria, Mãe das almas e solitária no mundo

518. Diz São João (Ap 12,5-6) que este filho foi arrebatado ao trono de Deus, e a mulher fugiu para a solidão, onde lhe tinham preparado um lugar, e ali foi alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.

O legítimo parto desta soberana Mulher, quer na santidade do espírito da Igreja total, quer em particular nas almas que Ela concebeu e concebe como seu espiritual parto, tudo chega ao trono onde se encontra o parto natural, Cristo, em quem e para quem os concebe e cria.

A solidão para onde Maria santíssima foi levada, depois desta batalha, foi um estado altíssimo e cheio de mistérios, de que falarei adiante. Chama-se solidão porque foi a única criatura que chegou a esse estado. Ali esteve separada das criaturas e ainda mais distante do demónio que, mais do que todos, ignorava esse mistério, e não pôde mais persegui-la em sua pessoa. Ali o Senhor a alimentou durante mil duzentos e sessenta dias, os que viveu naquele estado, antes de passar a outro.

 

Apocalipse 12,6

6 A Mulher fugiu para o deserto. Deus lhe tinha preparado aí um lugar onde fosse alimentada por mil, duzentos e sessenta dias.

MCD-T1-74

Esta mulher será levada à solidão num lugar por mim preparado (Ap 12, 6).

Esta solidão, para onde fugiria a mulher, nossa Rainha, consistiu no facto de ser ela a única na suma santidade e isenção de todo o pecado. Sendo mulher da comum natureza dos mortais, ultrapassou a todos e aos mesmos anjos nos dons, na graça e nos merecimentos que com ela adquiriu. Fugiu e permaneceu solitária entre as puras criaturas, por ser única e sem igual. Foi tão afastada do pecado esta solidão que, desde a sua Conceição, o dragão não a pôde avistar, nem sequer perceber.

Deste modo, colocou-a o Altíssimo só e única no mundo, sem contacto nem sujeição à serpente, declarando peremptoriamente: desde o primeiro instante de sua existência, esta mulher será minha escolhida, unicamente para mim. Desde já, a isento da jurisdição de seus inimigos e lhe reservo um lugar de graça, único e altíssimo, "para que ali seja alimentada durante mil duzentos e sessenta dias (Ap 12,6)".

Durante este número de dias, a Rainha do Céu estaria num estado elevadíssimo de singulares e ainda mais admiráveis benefícios interiores e espirituais. Aconteceu isto nos últimos anos de sua vida, como em seu lugar, com a divina graça, direi. Naquele estado foi sustentada tão divinamente, que nosso entendimento é por demais limitado para compreender. Sendo estes benefícios o fim para o qual se encaminhavam os demais da vida da Rainha do Céu, o remate e perfeição de todos eles, esses dias foram expressamente referidos pelo Evangelista.

 

Maria, Mãedas almas e solitária no mundo

518. Diz São João (Ap 12,5-6) que este filho foi arrebatado ao trono de Deus, e a mulher fugiu para a solidão, onde lhe tinham preparado um lugar, e ali foi alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.

O legítimo parto desta soberana Mulher, quer na santidade do espírito da Igreja total, quer em particular nas almas que Ela concebeu e concebe como seu espiritual parto, tudo chega ao trono onde se encontra o parto natural, Cristo, em quem e para quem os concebe e cria.

A solidão para onde Maria santíssima foi levada, depois desta batalha, foi um estado altíssimo e cheio de mistérios, de que falarei adiante. Chama-se solidão porque foi a única criatura que chegou a esse estado. Ali esteve separada das criaturas e ainda mais distante do demónio que, mais do que todos, ignorava esse mistério, e não pôde mais persegui-la em sua pessoa. Ali o Senhor a alimentou durante mil duzentos e sessenta dias, os que viveu naquele estado, antes de passar a outro.

 

MCD-T4-284

Privilégios de Maria

536. Este favor, a que me referi no capítulo passado foi encerrado pel0 Evangelista São João naquelas palavras (Ap 12,6): A mulher fugiu para a solidão, onde Deus lhe preparou um lugar para ser alimentada por mil duzentos e sessenta dias. Logo adiante acrescenta: Foram-lhe dadas duas asas de uma grande águia para voar ao deserto onde era alimentada etc.

Não é fácil para minha ignorância, fazer-me compreender neste mistério, porque contém muitos efeitos sobrenaturais que, sem exemplo em outras criaturas, só se encontraram nas potências de Maria santíssima, para quem Deus reservou esse prodígio. Já que a fé nos ensina que não podemos medir sua incompreensível omnipotência, é razão confessar que pôde fazer com Ela, muito mais do que podemos entender. Só lhe podemos negar aquilo que for de evidente e manifesta contradição em si mesmo.

Supondo que entendi o que me foi manifestado para o escrever, não acho repugnância em admiti-lo conforme o conheço, embora não encontre termos adequados para descrevê-lo.

 

Apocalipse 12,7

7 Aconteceu então uma batalha no Céu: Miguel e seus Anjos guerrearam contra o Dragão.

Apocalipse 12,8

8 O Dragão batalhou juntamente com os seus Anjos, mas foi derrotado, e no Céu não houve mais lugar para eles.

Apocalipse 12,9

9 Esse grande Dragão é a antiga Serpente, é o chamado Diabo ou Satanás. É aquele que seduz todos os habitantes da Terra. O Dragão foi expulso para a Terra, e os Anjos do Dragão foram expulsos com ele.

 

MCD-T1-64

Deste modo, estes santos anjos, como os demais apóstatas, permaneceram muito pouco tempo no primeiro estado de viadores. Sua criação, estado de provação e término dele realizaram-se em três estâncias ou mórulas, separadas por algum intervalo, em três instantes.

No primeiro foram todos criados e adornados com graça e outros dons, formosíssimos e perfeitas criaturas A este instante seguiu-se a mórula na qual a todos foi apresentada e ordenada a vontade de seu Criador e lei para observarem. Reconhecendo-o por supremo Senhor, preencheriam o fim de sua criação. Nesta mórula, estância ou intervalo travou-se entre S. Miguel com seus anjos e o dragão seguido dos seus, aquela grande batalha descrita por São João no capítulo 12 do Apocalipse (Ap 12, 7). Os bons anjos, perseverando na graça, mereceram a felicidade eterna e os desobedientes, insurgindo-se contra Deus, mereceram o castigo que sofrem.

 

MCD-T1-67

90. Aqui ocorreu a grande batalha que S. João refere (Ap 12,7) haver-se travado no Céu. Os santos anjos obedientes, com ardente zelo para defender a glória do Altíssimo e a honra do Verbo humanado previsto, pediram licença ao Senhor para resistir e contradizer ao dragão, sendo-lhes concedida essa permissão.

Entrementes sucedeu outro mistério.

Ao ser proposta a todos os anjos a obediência ao Verbo humanado, foi-lhes apresentado o terceiro preceito: superior a eles existiria também uma mulher, em cujas entranhas tomaria carne humana o Unigénito do Pai; esta mulher, Rainha deles e das demais criaturas, nos dons da graça e glória se elevaria acima de todas, tanto angélicas como humanas.

Os bons anjos, obedecendo a este preceito do Senhor, cresceram e se aperfeiçoaram na humildade, aceitando e louvando o poder e os arcanos do Altíssimo. Lúcifer, porém, e seus confederados, a este preceito e mistério, se exaltaram mais na soberba e presunção.

Com desordenado furor apeteceu para si a excelência de ser cabeça de todo o género humano, e das ordens angélicas, e se isto deveria realizar-se mediante a união hipostática, fosse ele a recebê-la.

 

MCD-T1-70

Quis, porém, manifestá-la por novo modo em pura criatura, e na mais perfeita e santa que, depois de Cristo Nosso Senhor, havia de criar: Maria, sua Mãe.

Para os bons anjos este sinal também deu a certeza de que, se a desobediência dos maus anjos ofendeu a Deus, nem por isto deixaria Ele de executar o decreto da criação dos homens. O Verbo humanado e aquela Mulher, sua Mãe, o empenhariam infinitamente mais, do que os anjos desobedientes poderiam desobrigá-lo.

Foi como um arco-íris no Céu, semelhante ao que apareceria nas nuvens depois do dilúvio (Gn 9,13), para garantir que se os homens pecassem e fossem desobedientes, como os maus anjos, não seriam castigados sem remissão. Ser-lhes-ia dado salutar remédio por meio daquele maravilhoso sinal. Tal como se dissesse aos anjos: não castigarei de modo igual às criaturas que vou criar, porquanto da natureza humana descenderá esta mulher em cujas entranhas tomará carne meu Unigénito. Ele será o restaurador de minha amizade, apaziguará minha justiça, e ambos abrirão o caminho da felicidade que a culpa houver fechado.

Glorificação dos anjos fiéis

96. Em testemunho disso, depois que os anjos desobedientes foram castigados, o Altíssimo, diante daquele sinal, revelou-se aos bons, como desagravado e aplacado da ira que a soberba de Lúcifer lhe havia provocado.

Ao nosso modo de entender, alegrava-se com a presença da Rainha do Céu, representada naquela imagem, dando a entender aos santos anjos que transferiria aos homens, por meio de Cristo e sua Mãe, a graça e dons que os apóstatas haviam perdido por sua rebeldia. Outro efeito produziu também aquele grande sinal nos bons anjos. Como da porfia e contenda com Lúcifer tinham ficado, a nosso modo de entender, aflitos, perturbados e entristecidos, quis o Altíssimo que se alegrassem com a visão daquele sinal. À sua glória essencial lhes foi acrescentado este gozo ocidental, merecido também pela vitória obtida contra Lúcifer.

Vendo aquele ceptro de clemência que lhes era mostrado em sinal de paz, (Est 4, 11), conheceram logo que não se estendia a eles a lei do castigo, pois haviam obedecido à divina vontade e seus preceitos. Entenderam também, nesta visão, muitos dos mistérios e sacramentos encerrados nos da Encarnação e da Igreja militante e seus membros.

Entenderam que assistiriam e ajudariam o género humano, guardariam os homens, defendendo-os de seus inimigos, guiando-os à eterna felicidade que eles mesmos estavam a receber pelos merecimentos do Verbo humanado. Em virtude do Cristo, previsto na mente divina, Deus os preservara da queda.

Alegria para os bons anjos, tormento para os maus

97. Havendo tudo isto produzido grande alegria para os bons anjos, outro tanto causou de tormento para os maus.

Foi princípio de seu castigo, ver que nada tinham aproveitado com sua rebeldia, e que aquela mulher os venceria, esmagando-lhes a cabeça (Gn 3, 15).

Todos estes mistérios, e outros que não posso explicar, encerrou o Evangelista nesse capítulo, principalmente neste grande sinal, ainda que o descreva obscuramente, com enigmas, até que chegasse o tempo.

 

MCD-T1-75

São Miguel

106. E travou-se no Céu (Ap 12,7) uma grande batalha: Miguel e seus anjos pelejavam contra o dragão, e o dragão com seus anjos pelejavam contra ele.

Havendo manifestado o Senhor o que fica dito aos bons e aos maus anjos, o santo príncipe Miguel e seus companheiros, com a divina permissão, pelejaram com o dragão e seus sequazes, Batalha admirável, combate de entendimentos e vontades.

Com o zelo que ardia em seu coração pela honra do Altíssimo, e armado com o poder divino e sua própria humildade, São Miguel resistiu à desvanecida soberba do dragão, dizendo: - Digno é o Altíssimo de honra, louvor e reverência; de ser amado, temido e obedecido por toda a criatura; é poderoso para fazer tudo quanto quer, nada podendo querer que não seja muito justo. Incriado e sem dependência de outro ser, deu-nos gratuitamente quanto temos, criou-nos e formou-nos do nada e do mesmo modo pode criar outros seres, quando e como for de seu beneplácito.

A batalha angélica

107. Com estas armas pelejavam São Miguel e seus anjos, combatendo com fortes raios ao dragão e aos seus asseclas armados de blasfémias. Defrontando o santo Príncipe, mas não lhe podendo resistir, enfurecia-se, e pelo tormento que sofria desejara fugir. A vontade divina, porém, ordenara que fosse não apenas castigado mas também vencido, e a seu pesar conhecesse a verdade e o poder de Deus.

Blasfemando bradava: - Deus é injusto por elevar a natureza humana acima da angélica. Eu sou o mais excelente e formoso anjo, e a mim se deve a exaltação. Hei de estabelecer meu trono acima das estrelas (Is 14,13) e serei semelhante ao Altíssimo. Não me sujeitarei a ninguém de natureza inferior à minha, nem consentirei que alguém me preceda e seja maior que eu. Faziam-lhe eco os apóstatas, seus sequazes, ao que lhes replicou São Miguel: - Quem há que se possa igualar e se comparar com o Senhor que habita os Céus? Acaba, inimigo, com tuas formidáveis blasfémias, e já que a iniquidade se apoderou de ti, separa-te de nós, infeliz, e caminha com tua cega ignorância e maldade para a tenebrosa noite e caos das penas infernais. Quanto a nós, ó espíritos do Senhor, reverenciemos esta ditosa mulher que há de ministrar carne humana ao eterno Verbo, e reconheçamo-la por nossa Rainha e Senhora.

Lúcifer precipitado do Céu

108. Nesta peleja, aquele grande sinal da Rainha servia para os bons anjos de escudo e arma ofensiva contra os maus. À sua vista os argumentos e contradições de Lúcifer perdiam a força e se aniquilavam, não podendo suportar os mistérios representados naquele sinal. E assim, como pela virtude divina havia aparecido aquele sinal, quis também Sua Majestade fazer surgir o outro sinal do dragão vermelho. Nessa figura foi ignominiosamente expulso do Céu, com espanto e terror de seus sequazes e admiração dos santos anjos por aquela nova demonstração do poder e justiça de Deus.

O mal não pode triunfar sobre o bem

109. Difícil é descrever com palavras o que se passou nesta memorável batalha, por ser enorme a diferença entre conceitos materiais e as operações de tais e tantos espíritos angélicos. Os maus, entretanto, não triunfaram (Ap 12,8) porque a injustiça, mentira, ignorância e malícia não podem prevalecer contra a equidade, verdade, luz e bondade, nem tais virtudes podem ser vencidas pelos vícios.

Por isto, diz o Apocalipse, daí em diante seu lugar não foi encontrado no Céu. Com os pecados que cometeram, estes ingratos anjos tornaram-se indignos da eterna visão e companhia do Senhor, e sua lembrança apagou-se da sua mente divina onde, antes da queda, estavam gravados pelos dons de graça que lhes outorgara. Privados do direito que tinham aos lugares que lhes haviam sido preparados sob a condição de obedecerem, este direito transferiu-se aos homens e a estes foram reservados.

Tão apagados foram os vestígios dos anjos apóstatas, que jamais serão encontrados no Céu. Oh! infeliz maldade, e nunca assaz encarecida infelicidade que mereceu tão espantoso e formidável castigo!

 

MCD-T1-114

Conheci, nesta ocasião, que desde aquela grande batalha travada no Céu entre São Miguel e o dragão com seus aliados (Ap 12,7); depois da qual estes foram lançados às trevas exteriores, e os vitoriosos exércitos de São Miguel confirmados na graça e glória; começaram estes santos espíritos a pedir o cumprimento dos mistérios da encarnação que então conheceram.

Nestas petições contínuas perseveraram, até a hora que Deus lhes manifestou o cumprimento de seus desejos e súplicas.

 

MCD-T2-86

Exaltação dos humildes, humilhação dos soberbos

Esta justiça do Senhor estreou-se gloriosa e admiravelmente no chefe dos soberbos, Lúcifer, (Is 14) e (Ap 12) e em seus sequazes. O braço do Altíssimo os dissipou e derrubou (por que eles mesmos se precipitaram) daquele elevado lugar e assento da natureza e da graça que possuíam segundo a primeira intenção da mente e do amor de Deus, pelo qual deseja que todos se salvem (1Tim 2,4). Sua queda lhes proveio de intencionarem subir (Is 14,13) onde não podiam nem deviam. Nesta arrogância chocaram-se contra os justos e insondáveis juízos do Senhor que os dissipou e derrubou (Ap 12,8). No lugar deles foram colocados os humildes, por intermédio de Maria Santíssima, mãe e reservatório das antigas misericórdias.

 

MCD-T4-277

São Miguel defensor dos direitos divinos

520. Quando o dragão fazia esta despeitada confissão apareceu o príncipe dos exércitos celestes, São Miguel, para defender a causa de Maria santíssima e do Verbo humanado. Com as annas de suas inteligências travou-se outra batalha com o dragão e seus aliados (Ap 12, 7).

São Miguel e seus anjos altercaram com eles, acusando-os novamente da antiga soberba e desobediência que cometeram no Céu, e da temeridade com que haviam perseguido e tentado o Verbo humanado e sua Mãe, em quem não tinham parte nem direito algum, pois n'Ela não havia nenhum pecado, falsidade ou defeito.

 

MCD-T1-77

Castigo dos anjos maus

110. E foi lançado aquele grande dragão (Ap 12,9) e antiga serpente que se chama diabo e satanás que engana a todo o orbe e foi precipitado à Terra com seus anjos.

Transformado em dragão, foi Lúcifer precipitado do Céu pelo santo príncipe Miguel, por aquela invencível palavra: - Quem como Deus? Tão poderosa que pôde derrubar com formidável ignomínia, às profundezas da Terra, aquele soberbo gigante e todos os seus exércitos.

Ali. com sua infelicidade e castigo, começou a receber os novos nomes de dragão, diabo, e satanás. Privado da felicidade e honra que desmereceu, foi também despojado de seus honrosos títulos, adquirindo os que traduzem sua ignomínia. E a maldade que intimou a seus confederados para enganarem e perverterem os habitantes do mundo, manifesta sua iniquidade.

Deste modo, aquele que presumia destruir os povos foi lançado aos infernos e às profundezas do lago, como diz Isaías, Capítulo 14 (v. 15). Seu cadáver foi entregue à podridão e aos vermes de sua má consciência. Em Lúcifer cumpriu-se tudo o que o Profeta escreve naquela passagem.

 

MCD-T4-278

Participação dos anjos

523. Foi então precipitado - como diz São João (Ap 12,9) - o grande dragão, a antiga serpente que se chama diabo e satanás, e seus anjos, da presença da Rainha à Terra. Como que afrouxando um pouco a cadeia com que estava preso, aí lhe foi permitido ficar.

 

Apocalipse 12,10

10 Ouvi, então, uma voz forte no Céu, proclamando:

“Agora realizou-se a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo. Porque foi expulso o acusador dos nossos irmãos, aquele que os acusava dia e noite diante do nosso Deus.

 

MCD-T1-77

Glorificação dos anjos bons

111. Ficando o Céu despojado os maus anjos, foi afastado o véu da Divindade para os bons e obedientes.

Triunfantes e gloriosos estes, castigados aqueles, prossegue o Evangelista dizendo que ouviu uma grande voz no Céu que dizia: - Agora foi estabelecida a salvação e a força e o reino de nosso Deus, e o poder do seu Cristo: porque foi precipitado o acusador de nossos irmãos, que na presença de nosso Deus os acusava de dia e de noite (Ap 12,10).

Esta voz ouvida pelo Evangelista foi a da pessoa do Verbo. Ouvida e entendida por todos os santos anjos, chegaram seus ecos até o inferno. Al i espavoriu e fez tremer os demónios, ainda que não compreenderam todos os mistérios que encerrava, mas somente aquilo que o Altíssimo lhes permitiu entender para sua pena e castigo.

Aquela voz foi proferida pelo Filho, em nome da humanidade que havia de assumir. Pediu ao Eterno Pai que fosse estabelecida a salvação, poder e reino de Deus e do Cristo, porquanto já havia sido expulso o acusador dos homens, irmãos do mesmo Cristo Senhor nosso.

Foi uma súplica ante o trono da Santíssima Trindade, para os mistérios da Encarnação e Redenção serem confirmados e realizados contra a inveja e raiva de Lúcifer que caíra do Céu, enfurecido contra a natureza humana da qual o Verbo se vestiria. Por este motivo, com suma compaixão e amor chamou os homens de irmãos.

Diz que Lúcifer os acusava de dia e de noite porque, na presença do eterno Pai e de toda a Santíssima Trindade, os acusou no dia da graça que ainda gozava, desprezando-os com soberba. Depois em a noite de suas trevas e de nossa queda, nos acusa muito mais, sem jamais cessar esta perseguição enquanto o mundo existir. Denominou força, poder e reino às obras e mistérios da Encarnação e morte de Cristo, porque tudo foi realizado mediante essa morte. Por ela manifestou a sua força e poder contra Lúcifer.

 

MCD-T4-278

Participação dos anjos

Nesse instante, ouviu-se no Cenáculo a voz do Arcanjo dizendo: Agora se operou a salvação, a virtude, o reino de Deus, e o poder do seu Cristo, porque foi expulso o acusador de nosso irmãos que os acusava dia e noite. Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra de seu testemunho se entregaram à morte. Por isto, alegrem-se os Céus e os que nele vivem. Âi da Terra e do mar, porque o diabo desceu a Vós com grande ira, sabendo que lhe resta pouco tempo.

(Ap 12,10).

Nestas palavras, quis dizer o Anjo que, em virtude das vitórias de Maria santíssima com as de seu Filho e Salvador nosso, ficava assegurado o reino de Deus, a Igreja, e os efeitos da Redenção humana para os justos. A estas obras denominou salvação, virtude e poder de Cristo.

E porque, se Maria santíssima não tivesse vencido o dragão infernal, sem dúvida, este ímpio e poderoso inimigo impediria os efeitos da Redenção, por isto ouviu-se aquela voz do anjo, na conclusão da batalha, sendo o dragão vencido e precipitado à Terra e ao mar.

Felicitou aos Santos por já estarem esmagados os pensamentos e a cabeça do demónio que caluniava os homens. A estes, o anjo chamou irmãos, pelo parentesco da alma espiritual, da graça e da glória.

O combate continua na Terra

524. As calúnias com que o dragão acusava e perseguia os mortais, eram os enganos e erros com que pretendia perverter os inícios da Igreja do Evangelho.

Alegava ademais, ante o Senhor, razões de justiça: os homens ingratos e pecadores, tinham tirado a vida de Cristo nosso Salvador; não mereciam o fruto da Redenção nem a misericórdia do Redentor, e sim o castigo de serem abandonados em suas trevas e pecados, para a eterna condenação.

Maria santíssima foi a refutação destes argumentos. Mãe clementíssima, nos mereceu a fé e sua propagação, e a abundância das misericórdias e graças que nos foram dadas, em virtude da morte de seu Filho. Não obstante, existiriam os que não iam merecer estes bens, como os que o crucificaram e os demais que não o aceitaram por seu Redentor.

Com aquela exclamação de dolorosa compaixão, o anjo avisou os habitantes da Terra, a se prevenirem contra a serpente que descia para eles com grande sanha. Sem dúvida, o inimigo julgou que lhe ficava pouco tempo para agir, depois que conheceu os mistérios da Redenção, poder de Maria santíssima, a abundância de graças, maravilhas e favores com que a primitiva Igreja ia se estabelecendo.

Por todos estes sucessos, suspeitou que o mundo logo acabaria, ou que todos os homens seguiriam a Cristo, nosso bem, valendo-se da intercessão de sua Màe, para conseguir a vida eterna. No entanto, triste e doloroso é ver que os próprios homens se fizeram mais loucos, estultos e ingratos do que o próprio demónio imaginou!

 

Apocalipse 12,11

11 Eles, porém, venceram o Dragão pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do testemunho que deram, pois diante da morte desprezaram a própria vida.

 

MCD-T1-81

118. Por estes testemunhos e pelo sangue do Cordeiro é que "os justos venceram (Ap 12,11)". Se bem que o Sangue de Cristo, Redentor nosso, foi suficiente e superabundante para todos os mortais vencerem o dragão, seu acusador, os testemunhos e palavras infalíveis de seus profetas são também de grande virtude e força para a salvação eterna.

Não obstante, é livremente que os justos cooperam com a graça a fim de que a Paixão, Redenção e Escrituras lhes sejam eficazes. Alcançam seus frutos vencendo-se a si mesmos e ao demónio.

Não somente vencerão Satanás no que ordinariamente Deus manda e pede, mas com sua divina força e graça, chegarão até a dar a vida pelo Senhor e sua Lei (Ap 6, 9). Por este testemunho conquistarão a coroa e triunfo de Jesus Cristo, como fizeram os mártires na confissão e defesa da fé.

 

Apocalipse 12,12

12 Por isso, faça festa, ó Céu. Alegrem-se os que aí vivem. Mas ai da Terra e do mar, porque o Diabo desceu para o meio de vós. Ele está cheio de grande furor, sabendo que lhe resta pouco tempo.”

 

MCD-T1-81

Alegria no Céus

119. Por todos estes mistérios, acrescenta o texto: Alegrai-vos ó Céus e os que nele habitais (Ap 12,12).

Alegrai-vos porque sereis morada dos justos e do Justo dos justos, Jesus Cristo e de sua Mãe Santíssima. Alegrai-vos ó Céus, porque a nenhuma das criaturas materiais e inanimadas, a nenhuma coube maior sorte. Sereis a casa de Deus pelos séculos eternos, recebereis como vossa Rainha a criatura mais pura e santa que o poderoso braço do Altíssimo criou. Por isto, alegrai-vos ó Céus e os que neles habitais, anjos e justos. Sereis companheiros e ministros deste Filho do Pai eterno e de sua Mãe, membros deste corpo místico cuja cabeça é o Cristo.

Alegrai-vos ó santos anjos, porque, pondo a serviço desses membros vossa defesa e custódia, adquiris prémios de gozo acidental. Alegre-se particularmente São Miguel, príncipe da milícia celestial. Por haver lutado pela glória do Altíssimo e seus mistérios veneráveis, será ministro da Encarnação do Verbo e testemunha singular dos seus frutos até o fim dos tempos.

Com ele alegrem-se os seus aliados, defensores do nome de Jesus Cristo e de sua Mãe. Seus ministérios não os privarão do gozo da glória essencial que já possuem. Por todos estes divinos mistérios, regozijem-se os Céus.

 

MCD-T1-83

Ódio do demónio pelos filhos de Deus

120. Ai da Terra e do mar, porque o demónio desceu a vós com grande ira, sabendo que lhe resta pouco tempo (Ap 12,12).

Ai da Terra, onde tão inumeráveis pecados e maldades serão cometidos. Ai do mar, que vendo tais ofensas ao Criador, não lançou suas ondas para afogar os transgressores, vingando as injúrias do seu Criador e Senhor.

Ai do mar profundo da endurecida maldade daqueles que seguiram o demónio que desceu até vós para guerrear-vos, com raiva tão inaudita e cruel que não tem semelhante!

 

MCD-T2-133

Faço-te saber que nenhum entendimento e língua humana ou angélica, podem explicar a ira (Ap 12,12) e furibunda sanha que Lúcifer e seus demónios concebem contra os mortais, por serem estes imagens de Deus, com capacidade para d'Ele gozarem eternamente. Só o Senhor compreende a iniquidade e malvadeza daquele coração soberbo e rebelado contra sua adoração e santo nome.

 

MCD-T3-400

Se tudo isto não basta para levar os mortais ao caminho da salvação, bem se entende quanto Lúcifer conseguiu deles, e quão grande é a sua raiva, que podemos dizer com São João (Ap 12,12): Ai da Terra, para onde desce satanás cheio de indignação e furor!

 

Apocalipse 12,13

13 Quando viu que tinha sido expulso para a Terra, o Dragão começou a perseguir a Mulher, aquela que tinha dado à luz um menino homem.

MCD-T1-83

Ódio do demónio por Maria

121. E o dragão, depois que se viu precipitado na Terra, perseguiu a mulher que tinha dado à luz o filho varão (Ap 12,13).

Quando a antiga serpente viu o infelicíssimo lugar e estado em que caíra, abrasou-se mais no furor e inveja, à semelhança de um veneno que o atormentava.

Contra a mulher, Mãe do Verbo humanado, concebeu tal indignação que nenhuma língua nem entendimento humano pode explicar nem compreender.

Do que sucedeu imediatamente após ter sido este dragão precipitado nos infernos com seus exércitos de maldade, direi alguma coisa aqui, conforme me é possível, de acordo com o que me foi intelectualmente manifestado.

 

MCD-T1-83

Vingança de Lúcifer

122. Durante a primeira semana referida pelo Génesis, na qual Deus criaria o mundo e suas criaturas, Lúcifer e os demónios ocuparam-se em tramar maldades contra o Verbo que se havia de humanar e contra a mulher de quem nasceria homem.

No primeiro dia que corresponde ao domingo, foram criados os anjos, sendo-lhes apresentadas as leis e preceitos que deviam obedecer.

Os maus desobedeceram transgredindo os mandatos do Senhor. Por divina disposição de sua providência, sucederam todas as coisas que acima foram ditas, até o segundo dia pela manhã, correspondente à segunda-feira, na qual Lúcifer e seu exército foram precipitados no inferno.

A esta duração de tempo corresponderam aquelas mórulas da criação dos anjos, seus actos, combates, quedas dos maus e glorificação dos bons. No momento em que Lúcifer e seus sequazes inauguraram o inferno, reuniram-se todos para fazer um conciliábulo que durou até a quinta-feira pela manhã. Neste tempo empregou Lúcifer toda sua diabólica sabedoria e malícia em estudar e decidir com os demónios o modo para mais ofender a Deus, em vingança do castigo que lhes havia imposto.

A última conclusão a que chegaram, pelo que sabiam do amor que Ele teria aos homens, foi que a maior vingança e ofensa a Deus, seria impedir nas criaturas humanas os efeitos daquele amor. Para tanto, enganariam, persuadiriam e forçariam quanto possível, os homens a perderem a amizade e graça de Deus, tornando-os ingratos e rebeldes à vontade divina.

 

MCD-T1-84

Lúcifer vinga-se de Deus, nas criaturas humanas

123. Nisto, dizia Lúcifer temos que trabalhar, empregando toda nossa força, atenção e ciência. Arrastaremos as criaturas humanas para nosso ditame e vontade, a fim de perdê-las.

 Perseguiremos esta geração de homens e os privaremos do prémio que lhes está prometido. Procuremos, com toda nossa vigilância, que não cheguem a ver a face de Deus, visão a nós, injustamente negada. Hei de obter contra eles grandes triunfos e tudo destruirei e submeterei à minha vontade. Semearei novas seitas, erros e leis, em tudo contrárias às do Altíssimo. Suscitarei entre esses homens, profetas e chefes que propaguem as doutrinas (At 20, 30) que eu semear e finalmente, para vingar-me do seu Criador, metê-los-ei comigo neste profundo tormento.

Afligirei os pobres, oprimirei os aflitos, perseguirei os fatigados, semearei discórdias, causarei guerras, instigarei uns povos contra outros. Formarei soberbos e arrogantes, espalharei a lei do pecado, e quando por ela me hajam obedecido, sepultá-los-ei neste fogo eterno, sendo os lugares de maiores tormentos para aqueles que comigo mais se parecerem. Este será meu reino e a recompensa que darei aos meus servos.

 

MCD-T1-84

Pretende vencer Cristo e Maria

124. Ao Verbo humanado farei guerra, ainda que seja Deus, pois também será homem de natureza inferior à minha. Elevarei meu trono e dignidade acima da sua, vencê-lo-ei e o derrubarei com meu poder e astúcia. - A mulher que há de ser sua Mãe, perecerá em minhas mãos. Que representa para meu poder e grandeza uma só mulher? Vós, demónios, que tostes ofendidos como eu, segui-me nesta vingança, assim como o fizestes na desobediência. Fingi que amais aos homens, para perdê-los; servi-os, para destruí-los e enganá-los. Ajudai-os com o fim de pervertê-los e traze-los a meus infernos. Não há língua humana que possa explicar a malícia e furor deste primeiro conciliábulo, que Lúcifer armou contra o género humano que ainda nem sequer existia. Ali se forjaram todos os vícios e pecados do mundo; daí saíram a mentira, as seitas, os erros e toda a iniquidade originou-se daquele caos e abominável assembleia. Ao seu chefe servem todos quantos praticam a maldade.

 

MCD-T1-85

Suplica permissão para tentar Cristo e sua Mãe

125. Terminado este conciliábulo, quis Lúcifer falar com Deus, e por seus altíssimos juízos lho permitiu o Senhor. Isto aconteceu no dia correspondente à quinta-feira, no modo como quando Satanás pediu licença para tentar a Jó (Jó 1,6).  Disse ao Altíssimo: - Senhor, já que tua mão foi tão pesada para mim, castigando-me com tão grande crueldade, e tudo quanto te aprouve reservaste para os homens que pretendes criar; já que desejas exaltar e engrandecer tanto o Verbo humanado e por Ele beneficiar a mulher que será sua Mãe, com os dons que lhes preparas; faz justiça, e como me concedeste permissão para perseguir os demais homens, deixa-me também tentar e fazer guerra a este Cristo, Deus-homem e à mulher que será sua Mãe. Dá-me licença para nisto empregar todas minhas forças.

 Outras coisas disse Lúcifer e se humilhou para pedir licença, apesar da humildade ser tão dura para sua soberba. Tão grandes lhe eram a ira e ânsias de conseguir o que desejava, que a elas abaixou sua mesma soberba. Uma maldade cedeu a outra, porquanto sabia que, sem licença do Senhor Todo-poderoso, nada poderia fazer. Para tentar a Cristo nosso Senhor e em particular, à sua Mãe Santíssima, humilhar-se-ia infinitas vezes para conseguir livrar sua cabeça de ser por Ela esmagada.

 

MCD-T1-85

Resposta de Deus

126. Respondeu o Senhor: - Não deves, Satanás, solicitar por justiça essa permissão e licença, porque o Verbo humanado é teu Deus e Senhor Omnipotente e supremo. Ainda que será também verdadeiro homem, tu és criatura sua. - Se os demais homens pecarem e com isso se sujeitarem à tua vontade, o pecado não será possível para meu Unigénito humanado. Se escravizares os homens à culpa, Cristo há de ser santo e justo, separado dos pecadores (Hb 17, 26) aos quais erguerá redimindo-os.

Quanto à mulher contra quem tanto te enfureces, ainda que há de ser pura criatura e filha de puro homem, já decidi preservá-la do pecado. Será sempre toda minha, e por nenhum título ou direito, em tempo algum, permito que tenhas parte nela.

 

MCD-T1-86

Cristo e Maria não foram isentos da tentação

127. A isto replicou Satanás: - Que muito seja santa essa mulher, se nunca terá adversário que a persiga e incite ao pecado? Isto não é equidade, nem recta justiça, nem pode ser conveniente e louvável. Acrescentou Lúcifer outras blasfémias com arrogante soberba.

O Altíssimo, porém, que tudo dispõe com infinita sabedoria lhe respondeu: - Dou-te licença para tentar a Cristo que nisto também será exemplo e mestre para os outros. Dou-te ainda, para perseguires esta mulher, mas não lhe tocarás a vida corporal. Quero que Cristo e sua Mãe não sejam isentos da tentação, mas possam ser provados por ti como os demais.

Alegrou-se o dragão com esta permissão mais do que com a que tinha para perseguir todo o género humano. Para executá-la determinou pôr maior cuidado do que em qualquer outra coisa, não se fiando de outro demónio, mas fazendo-o por si mesmo.

 

MCD-T1-86

A defesa de Maria

128. O dragão perseguiu a mulher que deu à luz o filho varão. Com a permissão que recebeu do Senhor, moveu inaudita guerra e perseguição àquela que supunha ser Mãe do Deus humanado. Em seus lugares falarei sobre essas lutas e pelejas " . Agora somente declaro que foram superiores a qualquer pensamento humano. Admirável foi também o modo de lhes resistir e gloriosamente vencer.

 

Pretensão do demónio em destruir os santos lugares

210. Para maior clareza, advirta-se que na morte de Cristo Senhor nosso, o demónio acabou de ter certeza, que Ele era Deus e Redentor dos homens. Concebeu incrível furor e pretendeu apagar sua memória, como diz Jeremias (11, 19) da Terra dos viventes, e assim também a de sua Mãe santíssima. Para o conseguir, uma vez contribuiu para que a santa Cruz fosse escondida e soterrada; outra, que ficasse prisioneira na Pérsia. Com a mesma intenção, procurou que fossem destruídos muitos dos santos lugares. Daqui resultou as diversas trasladações da santa casa de Loreto, pelos anjos, pois o dragão que perseguia esta divina Senhora (Ap 12,13) tinha convencido aos moradores do lugar a destruir aquele sagrado oratório, onde se realizou o altíssimo mistério da Encarnação. Por esta mesma astúcia do inimigo, foi arruinada a antiga cidade de Judá, tanto pela negligência de seus moradores que a foram abandonando, como por outros acontecimentos adversos. Apesar de tudo, não permitiu o Senhor que se arruinasse totalmente a casa de Zacarias, em vista dos sacramentos que ali se efectuaram.

 

MCD-T4-279

O dragão persegue a Mulher

525. Continuando a expor estes mistérios, diz o Evangelista (Ap 12, 13) que, quando o dragão se viu precipitado na Terra, tentou perseguir a misteriosa Mulher que havia dado à luz o filho varão. Mas, a Ela foram dadas asas duma grande águia, a fim de voar para a solidão ou deserto, onde é sustentada por tempo e tempos e metade do tempo, fora da presença da serpente. Por isto, a serpente lançou de sua boca, atrás da mulher, um caudaloso rio para a submergir, se fosse possível.

Nestas palavras, se declara mais a indignação de Lúcifer contra Deus, sua Mãe e a Igreja. Quanto dele depende, sempre arde sua inveja e cresce sua soberba, tendo-lhe ainda restado malícia para tentar a Rainha, se tivesse forças e permissão. Isto, porém, se acabou para ele, em relação à Senhora. Por esta razão, se diz que à Mulher lhe deram duas asas de águia para voar ao deserto, onde é alimentada por diversos tempos.

Estas asas misteriosas foram a virtude e poder divino que o Senhor deu à Maria santíssima. Com elas voaria subindo à presença da Divindade, e daí desceria à igreja, trazendo os tesouros da graça para distribui-los aos homens, como falaremos no capítulo seguinte.

 

Apocalipse 12,14

14 Mas a Mulher recebeu as duas asas da grande águia, e voou para o deserto, para um lugar bem longe da Serpente. Aí, a Mulher é alimentada por um tempo, dois tempos e meio tempo.

MCD-T1-86

Diz que para a mulher defender-se do dragão, foram-lhe dadas asas (Ap 12,14) de uma grande águia a fim de voar para o deserto, ao lugar do seu retiro onde é sustentada por tempo e tempos. Antes de começar este combate, a Virgem Santíssima foi preparada peio Senhor com particulares dons e favores, representados nas duas asas: uma foi nova ciência infusa para penetrar grandes mistérios. A outra foi maior e mais profunda humildade, como em seu lugar explicarei . Com estas duas asas levantou voo para o Senhor, seu lugar, porque somente nele vivia. Voou como águia real, sem jamais retroceder para o inimigo. Foi única neste voo. Viveu abstraída das coisas terrestres e criadas, só com o Só, o fim último, a Divindade.

Nesta solidão foi alimentada por tempo e tempos. Alimentada com o dulcíssimo maná e manjar da graça, das palavras divinas e dos favores do Poderoso. Por tempo e tempos, porque recebeu este alimento durante toda sua vida e mais copiosamente naquele tempo, em que teve de sustentar maiores batalhas com Lúcifer, recebendo auxílios mais intensos e apropriados. Também se entende por tempo e tempos, a eterna felicidade onde foram premiadas e coroadas as suas vitórias.

 

MCD-T1-86

A perseguição diabólica cessou

129. E por metade do tempo fora da presença da serpente (Ap 12,14).

Este meio tempo foram os anos em que a Virgem Santíssima permaneceu isenta da perseguição do dragão. Depois de o ter vencido nas lutas que com ele travou, por divina disposição, permaneceu triunfadora e livre delas. Foi-lhe concedido este privilégio, para gozar da paz e quietude que a vitória sobre o inimigo lhe merecera, como adiante direi.

 

Gob 06-05-89

As duas asas da grande águia

Assim eu posso exercer, nestes vossos tempos, o grande poder que me foi dado pela Santíssima Trindade, para tornar inofensivo o ataque que o meu adversário, o dragão vermelho, desencadeou contra Mim, vomitando da sua boca um rio de águas para me submergir.

O rio de águas é formado pelo conjunto de todas as novas doutrinas teológicas, que tentaram obscurecer a figura da vossa Mãe Celeste, negar os meus privilégios, redimensionar a devoção para comigo, e pôr em ridículo todos os meus devotos.

Por causa destes ataques do dragão, nestes anos, a piedade para comigo foi diminuindo entre muitos fiéis e, em alguns lugares, desapareceu completamente.

Mas em socorro da vossa Mãe Celeste vieram as duas asas da grande Águia.

A grande águia é a palavra de Deus, sobretudo a palavra contida no Evangelho do meu filho Jesus.

Entre os quatro Evangelhos, a águia indica o de S. João, porque é o que voa mais alto de todos, entra no coração da própria Santíssima Trindade, afirmando, com força, a divindade, a eternidade e a consubstancialidade do Verbo e a divindade de Jesus Cristo.

As duas asas da águia são a palavra de Deus acolhida, amada e guardada com a fé e a palavra de Deus vivida com a Graça e a caridade. (Ap 12,14).

As duas asas da fé e da caridade - isto é, da Palavra de Deus por mim acolhida e vivida - permitiram-me voar acima do Rio de águas de todos os ataques movidos contra Mim, porque manifestaram ao mundo a minha verdadeira grandeza.

 

Apocalipse 12,15

15 A Serpente não desistiu: vomitou um rio de água atrás da Mulher, para que ela se afogasse.

Apocalipse 12,16

16 Mas a Terra socorreu a Mulher: abriu a boca e engoliu o rio que o Dragão tinha vomitado.

MCD-T1-87

Todavia, enquanto durou a perseguição, diz o Evangelista:

Maria não foi atingida pelo pecado

130. E a serpente lançou de sua boca atrás da mulher, como um rio de água para fazer com que ela fosse arrebatada pela corrente; porém a Terra ajudou a mulher e a Terra abriu a sua boca e engoliu o rio que o dragão tinha lançado de sua boca (Ap 12,15-16).Contra esta divina Senhora empregou Lúcifer toda sua malícia e força, pois todos quantos foram por ele tentados lhe importavam menos que Maria Santíssima.

Semelhantes à força da correnteza de um grande e impetuoso rio, assim saíram com a máxima violência, da boca deste dragão, as mentiras, as maldades e as tentações contra a Virgem. A Terra, porém, a ajudou, porque a Terra do seu corpo e paixões, não foi maldita. Não participou daquela sentença e castigo fulminado por Deus contra nós, em Adão e Eva: que toda Terra seria maldita (Gn 3, 17-18).

Produziria espinhos em lugar de frutos, ficando ferida em a natureza com o fomes peccati que sempre nos provoca e combate. Dela se vale o demónio para a perdição dos homens. Encontra dentro de nós armas ofensivas contra nós mesmos. Valendo-se de nossas inclinações nos arrasta com aparente suavidade, deleite e falsas persuasões, para os objectos sensíveis e terrenos. 

 

MCD-T1-87

Maria, Terra bendita

131. Maria Santíssima, porém, Terra santa e bendita do Senhor, sem ser atingida pelo "fomes" nem outro efeito do pecado, não pôde correr perigo por parte da Terra. Ao contrário, foi por ela favorecida com inclinações ordenadíssimas e submissas à graça. Assim, a Terra abriu a boca e tragou o rio das tentações que o dragão inutilmente lançava, pois não encontrava matéria propícia nem estímulos para o pecado, como acontece nos demais filhos de Adão. Nestes, as terrenas e desordenadas paixões antes ajudam a produzir, do que a sorver este rio, porque nossas paixões e corrompida natureza sempre contradizem a razão e a virtude.

Vendo o dragão quão frustrados ficaram seus intentos contra aquela misteriosa mulher,

 

MCD-T1-147

A Senhora permaneceu tão imóvel, superior e serena, como se fossem os supernos coros angélicos que estivessem ouvindo estas fabulações do inimigo. Nenhuma impressão estranha tocou nem alterou este Céu de Maria santíssima. No entanto, foram sem medida os espantos, os temores, as ameaças, as lisonjas, as falsidades e fabulações, fruto de toda a malícia reunida do dragão cuja enxurrada ele derramou (Ap 12,15) contra esta forte e invicta mulher, Maria santíssima.

 

MCD-T4-279

A solidão da Mulher

526. Como, desde esse momento, o demónio não teve mais licença de a perseguir em sua pessoa, diz que esta solidão ou deserto, estava longe da presença da serpente.

Os tempos, tempo e metade do tempo, são três anos e meio que perfazem os mil duzentos e sessenta dias, menos alguns dias. Neste estado, e noutro que direi , esteve Maria santíssima o restante de sua vida mortal.

Obrigado a desistir de tentá-la, o dragão lançou o rio de sua venenosa malícia atrás desta divina Mulher (Ap 12,15), procurando tentar astutamente aos fiéis e persegui-los por meio dos judeus e dos pagãos. Depois do glorioso trânsito da grande Senhora, principalmente, soltou o rio das heresias e seitas falsas que conservava represadas em seu ódio. As ameaças que fez a Maria santíssima, depois de vencido por Ela, foi guerreá-la perseguindo os homens, a quem a Senhora tanto amava, já que não podia alvejá-la pessoalmente.

 

Apocalipse 12,17

17 Cheio de raiva por causa da Mulher, o Dragão começou então a atacar o resto dos filhos dela, os que obedecem aos mandamentos de Deus e mantêm o testemunho de Jesus.

 

MCD-T1-87

continua o texto sagrado:

Vingança de Lúcifer

132. E o dragão se indignou contra a mulher e foi fazer guerra ao resto de sua descendência que guarda os mandamentos de Deus e retém o testemunho de Jesus Cristo (Ap 12,17).

 Completamente derrotado pela Rainha da criação, atormentado pela vergonha sua e de todo o inferno, o dragão bateu em retirada, decidido a fazer crua guerra às demais almas da geração e descendência de Maria Santíssima. São os fiéis assinalados com o testemunho e Sangue dc Cristo no Baptismo, observantes dos seus mandamentos.

Quando Lúcifer verificou que nada podia conseguir contra a cabeça da santa Igreja, Cristo Senhor Nosso e contra sua Mãe Santíssima, com maior intensidade voltou toda a sua ira, e seus demónios, contra os membros dessa Igreja. Com especial indignação combate as virgens de Cristo, e trabalha por destruir a virtude da castidade virginal, semente escolhida e herança da castíssima Virgem Mãe do Cordeiro.

 

MCD-T2-117

Precipitados, por isso, no abismo, os tronos a eles destinados foram transferidos aos mortais que praticassem a obediência que eles recusaram. Desde essa ocasião, tiveram os homens que sofrer da antiga serpente (Ap 12,17) o ódio e inimizade que ela concebera contra o próprio Deus, em cuja mente divina nossa existência já estava prevista por sua eterna e santa vontade.

 

MCD-T4-279

A areia do mar e a boca da Terra

527. São João (Ap 12,17) explica que o dragão, indignado com a Mulher foi fazer guerra aos de sua geração e descendência, os que guardam a lei de Deus e o testemunho de Cristo.

 

Apocalipse 12,18

18 Depois o Dragão ficou em pé na areia do mar.

MCD-T1-88

Para tudo isso diz que:

A vaidade mundana

133. Permaneceu o dragão sobre a areia do mar (Ap 12,18) que é a inconstante vaidade deste mundo, da qual o dragão se sustenta, comendo-a como feno (Jó 40, 10).

Tudo isto aconteceu no Céu, e muitos pontos dos decretos divinos sobre os privilégios preparados para a Mãe do Verbo foram revelados aos anjos. Quanto a mim, fui pobre para expor o que entendi; porque a abundância dos mistérios me tornou ainda mais desprovida de termos para a sua devida explicação.

 

MCD-T4-279

A areia do mar e a boca da Terra

Deteve-se o dragão sobre a areia do mar (Ap 12,18), que são os inúmeros infiéis, idolatras, judeus e pagãos, donde faz guerra à santa Igreja, além da invisível que faz tentando os fiéis.

Todavia, a Terra firme, a imutabilidade da santa Igreja e sua inabalável verdade católica, ajudou à misteriosa mulher; abriu a boca e sorveu o rio que a serpente derramou atrás d' Ela (Ap 12,16).

Isto acontece assim, porque a santa Igreja é o órgão e a boca do Espírito Santo. Pelos seus ensinamentos, os das divinas Escrituras, dos concílios e suas definições, dos Doutores, Mestres e pregadores do Evangelho, condena e confunde todos os erros, falsas doutrinas e seitas heréticas

 

Capítulo 13 

 

 

Apocalipse 13,1

1 Vi, então, uma Besta que subia do mar. Tinha dez

chifres e sete cabeças. Em cima dos chifres havia dez diademas, e nomes blasfemos sobre as cabeças.

Gob 03-06-89

A besta semelhante a uma pantera

Sobretudo, o meu Coração Imaculado torna-se hoje o sinal da minha segura vitória, na grande luta que se combate entre os sequazes do enorme dragão vermelho e os sequazes da Mulher vestida de sol.

Nesta terrível luta sai do mar, para ajudar o dragão, uma besta semelhante a uma pantera.

Se o dragão vermelho é o ateísmo marxista, a besta negra é a maçonaria.

O dragão se manifesta no vigor da sua potência; a besta negra ao contrário, age na sombra, se esconde, se oculta, de modo a entrar em toda a parte.

Ela tem as patas de um urso e a boca de um leão, porque opera em toda a parte com astúcia e com os meios de comunicação social, isto é, da propaganda.

As sete cabeças indicam as várias lojas maçónicas, que agem em toda a parte de maneira traiçoeira e perigosa.

Esta besta negra tem dez chifres e sobre os chifres dez diademas, que são sinais de domínio e de realeza. A maçonaria domina e governa todo o mundo por meio dos dez chifres.

O chifre, no mundo bíblico, foi sempre um instrumento de amplificação, um modo de fazer a própria voz ser ouvida mais alto, um forte meio de comunicação.

Por isso, Deus comunicou a sua vontade ao seu povo por meio de dez chifres que tornaram a sua lei conhecida: os dez mandamentos.

Quem os acolhe e os observa caminha na vida sobre a estrada da divina Vontade, da alegria e da paz.

Quem faz a vontade do Pai. acolhe a palavra do Filho e participa da redenção consumada por Ele. Jesus dá às almas, a própria vida divina, através da graça que Ele nos mereceu com o seu sacrifício consumado no Calvário.

A graça da redenção é comunicada por meio dos sete sacramentos.

Com a graça inserem-se na alma germes de vida sobrenatural que são as virtudes. Entre essas as mais importantes são as três virtudes teologais e as quatro cardiais: fé, esperança, caridade, prudência, fortaleza, justiça e temperança.

Ao sol divino dos sete dons do Espírito Santo, estas virtudes germinam, crescem, se desenvolvem cada vez mais e assim conduzem as almas pelo caminho luminoso do amor e da santidade.

A tarefa da besta negra, isto é, da maçonaria, é a de combater de maneira traiçoeira, mas tenaz, para impedir as almas de percorrer esta estrada, indicada pelo Pai e pelo Filho e iluminada pelos dons do Espírito.

De facto, se o dragão vermelho age para levar toda a humanidade a desprezar a Deus, à negação de Deus e portanto difunde o erro do ateísmo, o intuito da maçonaria não é o de negar a Deus, mas de blasfemá-lo.

A maçonaria, a cada um dos mandamentos de Deus, meticulosamente opõe um seu substituto. 

A besta abre a boca para proferir blasfémias contra Deus, para blasfemar o seu nome e a sua morada, contra todos os que habitam no céu.

A blasfémia maior de todas é a de negar o culto devido só a Deus para dá-lo às criaturas e ao próprio Satanás.

Eis porque, nestes tempos, por trás da perversa acção da maçonaria, difundem-se, por toda a parte, as missas negras e o culto satânico.

Além disso, a maçonaria age, com todos os meios, para impedir que as almas se salvem e assim quer tornar vã a obra da redenção consumada por Cristo.

Se o Senhor comunicou a sua lei com os dez mandamentos, a maçonaria difunde por toda a parte, com a potência dos seus dez chifres, uma lei que é completamente oposta à de Deus.

Ao mandamento do Senhor: -- "Não terás outro Deus além de mim" -- ela constrói outros falsos ídolos, diante dos quais hoje muitos se prostram em adoração.

Ao mandamento: -- "Não proferir o nome de Deus em vão" -- ela se opõe blasfemando Deus e o seu Cristo, de tantos modos enganosos e diabólicos, até reduzir o seu nome a uma marca comercial indecorosa e a fazer filmes sacrílegos sobre a sua vida e sua divina pessoa.

Ao mandamento: -- "Lembra-te de santificar as festas" -- ela transforma o domingo em "week-end", no dia do desporto, das corridas, dos divertimentos.

Ao mandamento: -- "Honrar pai e mãe" -- ela contrapõe um modelo novo de família fundado sobre a convivência, até mesmo entre homossexuais. 

Ao mandamento: -- "Não cometer actos impuros" -- ela justifica, exalta e faz propaganda de todas as formas de impureza, até à justificação dos actos contra a natureza.

Ao mandamento: -- "Não matar" -- ela conseguiu legitimar, em toda a parte, o aborto, a fazer acolher a eutanásia, fazer quase desaparecer o respeito devido ao valor da vida humana.

Ao mandamento: -- "Não roubar" -- ela trabalha para que cada vez mais se difundam os furtos, a violência, os sequestros e os roubos.

Ao mandamento: --"Não levantar falso testemunho" -- ela age para que se propague cada vez mais a lei do engano, da mentira, da falsidade.

Ao mandamento: -- "Não desejar as coisas e a mulher do próximo", ela age para corromper profundamente a consciência, enganando a mente e o coração do homem.

Desta maneira as almas são incitadas no caminho perverso e mau da desobediência à lei do Senhor, são submersas no pecado e assim são impedidas de receber o dom da graça e da vida de Deus.

As sete virtudes teologais e cardeais, que são o fruto do viver na graça de Deus, a maçonaria opõe a difusão dos sete vícios capitais, que são o fruto do viver habitualmente em estado de pecado.

À Fé ela opõe a soberba; à Esperança a luxúria; à Caridade a avareza; à Prudência a ira; à fortaleza a preguiça; à Justiça a inveja; à Temperança a gula.

Aquele que se torna vítima dos 7 vícios capitais é gradualmente conduzido a tirar de Deus o culto que somente a Ele é devido, para dá-lo a falsas divindades, que são a própria personificação de todos esses vícios.

E nisto consiste a maior e mais horrível blasfémia.

Eis porque sobre cada cabeça da besta está escrito um título blasfemo.

Cada loja maçónica tem a tarefa de fazer adorar uma divindade diferente.

A primeira cabeça leva o título blasfemo da soberba, que se opõe à virtude da Fé, e conduz a prestar o culto ao deus da razão humana e do orgulho, da técnica e do progresso.

A segunda cabeça leva o título blasfemo da luxúria, que se opõe à virtude da Esperança, e conduz a prestar o culto ao deus da sensualidade e da impureza.

A terceira cabeça leva o título blasfemo da avareza, que se opõe à virtude da caridade, difundindo em toda a parte o culto ao deus do dinheiro.

A quarta cabeça leva o título blasfemo da ira, que se opõe à virtude da Prudência, e conduz a prestar o culto ao deus da discórdia e da divisão.

A quinta cabeça leva o título blasfemo da preguiça, que se opõe à virtude da Fortaleza, difundindo o culto ao ídolo do medo, da opinião pública e da exploração.

A sexta cabeça leva o título blasfemo da inveja, que se opõe à virtude da Justiça, e leva a prestar o culto ao ídolo da violência e da guerra.

A sétima cabeça leva o título blasfemo da gula, que se opõe à virtude da Temperança, e conduz a prestar o culto ao ídolo tão exaltado do hedonismo e do prazer.

A tarefa das lojas maçónicas é a de operar hoje, com grande astúcia, para levar por toda a parte a humanidade a desprezar a santa lei de Deus, a operar em aberta oposição aos dez mandamentos, a subtrair o culto devido ao único Deus, para dá-lo a falsos ídolos, que são exaltados e adorados por um número cada vez maior de homens: a razão; a carne; o dinheiro; a discórdia; o domínio; a violência; o prazer.

Assim as almas são precipitadas na tenebrosa escravidão do mal, do vício e do pecado, e, no momento da morte e do juízo de Deus, no pântano do fogo eterno que é o inferno.

Agora compreendeis como, nestes tempos, contra o terrível e insidioso ataque da besta negra, isto é, da maçonaria, o meu Coração Imaculado se torna o refúgio e a estrada segura que vos leva a Deus.

No meu Coração Imaculado se delineia a táctica usada pela vossa Mãe Celeste para contra atacar e vencer a enganosa trama usada pela besta negra.

Por isso formo todos os meus filhos a observar os mandamentos de Deus; a viver à letra os Evangelhos; a usar com frequência os sacramentos, especialmente os da penitência e comunhão eucarística, como ajuda necessária para conservar-se na graça de Deus; a exercitar de maneira forte as virtudes, caminhar sempre na estrada do bem, do amor, da pureza e da santidade.

 

Cad 1943 - 22 de Agosto

Disse Jesus:

«Te disse um dia que o eterno invejoso trata de copiar a Deus em todas as manifestações de Deus.

Deus tem seus arcanjos fiéis. Satanás tem os seus. Miguel: testemunho de Deus, tem um rival infernal; e também o tem Gabriel: força de Deus. A primeira besta, que sai do mar, que com voz de blasfémia faz proclamar os enganados: "¿Quem há semelhante à besta?", corresponde a Miguel. Vencida e ferida por este na batalha entre as tropas de Deus e as de Lúcifer, no princípio do tempo, curada por Satanás, odeia de morte a Miguel, e ama, se de amor se pode falar entre os demónios - é melhor dizer: submissão absoluta - a Satanás. Ministro fiel de seu Rei maldito, usa a inteligência para fazer mal à estirpe do homem, criatura de Deus, e para servir a seu amo. Usa força sem fim e sem medida para persuadir o homem a apagar, por si mesmo, meu sinal que horroriza os Espíritos das trevas. Afastado aquele, com o pecado que tira a Graça, crisma luminoso sobre vosso ser, a Besta pode aproximar-se e induzir o homem a adorá-lo como se fora um Deus e a servi-lo no delito.

Se o homem pensasse a que sujeição se dá desposando-se com a culpa, não pecaria.

Mas o homem não pensa. Olha o momento e a alegria do momento, e pior ainda que Esaú, muda a divina progenitura por um prato de lentilhas. Mas Satanás não utiliza só este violento sedutor do homem. Mesmo que o homem reflicta pouco, em geral, todavia há demasiados homens que, não por amor, senão por temor do castigo, não querem pecar gravemente. Por isso está aqui o outro ministro satânico, a segunda besta. Por baixo do aspecto de cordeiro tem espírito de dragão.

É a segunda manifestação de Satanás e corresponde a Gabriel, porque anuncia a Besta e é sua força mais forte: a que destrói sem consultar e persuade com doçura fingida de que é justo seguir os aromas da Besta. É inútil falar de potência política e de Terra. Não. Se acaso puderdes referir à primeira o nome de Potência humana e à segunda o de Ciência humana. E se a Potência por si mesma produz rebeldes, a Ciência, quando é unicamente humana, corrompe sem produzir rebelião e arrasta à perdição um número infinito de adeptos. ¡Quantos se perdem pelo orgulho da mente que lhes faz desprezar a Fé e matar a alma com o orgulho que separa de Deus! Que se bem Eu ceifarei no último dia o joio da Terra, já há um ceifador entre vós. E é este Espírito do Mal que os ceifa e não faz de vós espigas de grão eterno, senão palha para a morada de Satanás. Uma, só uma ciência é necessária. Repeti-lo-ei mil vezes: conhecer a Deus e servi-lo, conhecê-lo nas coisas, vê-lo nos acontecimentos e saber distingui-lo a Ele do seu antagonista para não cair na perdição. Ao contrário vos preocupais de aumentar o saber humano em detrimento do saber sobre-humano.

Eu não condeno a Ciência. Ao contrário, gosto que o homem aprofunde com o saber os conhecimentos que tem vindo a acumular, para poder compreender cada vez mais e adorar-me nas minhas obras. Dei-vos a inteligência para isso. Mas deveis usá-la para ver a Deus na lei dos astros, na formação da flor, na concepção do ser, e não usar a inteligência para violar a vida ou negar o Criador. Racionalismo, Humanismo, Filosofismo, Teosofismo, Naturismo, Classicismo, Darvinismo, tendes escolas e doutrinas de todos os géneros e vos preocupais de todas, apesar de que a Verdade esteja muito pervertida ou abolida nelas. Só não quereis seguir e aprofundar a escola do Cristianismo.

Resistência natural, pelo demais. Aprofundando na cultura religiosa estaríeis obrigados ou a seguir a Lei - e não o onde fazer - ou a confessar abertamente que quereis pisar a Lei. E tão pouco onde fazer isto. Por ele não quereis vos fazer doutos na Ciência sobrenatural. Mas pobres néscios! E ¿que fareis com vossas escolazitas e de vossas palavritas quando tiverdes que fazer meu exame? Haveis apagado em vós a luz infinita da Ciência verdadeira e haveis crido iluminar as vossas almas com substitutos de luz, assim como pobres loucos que pretenderam apagar o Sol fazendo com muitos faroizinhos um novo Sol.

Mas ainda que as névoas escondam o Sol, o Sol está sempre em meu firmamento. Mas ainda que com vossas doutrinas crieis névoas que ocultam o Saber e a Verdade, a Verdade e o Saber existem sempre porque vêm de Mim que sou eterno. Buscai a verdadeira Sabedoria e compreendereis como deve compreender-se a Ciência. Libertai vossas almas de todas as superstruturas artificiais e levantai nelas a verdadeira Fé. Como agulhas de uma catedral espiritual florescerão sobre elas Ciência, Sabedoria, Inteligência e Fortaleza e Humildade e Continência, porque o Verdadeiro sábio sabe não só o conhecimento humano, mas também sabe a coisa mais difícil: dominar-se a si mesmo nas paixões da carne e fazer da sua parte inferior o pedestal para levantar sua alma e lançar o Espírito para os Céus, ao encontro comigo que venho e estou em cada coisa e que desejo ser o Verdadeiro e santo Mestre de meus irmãos».

(Ap 13,1,3,4,11,15,16,17,18)

 

Cad 1943 - 27 de Agosto

Disse Jesus:

«Também no Apocalipse parece que os períodos se confundem, mas não é assim. Seria melhor dizer: se reflectem nos tempos futuros com aspectos cada vez mais grandiosos.

Agora estamos no período que Eu chamo: dos precursores do Anticristo. Depois virá o período do Anticristo que é o precursor de Satanás. Isto será ajudado pelas manifestações de Satanás: as duas bestas nomeadas no Apocalipse. Será um período pior que o actual. O Mal cresce cada vez mais. Vencido o Anticristo, Virá o período de paz para dar tempo aos homens, impressionados pelo estupor das sete pragas e pela queda da Babilónia, de recolher-se debaixo do meu signo.

A época anticristã subirá à máxima potência na sua terceira manifestação, quer dizer, quando chegue a última vinda de Satanás.

¿Haveis entendido? É necessário crer, e não hesitar. Verdadeiramente tu tinhas entendido, precisamente porque não hesitas. Os ditados não se contradizem entre eles. É necessário sabê-los ler com fé e sensibilidade de coração. (Ap 13,1).

Os Períodos pelos quais vamos passar nos últimos tempos são:

- O Período dos precursores do Anticristo,

- O Período Anticristo precursor de Satanás, com as sete pragas,

- Período de Paz, que deve ser o que se seguirá ao Milagre de Garabandal. E finalmente o

- Período da última e final investida de Satanás.

(Cad 1943 - 22 de Agosto) Ler nesta mesma linha da tabela, mais abaixo, na coluna da Revelação Privada.

 

 

 

Apocalipse 13,2

2 A Besta que eu vi parecia uma pantera. Os pés eram de urso, e a boca era de leão. O Dragão entregou para a Besta o seu poder, o seu trono e uma grande autoridade.

 

 

Apocalipse 13,3

3 Uma das cabeças da Besta parecia ferida de morte, mas a ferida mortal foi curada. A Terra inteira se encheu de admiração e seguiu a Besta,

 

 

Apocalipse 13,4

4 e adorou o Dragão por ter entregue a autoridade à Besta. E adoraram também a Besta, dizendo: “Quem é como a Besta? E quem pode lutar contra ela?

MCD-T3-142

Como serão seus irmãos os que degeneram tanto de sua índole, doutrina e santa lei? Como serão semelhantes e conformes à sua imagem os que a apagam tantas vezes, e se deixam marcar outras tantas com a figura da besta infernal? (Ap 13,4)

 

Apocalipse 13,5

5 A Besta recebeu uma boca para dizer insolências e blasfémias. Recebeu também poder para agir durante quarenta e dois meses.

 Apocalipse 13,6

6 Então a Besta abriu a boca em blasfêmias contra Deus, blasfemando contra seu Nome e sua morada santa e contra os que moram no céu.

 Apocalipse 13,7

7 Foi permitido a ela guerrear contra os santos e vencer. Recebeu autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação.

 Apocalipse 13,8

8 Então todos os habitantes da terra adoraram a Besta. Mas, o nome deles não está escrito desde a criação do mundo no livro da vida do Cordeiro imolado.

 Apocalipse 13,9

9 Se alguém tem ouvidos, ouça:

 Apocalipse 13,10

10 Se alguém está destinado à prisão, irá para a prisão. Se alguém deve morrer pela espada, é pela espada que deve morrer. Aqui se fundamenta a perseverança e a fé dos santos.

 

 

Apocalipse 13,11

11 Depois disso, vi outra Besta sair da terra. Tinha dois chifres como cordeiro, mas falava como dragão.

Apocalipse 13,12

12 Ela exercia todo o poder da primeira Besta, sob a vigilância desta, e fez com que a terra e os seus habitantes adorassem a primeira Fera (cuja ferida de morte havia sido curada).

Gob 13-06-89

A besta semelhante a um cordeiro

Para conseguir este fim, à besta negra que sobe do mar, vem da terra em auxílio, uma besta com 2 chifres semelhantes aos de um cordeiro.

(Ap 13,11) O cordeiro, na divina Escritura, sempre foi o símbolo do sacrifício.

Na noite do êxodo, foi sacrificado o cordeiro e, com o seu sangue, foram aspergidos os umbrais das casas dos hebreus para subtraí-los ao castigo, que ao contrário, golpeou todos os egípcios.

A Páscoa hebraica recorda este facto todos os anos, com a imolação de um cordeiro, que é sacrificado e consumido.

Sobre o Calvário Jesus Cristo se imola para a redenção da humanidade, se faz Ele próprio nossa Páscoa e se torna o verdadeiro Cordeiro de Deus que tira todos os pecados do mundo.

A besta traz sobre a cabeça dois chifres semelhantes aos de um cordeiro.

Ao símbolo do sacrifício está intimamente unido o do sacerdócio: os dois chifres.

Um chapéu com dois chifres era usado pelo Sumo Sacerdote no Velho Testamento.

A mitra - com dois chifres - usam os bispos na Igreja, para indicar a plenitude de seu Sacerdócio.

A besta negra, semelhante a uma pantera, indica a maçonaria; a besta com dois chifres, semelhante a um cordeiro, indica a maçonaria infiltrada no interior da Igreja, isto é, a maçonaria eclesiástica, que se difundiu, sobretudo, entre os membros da hierarquia.

Esta infiltração maçónica, no interior da Igreja, já vos foi predita por mim em Fátima, quando vos anunciei que satanás se introduziria até o vértice da Igreja.

Se o objectivo da maçonaria é de conduzir as almas à perdição, levando-as ao culto de falsas divindades, o objectivo da maçonaria eclesiástica é, por outro lado, de destruir Cristo e a sua Igreja, construindo um novo ídolo, isto é, um falso Cristo e uma falsa Igreja.

Jesus no Evangelho, deu de si próprio a sua definição mais completa, dizendo ser a Verdade, a Vida e o Caminho.

Jesus é a Verdade, porque nos revela o Pai, nos diz a sua Palavra definitiva, leva toda a divina Revelação ao seu perfeito cumprimento.

Jesus é a Vida, porque nos dá a própria vida divina, com a graça por Ele merecida coma Redenção, e institui os Sacramentos como meios eficazes que comunicam a graça.

Jesus é o Caminho, que conduz ao Pai, por meio do Evangelho, que nos deu, como caminho a percorrer, para chegar à salvação

Jesus é a Verdade, porque é Ele - Palavra viva - fonte e sinete de toda a divina revelação.

Então, a maçonaria eclesiástica age para obscurecer a Sua divina Palavra, por meio de interpretações naturais e racionais, na tentativa de torná-la mais compreensiva e acolhida, a esvazia de todo o seu conteúdo sobrenatural.

Assim se difundem os erros, em todas as partes da própria Igreja Católica.

Por causa da difusão destes erros, hoje muitos se afastam da verdadeira fé, realizando-se a profecia que eu vos fiz em Fátima: Virão tempos em que muitos perderão a verdadeira fé. - A perda da fé é Apostasia.

A maçonaria eclesiástica age, de modo enganoso e diabólico, para conduzir todos à apostasia.

Jesus é Vida porque dá a Graça.

O objectivo da maçonaria eclesiástica é o de justificar o pecado, de apresentá-lo não mais como um mal, mas como um valor e um bem.

Assim se aconselha a cometê-lo, como um modo de satisfazer as exigências da própria natureza, destruindo a raiz da qual pode nascer o arrependimento e se diz que não é mais necessário confessá-lo.

Fruto pernicioso deste maldito câncer, que se difundiu em toda a Igreja, é o desaparecimento da confissão individual em toda a parte.

As almas são levadas a viver no pecado, recusando o dom da Vida, que Jesus nos ofereceu.

Jesus é o Caminho, que conduz ao Pai, por meio do Evangelho.

A maçonaria eclesiástica favorece as explicações, que dão dele interpretações racionalistas e naturais, por aplicação dos vários géneros literários, e assim, o Evangelho é dilacerado em todas as suas partes.

Chega-se finalmente, a negar a realidade histórica dos milagres e da ressurreição e se põe em dúvida a própria divindade de Jesus e a sua missão salvífica.

Depois de ter destruído o Cristo histórico, a besta com dois chifres semelhantes a um cordeiro procura destruir o Cristo místico que é a Igreja.

A Igreja instituída por Cristo é uma só: é a Igreja santa, católica, apostólica, una, fundada sobre Pedro.

Como Jesus, também a Igreja fundada por Ele, que forma o seu corpo místico, é Verdade, Vida e Caminho.

A Igreja é Verdade , porque só a Ela Jesus confiou à guarda, na sua integridade, todo o depósito da fé. Confiou-o à Igreja hierárquica, isto é, ao Papa e aos Bispos unidos a Ele.

A maçonaria eclesiástica procura destruir esta realidade com o falso ecumenismo, que leva à aceitação de todas as Igrejas Cristãs, afirmando que cada uma delas possui uma parte de verdade.

Ela cultiva o projecto de fundar uma Igreja Ecuménica Universal, formada pela fusão de todos os credos cristãos, entre os quais a Igreja Católica.

A Igreja é a Vida porque dá a Graça e só Ela possui os meios eficazes da graça, que são os sete sacramentos.

É Vida, especialmente porque só a Ela foi dado o poder de gerar a Eucaristia, por meio do Sacerdócio ministerial e hierárquico.

Na Eucaristia, Jesus Cristo está realmente presente com o seu Corpo glorioso e a sua Divindade.

Então a maçonaria eclesiástica, de tantas e enganosas maneiras, procura atacar a piedade eclesial para com o Sacramento da Eucaristia. Desta valoriza só o aspecto da Ceia, tende a minimizar o seu valor de sacrifício, procura negar a presença real e pessoal de Jesus nas Hóstias consagradas.

Por isso, foram gradualmente suprimidos todos os sinais externos, que são indicativos da fé na presença real de Jesus na Eucaristia, como as genuflexões, as horas de adoração pública, o santo costume de circundar o tabernáculo com luzes e flores.

A Igreja é o Caminho porque conduz ao Pai, por meio do Filho, no Espírito Santo, sobre a estrada da perfeita unidade.

Como o Pai e o Filho são um, assim deveis ser uma só coisa entre vós.

Jesus quis que a sua Igreja seja sinal e instrumento da unidade de todo o género humano.

A Igreja consegue ser unida, porque foi fundada sobre a pedra angular da sua unidade: Pedro e o Papa que sucede ao carisma de Pedro.

Então a maçonaria eclesiástica procura destruir o fundamento da unidade da Igreja, com o ataque traiçoeiro e insidioso ao Papa.

Ela urde as tramas da dissensão e da contestação ao Papa; sustenta e premia aqueles que o vilipendiam e lhe desobedecem; propaga as críticas e as oposições de Bispos e teólogos.

Desta maneira é demolido o próprio fundamento da sua unidade e assim a Igreja é cada vez mais dilacerada e dividida.

 

 

Apocalipse 13,13

13 A segunda Besta opera grandes maravilhas: faz cair fogo do céu sobre a terra, à vista dos homens.

 

 

Apocalipse 13,14

14 Por causa do poder de fazer essas maravilhas, sempre na presença da primeira Besta, a segunda Besta acaba seduzindo os habitantes da terra. Ela seduz a humanidade a fazer uma imagem em honra da Besta que tinha sido ferida pela espada, mas que voltou à vida.

Apocalipse 13,15

15 Foi-lhe permitido até mesmo infundir espírito na imagem da primeira Besta, de modo que esta pudesse falar e fazer com que morressem todos os que não adorassem a imagem da primeira Besta.

Gob 17-02-88

 Não percais tempo diante da televisão, que é o instrumento mais forte nas mãos do meu adversário, para difundir, por toda a parte, as trevas do pecado e da impureza.

A televisão é o ídolo de que se fala no Apocalipse, construída para ser adorada por todas as nações da terra, à qual o Maligno transmite forma e movimento, para que se torne, nas suas mãos, um terrível meio de sedução e de perversão. (Ap 13,14-15)

 

 

A televisão é obra da Besta e pode ser a imagem que ganhou a capacidade de poder falar.

Apocalipse 13,16

16 A segunda Besta faz também com que todos, pequenos

e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, recebam uma marca na mão direita ou na fronte.

Gob 17-06-89

O número da besta: 666

Um ídolo tão forte e dominador, que faz com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos recebam uma marca sobre a mão direita e sobre a fronte, e que ninguém possa comprar ou vender sem que tenha tal marca, ou seja, o nome da besta ou o número do seu nome, este grande ídolo, construído para ser adorado e servido por todos, como já vos revelei na mensagem precedente, é um falso Cristo e uma falsa Igreja.

Um falso Cristo e uma falsa Igreja. Portanto, a estátua construída em honra da primeira besta, para ser adorada por todos os habitantes da terra e que assinalará com a sua marca todos aqueles que queiram comprar ou vender, é a do anticristo.

 

Gob 08-09-89

A marca sobre a fronte e sobre a mão

Estes são os tempos nos quais os partidários daqueles que se opõe a Cristo são assinalados com a sua marca sobre a fronte e sobre a mão.

A marca sobre a fronte e sobre a mão é a expressão de total dependência daquele que é significado por este sinal.

O sinal indica que aquele que é o inimigo de Cristo, isto é, o anticristo, e a sua marca que vem impressa, significa o completo pertencer da pessoa assinalada ao exército daquele que se opõe a Cristo e luta contra o seu divino e real domínio.

A marca é impressa sobre a fronte e sobre a mão.

A fronte indica a inteligência, porque a mente é a sede da razão humana.

A mão exprime a actividade humana, porque é com as suas mãos que o homem opera e trabalha.

Portanto, é a pessoa que está assinalada com a marca do anticristo na sua inteligência e na sua vontade.

Quem se deixa assinalar com a marca sobre a fronte é levado a acolher a doutrina da negação de Deus, da recusa da sua lei, do ateísmo que, nestes tempos, é cada vez mais difundido e propagandeado.

É assim impelido a seguir as ideologias hoje em moda e fazer-se propagador de todos os erros.

Quem se deixa assinalar com a marca sobre a mão é obrigado a agir de maneira autónoma e independente de Deus, ordenando a própria actividade à procura de um bem só material e terreno.

Assim subtrai a sua acção ao desígnio do Pai, que quer iluminá-la e sustentá-la com a sua divina providência; ao amor do Filho que torna a fadiga humana um meio precioso para a sua própria redenção e santificação; ao poder do Espírito Santo que age em toda a parte para renovar interiormente cada criatura.

Aquele que é assinalado com a marca sobre a mão trabalha só para si próprio, para acumular bens materiais, faz do dinheiro o seu deus e torna-se a vítima do materialismo.

Quem é assinalado com a marca sobre a mão faz do próprio eu o centro de todo o seu agir, olha os outros como objecto para usar e para desfrutar para o proveito próprio e torna-se vítima do egoísmo desenfreado e da falta de amor.

Se o meu adversário assinala, com a sua marca, todos os seus sequazes, chegou o tempo no qual também Eu, vossa Celeste Comandante, assinalo com o meu sinete materno, todos aqueles que são consagrados ao meu Coração Imaculado e fazem parte do meu exército.

Imprimo sobre a vossa fronte o meu sinete com o sinal santíssimo da Cruz de meu Filho Jesus.

Assim abro a inteligência humana a acolher a Sua divina Palavra, a amá-la, a vivê-la, vos levo a entregar-vos completamente a Jesus que vo-la revelou, e vos tornou hoje corajosas testemunhas de fé. 

Aos assinalados sobre a fronte com a marca blasfema, Eu contraponho os meus filhos assinalados com a Cruz de Jesus Cristo.

Depois ordeno toda vossa actividade à perfeita glorificação da Santíssima Trindade.

Para isso imprimo sobre a vossa mão o meu sinete que é o sinal do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Com o sinal do Pai, a vossa actividade humana é ordenada para uma perfeita cooperação ao desígnio da sua divina providência, que ainda hoje dispõe todas as coisas para o vosso bem.

Com o sinal do Filho, toda vossa acção é inserida profundamente no mistério da sua divina redenção.

Com o sinal do Espírito Santo, todo o vosso agir se abre à sua poderosa força de santificação, que sopra em toda a parte como um fogo potente, para renovar todo o mundo desde os fundamentos.

Meus filhos predilectos, deixai-vos todos ser assinalados sobre a fronte e sobre a mão com o meu materno sinete, neste dia em que, recolhidos com amor ao redor de meu berço, celebrais a festa do nascimento terreno da vossa Mãe Celeste."

 

Cad 1943 - 19 de Novembro

E nem sempre tendes a força de permanecer fiéis, porque tendes Espíritos que não estão nutridos pelo Amor e o Evangelho. Vos apegais à escravidão humana, vós que considerais indigno do homem o obedecer aos mandamentos de Deus. E perdeis, por um homem ou por mais homens, o dom mais formoso de Deus: "o livre arbítrio". Sois marionetas movidas por um ou mais do que um homem. Podíeis ser, nesta vida e para além dela, seres livres do reino de Deus vosso Pai.

Separai-vos, despegai-vos, enquanto puderdes, das leis da Besta, afastando-vos dela. Seu destino já está traçado. Quando o machado de Deus extirpe os partidários da horrenda Besta, que torturam a Terra e que constituem os precursores da Unidade do Mal que perturbará a Terra, tratai de estar muito longe dos que precipitam no forno do abismo como membros podres desta manifestação de horror. A Babilónia, que agora surge e que terá seu apogeu de império, lhe sucederá um dia a Jerusalém Santa. Fazei que nesse dia e no Dia sem crepúsculo, não se encontre sobre vós a marca dos poderosos de Babilónia, dos "Lúcifer" menores, dos afiliados, das excrescências de Satanás, mas tão só o sinal santo, inconfundível, glorioso, do Filho de Deus».

Vê-se claramente que a marca da besta é espiritual e não tem nada a ver com a invenção demoníaca de que é o chip, inventado pelos americanos.

 

Temos de nos afastar da Besta, como falado em Cad 1943 - 19 de Novembro

 

Apocalipse 13,17

17 E ninguém pode comprar nem vender se não tiver a marca, o nome da Besta ou o número do seu nome.

Gob 17-06-89

O número da besta: 666

Um ídolo tão forte e dominador, que faz com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos recebam uma marca sobre a mão direita e sobre a fronte, e que ninguém possa comprar ou vender sem que tenha tal marca, ou seja, o nome da besta ou o número do seu nome, este grande ídolo, construído para ser adorado e servido por todos, como já vos revelei na mensagem precedente, é um falso Cristo e uma falsa Igreja.

 

Cad - 1943 -14 de Junho

Quantos mais Verdadeiros sacerdotes houver no mundo quando se tiverem cumprido os tempos, menos dilatado e cruel será o tempo do Anticristo e as últimas convulsões da raça humana.

 

Cad - 1943 - 9 de Novembro

Morte para as almas e morte para as carnes. Destruições dos Espíritos e destruições das coisas. Vosso crescimento em Satanás é impressionante. Dentro de pouco tereis alcançado a plenitude de idade na que não haverá já mais que ensinar-vos, e então o Inferno poderá iluminar o seu filho: o Anticristo, porque os tempos estarão maduros e os homens terão merecido conhecer o horror que precede ao fim.

 

Cad - 1943 - 9 de Dezembro

Disse Jesus:

«Parece-Me haver repetido muitas e muitas vezes que ou se crê ou não se crê, que meu tempo não se mede com a vossa medida, que serão bem-aventurados os que creiam sem exigir provas. Agora foi acrescentado que a profecia pode ter períodos de repetição ou de aparente negação que em resultado depois resultam ser, tão só, uma prova feita por Deus à fé dos homens.

Todas as profecias antigas e modernas (digo antigas aquelas desde Adão até a minha vinda, e modernas as que vão desde a minha vinda até o momento presente, porque os vossos vinte séculos são uma fracção de hora relativamente à minha Eternidade, apresentam pontos em que parecem erradas, porque segundo vós deviam suceder em um determinado período e não se hão produzido. Mas os olhos de meu servo vêem com os meus Olhos. Vós em contrapartida vedes com os vossos. O que meu servo fala ou repete em meu Nome, e o que vós acreditais já superado, pode ser ainda um acontecimento que se cumpra no futuro. Isto para todas as profecias, até as dos maiores Espíritos.

A quem olha com seus olhos humanos pode parecer-lhe equivocada e contradita pelos feitos até a Profecia perfeita: a Minha. ¿Não pareceria, lendo os Evangelhos, que o fim do mundo viria pouco depois da destruição de Jerusalém? ¿Mas quantos séculos hão passado desde então? E no entanto o fim do mundo será precedido pelos sinais que digo e que a vossa ignorância e vosso medo viram próximos já tantas vezes. Só Eu sei o momento em que terão inicio e não considero necessário dizê-lo. Inclusivamente por bondade para com os viventes daquele momento. ¡Certamente não quereis pensar que Eu, Profeta perfeito, porque depositário dos segredos da Divindade, me tenha equivocado! Como não quereis crer que se tenham equivocado Pedro, Paulo e sobre tudo João, que havia ficado unido ao Mestre inclusivamente mais para lá do tempo da minha estadia entre os homens. ¿E não disse Pedro: “O fim de tudo está próximo”? (Pedro I epístola Cap. 4 v. 7). e Paulo: "... Nós permaneceremos vivos até à vinda do Senhor" , e ainda: "Bem sabeis vós que quem o retém é o Senhor, para que se manifeste em seu momento oportuno. Porque o mistério da impiedade já está actuando". Pareceria, pois, que o Anticristo estivesse em acção já desde então, só que Deus não lhe permitisse manifestar-se plenamente para ser reduzido a cinzas por Mim. E exorta os cristãos de então a permanecerem firmes na fé para resistir à iniquidade em acção. E, meu João, enfim, o mais iluminado, aquele a quem se lhe deram a conhecer os Céus com as perspectivas dos tempos futuros conhecidos só por Deus, e lhe foi aberto meu Coração com todos seus segredos mais secretos, ¿não termina o Livro tão excelso que parece escrito com pluma raptada a um arcanjo: "... o tempo está próximo... Sim, venho logo. Diz o que dá testemunho de tudo isto: Sim, venho em breve? Agora, portanto, digo-vos a vós as mesmas palavras de meus santos: “Diante do Senhor um dia é como mil anos e mil anos como um dia. Não é que tarde o Senhor, mas tem paciência... Há coisas difíceis de entender em que os ignorantes e os pouco estáveis se emaranham para sua perdição".

Este será o terrível tempo do anticristo.

 

Este tempo do anticristo será fomentado pela degenerescência da humanidade.

Cad - 1943 - 9 de Novembro

 

Muitas vezes os tempos se confundem quando se lêem as profecias, mas para aquele que tem Fé tudo virá a fazer sentido a seu tempo, como falado em Cad - 1943 - 9 de Dezembro.

Apocalipse 13,18

18 Aqui é preciso entender: quem é esperto, calcule o número da Besta; é um número de homem; o número é seiscentos e sessenta e seis (666).

Gob 17-06-89

O número da besta: 666

"Filhos predilectos, compreendei agora o plano da vossa Mãe Celeste, a Mulher vestida de sol, que combate, com o seu exército, na grande luta contra todas as forças do mal, para obter a sua vitória, na perfeita glorificação da Santíssima Trindade.

Combatei comigo, filhos pequeninos, contra o dragão, que procura levar toda a humanidade contra Deus.

Combatei comigo, filhos pequeninos, contra a besta negra, a maçonaria, que quer conduzir as almas à perdição.

Combatei comigo, pequenos filhos, contra a besta semelhante a um cordeiro, a maçonaria infiltrada no interior da vida eclesiástica para destruir Cristo e a sua Igreja.

Para alcançar este objectivo quer construir um novo ídolo, isto é, um falso Cristo e uma falsa Igreja 

A maçonaria eclesiástica recebe ordens e poder das lojas maçónicas e trabalha para conduzir secretamente todos a fazer parte destas seitas secretas.

Assim, impele os ambiciosos com a perspectiva de uma carreira fácil; enche de bens os sedentos por dinheiro; ajuda os seus membros a se projectarem e a ocuparem os postos mais importantes, enquanto marginaliza, de maneira traiçoeira, mas decidida, todos os que se recusam a participar do seu desígnio.

De facto , a besta semelhante a um cordeiro exerce todo o poder da primeira besta, em sua presença, e constringe a terra e os seus habitantes a adorar a primeira besta.

A maçonaria eclesiástica chega até mesmo a construir uma estátua em honra da besta e constringe todos a adorar esta estátua.

Mas, segundo o primeiro mandamento da santa lei do Senhor, só a Deus se deve adorar e só a Ele deve ser dada qualquer forma de culto.

Então se substitui DEUS por um ídolo, poderoso, forte, dominador, um ídolo tão poderoso, que pode mandar matar todos os que não adoram a estátua da besta.

Um ídolo tão forte e dominador, que faz com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos recebam uma marca sobre a mão direita e sobre a fronte, e que ninguém possa comprar ou vender sem que tenha tal marca, ou seja, o nome da besta ou o número do seu nome, este grande ídolo, construído para ser adorado e servido por todos, como já vos revelei na mensagem precedente, é um falso Cristo e uma falsa Igreja.

Mas qual é o seu nome?

No capítulo 13 do Apocalipse (Ap 13,18) está escrito: Aqui está a sabedoria. Quem tem inteligência calcule o número da besta: ele representa um nome de homem. E tal número é 666. - Com inteligência, iluminada pela luz divina da sabedoria, consegue-se decifrar no número 666 o nome de um homem e este nome, indicado por tal número, é o do anticristo.

Lúcifer, a antiga serpente, o diabo ou satanás, o dragão vermelho, torna-se nestes últimos tempos, o anticristo.

Já o apóstolo João afirmava que quem nega que Jesus Cristo é Deus, este é o anticristo.

A estátua ou o ídolo, construído em honra da besta, para ser adorado por todos os homens é o anticristo.

Calculai agora o seu número 666, para compreender como ele indica o nome de um homem.

O número 333 indica a divindade.

Lúcifer rebela-se contra Deus por soberba, porque quer colocar-se acima de Deus.

O 333 é o número que indica o mistério de Deus, aquele que quer se colocar acima de Deus leva o sinal de 666, portanto este número indica o nome de lúcifer, satanás, isto é, daquele que se coloca contra Cristo, do anticristo.

O 333 indicado uma vez, isto é, por 1, exprime o mistério da unidade de Deus.

O 333 indicado duas vezes, isto é, por 2, indica as duas naturezas, a divina e a humana, unidas na Pessoa divina de Jesus Cristo.

O 333 indicado três vezes, isto é, por 3 indica o mistério das três pessoas divinas, isto é, exprime o mistério da Santíssima Trindade.

Portanto o número 333, expresso uma, dua e três vezes, exprime os mistérios principais da fé católica, que são: 1º: a Unidade e a Trindade de Deus; 2º: a encarnação, a paixão, a morte e a ressureição de nosso Senhor Jesus Cristo.

Se o número 333 indica a Divindade, aquele que se quer colocar acima do próprio Deus é indicado pelo número 666.

O número 666, indicado uma vez, isto é, por 1, exprime o ano 666.

Seiscentos e sessenta e seis.

Neste período histórico, o anticristo se manifesta através do Islão, que nega directamente o mistério da divina Trindade e a Divindade de nosso Senhor Jesus Cristo.

O islamismo, com a sua força militar, se desencadeia por toda a parte, destruindo todas as antigas comunidades cristãs, invade a Europa e só por minha materna e extraordinária intercessão, solicitada fortemente pelo Santo Padre, não consegue destruir completamente a cristandade.

O 666 indicado duas vezes, isto é, por 2, exprime o ano de 1332, mil trezentos e trinta e dois.

Neste período histórico, o anticristo se manifesta com um ataque radical à fé na Palavra de Deus.

Através dos filósofos, que começam a dar um valor exclusivo à ciência e depois à razão, tende-se gradualmente a construir como único critério de verdade somente a inteligência humana. Nascem os grandes erros filosóficos, que continuam nos séculos até os vossos dias.

A importância exagerada dada à razão, como critério exclusivo de verdade, leva necessariamente à destruição da fé na Palavra de Deus.

De facto, com a reforma protestante, se rejeita a Tradição como fonte da Divina Revelação, e se aceita somente a Sagrada Escritura.

Mas, também esta deve ser interpretada por meio da razão, e se rejeita obstinadamente o Magistério autêntico da Igreja hierárquica, à qual Cristo confiou a guarda do depósito da fé.

Cada um é livre para ler e para compreender a Sagrada Escritura, segundo a sua interpretação pessoal.

Desta maneira é destruída a fé na Palavra de Deus.

Obra do anticristo, neste período histórico, é a divisão da Igreja, a consequente formação de numerosas confissões cristãs, que são gradualmente impelidas a uma perda cada vez mais extensa da verdadeira fé na Palavra de Deus.

O número 666 indicado três vezes, isto é, por 3, exprime o ano de 1998, mil novecentos e noventa e oito.

Neste período histórico, a maçonaria ajudada pela maçonaria eclesiástica, conseguirá o seu grande intento: construir um ídolo para colocar no lugar de Cristo e da sua Igreja.

Um falso Cristo e uma falsa Igreja. Portanto, a estátua construída em honra da primeira besta, para ser adorada por todos os habitantes da terra e que assinalará com a sua marca todos aqueles que queiram comprar ou vender, é a do anticristo.

Chegaste assim ao vértice da purificação, da grande tribulação e da apostasia.

A apostasia será então generalizada porque quase todos seguirão o falso Cristo e a falsa Igreja.

Então, será aberta a porta para o aparecimento do homem ou da própria pessoa do anticristo!

Eis, filhos predilectos, porque vos quis iluminar sobre as páginas do Apocalipse, que se referem aos tempos em que viveis.

 

Cad - 1943 -20 de Julho

Diz ainda Jesus:

«Observa o meu Resplendor e minha Beleza comparada à negra monstruosidade da Besta. (Ap 13,18)

No tenhas medo de olhar, ainda que seja um espectáculo repelente. Estás entre Meus braços.

Não pode aproximar-se nem fazer-te mal. ¿O vês? Nem sequer te olha. Tem já muitas presas que perseguir.

¿Agora te parece que valha a pena deixar-me a Mim para segui-lo a ele? No entanto o mundo o segue e me deixa por ele.

Olha que doente está e como se contrai. É sua hora de festa. Mas olha também como busca a sombra para actuar. Odeia a Luz, ¡E se chamava Lúcifer! ¿Vês como hipnotiza os que não estão assinalados com o meu Sangue? Acumula seus esforços porque sabe que é a sua hora e que se aproxima a minha hora, na qual será vencido para sempre.

Sua infernal astúcia e sua inteligência satânica são um contínuo operar de Mal, em contraposição ao nosso uno e trino obrar do Bem, para aumentar as suas presas. Mas a astúcia e a inteligência não prevaleceriam se nos homens estivesse meu Sangue e sua honesta vontade.

Ao homem faltam-lhe demasiadas coisas para ter armas com as quais enfrentar a Besta, e ela o sabe e actua abertamente, sem sequer já se esconder com aparências enganosas.

Que a sua repugnante fealdade te conduza a uma diligência e a uma penitência cada vez maiores. Por ti e por teus desgraçados irmãos que têm a alma arrebatada ou seduzida e não vêem, ou, vendo-o, correm ao encontro do Maligno, para obter ajuda para um momento, mas a pagar com uma condenação eterna».

Eu tenho que explicar, senão, não se entende nada.

Desde a noite do dia 18 o bom Jesus me faz ver um bicharoco horrível, tão horrível que me produz calafrios e vontade de gritar. Seu nome é conhecido. E o bom Jesus me dá a entender que esse aspecto sempre é inferior à realidade, porque nenhuma realidade humana pode conseguir personificar com exactidão a suprema Beleza e a suprema Fealdade.

Agora descrevo o bicharoco.

Parece-me ver um grande buraco negro negro e profundíssimo. Compreendo que é profundíssimo, Mas não vejo dele senão o orifício, todo ocupado por um monstro horrível. Não é serpente, nem crocodilo, nem dragão, nem morcego, Mas tem algo dos quatro.

Cabeça larga e pontiaguda sem orelhas e com dois olhos manhosos e ferozes que estão sempre à caça de presa, uma boca enormíssima e armada de grandes dentes agudos, sempre a tentar apanhar no voo algum incauto que chega ao alcance das suas mandíbulas.

A cabeça, enfim, tem muito da de serpente pela forma, e do crocodilo pelos dentes.

Pescoço grande e flexível que permite muita agilidade da tremenda cabeça.

Um corpo escorregadio recoberto por uma pele como a das enguias (para entender-se) quer dizer, sem escamas, de cor entre o óxido, o violeta, o cinzento escuro... não saberia. Tem até a cor das sanguessugas.

Nas costas e nas ancas (digo "ancas" porque ali termina o ventre palpitante e inchado de rapina e começa a grande cauda que termina em ponta), são quatro patorras curtas e espalmadas como as do crocodilo. Nas costas duas asas de morcego.

O bicharoco não move o seu grande e repugnante corpo. Move só a cauda que se contorce fazendo "esses" aqui e ali, e move sua horrível cabeça de olhos fascinadores e mandíbulas exterminadoras. ¡Misericórdia divina! ¡Que bicharoco tão horrível! De seu negro antro emana treva e horror. Asseguro-lhes que desde ontem que o via com vivíssima meticulosidade - e não entendia que fazia aqui - vinham-me ganas de gritar Apavorada. Menos mal que via que nunca olhava para mim como por repulsa. Recíproca repulsa por acaso. Se isto é uma pálida representação de Satanás, ¿que será então ele? ¡Para morrer duas vezes seguidas, só com vê-lo!

Menos mal também, que se bem que num canto estava o bicharoco, perto perto estava meu Jesus, branco, belo, louro... ¡Luz na luz! Comparando a luminosa, confortável figura de Cristo com a do outro, seu olhar dulcíssimo, claro, com a turva do outro, há certamente que nos compadecermos dos infelizes pecadores destinados ao segundo porque rejeitaram a Jesus.

E bem, agora que o vi... quisera não vê-lo mais porque é demasiado horrível. Rezarei para que o menor número possível de desgraçados vão acabar em suas garras, Mas rogo ao bom Deus que me tire esta visão. Hoje é menos viva e estou muito agradecida ao Senhor. E todavia mais agradecida porque a querida Voz me faz entender o porquê dessa visão que ontem me aterrorizava crendo-a destinada a Mim como advertência.

A tremenda visão da fealdade da Besta dever ser incentivo para fazermos penitência (Cad 1943 -20 de Julho)

Capítulo 14 

 

 

Apocalipse 14,1

1 Depois disso, tive esta visão: o Cordeiro estava de pé sobre o monte Sião.

Com ele, os cento e quarenta e quatro mil que traziam a fronte marcada com o nome dele e o nome do seu Pai.

Apocalipse 14,2

2 Ouvi uma voz que vinha do céu; parecia o barulho de águas torrenciais e o estrondo de um forte trovão. O barulho que ouvi era como o som de músicos tocando harpa.

Apocalipse 14,3

3 Estavam diante do trono, dos quatro Seres vivos e dos Anciãos e cantavam um cântico novo. Era um cântico que ninguém podia aprender; só os cento e quarenta e quatro mil marcados que foram resgatados da terra.

 

 

 

Apocalipse 14,4

4 São os que não se contaminaram com mulheres; são virgens. Eles seguem o Cordeiro aonde quer que ele vá. Foram resgatados do meio dos homens e foram os primeiros a serem oferecidos a Deus e ao Cordeiro.

MCD-T1-230

Semelhança com Cristo

460. Ainda que nenhuma virtude deve faltar, àquela que se chama e faz profissão de esposa de Cristo, a castidade é a que mais a assemelha a seu esposo. Esta virtude a espiritualiza e afasta da corrupção terrena, elevando-a ao ser angélico e a certa participação do mesmo Deus.

Embelece e adorna todas as demais virtudes, eleva o corpo a um estado superior, esclarece o entendimento e conserva nas almas a sua nobreza superior a todo o corruptível. Diz-se que as virgens acompanham o Cordeiro (Ap 14,4), porque esta virtude foi precioso fruto da redenção, operada por meu Filho Santíssimo na cruz, onde tirou os pecados do mundo.

 

Apocalipse 14,5

5 Na sua boca nunca foi encontrada a mentira. São íntegros!

 Apocalipse 14,6

6 Depois disso, vi outro Anjo que voava no meio do céu, com um evangelho eterno, para anunciá-lo aos habitantes da terra, a toda nação, tribo, língua e povo.

 Apocalipse 14,7

7 O Anjo dizia em alta “Temam a Deus e dêem glória a ele, porque chegou a hora do seu julgamento. Adorem aquele que fez o céu e a terra, o mar e as fontes.”

 Apocalipse 14,8

8 Apareceu um segundo Anjo e continuou:

“Caiu, caiu Babilônia, a Grande. Aquela que embebedou todas as nações com o vinho do furor da sua prostituição.”

 Apocalipse 14,9

9 Apareceu um terceiro Anjo e continuou em alta voz: “Se alguém adora a Besta e a imagem dela, e recebe sua marca na fronte ou na mão,

 Apocalipse 14,10

10 esse também vai beber o vinho do furor de Deus, derramado sem mistura na taça da sua ira. Será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos Anjos e diante do Cordeiro.

 Apocalipse 14,11

11 A fumaça do seu tormento subirá para sempre: os que adoram a Besta e a imagem dela, e quem quer que receba a marca do seu nome, nunca tem descanso, nem de dia,

nem de noite...”

 Apocalipse 14,12

12  Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.

 Apocalipse 14,13

13  Ouvi, então, uma voz que vinha do céu, dizendo: “Escreva:

Felizes os mortos, aqueles que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, descansem de suas fadigas, pois suas obras os acompanham.”

 Apocalipse 14,14

14 Depois disso olhei: havia uma nuvem branca, e sobre a nuvem alguém estava sentado.

Parecia um Filho de Homem. Tinha na cabeça uma coroa de ouro, e nas mãos uma foice afiada.

 Apocalipse 14,15

15 Nessa hora, outro Anjo saiu do Templo, gritando em alta voz para aquele que estava sentado na nuvem: “Lance sua foice e ceife. Chegou a hora da colheita, pois a lavoura da terra está madura.”

 Apocalipse 14,16

16 Aquele que estava sentado na nuvem lançou a foice na terra, e a terra foi ceifada.

 Apocalipse 14,17

17 Nessa hora, saiu do Templo do céu outro Anjo. Também ele tinha nas mãos uma foice afiada.

 Apocalipse 14,18

18 Do altar saiu outro Anjo, o Anjo que tem poder sobre o fogo. Ele gritou em alta voz para o outro que segurava a foice afiada: “Lance a foice e colha os cachos da videira da terra, porque as uvas já estão maduras.”

 Apocalipse 14,19

19 O Anjo lançou a foice afiada na terra e colheu as uvas da videira da terra. Depois despejou as uvas no grande lagar do furor de Deus.

 Apocalipse 14,20

20 O lagar foi pisado fora da cidade, e dele saiu sangue que subiu até a altura do freio dos cavalos, numa extensão de trezentos quilómetros.

 

 

Capítulo 15 

 

 

Apocalipse 15,1

1 Eu vi no Céu outro sinal grande e maravilhoso: havia sete Anjos prontos com sete pragas. Estas eram as últimas pragas, pois com elas o furor de Deus ficará consumado.

MCD-T1-143

Castigo das ofensas feitas à Mãe de Deus

266. Os anjos referidos pelo escritor sagrado, são sete dos que assistem especialmente ao trono de Deus, e a quem o Senhor deu o encargo e poder para castigar certos pecados dos homens. Esta vingança da ira do Omnipotente (Ap 15,1) acontecerá nos últimos séculos do mundo. Castigo tão novo que nem antes nem depois na vida terrestre se verá outro maior. Estes mistérios são muito secretos e como não recebo luz de todos, nem pertencem a esta História, não convém alongar-me nisto, e assim passo ao que pretendo.

 

Apocalipse 15,2

2 Vi também como que um mar de vidro misturado com fogo. Sobre esse mar, estavam de pé todos aqueles que venceram a Besta, a imagem dela e o número do nome da Besta. Os vencedores seguravam as harpas de Deus

Apocalipse 15,15

3 e entoavam o cântico de Moisés, o servo de Deus, e o cântico do Cordeiro:

“Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus Todo-poderoso! Teus caminhos são justos e verdadeiros, Rei das nações!

Apocalipse 15,4

4 Quem não temeria, Senhor, e não glorificaria o teu nome? Sim! Só tu és santo! Todas as nações virão ajoelhar-se diante de ti, porque tuas justas decisões se tornaram manifestas!”

 Apocalipse 15,5

5 Depois disso vi abrir-se o Templo da Tenda do estemunho que está no céu.

 Apocalipse 15,6

6 Saíram do Templo os sete Anjos com as sete pragas. Os Anjos estavam vestidos de linho puro e brilhante, e cingidos à altura do peito com cintos de ouro.

 Apocalipse 15,7

7 Um dos quatro Seres vivos entregou aos sete Anjos sete taças de ouro, cheias do furor do Deus que vive para sempre.

 Apocalipse 15,8

8 O Templo se encheu de fumaça, por causa da glória e do poder de Deus.

Ninguém podia entrar no Templo, enquanto não estivessem consumadas as sete pragas dos sete Anjos.

 

 

Capítulo 16 

 

 

Apocalipse 16,1

1 Depois ouvi: do Templo vinha uma voz forte, que dizia aos sete Anjos: “Vão! Despejem pela terra as sete taças do furor de Deus!”

CAD 1943 - 22 de Agosto

Disse Jesus:

«As sete últimas pragas correspondem aos sete trovões não descritos. Como sempre, são descrições figurativas Mas nas quais não está excluída totalmente a realidade. Explico-te quando vir que seja oportuno que te seja explicado. (Ap 16,1)

 

CAD 1943 - 20 de Agosto

Muito, demasiado - e não por sede boa e por desejo honesto de reparar-se do mal urgentemente, senão mais, tão só pela curiosidade inútil - muito, demasiado se meditou ao longo dos séculos, sobre quanto João disse no capítulo 10 do Apocalipse. Mas sabe, Maria, que Eu permito que se saiba quanto pode ser útil saber, e oculto, quando acho útil que não saibais.

Sois demasiado débeis, pobres filhos meus, para conhecer o nome de honra dos "sete trovões" apocalípticos. Meu anjo disse a João: "Sela o que disseram os sete trovões e não o escrevas". Eu digo que não é ainda a hora de que se abra o que está selado e que se João não o escreveu Eu não o direi. (Ap 10,4)

Para além disso não vos cabe a vós provar esse horror e por ele... Só vos compete orar por aqueles que o deverão padecer, para que a força não naufrague neles e não passem a formar parte da turba de quem debaixo do açoite do flagelo não conheçam penitência e blasfemem a Deus em lugar de chamá-lo em sua ajuda. Muitos destes estão já na Terra e sua semente será sete vezes e sete vezes mais demoníaca que eles. Eu, não meu anjo, Eu mesmo juro que quando haja terminado o trovão da sétima trombeta e se tenha cumprido o horror do sétimo flagelo, sem que a raça de Adão reconheça a Cristo Rei, Senhor, Redentor e Deus, e invoque sua Misericórdia, seu Nome no qual está a salvação, Eu, por meu Nome e por minha Natureza, juro que pararei o instante na eternidade. Cessará o tempo e começará o Juízo. o Juízo que divide para sempre o Bem do Mal depois de milénios de convivência sobre a Terra. O Bem voltará ao manancial do que veio. O Mal precipitará donde já precipitou desde o momento da rebelião de Lúcifer e de donde saiu para perturbar a debilidade de Adão na sedução do sentido e do orgulho.

Então se cumprirá o mistério de Deus. Então conhecereis a Deus. Todos, todos os homens da Terra, desde Adão até o último nascido, reunidos como, grãozitos de areia sobre a duna da praia eterna, verão a Deus Senhor, Criador, Juiz, Rei.

Sim, vereis a este Deus que haveis amado, blasfemado, seguido, escarnecido, bendito, vilipendiado, servido, fugido. O vereis. Sabereis então quanto merecia o vosso amor e quanto mérito era servi-lo.

¡Oh! Alegria de quem se tenha consumado a sim mesmos no amá-lo e em obedecer-lhe! ¡Oh! Terror dos que foram seus Judas, seus Cains, de quem preferiu seguir ao Antagonista e ao Sedutor em lugar do Verbo humanizado em quem está a Redenção; de Cristo: Caminho para o Pai; de Jesus: Verdade santíssima; do Verbo: Vida verdadeira!».

A cada uma destas sete taças ou pragas, corresponde um dos trovões do Apocalipse 10,4 que São João não descreveu, por vontade Divina, e por isso foram selados para que a humanidade não os conhecesse.

(CAD 1943 - 20 de Agosto)

Apocalipse 16,2

2 Saiu o primeiro Anjo, e despejou sua taça na terra. E todas as pessoas que tinham a marca da Besta e todas as que adoravam a imagem da Besta ficaram com o corpo cheio de úlceras malignas e dolorosas.

CAD 1943 - 22 de Agosto

A primeira é a úlcera. (Ap 16,2)

Desde os tempos de Moisés castiguei com enfermidades repugnantes as criaturas que haviam cometido pecados imperdoáveis para comigo. Maria, irmã de Moisés, teve o corpo coberto de lepra por haver falado mal de meu servo Moisés. ¿Como não deve suceder igual e todavia mais àqueles que falam mal de seu Deus? A lepra, ou outra úlcera que seja, se estende cada vez mais porque haveis estendido cada vez mais os vossos pecados contra Deus e contra a adorável obra de Deus que sois vós. Quando vos revolveis na luxúria, ¿não acreditais que cometeis um pecado contra Deus? Pois sim o cometeis, porque profanais o vosso corpo onde o Espírito reside para acolher-me a Mim, Espírito Supremo. ¿E até que ponto está chegando a luxúria do homem, cumprida com fria e consciente vontade? É melhor não aprofundar este abismo de repugnante degradação humana. Eu te digo que se chamavam imundos certos animais, mas que o homem superou já e todavia os superará mais, e que se pudera criar um novo animal, obtido do cruzamento dos macacos com as serpentes e com os porcos, todavia seria menos imundo que certos homens, os quais têm do homem o aspecto, mas têm o interior mais lúbrico e repugnante que o animal mais sujo. Como te disse, a humanidade se divide cada vez mais. A parte espiritual, exígua ao máximo, ascende. A parte carnal, numerosíssima, descende. Descende a uma profundidade de vício espantosa. Quando chegue o tempo da ira, a humanidade haverá alcançado a perfeição do vício.

¿E queres que o fedor interno de suas almas mortas não transpire ao exterior e corrompa as carnes, adoradas mais que a Mim e usadas para todas as prostituições? E como as úlceras serão provocadas por vós, assim enchereis de sangue o mar e as águas dos rios.

Estais vos enchendo já com vossos talhos, e os habitantes das águas diminuem, mortos por vós, contribuindo para a vossa fome. Haveis pisado tanto os dons que Deus vos tem dado para vossas necessidades materiais, que Terra, céu e águas se estão tornando vossos inimigos e vos negam os frutos da Terra e os habitantes das águas, dos rios, dos bosques, do ar. Matai, matai se quiserdes, pisai a lei de amor e de perdão, espalhem o sangue fraterno e especialmente o sangue dos bons, que perseguis justamente porque são bons.

Mas tende cuidado não aconteça que um dia Deus vos obrigue a saciar vossa fome e vossa sede com a sangue que haveis derramado, em oposição com a minha ordem de paz e de amor. Rebeldes vós às leis que vos dei, rebeldes para convosco os astros e os planetas que até agora vos têm dado a luz e calor que necessitais, obedecendo, eles, às regas que Eu lhes atribuí por bondade para convosco. Enfermidades repugnantes como marca de vosso vício; sangue nas águas como testemunho de todo o sangue que haveis querido derramar, e entre este está o Meu; fogo do Sol para fazer-vos provar por antecipação as brasas eternas que esperam os malditos; trevas para advertir-vos de que as trevas esperam a quem odeia a Luz: tudo isto para induzir-vos a reflectir e arrepender-vos. E não chegará. Continuareis vos precipitando. Continuareis cumprindo vossas alianças com o mal, preparando o caminho aos "Reis de Oriente", quer dizer, aos ajudantes do Filho do Mal.

Parece que sejam meus anjos quem trazem as pragas. Na realidade sois vós. Vós as quereis e vós as tereis. Feitos dragões e bestas vós mesmos, por vos haver desposado com o Dragão e a Besta, dareis à luz, de vosso interior corrompido, os seres imundos: as doutrinas demoníacas absolutas que realizando falsos prodígios seduzirão os poderosos e os arrastaram à batalha contra Deus. Estareis tão pervertidos que tomareis por prodígios celestiais o que é criação infernal.

 

Apocalipse 16,3

3 O segundo Anjo despejou sua taça no mar. E o mar virou sangue, como sangue de um morto. E todos os seres vivos do mar morreram.

Livro selado por Deus.

A cada uma destas taças, do segundo ao sétimo Anjo, corresponde um dos trovões do Apocalipse 10,4, que foram selados por Deus que não os quis revelar.

Apocalipse 16,4

4 O terceiro Anjo despejou sua taça nos rios e nas fontes. E os rios e fontes viraram sangue.

Livro selado por Deus.

A cada uma destas taças, do segundo ao sétimo Anjo, corresponde um dos trovões do Apocalipse 10,4, que foram selados por Deus que não os quis revelar.

Apocalipse 16,5

5 Ouvi, então, o Anjo das águas dizer:

“Justo és tu, Aquele-que-é e que-era, ó Santo, porque julgaste essas coisas.

 

 

Apocalipse 16,6

6 Essa gente derramou o sangue de santos e profetas, e tu deste a eles sangue para beber! Eles merecem isso!”

 

 

Apocalipse 16,7

7 Ouvi, então, a voz do altar: “Sim, Senhor Deus Todo-poderoso, teus julgamentos são verdadeiros e justos.”

 

 

Apocalipse 16,8

8 O quarto Anjo despejou sua taça no sol. E o sol recebeu permissão de queimar os homens com fogo.

Livro selado por Deus.

A cada uma destas taças, do segundo ao sétimo Anjo, corresponde um dos trovões do Apocalipse 10,4, que foram selados por Deus que não os quis revelar.

Apocalipse 16,9

9 os homens ficaram tão abrasados com esse calor intenso, que começaram a blasfemar contra o nome do Deus que tem poder sobre essas pragas. Mas não se converteram para dar glória a Deus.

 

 

Apocalipse 16,10

10 O quinto Anjo despejou sua taça sobre o trono da Besta, e o reino dela ficou em trevas. Os homens mordiam a língua de dor.

Livro selado por Deus.

A cada uma destas taças, do segundo ao sétimo Anjo, corresponde um dos trovões do Apocalipse 10,4, que foram selados por Deus que não os quis revelar.

Apocalipse 16,11

11 Blasfemaram contra o Deus do céu por causa da dor e das feridas, mas não se converteram de sua conduta.

 

Os seguidores do Anticristo, da Besta, não se hão de converter.

Apocalipse 16,12

12 O sexto Anjo despejou sua taça sobre o grande rio Eufrates. A água do rio secou, e os reis do Oriente ficaram de caminho livre para atacar.

Livro selado por Deus.

A cada uma destas taças, do segundo ao sétimo Anjo, corresponde um dos trovões do Apocalipse 10,4, que foram selados por Deus que não os quis revelar.

Apocalipse 16,13

13 Nessa hora eu vi: da boca do Dragão, da boca da Besta e da boca do falso profeta saíram três espíritos impuros que pareciam sapos.

 

Estes espíritos impuros são demónios encarregues de operar falsos milagres para aliciarem os homens.

Apocalipse 16,14

14 São espíritos de demónios. Fazem maravilhas, e vão até os reis de toda a terra, a fim de reuni-los para a guerra no Grande Dia do Deus Todo poderoso.

 

Esta guerra é o Armagedon, nos três Dias de Trevas, referido em Apocalipse 16,16.

Apocalipse 16,15

15 (Eis que venho como um ladrão: feliz aquele que vigia e conserva suas vestes, para não andar nu e não deixar que vejam sua vergonha!).

 

1 Tessalonicenses 5,2

2 Vocês já sabem que o dia do Senhor chegará como ladrão à noite.

Apocalipse 16,16

16 Então os espíritos reuniram os reis no lugar que, em hebraico, se chama Armagedon.

 

Armagedon significa o Vale de Megido, no centro da Palestina.

Apocalipse 16,17

17 O sétimo Anjo despejou sua taça no ar. Nisso, saiu uma forte voz do Templo, dizendo: “Está realizado!”

Livro selado por Deus.

Apocalipse 10,7

7 Quando o sétimo Anjo tocar a trombeta, então vai realizar-se o mistério de Deus, conforme ele anunciou aos seus servos, os profetas!”

A cada uma destas taças, do segundo ao sétimo Anjo, corresponde um dos trovões do Apocalipse 10,4, que foram selados por Deus que não os quis revelar.

Apocalipse 16,18

18 Houve, então, relâmpagos, vozes, trovões e um forte terramoto. Desde que o homem apareceu na terra,

nunca tinha acontecido terramoto assim tão violento.

 

 

Apocalipse 16,19

19 A Grande Cidade se partiu em três pedaços, e as

cidades das nações caíram. Deus se lembrou então de Babilónia, a Grande, para lhe dar o cálice do vinho do

furor da sua ira.

Cad 1943 - 22 de Agosto

Maria, agora te tomo pela mão para conduzir-te ao ponto mais obscuro do livro de João.

Os comentaristas do mesmo esgotaram a sua capacidade em muitas deduções para explicar a si mesmos, e às multidões, quem seja a "grande Babilónia". Com visão humana, a que as sacudidelas produzidas por acontecimentos desejados ou pelos estranhos acontecimentos sucedidos, deram o nome de Babilónia a muitas coisas.

¿Mas como não terão pensado nunca que a "grande Babilónia" seja toda a Terra?

 

Apocalipse 16,20

20 As ilhas fugiram, as montanhas desapareceram.

 

 

Apocalipse 16,21

21 Caiu do céu sobre os homens uma grande chuva de pedra, pedras com mais de trinta quilos. E os homens blasfemaram contra Deus por causa dessa praga de granizo, pois o seu flagelo é muito grande.

 

 

Capítulo 17 

 

 

Apocalipse 17,1

1 Um dos Anjos das sete taças veio me convidar: “Venha! Vou lhe mostrar como será julgada a grande prostituta, que está sentada à beira de muitas águas.

Apocalipse 17,2

2Os reis da terra se prostituíram com ela. Os habitantes da terra ficaram bêbados com o vinho da sua prostituição.

Apocalipse 17,3

3 E o Anjo me levou em espírito até o deserto. Aí eu vi uma mulher sentada sobre uma Besta de cor escarlate, cheia de títulos blasfemos. A Besta tinha sete cabeças e dez chifres.

Apocalipse 17,4

4 A mulher usava vestido cor de púrpura e escarlate.

Estava toda enfeitada de ouro, pedras preciosas e pérolas. Tinha na mão um cálice de ouro cheio de abominações, que são as impurezas de sua prostituição.

Apocalipse 17,5

5 Na fronte da mulher estava escrito um nome misterioso: “Babilónia, a Grande, a mãe das prostitutas e das abominações da terra.”

Apocalipse 17,6

6 Reparei que a mulher estava embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus.

Vendo a mulher, fiquei profundamente admirado.

Cad 1943 - 22 de Agosto

Maria, agora te tomo pela mão para conduzir-te ao ponto mais obscuro do livro de João.

Os comentaristas do mesmo esgotaram a sua capacidade em muitas deduções para explicar a si mesmos, e às multidões, quem seja a "grande Babilónia". Com visão humana, a que as sacudidelas produzidas por acontecimentos desejados ou pelos acontecimentos sucedidos estranhos, deram o nome de Babilónia a muitas coisas.

¿Mas como não terão pensado nunca que a "grande Babilónia" seja toda a Terra?

Esta Babilónia também pode ser entendida como a sociedade civil em que chafurda o mundo imundo e os seus governantes, sem Deus e sem Moral.

Apocalipse 17,7

7 O Anjo, porém, me disse: “Por que estás admirado? Vou explicar-lhe o mistério da mulher e da Besta com sete cabeças e dez chifres que carrega a mulher.

 

 

Esta mulher é a Babilónia, falada em Apocalipse 17,5.

A Babilónia é carregada pela Besta com sete cabeças e dez chifres.

Alguns protestantes, seitas malditas e satânicas, fazem uma interpretação maligna e blasfema, dizendo que a Babilónia é a Igreja Católica, e as sete cabeças, que são também sete reis, são os actuais últimos sete Papas.

Apocalipse 17,8

8 A Besta que tu viste, existia, mas não existe mais. Ela está para subir do Abismo, porém caminha para a perdição. Os habitantes da terra vão ficar admirados ao verem a Besta. São esses que desde a fundação do mundo não têm seu nome escrito no livro da vida. Ficarão admirados porque a Besta existia, não existe mais, mas vai aparecer de novo.

 

Esta Besta com sete cabeças vai subir do abismo, do Inferno.

Ora se vai subir do Abismo,  do Inferno, só pode ser um ser diabólico. Nunca poderia ser nenhum dos Santos Padres, muitos já canonizados.

Apocalipse 17,9

9 Aqui é preciso ter inteligência para entender: as sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada. São também sete reis.

 

 

Estas sete cabeças são montes, e não colinas, e são sete reis.

Os dez chifres são reis que receberão o poder da Besta para a batalha do Armagedon. Apocalipse 16,16

Também se pode pensar que os sete montes sejam os sete pecados capitais que a mãe das prostitutas usa para fazer pecar os homens.

É abusivo, blasfemo e herético associar estes sete montes às sete colinas de Roma, e, logo, aos sete últimos Papas.

Apocalipse 17,10

10 Cinco já caíram, um existe, e o outro ainda não veio; mas, quando vier, ficará por pouco tempo.

 

 

Destes sete reis, cinco já se condenaram e o que falta aparecer será por pouco tempo.

Estes são homens danados que governaram o mundo, e já no tempo de São João tinham caído, logo não podem ser os Papas de que falam os protestantes.

Apocalipse 17,11

11 A Besta que existia e não existe mais, ela mesma é o oitavo rei, e é também um dos sete, mas caminha para a perdição.

 

 

Esta Besta pode muito bem simbolizar a maçonaria que caminha para a perdição, que perdeu força mas vai ganhá-la de novo.

Apocalipse 17,12

12 Os dez chifres que tu viste são dez reis, que ainda não

receberam um reino. Estes, porém, receberão autoridade como reis por uma hora apenas, juntamente com a Besta.

Apocalipse 17,13

13 Esses reis pensam a mesma coisa: entregar o poder e a autoridade para a Besta.

 

São dez homens poderosos que serão investido de grande poder sobre o mundo, durante o curto período do Anticristo.

Apocalipse 17,14

14 Todos juntos farão guerra contra o Cordeiro. Mas o Cordeiro os vencerá, porque o Cordeiro é Senhor dos senhores e Rei dos reis. E com ele, vencerão também os chamados, os escolhidos e os fiéis.”

MCD-T1-79

Nosso reino será formado pelos perfeitos, que legitimamente houverem trabalhado e combatido até o fim. Estes terão parte no poder de nosso Cristo, agora estabelecido por ter sido rechaçado o acusador de seus irmãos (Ap 17,14). Em triunfo, lavará e purificará os eleitos no seu sangue. Dele é a exaltação e a glória, porque somente Ele será digno de abrir o livro da Lei da graça. Será caminho, luz, verdade (Jo 14, 6) e vida para que os homens venham a Mim. Sozinho abrirá as portas do Céu, sendo mediador (1Tm 2, 5) e advogado dos mortais que Nele terão pai e irmão (Jo 2,1) para defendê-los do perseguidor e acusador. Quanto aos anjos, nossos filhos, que também operaram a salvação e virtude e defenderam o poder de meu Cristo, sejam coroados e honrados eternamente em nossa presença.

 

Apocalipse 17,15

15 O Anjo continuou a me explicar: “Tu viste aquela prostituta que está sentada perto de muitas águas.

Essas águas são povos, multidões, nações e línguas diversas.

Apocalipse 17,16

16 Os dez chifres que tu viste, juntamente com a Besta, começarão a odiar aquela prostituta, a despojarão e a deixarão nua. Comerão suas carnes e a queimarão.

Apocalipse 17,17

17 Pois Deus colocou no coração deles o desejo de realizarem o seu próprio plano: vão entregar sua realeza à Besta, até que as palavras de Deus estejam cumpridas.

Apocalipse 17,18

18 Essa mulher que tu vite é a Grande Cidade que está reinando sobre os reis da terra”.

 

 

Capítulo 18 

 

 

Apocalipse 18,1

1 Depois de tudo isso, vi outro Anjo descendo do céu. Tinha

grande poder, e a terra ficou toda iluminada com a sua glória.

 

 

Apocalipse 18,2

2 Ele gritou com voz forte:

“Caiu! Caiu Babilônia, a Grande! Tornou-se morada de demónios, abrigo de todos os espíritos maus, abrigo de aves impuras e nojentas.

 

 

Apocalipse 18,3

3 Porque ela embriagou as nações com o vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os reis da terra. Os mercadores da terra ficaram ricos graças ao seu luxo desenfreado.”

Apocalipse 18,4

4 Ouvi outra voz que dizia:

“Saia dela, meu povo. Não seja cúmplice dos pecados dela, nem atingido por suas pragas.

 Apocalipse 18,5

5 Seus pecados se amontoaram até o céu, e Deus se lembrou das iniqüidades dela.

 Apocalipse 18,6

6 Devolvam a ela com a mesma moeda. Paguem a ela em dobro, conforme as obras que ela fez. No cálice que ela misturou, misturem para ela o dobro.

 Apocalipse 18,7

7 O tanto que se enchia de glória e luxo, devolvam a ela agora em dor e luto. Toda cheia de si ela pensava:

‘Estou sentada como rainha. Não sou viúva nem jamais vestirei luto...'

 Apocalipse 18,8

8 Por isso, as pragas dela virão num só dia: morte, luto e fome. Ela será devorada pelo fogo, porque o Senhor Deus que a julgou é forte.”

 Apocalipse 18,9

9 Os reis da terra, que se prostituíram com ela, aqueles que participavam do seu luxo, ao enxergar a fumaça do incêndio, vão chorar e bater no peito.

 Apocalipse 18,10

10 Ficarão de longe, com medo dos “Ai, ai, a Grande Cidade! Ó Babilônia, cidade poderosa, uma hora apenas bastou para o seu julgamento!”

 Apocalipse 18,11

11 Os mercadores de toda a terra também choram e ficam de luto por causa da ruína de Babilônia, porque ninguém mais vai comprar as mercadorias deles:

 Apocalipse 18,12

12 carregamentos de ouro e prata, pedras preciosas e pérolas, linho e púrpura, seda e escarlate, madeiras perfumadas de todo tipo, objetos de marfim e de madeira preciosa, de cobre, de ferro e de mármore,

 Apocalipse 18,13

13 cravo e especiarias, perfumes, mirra e incenso, vinho

e óleo, flor de farinha e trigo, bois e ovelhas, cavalos e carros, escravos e vidas humanas...

 Apocalipse 18,14

14 As riquezas que tu desejavas foram para longe de ti! Tudo o que é grandeza e esplendor está perdido para ti, e nunca, nunca mais será encontrado!

 Apocalipse 18,15

15 Os mercadores que vendiam seus produtos à Grande Cidade e que se enriqueceram às custas dela, vão ficar ao longe, com medo dos sofrimentos, vão chorar e vestir luto.

 Apocalipse 18,16

16 E dirão:

“Ai, ai, ó Grande Cidade! Vestias linho puro, roupas de púrpura e escarlate. Tu te enfeitavas com ouro, pedras preciosas e pérolas!

 Apocalipse 18,17

17 Bastou uma hora para a tua riqueza virar nada!”

Todos os pilotos e navegadores, marinheiros e quantos trabalham no mar ficaram ao longe.

 Apocalipse 18,18

18 Viram a fumaça do incêndio, e gritaram: “Quem era igual à Grande Cidade?”

 Apocalipse 18,19

19 Esses homens do mar jogaram cinza na cabeça, choraram, ficaram de luto, e gritavam:

“Ai, ai, ó Grande Cidade! Com sua grandeza todos os que tinham navios no mar acabaram se enriquecendo.

Bastou uma hora para tu te acabares!

 Apocalipse 18,20

20 Alegre-se, ó céu, por causa dela, e vocês também, santos, apóstolos e profetas, pois Deus a julgou com justiça!”

 Apocalipse 18,21

21 Nessa hora, um Anjo forte levantou uma pedra, do tamanho de uma pedra de moinho, e a jogou no mar, dizendo:

“Com esta força será jogada Babilônia, a Grande Cidade. E nunca mais será encontrada.

 Apocalipse 18,22

22 E o canto de harpistas e músicos, de flautistas e tocadores de trombeta, em ti nunca mais se ouvirá; e nenhum artista de arte alguma em ti jamais se encontrará; e o canto do moinho em ti nunca mais se ouvirá;

Apocalipse 18,23

23 e a luz da lâmpada nunca mais em ti brilhará; e a voz do esposo e da esposa em ti nunca mais se ouvirá. Porque os teus mercadores eram os grandes da terra, e com magia tu enfeitiçaste todas as nações.

Apocalipse 18,24

24 Nela foi encontrado o sangue de profetas e santos, e de todos os que foram imolados sobre a terra.”

 

 

Capítulo 19 

 

 

Apocalipse 19,1

1 Depois disso, ouvi um forte barulho de uma grande multidão no céu, aclamando:

“Aleluia! A salvação, a glória e o poder pertencem ao nosso Deus,

Apocalipse 19,2

2 porque seus julgamentos são verdadeiros e justos. Sim! Deus julgou a grande Prostituta, que corrompeu a terra com a sua prostituição, e vingou nela o sangue dos seus servos.”

Apocalipse 19,3

3 A multidão continuou o canto: “Aleluia! Dela sobe a fumaça para sempre!”

Apocalipse 19,4

4 Os vinte e quatro Anciãos e os quatro Seres vivos se ajoelharam diante do Deus que está sentado no trono, e disseram: “Amen! Aleluia!”

 Apocalipse 19,5

5 Nessa hora, saiu do trono uma voz convidando:

“Louvem o noss o Deus, todos os seus servos, todos os que o temem, pequenos e grandes!”

 Apocalipse 19,6

6 Depois, ouvi o rumor de uma grande multidão. Parecia o estrondo de águas torrenciais e o ribombar de fortes trovões. A multidão aclamava:

“Aleluia! O Senhor, o Deus Todo-poderoso passou a reinar.

 Apocalipse 19,7

7 Vamos ficar alegres e contentes, vamos dar glória a Deus, porque chegou o tempo do casamento do Cordeiro, e sua esposa já está pronta:

 Apocalipse 19,8

8 concederam que ela se vestisse de linho puro e brilhante,” - pois o linho representa o comportamento justo dos santos.

 Apocalipse 19,9

9 Logo em seguida, o Anjo me disse: “Escreva: Felizes os convidados para o banquete do casamento do Cordeiro.” E disse ainda: “Estas são as verdadeiras palavras de Deus.”

 

 

Apocalipse 19,10

10 Eu caí de joelhos para adorar o Anjo, mas ele me disse: “Não! não faças isso! Eu sou um servo como tu e como os teus irmãos que

mantêm o testemunho de Jesus. É a Deus que t deves adorar!” Com efeito, o espírito da profecia é o testemunho de Jesus.

MCD-T2-133

S. Gabriel na presença de Maria

131. Passo a narrar como o Altíssimo realizou este mistério. Acompanhado de inumeráveis anjos em forma humana visível, de refulgente e incomparável beleza, São Gabriel arcanjo, na forma que disse no capítulo passado entrou no aposento onde rezava Maria santíssima. Era quinta-feira, pelas sete horas da tarde, ao cair da noite. Viu-o a divina Princesa dos Céus e olhou-o com grande modéstia e retraimento, apenas o necessário para reconhecê-lo. Vendo que era um anjo do Senhor, quis fazer-lhe reverência. Não lho permitiu o santo Príncipe, mas ele é que lhe fez profunda vénia como à Rainha e Senhora, em quem adorava os divinos mistérios do Criador. Além disso, estava ciente que, desde esse dia, mudavam-se os antigos tempos e o costume dos homens adorarem os anjos, como o fez Abraão (Gn 28,2). Elevada a natureza humana, na pessoa do Verbo, à dignidade divina, ficavam os homens adoptados por filhos seus e companheiros ou irmãos dos anjos. Assim disse a São João (Ap 19,10) aquele anjo que também não consentiu em ser adorado pelo Evangelista.

 

Apocalipse 19,11

11 Vi, então, o céu aberto: apareceu um cavalo branco, e o seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro. Ele julga e combate com justiça.

 Apocalipse 19,12

12  Seus olhos são chama de fogo. Sobre sua cabeça há muitos diademas. E ele traz escrito um nome que ninguém conhece, a não ser ele mesmo.

 Apocalipse 19,13

13  Está vestido de um manto embebido em sangue, e é chamado pelo nome de Palavra de Deus.

 Apocalipse 19,14

14 Os exércitos do céu o acompanham montados em cavalos brancos, com roupas de linho branco e brilhante.

 Apocalipse 19,15

15 Da sua boca sai uma espada afiada para com ela ferir as nações. Ele é quem apascentará as nações com cetro de ferro. Ele é quem pisa o lagar do vinho do furor da ira de Deus, o Todo-poderoso.

 

 

Apocalipse 19,16

16 No manto e na coxa ele tem um nome escrito: “Rei dos reis e Senhor dos senhores.”

MCD-T3-143

Caminhava o Senhor das criaturas sozinho, sem aparato, nem comitiva. O supremo Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19,16) ia desconhecido, sem a estima dos vassalos, tão seus, que só por sua

vontade tinham recebido a existência e a conservação (Ap 4,11). Por equipagem levava extrema e suma pobreza.

 

Apocalipse 19,17

17 Vi depois um Anjo em pé no sol. Ele gritou com voz forte a todas as aves que voavam no meio do céu:

“Venham! Reúnam-se para o grande banquete de Deus,

 Apocalipse 19,18

18 para comer carnes de reis, carnes de chefes militares, carnes de poderosos, carnes de cavalos e cavaleiros, carnes de todos os homens, livres e escravos, pequenos e grandes.”

 Apocalipse 19,19

19 Vi, então, a Besta reunida com os reis da terra e com seus exércitos, para guerrear contra o Cavaleiro e seu exército.

 Apocalipse 19,20

20 A Besta, porém, foi pega junto com o falso profeta, que operava maravilhas na presença da Besta. Foi assim que ela seduziu todos os que haviam recebido a marca da Besta e adorado sua imagem.

Tanto a Besta como o falso profeta foram jogados vivos no lago de fogo, que ardia com enxofre.

 Apocalipse 19,21

21 Os outros foram mortos pela espada que saía da boca do Cavaleiro. E as aves se fartaram com as carnes deles.

 

 

Capítulo 20 

 

 

Apocalipse 20,1

1 Depois disso vi um Anjo descer do Céu. Nas mãos tinha a chave do Abismo e uma grande corrente.

MCD-T3-386

TESTAMENTO QUE NOSSO SALVADOR FEZ NA CRUZ, ORANDO A SEU ETERNO PAI.

Jesus agradece ao Pai

Fizeste-me Cabeça, Rei e Senhor dos anjos e homens (Ef 1, 21), para os governar, premiando aos bons e castigando os maus (Jo 5, 22). Para tudo me deste o poder e as chaves do abismo (Ap 20,1), desde o supremo Céu até o profundo das cavernas infernais.

 

Gob 07-11-92

O anjo com a chave e a corrente

A minha vitória se cumprirá quando satanás, com o seu poderoso exército de todos os espíritos infernais, for preso dentro do seu reino de trevas e de morte, de onde não poderá mais sair para causar dano ao mundo.

Para isso deve descer do céu um Anjo, a quem é dada a chave do abismo (Ap 20,1), e uma corrente com a qual amarrará o grande dragão, a antiga serpente, satanás, com todos os seus seguidores.

O Anjo é um espírito que é enviado por Deus para executar uma missão particular.

Eu sou a Rainha dos Anjos porque faz parte do meu próprio desígnio ser enviada pelo Senhor para executar a maior e mais importante missão de vencer satanás.

A chave é o símbolo do poder que tem aquele que é senhor e dono de um lugar que lhe pertence.

Neste sentido aquele que possui a chave de toda a criação é somente o Verbo Encarnado, porque tudo foi feito por meio d'Ele e por isso Jesus Cristo é o Senhor e Rei de todo o universo, isto é, do céu, da terra e do abismo.

Somente o meu filho Jesus possui a chave do abismo, porque Ele próprio é a Chave de David, que abre e ninguém fecha, que fecha e ninguém abre.

Jesus entrega esta, chave que representa o seu divino poder, nas minhas mãos porque a Mim, como sua Mãe, medianeira entre vós e meu Filho, foi confiada a tarefa de vencer satanás e todo o seu poderoso exército do mal.

É com esta chave que Eu posso abrir e fechar a porta do abismo.

 

Ver mais detalhes deste versículo mais abaixo

Apocalipse 20,2

2 Ele agarrou o Dragão, a antiga Serpente, que é o Diabo, Satanás.

Acorrentou o Dragão por mil anos,

Bíblia de Jerusalém pág 2325 na Nota q) 

sobre o Cap. 20 do Apocalipse:

Nota q) … Para Santo Agostinho, e muitos outros, os mil anos se iniciam com a ressurreição de Cristo; …

 

Só o Dragão esteve acorrentado no abismo e de lá saiu para a sua última investida nestes últimos tempos que vivemos. Os demónios não estiveram acorrentados. Dragão, Satanás, Serpente e Diabo são sinónimos de Lúcifer, o chefe dos demónios, como se vê em Ap 12,9.

Estes mil anos referidos nesta passagem do Apocalipse já passaram e nada têm a ver como futuro e muito menos com os Novos Céus e Nova Terra.

Confundir estes mil anos com o futuro, é a heresia do Milenarismo.

 

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Apocalipse 20,3

3 e o jogou dentro do Abismo. Depois trancou e lacrou o Abismo, para que o Dragão não seduzisse mais as nações da Terra, até que terminassem os mil anos. Depois disso, o Dragão vai ser solto, mas por pouco tempo.

Bíblia de Jerusalém pág 2325 na Nota q) 

sobre o Cap. 20 do Apocalipse:

Nota q) … Para Santo Agostinho, e muitos outros, os mil anos se iniciam com a ressurreição de Cristo; …

 

Gob 13-10-87

Eu porei fim à vossa escravidão 

Faz setenta anos que Eu desci do céu até vós como a Mulher vestida de sol.

Faz setenta anos que o meu adversário Satanás subiu do abismo até vós para manifestar-se como o Dragão Vermelho com todo o seu terrível poder. (Ap 20,3,7).

Vivestes setenta anos escravos do meu adversário, que conseguiu transformar o mundo na cidade da Babilónia, perversa e pecadora, que, com a taça dos prazeres e da luxúria, seduziu todas as nações da terra.

Agora, porém, o período desta escravidão babilónica está para terminar.

 

Só o Dragão esteve acorrentado no abismo e de lá saiu para a sua última investida nestes últimos tempos que vivemos. Os demónios não estiveram acorrentados. Dragão, Satanás, Serpente e Diabo são sinónimos de Lúcifer, o chefe dos demónios, como se vê em Ap 12,9.

Estes mil anos referidos nesta passagem do Apocalipse já passaram e nada têm a ver como futuro e muito menos com os Novos Céus e Nova Terra.

Confundir estes mil anos com o futuro, é a heresia do Milenarismo.

 

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Apocalipse 20,4

4 Vi então tronos, e os que se sentaram nos tronos receberam o poder de julgar.

Vi também as vidas daqueles que foram decapitados por causa do Testemunho e da Palavra de Deus.

Vi também as vidas daqueles que não tinham adorado a Besta, nem a imagem dela, nem tinham recebido na fronte ou na mão a marca da Besta.

Eles voltaram a viver e reinaram com Cristo durante mil anos.

 

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Apocalipse 20,5

5 Os outros mortos, porém, não voltaram a viver enquanto não terminaram os mil anos. Esta é a primeira ressurreição.

 

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Apocalipse 20,6

6 Feliz e santo aquele que participa da primeira ressurreição! A segunda morte não tem poder sobre eles e eles serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e com Cristo reinarão durante mil anos.

 

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Apocalipse 20,7

7 Quando se completarem os mil anos, Satanás será solto da prisão do Abismo.

8 Ele vai sair e seduzir as nações dos quatro cantos da terra, Gog e Magog, reunindo-os para o combate. O número deles é como a areia do mar.

Bíblia de Jerusalém pág 2325 na Nota q) 

sobre o Cap. 20 do Apocalipse:

Nota q) … Para Santo Agostinho, e muitos outros, os mil anos se iniciam com a ressurreição de Cristo; …

 

Gob 13-10-87

Eu porei fim à vossa escravidão 

Faz setenta anos que Eu desci do céu até vós como a Mulher vestida de sol.

Faz setenta anos que o meu adversário Satanás subiu do abismo até vós para manifestar-se como o Dragão Vermelho com todo o seu terrível poder. (Ap 20,7).

Vivestes setenta anos escravos do meu adversário, que conseguiu transformar o mundo na cidade da Babilónia, perversa e pecadora, que, com a taça dos prazeres e da luxúria, seduziu todas as nações da terra.

Agora, porém, o período desta escravidão babilónica está para terminar.

Nossa Senhora refere 70 anos a partir das Suas Aparições em Fátima em 1917 e que também coincide com a visão do Papa Leão XIII em que Deus Pai concedeu 100 anos a Satanás para tentar a Igreja.

Assim, estes mil anos referidos nesta passagem do Apocalipse já passaram e nada têm a ver como futuro e muito menos com os Novos Céus e Nova Terra.

Confundir estes mil anos com o futuro, é a heresia do Milenarismo.

 

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Apocalipse 20,8

8 Ele vai sair e seduzir as nações dos quatro cantos da terra, Gog e Magog, reunindo-os para o combate. O número deles é como a areia do mar.

Apocalipse 20,9

9 Eles se espalharam por toda a terra e cercaram o acampamento dos santos e a Cidade amada. Mas desceu fogo do céu, e eles foram devorados.

 

 

Apocalipse 20,10

10 O Diabo, que tinha seduzido a todos eles, foi jogado no lago de fogo e enxofre, onde já se achavam a Besta e o falso profeta. Lá eles serão atormentados noite e dia para sempre.

Gob 07-10-92

O anjo com a chave e a corrente

A minha vitória se cumprirá quando satanás, com o seu poderoso exército de todos os espíritos infernais, for preso dentro do seu reino de trevas e de morte, de onde não poderá mais sair para causar dano ao mundo.

Para isso deve descer do céu um Anjo, a quem é dada a chave do abismo e uma corrente com a qual amarrará o grande dragão, a antiga serpente, satanás, com todos os seus seguidores. (Ap 20,10).

Jesus entrega esta, chave que representa o seu divino poder, nas minhas mãos porque a Mim, como sua Mãe, medianeira entre vós e meu Filho, foi confiada a tarefa de vencer satanás e todo o seu poderoso exército do mal.

É com esta chave que Eu posso abrir e fechar a porta do abismo.

A corrente, com a qual o grande dragão deve ser amarrado é formada pela oração feita comigo e por meio de Mim.

Esta oração é a do Santo Rosário.

Uma corrente, de facto, tem a função de primeiro limitar a acção, em seguida de aprisionar e, por fim, de tornar vã toda a acção daquele que é amarrado por ela.

— A corrente do Santo Rosário tem antes de tudo a função de limitar a acção do meu adversário.

Cada Rosário que recitais comigo tem como efeito restringir a acção do maligno, subtrair as almas do seu influxo maléfico e dar maior força à expansão do bem na vida de muitos de meus filhos.

— A corrente do Santo Rosário tem também o efeito de aprisionar satanás, isto é, tornar impotente a sua acção e diminuir e enfraquecer sempre mais a força do seu diabólico poder.

Por isso, cada Rosário bem rezado é um duro golpe dado contra as forças do mal, é uma parte do seu reino que é demolida.

— A corrente do Santo Rosário obtém, enfim, o resultado de tornar satanás completamente inofensivo

O seu grande poder é destruído. 

 

Cad 1943 - 7 de Agosto

Já to disse: "Lúcifer se esforça por imitar a Deus, no mal naturalmente. Assume as formas, direi assim, de vida e de corte que teve o Filho de Deus. O demónio toma a atitude de Cristo, e como Cristo tem apóstolos e discípulos. Entre eles escolherá o perfeito para fazer dele o Anticristo. Por agora estamos no período preparatório dos precursores do mesmo". Isto já o disse.

O ímpio será conduzido ao sepulcro. É natural. Lúcifer pode dar todas as ajudas a seus predilectos, a seus fiéis, a seus escravos, Mas não a imunidade da Morte, porque só Eu sou Vida e só Eu venci a Morte. Por ele, quando a suma do mal cometido pelo ímpio esteja cumprida, Eu dou ordem à Morte de tomar posse daquela carne. Essa carne conhecerá por isso o horror do sepulcro. E para o ímpio será verdadeiro sepulcro. Para os bons, para os redimidos, para os perdoados não será assim, porque crêem e sabem na base da Fé. Aquele é o lugar onde o vestido mortal volta à sua natureza de pó, desencarcerando o Espírito à espera da hora em que o que foi criado se reforme para entrar na glória ou na condenação com a perfeição de criação que Deus criou para o homem: quer dizer com a união de um Espírito a uma carne. Espírito imortal como Deus seu Criador e Pai, carne mortal como formada por um animal terreno, Rei da Terra, herdeiro do Céu, mas que demasiado a frequentemente prefere a Terra ao Céu e é animal não tanto porque esteja dotado de "alma" senão porque vive a mesma animalidade, e às vezes mais, que os animais propriamente ditos.

As almas, separadas dos corpos, têm três moradas. E as terão até que não restem mais que duas, depois do Juízo que não errará. Os bem-aventurados gozam imediatamente do eterno repouso. Os purgantes activamente cumprem sua expiação pensando na hora da libertação em Deus. Os condenados se agitam na raiva do bem perdido. No, que tanto menos repouso encontram em sua terrível tortura, quanto mais ímpios tenham sido.

Mas o Ímpio, que com sua impiedade tiver arrastado outros à impiedade e empurrado outros ao pecado, (heis aqui os homens e as multidões das que fala o Livro), será como uma torre enorme num mar de tempestade. Ante si a multidão dos mortos (na alma) por ele, ante si a recordação viva de tantos homicídios de almas por ele cometidos, e o remorso, que não dá paz a quem mata, desde o dia em que Caim derramou o sangue de seu irmão, o flagelará mais atrozmente que os flagelos infernais. Velará sobre o seu Delito, que se lançou contra Deus nas criaturas de Deus e que como fera enfurecida levou destruição às almas. ¡Que tremendo ter ante si a prova do mal feito! ¡Castigo somado aos castigos! Horrores sem número como sem número são as culpas do Ímpio entre os pecadores. (Ap 20,10).

 

Cad 1943 - 20 de Agosto

Disse Jesus:

«Se se observar bem o que sucede, faz algum tempo, e especialmente desde os inícios deste século que precede o segundo milénio, dever-se-ia pensar que os sete selos foram abertos. Nunca como agora Eu me inquietei por voltar para o meio de vós com minha Palavra e reunir as tropas dos meus eleitos para marchar com eles e com meus anjos para me apresentar à batalha contra as forças ocultas que trabalham para escavar as portas do abismo à humanidade.

Guerra, fome, pestilências, instrumentos de homicídio bélico - que são  mais que as bestas ferozes mencionadas pelo Predilecto - terramotos, sinais no Céu, erupções das vísceras do solo e chamamentos milagrosos a vias místicas de pequenas almas movidas pelo Amor, perseguições contra meus seguidores, elevação das almas e baixezas dos corpos, não falta nada dos sinais pelos quais pode parecer-vos próximo o momento da minha Ira e de minha Justiça.

 No horror que tendes, exclamais: "¡O tempo chegou; mais tremendo do que isto não pode ser!". E clamais com grande voz, no final, que vos liberte. Chamam os culpados, troçando e maldizendo como sempre; chamam os bons, porque já não podem mais ver o Mal triunfar sobre o Bem.

¡Paz, eleitos meus! Todavia um pouco e depois virá. A totalidade do sacrifício necessário para justificar a criação do homem e o Sacrifício do Filho de Deus não está ainda cumprida. Todavia não terminou a formação das minhas cortes e os anjos do Sinal ainda não puseram o selo glorioso sobre todas as frontes daqueles que mereceram ser eleitos para a glória.

O opróbrio da Terra é tal que seu fumo, em pouco diferente do que mana da morada de Satanás, sobe até os pés do trono de Deus com sacrílego ímpeto. Antes da aparição da minha Glória é necessário que oriente e ocidente sejam purificados para ser dignos do aparecer do meu Rosto.

 Incenso que purifica e azeite que consagra o grande, infinito altar donde a última Missa será celebrada por Mim, Pontífice eterno, servido no altar por todos os santos que terão naquela hora o Céu e a Terra, são as orações e os sofrimentos de meus santos, dos dilectos de meu Coração, dos que já estão assinalados com meu Sinal: da Cruz bendita, antes que os anjos do Sinal lhos tenham imposto.

O sinal se grava sobre a Terra e a vossa vontade é quem o grava.

 Depois os anjos o enchem com um ouro incandescente que não se apaga e que faz resplandecer como o Sol vossa fronte em Meu Paraíso.

Grande é o horror de agora, dilectos meus; Mas quanto, quanto, quanto têm que aumentar todavia para ser o Horror dos últimos tempos! E se parece verdadeiramente que o absinto se tenha misturado com o pão, com o vinho, com o sonho do homem, muito, muito, muito mais absinto deve gotejar ainda em vossas águas, sobre vossas mesas, sobre vossos leitos antes que tenhais alcançado a amargura total que será a companheira dos últimos dias desta raça criada pelo Amor, salva pelo Amor e que se vendeu ao Ódio.

Que se Caim caminhou, vagueando pela Terra, por ter morto um sangue inocente, mas sempre sangue contaminado pelo pecado original, e não encontrou quem lhe tirasse o tormento da recordação, porque o sinal de Deus estava sobre ele para seu castigo - e gerou na amargura e na amargura viveu e viu viver e na amargura morreu - ¿quanto deve sofrer a raça do homem que matou de facto e mata, com o desejo, o Sangre inocentíssimo que o salvou? Portanto pensai que estes são os sintomas, mas ainda não é a hora.

Estão os precursores daquele que disse poder chamar-se: "Negação", "Mal feito carne", "Horror", "Sacrilégio", "Filho de Satanás", "Vingança", "Destruição", e poderia continuar dando-lhe nomes de indicação clara e pavorosa. Mas ele não chegou ainda.

Será pessoa que estará muito alto, num alto como um astro. Não um astro humano que brilhe num céu humano.  Senão um astro de uma esfera sobrenatural, o qual, cedendo à adulação do Inimigo, conhecerá o orgulho depois da humildade, o ateísmo depois da fé, a luxúria depois da castidade, a fome de ouro depois da evangélica pobreza, a sede de honrarias depois da ocultação.

Será menos espantoso ver cair uma estrela do firmamento que ver precipitar nas espirais de Satanás esta criatura já eleita, a qual copiará o pecado de seu pai de eleição. Lúcifer, por orgulho, se converteu no Maldito e o Obscuro. O Anticristo, por orgulho nesta hora, se converterá no maldito e o obscuro depois de ter sido um astro de meu exército.

Como prémio por sua abjuração, que sacudirá os Céus debaixo dum estremecimento de horror e fará tremer as colunas da minha Igreja, no temor que suscitará a sua queda, obterá a ajuda completa de Satanás, que lhe dará as chaves do poço do abismo para que o abra. Mas que o abra de todo, para que saiam os instrumentos de horror que Satanás fabricou durante milénios para levar os homens à total desesperação, de tal modo que, por si mesmos, invoquem a Satanás como Rei e corram ao sequito do Anticristo, o único que poderá abrir de par em par as portas do abismo para fazer sair o Rei do abismo, assim como Cristo abriu as portas dos Céus para fazer sair a Graça e o Perdão, que fazem os homens semelhantes a Deus e Reis de um Reino eterno, no qual Eu sou o Rei dos Reis.

Assim como o Pai me deu a Mim todo o poder, Satanás lhe dará a ele todo o poder, e especialmente o poder de sedução, para arrastar para o seu sequito os débeis e os corrompidos pelas febres das ambições como o está ele, seu chefe. Mas na sua desenfreada ambição ainda encontrará demasiado escassas as ajudas sobrenaturais de Satanás e buscará outras ajudas nos inimigos de Cristo, os quais, armados com armas cada vez mais mortíferas, quanto lhes podia induzir a criar sua luxúria para com o Mal, para semear o desespero nas multidões, o ajudarão, até que Deus diga o seu "Basta" e lhes aniquile com o fulgor da sua figura.

Muito, demasiado - e não por sede boa e por desejo honesto de reparar-se do mal urgentemente, senão mais, tão só pela curiosidade inútil - muito, demasiado se meditou ao longo dos séculos, sobre quanto João disse no capítulo 10 do Apocalipse. Mas sabe, Maria, que Eu permito que se saiba quanto pode ser útil saber, e oculto, quando acho útil que não saibais.

Sois demasiado débeis, pobres filhos meus, para conhecer o nome de honra dos "sete trovões" apocalípticos. Meu anjo disse a João: "Sela o que disseram os sete trovões e não o escrevas". Eu digo que não é ainda a hora de que se abra o que está selado e que se João não o escreveu Eu não o direi. (Ap 10,4)

Para além disso não vos cabe a vós provar esse horror e por ele... Só vos compete orar por aqueles que o deverão padecer, para que a força não naufrague neles e não passem a formar parte da turba de quem debaixo do açoite do flagelo não conheçam penitência e blasfemem a Deus em lugar de chamá-lo em sua ajuda. Muitos destes estão já na Terra e sua semente será sete vezes e sete vezes mais demoníaca que eles. Eu, não meu anjo, Eu mesmo juro que quando haja terminado o trovão da sétima trombeta e se tenha cumprido o horror do sétimo flagelo, sem que a raça de Adão reconheça a Cristo Rei, Senhor, Redentor e Deus, e invoque sua Misericórdia, seu Nome no qual está a salvação, Eu, por meu Nome e por minha Natureza, juro que pararei o instante na eternidade. Cessará o tempo e começará o Juízo. o Juízo que divide para sempre o Bem do Mal depois de milénios de convivência sobre a Terra. O Bem voltará ao manancial do que veio. O Mal precipitará donde já precipitou desde o momento da rebelião de Lúcifer e de donde saiu para perturbar a debilidade de Adão na sedução do sentido e do orgulho.

Então se cumprirá o mistério de Deus. Então conhecereis a Deus. Todos, todos os homens da Terra, desde Adão até o último nascido, reunidos como, grãozitos de areia sobre a duna da praia eterna, verão a Deus Senhor, Criador, Juiz, Rei.

Sim, vereis a este Deus que haveis amado, blasfemado, seguido, escarnecido, bendito, vilipendiado, servido, fugido. O vereis. Sabereis então quanto merecia o vosso amor e quanto mérito era servi-lo.

¡Oh! Alegria de quem se tenha consumado a sim mesmos no amá-lo e em obedecer-lhe! ¡Oh! Terror dos que foram seus Judas, seus Cains, de quem preferiu seguir ao Antagonista e ao Sedutor em lugar do Verbo humanizado em quem está a Redenção; de Cristo: Caminho para o Pai; de Jesus: Verdade santíssima; do Verbo: Vida verdadeira!».

 (Ap 20,10).

O falso profeta não é um homem mas sim a denominação genérica de todos os falsos profetas que surgiram nos últimos tempos, e que foi o precursor do Anticristo.

Apocalipse 20,11

11 Depois eu vi um grande trono branco e Alguém sentado nele. O céu e a terra fugiram de sua presença e não deixaram rastro.

 Apocalipse 20,12

12  Vi então os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do

trono. E foram abertos livros. Foi também aberto outro livro, o livro da vida. Então os mortos foram julgados de acordo com sua conduta, conforme o que estava escrito nos livros.

 Apocalipse 20,13

13  O mar devolveu os mortos que nele estavam. A morte e a morada dos mortos entregaram de volta os seus mortos. E cada um foi julgado conforme sua conduta.

 Apocalipse 20,14

14 A morte e a morada dos mortos foram, então, jogadas no lago de fogo. O lago de fogo é a segunda morte.

 Apocalipse 20,15

15 Quem não tinha o nome escrito no livro da vida foi também jogado no lago de fogo.

 

 

 

Capítulo 21 

 

 

Apocalipse 21,1

1 Vi, então, um novo Céu e uma nova Terra. O primeiro Céu e a primeira Terra passaram, e o mar já não existe.

MCD-T1-133

Novo Céu

246. Esta é a primeira das três partes do texto que explicarei neste capítulo, dividindo-a por seus versos. "Vi um novo Céu e uma nova Terra" (Ap 21,1). Havendo Maria Santíssima saído das mãos do omnipotente Deus, e já se encontrando no mundo a matéria imediata da qual se formaria a santíssima humanidade do Verbo que morreria pelo homem, diz o Evangelista que viu um novo Céu e uma nova Terra.

Com grande propriedade pôde chamar Céu novo aquela natureza e seio virginal. Neste Céu começou Deus a habitar por novo modo (Jr 31, 22), diferente daquele que até então havia tido no Céu antigo e nas demais criaturas. Além disso, depois do mistério da Encarnação, também o Céu dos bem-aventurados chamou-se novo, porque recebeu novos habitantes, os homens mortais.

Só a humanidade santíssima de Cristo e a de sua Mãe puríssima lhe acrescentaram tanta glória que, depois da glória essencial divina, bastou para renovar os Céus e lhes dar novo esplendor e formosura. Ainda que lá se* encontravam os bons anjos, isto já era tido como coisa antiga e velha. Veio a ser coisa muito nova que com sua morte, o Unigénito do Pai restituísse aos homens o direito da glória perdida pelo pecado. Merecendo-a, de novo os introduziu no Céu, do qual estavam expulsos e impossibilitados de obter por si mesmos. Visto que toda esta novidade teve princípio em Maria Santíssima, quando o Evangelista a viu concebida sem o pecado que era impedimento para todos aqueles bens, disse que viu um novo Céu.

 

MCD-T1-134

Nova Terra

247. Viu também uma nova Terra, porque a Terra antiga de Adão era maldita, manchada e ré da culpa e condenação eterna.

 A Terra santa e bendita de Maria, porém, foi nova Terra, sem a culpa e a maldição do primeiro homem. Tão nova que, desde o princípio da criação até Maria Santíssima não se vira outra igual no mundo. Tão nova e livre da maldição da Terra antiga e velha, que nesta bendita Terra renovou-se todo o restante dos filhos de Adão.

Pela Terra abençoada de Maria, com ela e nela, ficou bendita, renovada e vivificada a massa terrena de Adão, até esse tempo maldita e envelhecida em sua maldição. Renovou-se toda pela inocência de Maria Santíssima.

Como Nela principiou esta renovação da humana e terrena natureza, disse S. João que em Maria concebida sem pecado, viu um novo Céu e uma Terra nova. E prossegue:

248. Porque desapareceram o primeiro Céu e a primeira Terra (Ap 21,1). Era consequente que, vindo ao mundo e aparecendo nele a nova Terra e novo Céu de Maria Santíssima e seu Filho, Homem e Deus verdadeiro, desaparecesse o antigo Céu e a envelhecida Terra da humana natureza.

Agora preservada e livre da culpa unida hipostaticamente na pessoa do Verbo, dava nova habitação ao mesmo Deus. Deixou de existir o primeiro Céu que Deus criara em Adão porque, manchando-se tornara-se inabitável para Deus. Este antigo Céu se foi, e surgiu outro Céu com a vinda de Maria Santíssima.  Houve também novo Céu da glória para a natureza humana, não porque se deslocasse ou desaparecesse o empíreo, mas porque começou a contar com a presença dos homens, durante tantos séculos impedidos de ali entrar. Neste sentido deixou de existir o primeiro Céu, começando o novo pelos merecimentos de Cristo Senhor nosso que já começavam a brilhar na aurora da graça, Maria Santíssima, sua Mãe. Deste modo desapareceram o primeiro Céu e a primeira Terra que até então haviam estado sem remédio.  E o mar já não existe. O mar de abominação e pecados que inundara e afogara a Terra de nossa natureza, deixou de existir com a vinda de Maria Santíssima e de Cristo. O mar de seu sangue superabundou e sobrepujou em suficiência ao mar dos pecados. Comparados àquele imenso valor, é certo que qualquer culpa deixa de existir. Se os mortais quisessem aproveitar-se daquele mar infinito da divina misericórdia e méritos de Jesus Cristo, Senhor nosso, deixariam de existir todos os pecados do mundo, pois o Cordeiro de Deus a todos veio apagar e desfazer.

 

MCD-T4-25

O novo Céu e a nova Terra 

16. "Vi, diz São João, um Céu novo e Terra nova, porque já passou o primeiro Céu e a primeira Terra, e o mar não mais existe (Ap 21,1)". Céu novo e Terra nova significam a humanidade santíssima do Verbo Incarnado e sua divina Mãe. Céu pela habitação, novo pela renovação. Em Cristo Jesus nosso Salvador habita a divindade (Cl 2, 9) em unidade de pessoa pela união substancial e indissolúvel. Depois de Cristo, a divindade habita em Maria, por modo singular, de graça.

Agora, após a ressurreição e a ascensão, estes Céus são novos. A Humanidade passível, chagada, morta e sepultada, S. João a viu elevada e colocada à destra de séu eterno Pai, coroada dos dotes da glória, merecidos por sua vida e morte. Viu também a Mãe que lhe deu este ser passível e cooperou na redenção da linhagem humana, assentada à destra de seu Filho (SI 44, 10). Absorta no oceano da divina e inacessível luz, participando da glória de seu Filho pelo título de Mãe e pelo justo mérito de suas obras de inefável caridade.

 

Apocalipse 21,2

2 Vi também descer do Céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, uma Jerusalém nova, pronta como esposa que se enfeitou para o seu esposo.

MCD-T1-115

As virtudes teologais

226. Como esposa que descia do Céu (Ap 21,2) foi adornada com todo género de hábitos infusos. Não foi, porém, necessário que desde logo os exercitasse todos, mas somente aqueles que podia e convinha ao estado em que se encontrava no seio materno.

 

MCD-T1-135

A nova Jerusalém

249. E eu, João vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do Céu de junto de Deus, adornada como uma esposa ataviada para seu esposo (Ap 21,2). Todos estes mistérios começavam e fundavam-se em Maria Santíssima. Falando em metáfora, diz o Evangelista que a viu na figura da cidade santa de Jerusalém, etc. Foi-lhe concedido vê-la para melhor conhecer o tesouro que ao pé da Cruz (Jo 19, 27) lhe seria confiado, e com digno apreço guardá-lo.

Ainda que nenhuma providência poderia equivaler à presença do Filho da Virgem, contudo, ficando S. João em seu lugar, era conveniente fosse instruído de acordo com a dignidade e ofício de suplente de Jesus.

 

Maria, nova Jerusalém

250. Pelos mistérios que Deus operou na cidade santa de Jerusalém, era apropriada para símbolo da Mãe do Omnipotente, centro e resumo de todas as suas maravilhas.

Pela mesma razão, Jerusalém é também figura das igrejas militante e triunfante, por causa da analogia que estas místicas cidades têm entre si. A todas se estendeu o olhar da generosa águia S. João. Contemplou de fito, principalmente a suprema Jerusalém, Maria Santíssima, onde estão impressas e compendiadas todas as graças, dons, maravilhas e excelências das igrejas militante e triunfante.

Tudo o que se fez na Jerusalém da Palestina, e o que ela e seus habitantes significam, está realizado em Maria puríssima, cidade santa de Deus, com maior admiração e excelência que no resto do Céu e Terra com seus moradores. Por isto, chama-a Jerusalém nova, porque todos seus dons, grandezas e virtudes são novos e causam nova maravilha aos santos.

Nova ainda, porque apareceu depois de todos os antigos pais, patriarcas e profetas, cumprindo-se e renovando-se Nela seus clamores, oráculos e promessas.

Nova, mais uma vez, porque sem contágio da culpa descende da graça por nova ordem, separada da comum lei do pecado. Nova também, porque entra no mundo triunfando do demónio e do seu primeiro engano, sendo tal triunfo a coisa mais nova, jamais vista no mundo desde seu princípio.

Maria é mais celeste que terrestre

251. Como tudo isto era novo na Terra e dela não poderia proceder, diz que desceu do Céu. Não obstante descender de Adão pela ordem comum da natureza, não vem pelo caminho ordinário do pecado, trilhado por todos os seus predecessores filhos daquele primeiro delinquente. Somente para esta Senhora houve diferente decreto na divina predestinação, e abriu-se nova senda pela qual viesse ao mundo com seu divino Filho. Na ordem da graça, Cristo e Maria não acompanharam nem foram acompanhados por qualquer outro dos mortais.

Deste modo, desceu nova do Céu, da mente e vontade divina. Enquanto os demais filhos de Adão descendem da Terra, terrenos e maculados por ela, esta Rainha de toda a criação vem do Céu, descendente somente de Deus pela inocência e graça. Costumamos dizer vir alguém da família ou solar do qual nasceu, porque aí recebeu o ser natural. Considerada sua qualidade de Mãe do Verbo Eterno, o ser natural que Maria recebeu de Adão é apenas uma sombra, comparada ao que recebeu do Eterno Pai para aquela dignidade, na graça e participação de sua Divindade. Em Maria este ser da graça é o principal, e o da natureza acessório e secundário. O Evangelista visou o principal que desceu do Céu, e não o acessório que veio da Terra.

 

A esposa de Deus

252. Prossegue dizendo que vinha adornada como esposa ataviada para seu esposo. Para o dia do desposório busca-se entre os mortais, o maior decoro e alinho que se possa encontrar, para adornar a esposa. Ainda que se peçam emprestadas as jóias, procura-se que nada lhe falte, de acordo com sua posição e estado.

Cremos, como é forçoso confessar, que Maria Santíssima foi esposa da Santíssima Trindade, de tal modo que se tomou Mãe da pessoa do Filho. Para esta dignidade foi adornada e preparada pelo mesmo Deus omnipotente, infinito e rico sem medida. Que ornato, que preparação, que jóias seriam estas com que ataviou sua Esposa e Mãe, para vir a ser digna Mãe e digna Esposa? Reservaria, por ventura, alguma jóia em seus tesouros? Negaria alguma graça de quantas seu braço poderoso poderia dar, para a enriquecer e embelezar? Deixá-la-ia feia e desalinhada em alguma coisa ou instante? Ou seria escasso e avarento com sua Mãe e Esposa? Aquele que derrama prodigamente os tesouros de sua divindade sobre as demais almas que, em comparação Dela, são menos que servas e escravas de sua casa?

Todas confessam com o mesmo Senhor, que uma é a escolhida e a perfeita (Ct6,8), a quem as demais devem reconhecer, pregar, enaltecer por imaculada e felicíssima entre as mulheres. Admiradas, com júbilo e louvor, perguntam: Quem é esta que surge como a aurora, formosa como a Lua (Idem 9), escolhida como o sol e terrível como exércitos bem ordenados? Esta é Maria Santíssima, esposa única e Mãe do Omnipotente, que desceu ao mundo adornada e preparada para seu Esposo e seu Filho.

Esta aparição foi com tantos dons da Divindade, que sua luz a tomou mais aprazível que a aurora, mais formosa que a Lua, mais escolhida e singular que o sol, e mais forte e poderosa que todos os exércitos de anjos e santos.

Desceu ataviada e preparada por Deus que lhe deu tudo quanto quis, e quis lhe dar tudo quanto pôde. Pôde dar tudo o e não era ser Deus; o mais próximo de sua Divindade; o mais distante do pecado; O quanto uma pura criatura pudesse receber. Este adorno não teria sido completo se algo lhe faltara, e esta falta existiria se em algum momento carecesse da inocência e graça. Sem isto nada seria suficiente para torná-la formosa, pois as jóias da graça cairiam sobre um rosto afeado, de natureza maculada pelo pecado, ou sobre uma veste manchada e repugnante. Sempre teria alguma nódoa cuja sombra jamais poderia desaparecer de todo, por mais diligências que se fizessem.

Isto não era decoroso para Maria, Mãe e esposa de Deus, e não sendo para Ela, não o seria também para Ele. Neste caso, não a teria adornado com amor de esposo, e cuidado de filho, pois dispondo do mais rico e precioso tecido, teria usado outro manchado e velho para vestir sua Mãe, Esposa, e a Si mesmo.

253. Já é tempo que o entendimento humano se abra e se expanda na honra de nossa grande Rainha. Quem pensar o contrário, baseado em outra opinião, se retraia e não ouse despojá-la do adorno de sua imaculada pureza no instante de sua divina Conceição.

Com a força da verdade e luz na qual vejo estes inefáveis mistérios, confesso uma e muitas vezes que todos os privilégios, graças, prerrogativas, favores e dons de Maria Santíssima, inclusive o de ser Mãe de Deus, - conforme me é dado a entender - todos dependem e se originam do facto de ter sido imaculada e cheia de Graça em sua puríssima Conceição. Sem este benefício, todos os outros pareceriam disformes e coxos, ou sumptuoso edifício sem alicerce sólido e proporcionado. Todos referem-se com certa ordem e concatenação à pureza e inocência de sua imaculada Conceição. Por esta razão, no decurso desta história, foi necessário falar tantas vezes neste mistério, desde os decretos divinos para a formação de Maria e de seu Filho Santíssimo enquanto homem.

Agora não me alongo mais sobre isto, Advirto, porém, a todos, que a Rainha do Céu estimou tanto o adorno e formosura que seu Filho e Esposo lhe deu, que na mesma medida se indigna contra aqueles que, com teimosia e disputas, dele pretendem despojá-la e afeiá-la, quando seu Filho Santíssimo se dignou ostentá-la ao mundo tão adornada e formosa, para glória sua e esperança dos mortais.

 

MCD-T4-25

Dois mistérios num só texto

15. Isto se entenderá melhor no mistério de que falamos: Diz o Evangelista que viu descer do Céu a cidade santa de Jerusalém nova e adornada, etc. (Ap 21,2). Não há dúvida que a metáfora de cidade convém realmente a Maria santíssima; agora desceu do Céu, depois de ter a ele subido com seu bendito Filho. Antes, na sua concepção imaculada, também desceu da mente divina, onde foi formada como novo Céu e nova Terra, segundo ficou explicado na primeira parte.

Quando a viu descer corporalmen-te, na ocasião que vamos descrevendo, o Evangelista abrangeu ambos os mistérios, e os encenou naquele capítulo. Agora será explicado neste sentido e, ainda que se repita a letra do sagrado texto, será com mais brevidade, pelo que já ficou dito na primeira explicação. Desta vez, falarei em nome do Evangelista para me cingir mais ao texto.

 

MCD-T4-27

As riquezas da graça em Maria

18. "E eu, João - prossegue o Evangelista - vi a cidade santa de Jerusalém que descia do Céu e de Deus, adornada como a esposa para o seu esposo (Ap 21, 2)".

- A mim, indigno Apóstolo de Jesus Cristo, foi revelado este oculto mistério, para manifestá-lo ao mundo. Vi a Mãe do Verbo humanado, verdadeira e mística cidade de Jerusalém, visão de paz, que descia do trono de Deus à Terra. Vinha revestida de divindade, adornada com nova participação de seus atributos - sabedoria, poder, santidade, imutabilidade, amabilidade - e toda semelhante a seu Filho. Vinha como instrumento da omnipotente destra, como vice-deus, por nova participação. Privando-se, voluntariamente, do gozo da visão beatífíca, vinha à Terra para trabalhar em benefício dos fiéis.

Por este motivo, determinou o Altíssimo enviá-la preparada e guarnecida com todo o seu poder. Quis suprir o estado da visão beatífíca que Ela deixara, com outra participação e visão de sua incompreensível divindade. Compatível com o estado de viadora, esta visão era tão divina e elevada que excedia a todo humano e angélico entendimento.

Para isto adornou-a, por sua mão, com todos os dons possíveis, e a deixou preparada como esposa para seu esposo, o Verbo humanado. Nenhuma graça e excelência, das que Ele pudesse lhe desejar, n'Ela faltou. Nem por estar ausente de seu trono, este Esposo deixou de permanecer com Ela e n'Ela como em Céu e trono proporcionado. Como a esponja se embebe do licor onde mergulha, enchendo com ele todos seus espaços, assim também, a nosso modo de entender, ficou esta grande Senhora repleta da influência e comunicação da divindade.

 

Gob 31-12-86

Rezai para invocar o Espírito Santo, a fim de que possa realizar, quanto antes, o prodígio de um segundo Pentecostes de santidade e graça, capaz de mudar verdadeiramente a face da terra.

Rezai e fazei penitência.

Rezai o santo Rosário com amor e confiança. Com esta oração, feita comigo, podeis influir sobre todos os acontecimentos humanos, inclusive sobre os acontecimentos futuros que vos aguardam.

Com esta oração podeis receber a graça de transformar os corações e alcançar o tão desejado dom da Paz.

A Paz virá, depois do grande sofrimento a que a Igreja e toda a humanidade já são chamadas, para sua interior e sangrenta purificação.

A Paz virá depois do terrível castigo, que Eu já vos pré-anunciei no alvorecer deste vosso século.

A Paz virá, como dom do Amor Misericordioso de Jesus, que está para derramar sobre o mundo torrentes de fogo e de graça que farão novas todas as coisas.

A Paz virá, como fruto de uma particular efusão do Espírito Santo, que será dado pelo Pai e pelo Filho, para transformar o mundo na Jerusalém celeste, (Ap 21,2) para conduzir a Igreja ao cume da sua santidade e do seu esplendor divino. 

E a Paz virá a vós através do triunfo do meu Coração Imaculado, enquanto está para findar o espaço de tempo que Deus concedeu à humanidade para se arrepender e se converter.

Os grandes acontecimentos já chegaram e tudo se realizará num ritmo mais veloz de tempo, a fim de que, quanto antes, possa aparecer sobre o mundo o novo Arco-íris de Paz, que, em Fátima, há muitos anos, Eu vos pré anunciei. 

 

 

Apocalipse 21,3

3 Nisso, saiu do trono uma voz forte. E ouvi:

“Esta é o tabernáculo de Deus com os homens. Ele vai morar com eles. Eles serão o seu povo e ele, o Deus com eles, será o seu Deus.

MCD-T1-137

Prossegue o Evangelista:

O tabernáculo de Deus

254. E ouvi uma grande voz vinda do trono, que dizia: Eis o tabernáculo de Deus com os homens, e habitará com eles, e eles serão o seu povo. (Ap 21,3) Grande, forte e eficaz é a voz do Altíssimo para mover e atrair a si toda a criatura. Tal foi a voz que S. João ouviu do trono da beatíssima Trindade, e que lhe absorveu a atenção para considerar o tabernáculo de Deus.

 Assim lhe fora pedido para que, atento e circunspecto, conhecesse o mistério que lhe era revelado: vero tabernáculo de Deus com os homens, vivendo com eles como seu Deus, e eles como seu povo. Este mistério se resumia em ver Maria Santíssima descer do Céu, como tenho dito. Estando este divino tabernáculo de Deus no mundo, era consequente que o mesmo Deus estivesse também com os homens, pois vivia e estava em seu tabernáculo, inseparável dele. Foi como se dissera ao Evangelista: Se o Rei colocou sua casa e corte no mundo, é para ir nela residir. De tal modo Deus habitaria neste seu tabernáculo, que dele tomaria a forma humana. Nesta forma humana seria morador no mundo, habitando com os homens, para deles ser Deus e eles serem seu povo, povo recebido por herança de pai e mãe.

Em e por seu Filho, o Pai criou todas as coisa (Jo 1, 2) e lhas deu por herança da eterna geração divina. Como homem, o Filho nos redimiu em nossa natureza, tomou-nos irmãos seus e assim nos conquistou para seu povo, como herança paterna (Tt 2,14).

Por razão de sua natureza humana, somos ainda sua legítima herança recebida de sua Mãe Santíssima. Ela lhe deu a forma humana na qual Ele nos adquiriu para si. Ainda mais: Mãe sua, Filha e Esposa da beatíssima Trindade, Maria era Senhora de toda a criação. Logo, seu Filho vinha a ser o herdeiro de todas as suas propriedades. O que as humanas leis, dentro da razão natural concedem, não havia de ser recusado pelas divinas.

 

MCD-T2-125

Maria, o peregrino tabernáculo do Senhor

314. Para voltar da cidade de Judá a Nazaré, Maria santíssima, animado tabernáculo (Ap 21,3) do Deus vivo, tornou a percorrer as montanhas da Judeia em companhia de seu fiel esposo José. Não referem os Evangelistas a pressa com que fez esta viagem, como diz São Lucas da primeira (Lc 1,39), na qual havia especial mistério. Mas, também na volta à Nazaré, caminhou a Princesa do Céu com grande presteza para os sucessos que a esperavam em seu lar.

 

MCD-T4-27

Por Maria, Deus permanece com os homens

19. Prossegue o texto: "Ouvi uma grande voz que saía do trono e dizia: Olha o tabernáculo de Deus com os homens; habitará com eles, serão seu povo e ele será seu Deus. (Ap 21,3)".

Esta voz que saiu do trono, atraiu toda minha atenção, com divinos efeitos de suavidade e gozo. Entendi como, ainda em vida mortal, a grande Senhora recebia a posse da recompensa futura, por singular favor e prerrogativa, devida somente a Ela entre todos os mortais.

Ainda que nenhum dos que chegam a receber esta recompensa, tem poder ou liberdade para voltar a este mundo, a esta esposa única foi concedida tal graça, para exaltação de sua grandeza. Tendo chegado à posse da glória do Céu, reconhecida e aclamada por seus cortesãos, como legítima Rainha e Senhora, livremente desceu à Terra, para ser serva de seus próprios vassalos e criá-los e dirigi-los como filhos.

Por esta imensa caridade, mereceu novamente ter a todos os mortais como seu povo, sendo-lhe confirmada a posse da Igreja militante, onde voltava a ser habitante e governadora. Assim, mereceu também que Deus permanecesse com os homens, misericordioso e propício, porque no peito de Maria puríssima esteve sacramentado todo o tempo que Ela viveu na Igreja, depois que desceu do Céu. Para ficar com Ela, ainda que não houvesse outras razões, seu Filho ter-se-ia sacramentado. Em suma, pelos méritos e súplicas de sua Màe, estava Ele com os homens, por graça e novos favores.

 

Apocalipse 21,4

4 Ele vai enxugar toda lágrima dos olhos deles, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor.

Sim! As coisas antigas desapareceram!”

MCD-T1-138

O mistério da dor

256. E Deus enxugará todas as lágrimas de seus olhos e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem mais dor.

Com a redenção humana, cujo penhor nos foi dado pela Conceição de Maria Santíssima, enxugaram-se as lágrimas que o pecado arrancara dos olhos dos mortais. Para quem se aproveitar das misericórdias do Altíssimo, do sangue e méritos de seu Filho, de seus mistérios e sacramentos, dos tesouros de sua santa Igreja, da intercessão de sua Mãe Santíssima para obtê-los, não há morte, nem dor, nem pranto.

A morte do pecado e todo o antigo que dela resultou, já deixou de existir e se acabou (Rm 5,3). O verdadeiro pranto sepultou-se com os filhos da perdição, no abismo onde não há salvação. A dor das penalidades não é pranto nem dor verdadeira, mas apenas aparente, podendo coexistir com a verdadeira e suma alegria.

Aceita com resignação, é de inestimável valor, e como prova de amor o Filho de Deus exigiu-a para si, para sua Mãe e para seus irmãos. Paciência e alegria na dor.

257. Tampouco se ouvirão clamores e lamentos. Os justos e sábios, com o exemplo de seu Mestre e de sua Mãe humilíssima, aprenderão a calar como a singela ovelha quando levada para vítima do sacrifício (Is 53, 7). O direito da fraca natureza em se ali viar com lamentos e queixas, será renunciado pelos amigos de Deus, vendo-O humilhado até a ignominiosa morte de cruz para reparar os danos de nossa impaciência (FI 2, 8).

À vista de tal exemplo, como se há de consentir que nossa natureza se altere e grite no sofrimento? Como se há de permitir atitudes contra a caridade, quando Cristo veio estabelecer a lei do amor fraterno? Volta o Evangelista a repetir que não haverá mais dor, porque se alguma haveria de subsistir para os homens, seria a dor dos pecados. Para remediar esta enfermidade foi tão suave medicação a Encarnação dp Verbo no seio de Maria Santíssima, que esta dor já se tornou doce e causa de alegria, não merecendo mais o nome de dor, pois contém em si, o sumo e verdadeiro gozo. Havendo este gozo entrado no mundo, foram-se as primeiras coisas, as dores e rigores ineficazes da antiga Lei, porque tudo se amenizou e se extinguiu com a abundância da graça da lei evangélica.

 

MCD-T2-122

Curto é o tempo em que ficamos corporalmente separadas, pois os dias da vida humana são tão breves (Jo 14,5). Vencendo com a divina graça, nossos inimigos, bem depressa nos veremos felizes na celestial Jerusalém, onde não há dor, nem pranto (Ap 21,4) nem separação. Enquanto o esperamos caríssima, tereis todos os bens no Senhor, e a Mim também encontrareis n'Ele.

 

MCD-T4-28

Maria, alegria do mundo

20. Por isso acrescenta: "Enxugará as lágrimas de seus olhos, e nào haverá mais morte, nem pranto nem clamor (Ap 21,4).

Vindo esta grande Senhora como Mãe da graça, da misericórdia, do gozo e da vida, Ela enche o mundo de alegria e enxuga as lágrimas que o pecado de nossa mãe Eva ocasionou. Ela transformou o luto em regozijo, o pranto em novo júbilo, os clamores em louvor e glória, e a morte do pecado em vida, para quem a Ela recorrer. Já se acabou a morte do pecado, os clamores dos réprobos e sua dor irremediável.

Se, a tempo, os pecadores procurarem refúgio neste sagrado tabernáculo, nele acharão perdão, misericórdia e consolo. Os primeiros séculos que não possuíram Maria, a Rainha dos anjos, já se foram e passaram com a dor. Terminaram também os clamores dos que a desejaram e não a viram. Agora, o mundo a possui para seu remédio e amparo, pois Ela detém a justiça divina e solicita misericórdia para os pecadores.

 

Apocalipse 21,5

5 Aquele que está sentado no trono declarou: “Eis que faço novas todas as coisas.”

MCD-T1-139

Por isto acrescenta: Eis que renovo todas as coisas (Ap 21,5).

Esta voz saiu daquele que estava assentado no trono, declarando-se por autor de todos os mistérios da nova lei evangélica. Começando esta renovação por coisa tão singular e jamais imaginada pelas criaturas, como foi a Encarnação do Unigénito do Pai, de mãe virgem e puríssima, era necessário que, para ser tudo novo, não houvesse em sua Mãe Santíssima coisa alguma velha e antiga. Como o pecado original é quase tão antigo quanto a natureza humana, se a Mãe do Verbo o tivera, Deus não houvera feito novas todas as coisas.

 

MCD-T4-28

Em Cristo e Maria, Deus tudo deu aos homens

22. "E disse-me: Escreve, porque estas palavras são fidelíssimas e verdadeiras. E me disse também: já está feito. E usou o princípio e o fim, e ao sedento darei gratuitamente a beber da fonte da vida. Quem vencer possuirá estas coisas, serei Deus para ele e ele será filho para mim (Ap 21,5-7)".

De seu trono, o próprio Senhor me mandou escrever este mistério, para testemunho da fidelidade e verdade de suas palavras, e das admiráveis obras que realizou com Maria Santíssima, em cuja grandeza e glória empenhou sua omnipotência. Por serem estes mistérios tào ocultos e elevados, eu os escrevi em símbolos e enigmas.

No tempo marcado pelo Senhor, seriam manifestados ao mundo, e se entenderia que já estava realizado todo o possível e conveniente para o remédio e salvação dos homens. Dizendo que estava feito, os responsabilizava de todos estes benefícios: enviara seu Unigénito para redimi-los com sua Paixão e morte, e instruí-los com sua vida e doutrina; deu-lhes sua Mãe, enriquecida para socorrer e amparar

 

Apocalipse 21,6

6 E me disse ainda: “Elas se realizaram. Eu sou o Alfa e o Ómega, o Princípio e o Fim. Para quem tiver sede, eu darei de graça da fonte de água viva.

Apocalipse 21,7

7 O vencedor receberá esta herança: eu serei o Deus dele, e ele será meu filho.

MCD-T1-139

Fé e gratidão

258. E disse-me: Escreve porque estas palavras são muito dignas de fé e verdadeiras. E disse-me: está feito (Ap 21,6). Ao nosso modo de falar, Deus sente muito que se esqueçam as grandes obras de amor que realizou por nós na Encarnação e Redenção. Para recordação de tantos benefícios e censura de nossa ingratidão, manda que sejam escritas. Deviam os mortais gravá-las em seus corações e temer a ofensa que contra Deus cometem, com tão grosseiro e execrável esquecimento.

É verdade que os católicos ainda crêem nestes mistérios. Contudo, pelo descaso que mostram em os agradecer e recordar, parece que os negam tacitamente, vivendo como se neles não cressem. Como censura de sua condenável ingratidão, diz o Senhor que estas palavras são verdadeiras e muito dignas de fé. Sendo assim, considere-se a dureza e surdez dos mortais, em não se darem por entendidos de verdades digníssimas de fé e eficazes para mover o coração humano e vencer sua rebeldia. Verdadeiras e digníssimas de fé, deveriam ser impressas na memória, meditadas e ponderadas como certas, infalíveis e realizadas por Deus para cada um de nós.

 

MCD-T1-140

Deus é imutável

259. Todavia, como Deus não se arrepende dos seus dons (Rm 11,29), nem retira o bem que faz, ainda que desobrigado pelos homens, diz que já está feito (Ap 21,6). É como dizer que por nossa ingratidão não retrocederá em seu amor.

Tendo enviado ao mundo Maria Santíssima sem culpa original, já dá por realizado tudo o que pertence ao mistério da Encarnação. Estando Maria puríssima na Terra, parece que o Verbo eterno não poderia continuar só no Céu, sem descer para assumir a carne humana em seu seio.

Reafirma tudo isto, dizendo: Eu sou o Alfa e o Ómega, a primeira e a última letra; princípio e fim, encerro a perfeição de todas as obras. Se as principiei é para levá-las à perfeição do seu último fim. Assim farei por meio de Cristo e Maria; por eles comecei e acabarei todas as obras da graça.

E, através do homem, atrairei todas as outras criaturas a Mim, último destino e centro onde repousam.

 

MCD-T1-140

A fonte da vida

260. Ao sedento darei gratuitamente da fonte da vida, e o que vencer possuirá estas coisas (Ap 21,6-7).

Quem, entre todas as criaturas, se antecipou a Deus para lhe dar conselho (Rm 11, 34-35), ou alguma dádiva que exigisse retribuição? Assim fala o Apóstolo para se entender que tudo quanto Deus faz e tem feito aos homens foi graciosamente, sem qualquer obrigação.

A nascente das fontes não devem suas águas a quem nela vai beber livre e gratuitamente. Se todos não participam de seu manancial, não é culpa da fonte, mas de quem não vai beber, não obstante ela estar convidando e se oferecendo com generosidade e alegria.

E porque muitos não se aproximam e não a procuram, ela mesma vai em busca de quem a receba, vertendo sem parar. Tão de graça, a todos se oferece (Jo 7, 37).

Oh! censurável tibieza dos mortais! Oh! abominável ingratidão! O Senhor nada nos deve e tudo nos deu e dá de graça. A maior de todas suas graças e benefícios foi haver-se feito homem e morrido por nós, porque neste favor deu-se a si mesmo inteiramente. Deixou correr o caudal da Divindade (SI 45, 5) até encontrar nossa natureza e unir-se com ela e connosco. Como é possível que, estando tão sedentos de honra, glória e deleites, não cheguemos a beber nesta fonte (Is 55,1) que tudo nos oferece de graça? Já percebo o motivo: é porque não estamos sedentos da verdadeira glória, honra e descanso, mas suspiramos pela ilusória e aparente. Inutilizamos as fontes da graça (Idem 12,3) que Jesus Cristo, nosso bem, nos abriu com os méritos de sua morte. Mas, a quem tiver sede da Divindade e da graça, diz o Senhor, dar-lhe-ei gratuitamente da fonte da vida (Jr 2,13). Oh! quanta dor e pena que, havendo-se aberto a fonte da vida, haja tão poucos sedentos por ela, e tantos corram às águas da morte! Entretanto, quem vencer em si o mundo, o demónio e a carne, possuirá estas coisas.

 Diz que as possuirá, porque sendo-lhe dadas de graça, poderia temer que em alguma ocasião lhe fossem negadas ou retiradas. Para lhas garantir diz que lhe serão dadas em posse , sem limites, nem restrições.

 

MCD-T1-141

Recompensa dos predestinados

261. Nova e maior afirmação é dada pelo Senhor: Eu serei seu Deus e ele será meu filho (Ap 21,6-7). Se Deus nos fez seus filhos, é claro que nos tomamos herdeiros de seus bens (Rm 8, 17). Sendo herdeiros, ainda que toda a herança seja gratuita, possuímo-la com a mesma segurança dos filhos em relação aos bens de seu pai.

Pai e Deus juntamente, infinito em atributos e perfeições, quem poderá dizer o que Ele oferece ao fazer-nos seus filhos? Em sua herança divina estão compreendidos o amor paternal, a conservação, a vocação, a vivificação, a justificação, os meios para alcançá-la e, finalmente, a glorificação (ICor 2,9), no estado e felicidade que nem olhos viram nem ouvidos ouviram, nem pode o coração humano sentir. Tudo isto é para os que vencerem, e forem filhos corajosos e verdadeiros.

 

 

Apocalipse 21,8

8 Quanto aos covardes, infiéis, corruptos, assassinos, imorais, feiticeiros, idólatras, e todos os mentirosos, o lugar deles é o lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte.”

MCD-T1-141

Os réprobos

262. Aos tímidos, porém, aos execráveis, incrédulos, homicidas, aos fornicadores, aos feiticeiros, idólatras e a todos os mentirosos (Ap 21,6-8).

Neste tremendo arrolamento inscreveram-se, por suas próprias mãos, inumeráveis filhos da perdição. Infinito é o número dos néscios (Ecl 1,15) que, às cegas, escolheram a morte e para si fecharam o caminho da vida. Não que ele esteja escondido aos que têm olhos, mas Porque os cerram à luz. Deixam-se fascinar e obscurecer pelos embustes de satanás que às diversas inclinações e paixões humanas, oferece o veneno disfarçado nas múltiplas beberagens dos vícios que os homens apetecem.

Os tímidos são os que já querem e já não querem. Sem que haja saboreado o maná da virtude, nem trilhado o caminho da vida eterna, esta se lhes apresenta insípida e insuportável, sendo que o jugo do Senhor é suave e seu peso muito leve (Mt 11,30). Enganados por este modo, deixam-se vencer mais pela covardia, do que pela dificuldade.

Os incrédulos, ou não aceitam as verdades reveladas, como os hereges, pagãos e infiéis, ou as crêem para outros e não para si mesmos. Deste modo têm uma fé morta (Tg 2,25) e agem como descrentes.

 

MCD-T1-141

Excluídos da vida eterna

263. Os execráveis seguem os vícios sem medida nem freio. Gloriam-se da maldade e não se importam de praticá-la. Tomam-se asquerosos a Deus, execráveis e malditos, chegando ao estado de obstinação e quase impossibilidade para fazer o bem. Afastam-se do caminho da eterna vida como se não fossem criados para ela; retiram-se de Deus, de suas bênçãos e graças, tornando-se detestáveis ao Senhor e aos seus santos.

Os homicidas, sem temor nem respeito pela divina justiça, usurpam a Deus o direito de supremo Senhor para governar, punir e vingar as injúrias. Merecem ser medidos pela mesma medida que usaram para medir e julgar os outros (Lc 6, 38).

Os fornicadores, por um breve e imundo prazer apenas satisfeito e logo detestado, sem nunca saciar o desordenado apetite, pospõem a amizade de Deus. Desprezam os eternos deleites que saciando são sempre mais apetecidos e satisfazendo jamais se esgotam.

Os feiticeiros acreditaram e confiaram nas falsas promessas do dragão disfarçado com aparência de amigo. Enganados, perverteram-se para enganar e perverter a outros.

Os idolatras, procurando a divindade, não a encontraram (At 17, 27), estando ela tão perto de todos. Atribuíram-na a quem não podia ter, pois era conferida aos ídolos pelos seus fabricantes. Inanimadas sombras da verdade, cisternas sem fundo, incapazes de conter a grandeza do verdadeiro Deus (Jr 2,13).

Os mentirosos opõem-se à suma verdade que é Deus. Colocam-se no extremo oposto a Ele, privam-se de sua rectidão e virtude, confiando mais na falsidade do que no Autor da verdade e de todo o bem.

 

MCD-T1-142

O tanque de fogo e enxofre

264. Diz o Evangelista ter ouvido que a parte de todos estes será o ardente tanque de fogo e enxofre que é a segunda morte" (Ap 21,6-8).

Ninguém poderá, por isto, arguir a divina equidade e justiça, Justificou sua causa com a grandeza de seus benefícios e misericórdias sem número. Desceu do Céu para viver e morrer entre os homens e resgatou-os ao preço de sua vida e sangue. Deixou inúmeras fontes de graças em sua santa Igreja, sendo a maior de todas a Mãe da mesma graça e da vida, Maria Santíssima, por cujo meio a podemos alcançar.

Se de todos estes favores e tesouros os mortais não quiserem se aproveitar, e deixando a herança da vida, por momentâneo deleite seguirem a da morte, não é muito que colham o que semearam. Sua parte será o fogo eterno, naquele pavoroso abismo de enxofre, onde não há redenção nem esperança de vida, por haverem incorrido na segunda morte e condenação.

Ainda que esta morte, por sua eternidade é infinita, mais feia e abominável foi a primeira morte do pecado, voluntariamente escolhida pelos réprobos. Foi morte da graça, causada pelo pecado que se opõe à bondade e santidade infinita de Deus, ofendido quando devia ser adorado e reverenciado.

A morte da condenação é justo castigo aplicado pelo atributo da rectíssima justiça, a quem merece ser punido. Deus é exaltado e engrandecido por esse atributo, assim como pelo pecado foi desprezado e ofendido. Seja Ele temido e adorado por

todos os séculos. Amen.

 

MCD-T4-29

A segunda e eterna morte

23. "Quanto aos tímidos, aos incrédulos, execráveis, homicidas, fornicadores, feiticeiros, idolatras e a todos os mentirosos, sua parte será o tanque de fogo e enxofre, que é a segunda morte (Ap21,8)

A todos os filhos de Adão dei o meu Unigénito por Mestre, Redentor e Irmão. Dei-lhes sua Mãe para amparo, medianeira e poderosa advogada junto a Mim. Como tal, a devolvo ao mundo para todos entenderem ser meu desejo que se valham de sua proteção.

Aos que, porém, não venceram a covardia da carne em padecer, ou não creram nos testemunhos e maravilhas que realizei a seu favor e estão testificados em minhas Escrituras; aos que, apesar de terem acreditado, se entregaram às torpes impurezas dos deleites carnais; aos feiticeiros, idolatras que abandonaram meu verdadeiro poder e divindade, para seguir o demónio; a todos os que praticaram a mentira e a maldade; não os aguarda outra herança, mais do que aquela que eles mesmos escolheram. Será o formidável fogo do inferno, o tanque de enxofre que arde sem claridade, com abominável odor.

Ali haverá para os réprobos, diversidade de penas e tormentos correspondentes às abominações de cada um, ainda que todas tenham a mesma duração eterna, e a privação da visão divina que beatífica aos Santos. Será a segunda morte sem remédio, porque não se aproveitaram daquele que lhes foi oferecido para a primeira morte do pecado. Teriam podido resgatá-lo e recuperado a vida da graça, por virtude do Redentor e de sua Mãe.

 

Apocalipse 21,9.

9 Depois disso, um dos sete Anjos das sete taças cheias com as últimas pragas, veio até mim e disse-me: “Vem! Mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro.”

 

MCD-T1-144

A esposa do Cordeiro

267. Disse o Anjo ao Evangelista: Vem e te mostrarei a noiva, a esposa do Cordeiro (Ap 21,9).

A cidade santa de Jerusalém que lhe foi mostrada é a mulher, esposa do Cordeiro. Significando esta metáfora Maria Santíssima, aquém São João via como mãe e esposa do Cordeiro, o Cristo, porquanto a Rainha exerceu divinamente ambos os ofícios. Foi esposa da Divindade, única (Ct 6,8) e singular, pela fé e amor com que se contraiu este desposório. Foi mãe do mesmo Senhor humanado, dando-lhe sua substância e carne mortal, criando-o e sustentando-o na forma humana que dela recebeu.

Para ver e compreender tão soberanos mistérios, o espírito do Evangelista foi elevado a um alto monte de santidade e luz. Sem ultrapassar a si mesmo, e elevar-se acima da humana fraqueza, não os poderia entender. Pela mesma razão, não os entendemos nós, homens imperfeitos e terrenos.

 

MCD-4-29

Os castigos no fim dos tempos

24. Prosseguindo a visão, diz o Evangelista: "Veio um dos sete anjos que tinham sete taças cheias dos sete últimos castigos, e falou comigo dizendo: Vem, e eu te mostrarei a noiva, a esposa do Cordeiro.”

(Ap 21,9).

Conheci que estes anjos eram dos supremos e mais próximos do trono da beatíssima Trindade. Foi-lhes dado especial poder, para castigar a ousadia dos homens que cometessem os referidos pecados, depois de realizado no mundo o mistério da Redenção, vida, doutrina e morte de nosso Salvador. E depois de disporem de sua Mãe Santíssima, para remediar aos pecadores que a invocam de todo o coração.

Na sucessão dos tempos, estes sacramentos iriam sempre mais se manifestando, com milagres e luz a favor do mundo, com os exemplos e vida dos santos, em particular os fundadores dos institutos de vida religiosa, e tantos mártires e confessores.

Por estas razões, os pecados dos homens, nos últimos séculos, serão mais graves e detestáveis. Na medida de tantos benefícios, a ingratidão será mais pesada e digna de maiores castigos. Em consequência, merecerão maior indignação da justiça e ira divina. Assim, nos tempos futuros -que para nós é o presente - Deus castigará os homens rigorosamente, com pragas excessivas, porque serão as últimas e as mais próximas ao juízo final. (Veja-se na primeira parte o número 266).

 

Apocalipse 21,10.

10 E me levou em espírito até um grande e alto monte. E mostrou para mim a Cidade Santa, Jerusalém que descia do Céu, de junto de

Deus,

 

MCD-T1-144

Assim arrebatado diz: Mostrou-me a cidade santa de Jerusalém que descia do Céu (Ap 21,10) construída não na Terra, onde era estrangeira e peregrina, mas no Céu. Lá não pôde ser fabricada com materiais comuns de pura Terra, ainda que desta haja sido tomada a sua natureza. Esta mística cidade foi conduzida ao Céu para lá ser construída ao modo celestial, angélico e até divino, semelhante à Divindade.

 

MCD-4-30

Maria, a Jerusalém celeste

25. "E o anjo transportou-me em espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a cidade santa, Jerusalém, que descia do Céu, de junto de Deus” (Ap 21,10).

Com a força do poder divino, fui elevado a um alto monte de suprema inteligência e luz de ocultos sacramentos. Com o espírito iluminado, vi a noiva do Cordeiro, sua Esposa, como a cidade santa de Jerusalém. Noiva do Cordeiro, pela semelhança e amor com Aquele que tirou os pecados do mundo (Jo 1,29). Esposa, porque O acompanhou, inseparavelmente, em todas suas obras e maravilhas. Por Ela desceu do seio de seu eterno Pai, e veio ter suas delícias com os filhos dos homens (Pv 8, 31), visto serem irmãos desta Esposa, e por Ela, também irmãos do mesmo Verbo humanado (Mt 28,10: Jo 20,17).

Vi-a como cidade de Jerusalém, hospedando em si e dando espaçosa habitação a quem os Céus e a Terra não podem conter (2a Parte 6,18). Nesta cidade, Ele pôs o templo e propiciatório onde quis ser procurado, para se mostrar propício e liberal com os homens. Vi-a como cidade de Jerusalém, porque vi encerradas em seu interior todas as perfeições da Jerusalém triunfante, e todo o fruto da redenção humana. Ainda que, na Terra, Ela se humilhava e se prostrava a nossos pés, vi-a nas alturas, elevada ao nono à direita de seu Unigénito (SI 44,10), donde descia à Igreja, próspera e enriquecida para favorecer aos seus filhos e fiéis.

 

Apocalipse 21,11.

11 com a glória de Deus. Seu esplendor é como de uma pedra preciosíssima, pedra de jaspe cristalino.

MCD-T1-144

A cidade de Deus

268. Por esse motivo acrescenta que tinha a claridade de Deus (Ap 21,11). Teve a alma de Maria Santíssima tanta participação na Divindade e em seus atributos e perfeições, que se fosse possível vê-la em seu próprio ser, pareceria iluminada com a claridade eterna do mesmo Deus. Grandes e gloriosas coisas estão ditas (Sl 86,3) na Igreja Católica, desta cidade de Deus e da claridade que recebeu do Senhor. No entanto, tudo é pouco, insuficientes todos os termos humanos para explicá-lo. Em vista de sua incapacidade, o entendimento criado só pode dizer que Maria Santíssima teve um não sei quê de Divindade. Assim, confessa a substância da verdade, a ao mesmo tempo, a ignorância para explicar o que declara por verdadeiro. Construída no Céu, somente o Artífice que a edificou conhecerá a grandeza, parentesco e afinidade que com Ela contraiu, assemelhando as perfeições que lhe deu às mesmas contidas em sua infinita Divindade. Maria, criatura divinizada 269. Sua luz era semelhante a uma pedra preciosa, como pedra de jaspe transparente como cristal (Ap 21,11).

Mão é difícil entender que se pareça com o jaspe, com o cristal e com Deus mesmo tempo. Embora tão dissemelhantes entre si, da comparação entre o • soe e o cristal, compreenderemos um pouco sua semelhança com Deus. O jaspe encerra muitas cores, reflexos e variedades de sombras, enquanto o cristal é claríssimo, puro e uniforme. Combinados formam singular e formoso conjunto.

Em sua formação recebeu Maria Santíssima a variedade de virtudes e perfeições com as quais Deus compôs e teceu sua alma, toda semelhante a um cristal puríssimo. Sem sombras nem átomo de culpa, de sua claridade e pureza emite raios e reflexos de Divindade. Como o cristal, banhado pelo sol, parece encerrá-lo dentro de si e reproduz seus resplendores. Entretanto, este cristalino jaspe tem sombras, porque é filha de Adão e pura criatura.

Tudo quanto tem do resplendor do sol da divindade, é participação dela. Ainda que o pareça, não é o sol divino por natureza, mas por participação e comunicação da graça. É criatura, formada pela mão de Deus, mas para ser Mãe sua.

 

MCD-T4-31

A imensa glória de Maria

26. Esta cidade santa de Jerusalém, Maria, Senhora nossa - diz o Evangelista -"tinha a claridade de Deus e seu resplendor era semelhante a uma pedra preciosa de jaspe, transparente como cristal (Ap 21,11).

Desde, o instante em que Maria Santíssima recebeu a existência, sua alma foi repleta e banhada de uma participação da Divindade, nunca vista nem concedida a outra criatura. Única, só Ela era a claríssima aurora que participava dos resplendores do sol, Cristo, Deus e homem verdadeiro, que d'Ela haveria de nascer. A divina luz foi crescendo até Maria chegar ao supremo estado, à destra de seu Filho unigênito, no trono da beatíssima Trindade. Vestida com a variedade de todos os dons, graças, méritos, virtudes e glória, ultrapassou todas as criaturas (SI 44,10).

Quando a vi naquele lugar e luz inacessível, pareceu-me que tinha a própria claridade de Deus. N'Ele encontrava-se como na fonte e origem, e em Maria por participação. Por meio da humanidade de seu Filho unigénito, a mesma luz se via na Mãe e no Filho, diferenciando-se apenas pelo grau de intensidade. Na substância, porém, parecia a mesma, e não era vista em qualquer outro bem-aventurado, nem em todos eles reunidos. Pela cintilação parecia jaspe, pelo valor era preciosa, e pela beleza da alma e do corpo, era cristal banhado e transformado na mesma claridade e luz.

 

 

Apocalipse 21,12.

12 Ela está cercada por alta e grossa muralha, com doze portas. Sobre as portas há doze Anjos. Cada porta tem um nome escrito: os nomes das doze tribos de Israel.

MCD-T1-115

Os anjos escolhidos para o serviço de Maria

202. Logo nomeou o Altíssimo quais seriam empregados em tão alto ministério, e escolheu cem de cada um dos nove coros, somando novecentos.

Em seguida, nomeou outros doze, para mais frequentemente a assistirem em forma corporal e visível. Levavam dísticos e emblemas da Redenção, e eram os doze guardas das portas da cidade referidos pelo Apocalipse (Ap 21,12), e dos quais falarei adiante na explicação daquele capítulo. Além destes, designou o Senhor outros dezoito anjos dos mais superiores, para que subissem e descessem por esta mística escada de Jacob, com embaixadas da Rainha à sua Alteza e do Senhor para Ela. Muitas vezes os enviava ao eterno Pai, para ser guiada em todas as suas acções pelo Espírito Santo, pois nenhuma praticou sem seu divino beneplácito, mesmo nas pequenas coisas. Quando não recebia especial ilustração para se orientar, enviava estes santos anjos para apresentarem ao Senhor suas dúvidas, seu desejo de fazer o mais agradável à vontade divina, e saber o que lhe ordenava, como no decurso desta História diremos.

 

Os setenta serafins

203. Além de todos estes santos anjos, assinalou o Altíssimo outros setenta serafins, dos supremos e mais próximo ao trono da Divindade. Deviam comunicar-se se com a Princesa do Céu pelo mesmo modo como entre si eles se comunicam, ou seja, pela iluminação que os inferiores recebem dos superiores. Ainda que era superior em dignidade e graça a todos os Serafins, este favor foi concedido à Mãe de Deus, porque então era viadora e inferior a eles quanto à natureza.

Quando alguma vez se ausentava e ocultava o Senhor - como adiante veremos - estes setenta serafins a iluminavam e consolavam. A eles confiava os afectos de seu ardentíssimo amor e ânsias pelo seu tesouro escondido. O número setenta, correspondeu aos anos de sua vida santíssima que foram, não sessenta, mas setenta, como direi em seu lugar Dentro desse número encontram-se os sessenta serafins figurados por aqueles sessenta valentes que, no capítulo 3 dos Cânticos, se diz, guardavam o tálamo de Salomão, escolhidos entre os mais fortes valentes de Israel, peritos na guerra, cingidos de espadas para defendê-lo dos temores nocturnos.

204. Estes valorosos príncipes e capitães da guarda da Rainha do Céu, foram nomeados entre os supremos das ordens hierárquicas.

Naquela antiga batalha travada no Céu entre os espíritos humildes e o soberbo dragão, haviam sido assinalados e armados cavaleiros pelo supremo Rei de toda a criação. Com a espada de sua virtude e divina palavra pelejaram e venceram a Lúcifer com todos os apóstatas que o seguiram.

Neste grande combate e triunfo, estes serafins distinguiram-se no zelo da honra do Altíssimo. Como valorosos capitães adestrados no amor divino, e nas armas da graça que lhes foram dadas por virtude do Verbo humanado, defenderam tanto a honra de sua Cabeça e Senhor como a de sua Mãe Santíssima.

Por isto, se diz que guardavam o tálamo de Salomão (Ct 3, 7) e lhe faziam escolta, tendo cingidas suas espadas naquela parte do corpo que significa a humana geração. Lembra a humanidade de Cristo Senhor nosso, concebida no tálamo virginal com o puríssimo sangue e substância deste.

 

Mil anjos para a custódia de Maria

205. Os outros dez serafins que restam para completar o número de setenta, foram também dos supremos daquela primeira ordem angélica. Contra a antiga serpente, manifestaram maior reverência pela divindade e humanidade do Verbo e de sua Mãe Santíssima, pois para tudo isto houve tempo naquele breve conflito dos santos anjos. Seus principais chefes foram condecorados com a honra de fazer parte do número dos custódios da Rainha e Senhora. Reunidos, somam o número de mil, entre serafins e os outros anjos de ordens inferiores. Com isso, esta cidade de Deus ficou super-abundantemente guarnecida contra os exércitos infernais.

 

MCD-T1-145

270. Tinha a cidade um grande e alto muro com doze portas (Ap 21,12).

Os mistérios encerrados no muro e portas desta mística cidade de Maria Santíssima, são tão grandes e ocultos que com dificuldade eu, mulher ignorante e rude, poderei explicar por palavras o que me foi dado a entender. Di-lo-ei como for possível.

No primeiro instante da Conceição de Maria Santíssima, quando a Divindade se lhe manifestou por aquela visão e modo que acima disse , então, ao nosso modo de entender, a beatíssima Trindade renovou os antigos decretos de criá-la e engrandecê-la. Estabeleceu um acordo e contrato com esta Senhora, embora sem Ela o saber por enquanto. Foi como se as três divinas Pessoas conferissem entre si deste modo:

271. A dignidade que damos a esta pura criatura, de Esposa nossa e Mãe do Verbo, é devido e condigno constituí-la Rainha e Senhora de toda a criação. Além das riquezas e dons de nossa divindade com que a dotamos, é justo dar-lhe autoridade, para pessoalmente dispor de nossas misericórdias infinitas. Poderá distribuir e comunicar, à sua vontade, as graças e favores que os mortais necessitarem, principalmente aos que, como filhos devotos seus, a invocarem.

Assim, poderá enriquecer aos pobres, socorrer aos pecadores, aperfeiçoar os justos e ser universal amparo de todos. Todas as criaturas deverão reconhecê-la por Rainha e superiora, depositária de nossos infinitos bens, com faculdade de os poder distribuir. Para isto lhe entregaremos as chaves de nosso coração e vontade, e no que se referir às criaturas, será em tudo executora de nosso beneplácito.

Dar-lhe-emos, além disso, domínio e poder sobre o dragão, nosso inimigo e todos seus aliados, os demónios, para que temam sua presença e seu nome, cuja virtude os aniquilará. Todos os mortais que se acolherem a esta cidade de refúgio, aí encontrem abrigo certo e seguro, sem temerem os demónios e suas ciladas.

 

MCD-T1-145

Maria, refúgio dos homens

272. Sem revelar à alma de Maria Santíssima tudo quanto este decreto ou promessa continha, mandou-lhe o Senhor, naquele primeiro instante, que orasse afectuosamente por todas as almas. Que solicitasse sua eterna salvação, especialmente daqueles que durante a vida a Ela recorressem. Concedeu-lhe a Santíssima Trindade que naquele justíssimo tribunal, nada lhe seria negado. Mandou-lhe que subjugasse o demónio e, com o império e virtude que lhe comunicaria o braço do Omnipotente, o afastasse das almas. Mas não lhe deu a entender que seria Mãe do Verbo, razão de lhe ser concedido este favor e os demais nele compreendidos.

Ao dizer S. João que a cidade tinha um grande e alto muro, entendeu este benefício feito por Deus à sua Mãe, constituindo-a sagrado refúgio, amparo e defesa de todos os homens. Nela tudo encontrariam, como cidade fortificada e segura muralha contra os inimigos. Poderosa Rainha e Senhora da criação, despenseira dos tesouros do Céu e da graça, a Ela recorreriam todos os filhos de Adão.

Disse ainda, que era muito alto este muro, porque o poder de Maria puríssima para vencer o demónio e elevar as almas à graça é o mais próximo do poder de Deus. Tão guarnecida e segura é esta cidade, para si e para os que nela procuram protecção que, fora de Deus, todas as forças criadas não poderiam tomá-la, nem sequer escalar os seus muros.

 

MCD-T1-146

Os doze anjos, ministros de Maria

273.0 muro da cidade santa tinha doze portas (Ap 21,12). Além de sua entrada ser franca para todos os povos e gerações, sem excluir nenhum, todos são convidados a entrar. Ninguém, se o quiser, fica privado da graça, dons e glórias que o Altíssimo lhes quer conceder, por meio desta Rainha e Mãe de misericórdia.

E nas doze portas, doze anjos.

Estes doze príncipes são os que acima citei e faziam parte dos mil designados para a guarda da Mãe do Verbo encarnado. Além de assistirem à Rainha, o ministério destes doze anjos foi servi-la, particularmente, em inspirar e defender as almas que devotamente a chamarem em seu socorro e se distinguirem em sua veneração e amor.

Por isto, diz o Evangelista que os viu nas portas desta cidade, ministros e agentes que auxiliam, inspiram e convidam os mortais a entrarem na eterna felicidade pelas portas da piedade de Maria Santíssima. Muitas vezes Ela os envia, com inspirações e graças, para livrar de perigos corporais ou espirituais aos devotos que a invocam.

 

MCD-T1-146

Os doze anjos, protectores dos devotos de Maria

274. Tinham uns nomes inscritos que são os das doze tribos de Israel. Recebem os santos anjos nomes relativos ao ofício e ministério para os quais são enviados ao mundo. Estes doze príncipes assistiam à Rainha do Céu, particularmente, na salvação dos homens. Como todos os escolhidos são figurados pelas doze tribos de Israel. Por esta razão, diz o Evangelista, aqueles anjos traziam os nomes das doze tribos, como se fosse um anjo para cada tribo. Guardariam e protegeriam os que, em todos os tempos e nações, entrariam na celeste Jerusalém por estas portas da intercessão de Maria Santíssima.

 

Maria co-redentora e despenseira das graças

275. Admirando-me desta grandeza de Maria puríssima e de que Ela fosse medianeira e porta para todos os predestinados, foi-me dado a entender que este privilégio corresponde ao seu ofício de Mãe de Cristo e dos homens.

Pelo fato de haver dado com seu puríssimo sangue e substância, corpo humano no qual seu Filho Santíssimo sofresse e redimisse os homens, de certo modo ela morreu e padeceu em Cristo, em consequência dessa identificação de carne e sangue.

Além disso, acompanhou-o em sua paixão e morte e, com divina humildade e fortaleza, a quis sofrer no modo que lhe foi possível.

Assim como cooperou na paixão c deu a seu Filho com que padecer pelo género humano, também o Senhor a fez participante da dignidade de Redentora e entregou-lhe os méritos e frutos da Redenção, para deles ser a única dispensadora aos redimidos.

Oh! admirável tesoureira e depositária de Deus! Que seguras estão em tuas divinas e liberais mãos, as riquezas da destra do Omnipotente!

 

MCD-T4-31

Maria, inexpugnável cidade de refúgio.

27. "Tinha a cidade um grande e alto muro com doze portas e nelas doze anjos, e escritos os nomes das doze tribos de Israel: três portas ao Oriente, três ao Setentrião, três ao Meio-dia e três ao Ocidente (Ap 21,12-13)".

O muro que defendia e cercava esta cidade santa de Maria Santíssima, era tão alto e grande quanto o é o mesmo Deus, com sua onipotência infinita e todos seus atributos. Todo seu poder e grandeza divina, toda sua sabedoria imensa ele empregou em guarnecer esta grande Senhora, para fortificá-la e defendê-la dos inimigos que a poderiam assaltar.

Esta invencível defesa foi duplicada, quando Ela desceu ao mundo para nele viver sozinha, sem a presença de seu Filho santíssimo, a fim de estabelecer a nova Igreja do Evangelho. Para esta missão dispôs, à sua vontade de todo o poder de Deus contra os inimigos da Igreja, visíveis e invisíveis.

Depois que o Altíssimo fundou esta cidade de Maria, franqueou liberalmente seus tesouros. Por Ela quis chamar todos os mortais ao seu conhecimento e à eterna felicidade, sem fazer acepção entre gentios, judeus e bárbaros, nem entre diferentes nações e estados. Por este motivo, construiu esta cidade santa com doze portas, distribuídas igualmente pelas quatro partes do mundo. Nelas colocou doze anjos, que chamassem e convidassem a todos os filhos de Adão, para despertar em todos a devoção e piedade por sua Rainha.

Estas portas traziam os nomes das doze tribos, para que ninguém se considere excluído do sagrado refúgio desta Jerusalém divina. Todos devem entender que Maria Santíssima leva seus nomes gravados no coração e nos mesmos privilégios que recebeu do Altíssimo, para ser Mãe de clemência e misericórdia, e não de justiça.

 

Apocalipse 21,13

13 São três portas no lado do oriente, três portas ao norte, três portas ao sul e três portas no lado do poente.

 

MCD-T1-147

"Tinha esta cidade três portas ao oriente, três portas ao oriente, três portas ao norte, três portas ao sul e três portas ao poente." (Ap 21,13).

Três portas para cada parte do mundo.

Por estas três portas, introduz os mortais para receberem tudo quanto o Céu e a Terra possuem: Aquele que deu ser a tudo o que existe, as três divinas pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo.

Cada uma delas deseja que Maria solicite, livremente, os tesouros divinos para os mortais. Ainda que seja um só Deus, cada uma das pessoas dá entrada franca a esta puríssima Rainha. No tribunal do Ser imutável da Santíssima Trindade, lhe é concedido interceder, pedir, e tirar tesouros para dá-los aos devotos de todo o mundo que a invocam. Nenhum dos mortais de qualquer lugar, tempo e nação em toda a Terra, tem desculpa de não entrar, pois em todas as direcções há, não uma, e sim três portas.

Se entrar numa cidade por uma porta aberta e franca é tão fácil, quem não entra, não é por falta de porta, mas porque não quer entrar nem se pôr a salvo. Que dirão aqui os infiéis, hereges e pagãos? Que dirão os maus cristãos e obstinados pecadores? Se os tesouros do Céu estão nas mãos de nossa Mãe e Senhora, se Ela nos chama e solicita por meio de seus anjos, se é porta e muitas portas do Céu, como são tantos os que ficam de fora e tão poucos os que por elas entram?

 

Apocalipse 21,14

14 A muralha da cidade tem doze pilares. E nos pilares está escrito o nome dos doze apóstolos do Cordeiro.

 

MCD-T1-147

276. E o muro desta cidade tinha doze fundamentos e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro."  (Ap 21,14).

Os inabaláveis e sólidos fundamentos sobre os quais Deus edificou a cidade santa de Maria sua Mãe, foram todas as virtudes sob especial direcção do Espírito Santo.

O número doze com os doze nomes dos apóstolos, significa que foi fundada sobre a mais alta santidade, que vem a ser a dos apóstolos, os maiores entre todos os santos. Assim diz David (SI 86, 2) que os fundamentos da cidade de Deus foram postos sobre os montes santos.

Outra razão é porque a santidade de Maria e sua sabedoria foi o apoio e segurança dos apóstolos, depois da morte de Cristo e sua subida ao Céu.

Sempre fora sua Mestra e modelo, mas naquela ocasião, Ela só foi o maior sustentáculo da primitiva Igreja. Por haver sido destinada para este ministério com as devidas graças e virtudes, desde sua imaculada Conceição, por isto diz a Escritura que seus fundamentos eram doze.

 

MCD-T4-32

Rainha e mestra dos Apóstolos

28. "O muro desta cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam escritos os nomes dos doze Apóstolos do Cordeiro (Àp21,14)'\

Quando nossa grande Mãe e Mestra esteve à destra de seu Filho e Deus verdadeiro, no trono de sua glória, ofereceu-se para voltar ao mundo e trabalhar pela Igreja. Nesta ocasião, o Senhor encarregou-a do particular cuidado pelos Apóstolos e gravou seus nomes no puríssimo e ardente coração desta divina Mestra. Se fosse possível, nele os veríamos escritos. Ainda que então, os Apóstolos eram só onze, no lugar de Judas foi escrito São Matias que, de antemão, recebeu esta sorte.

Do amor e sabedoria desta Senhora procedeu a doutrina, o ensinamento, a firmeza e toda a organização com que nós, os doze Apóstolos e São Paulo, fundamos a Igreja e a estabelecemos no mundo. Por isto, os nomes de todos foram escritos nesta mística cidade de Maria Santíssima, apoio e alicerce em que se firmaram os princípios da Santa Igreja e de seus fundadores, os Apóstolos.

Com sua doutrina nos instruiu, com sua sabedoria nos esclareceu, com sua caridade nos inflamou, com sua paciência nos tolerou. Sua mansidão nos atraía, seus conselhos nos orientavam, seus avisos nos preveniam, e com o poder divino que dispunha nos livrava dos perigos. A todos acudia, como a cada um em particular, e a cada um como a todos juntos.

Para nós, os Apóstolos, as doze portas desta cidade santa estiveram mais franqueadas que a todos os outros filhos de Adão. Enquanto viveu, nossa Mestra e amparo jamais se esqueceu de algum de nós, mas em todo o tempo e lugar nos teve presentes, e usufruímos de sua defesa e proteção, sem que Ela nos faltasse em necessidade e trabalho algum.

Desta e por esta grande e poderosa Rainha, participamos e recebemos todos os benefícios, graças e dons que nos comunicou o braço do Altíssimo, para sermos idôneos ministros do Novo Testamento (2Cor 3,6). Por todas estas razões, estavam nossos nomes gravados nos fundamentos desta cidade mística, Maria Santíssima.

 

Apocalipse 21,15

15 Aquele que estava falando comigo usava uma vara de ouro para medir a cidade, os portões e a muralha.

 

MCD-T1-148

A grandeza de Maria foi medida pela de Cristo

277. E aquele que falava comigo tinha uma medida de cana de ouro, e mediu a cidade com esta cana até doze mil estádios. (Ap 21,15-17).

Nesta medida encerrou o Evangelista grandes mistérios sobre a dignidade, graças, dons e méritos da Mãe de Deus. Ainda que a mediram com grande medida, na dignidade e benefícios que o Altíssimo lhe concedeu; a medida ajustou-se perfeitamente ao que era medido. O comprimento foi igual à largura, sem que Nela houvesse falta, excesso ou desproporção; foi igual e proporcional em todos os lados.

Nisto não me detenho agora, re metendo-me ao que direi em todo o decurso da história de sua vida. Somente advirto que esta dimensão pela qual se calculou a dignidade, méritos e graça de Maria Santíssima foi a humanidade de seu Filho unida ao Verbo divino.

 

Proporção entre Cristo e Maria

278. A medida era uma cana, símbolo da fragilidade da natureza humana, e de ouro, figura da divindade do Verbo. A dignidade de Cristo, Deus e homem verdadeiro, os dons da natureza humana unida à divina pessoa com os merecimentos que adquiriu, foram o padrão empregado pelo Senhor para dotar sua Mãe Santíssima.

Foi Ele quem a mediu consigo mesmo, e ao ser assim medida, Ela pareceu ficar igual, na proporção e altura de sua dignidade de Mãe.

Na longitude de seus dons e graças, e na latitude de seus méritos foi igual, sem falta nem desproporção. É verdade que não pôde medir-se com seu Filho Santíssimo, com igualdade absoluta e matemática. Cristo, Senhor nosso, era homem e Deus verdadeiro, enquanto Ela era pura criatura, pelo que, a medida a excedia infinitamente. Todavia, Maria Santíssima teve certa igualdade de proporção com seu Filho. Assim como a Ele nada faltou do que lhe competia como Filho verdadeiro de Deus, assim a Ela nada faltou, do que lhe era devido como a Mãe verdadeira do mesmo Deus.

Deste modo, Ela como Mãe, e Cristo como Filho, tiveram igual proporção na dignidade, graças, dons e merecimentos. Nenhuma graça criada teve Cristo, que também não estivesse, na devida proporção, em sua Mãe puríssima.

 

 

Apocalipse 21,16

16 A cidade é quadrada: o comprimento é igual à largura. O Anjo mediu a cidade com a vara: doze mil estádios. O comprimento, largura e altura são iguais.

 

MCD-T1-149

A medida dos predestinados

279. Mediu a cidade com a cana até doze mil estádios (Ap 21,16).

Esta medida de estádios com a qual foi medida Maria puríssima em sua Conceição, e o número de doze mil encerram altíssimos mistérios. 0 Evangelista chamou estádios, a medida perfeita com que se mede a alteza da santidade dos predestinados. Esta grandeza depende dos dons de graça e glória que Deus, em sua mente e eterno decreto, dispôs comunicar-lhes por meio de seu Filho humanado. Tudo foi contado e determinado pela sua infinita equidade e misericórdia.

Por estes estádios são medidos todos os escolhidos, suas virtudes e méritos. Infelicíssimo aquele que não chegar a atingir esta medida, nem se ajustar com ela, quando o Senhor o medir! O número doze mil inclui todos os predestinados e escolhidos. Estão reunidos sob as doze cabeças destes milhares, os doze apóstolos, príncipes da Igreja Católica, assim como no capítulo VII do Apocalipse versículo 4 (Ap 21,4) estão simbolizados pelas doze tribos de Israel. Todos os eleitos deveriam abraçar a doutrina que os apóstolos do Cordeiro ensinaram, como acima também disse na explicação deste capítulo.

 

Maria ultrapassa toda a criação reunida

280. De tudo isto se deduz a grandeza desta cidade de Deus, Maria Santíssima. Se a cada estádio damos pelo menos 125 passos, imensa pareceria uma cidade que tivesse doze mil estádios Ao ser medida Maria, Senhora nossa, pelos estádios com que Deus mede aos predestinados, da altura, comprimento e largura, de todos reunidos nada sobrou.

A todos juntos igualou quem era Mãe do mesmo Deus, Rainha e Senhora de todos, e só nela pôde caber mais do que no resto de toda a criação.

 

MCD-T4-32

Maria excede a todos os anjos e santos

29. "O que falava comigo tinha uma medida de cana de ouro para medir a cidade, suas portas e o muro. A cidade é quadrangular, tão comprida quanto larga e mediu a cidade com a cana de ouro até doze mil estádios; o seu comprimento, a sua altura e a sua largura são iguais.” (Ap 21, 15-16).

Para que eu entendesse a magnitude imensa desta cidade santa de Deus, aquele que me falava mediu-a em minha presença. Para medi-la trazia na mão uma cana ou vara de ouro, símbolo da humanidade deificada na pessoa do Verbo, com seus dons, graças e merecimentos. Esta vara de ouro simbolizava a fragilidade do ser humano e terreno, e a imutabilidade preciosa e inestimável do ser divino que sublimava a humanidade e seus méritos.

Não obstante esta medida exceder tanto ao que era medido, não se encontrava outra, nem no Céu nem na Terra, para medir Maria Santíssima e sua grandeza. Fora de seu Filho e Deus verdadeiro, todas as criaturas humanas e angélicas eram inferiores e sem proporção para poder calcular e medir esta mística e divina cidade. Medida, porém, por seu Filho, era proporcionada a Ele, como sua digna Mãe, sem lhe faltar coisa alguma para esta proporcionada dignidade.

Sua extensão continha doze mil estádios no comprimento e na altura de cada um dos quatro lados do muro. Deste modo, era exactamente quadrangular. Tal era a grandeza, imensidade e harmonia dos dons e excelências desta grande Rainha.

Se os demais Santos receberam a medida de cinco ou dois talentos (Mt 25, 15), Ela recebeu a de doze mil, excedendo-nos a todos com imensa magnitude. Esta medida já lhe fora concedida ao passar da não existência ao ser, em sua imaculada conceição, como preparação para vir a ser Mãe do Verbo Eterno.

Agora, quando desceu do Céu para plantar a Igreja, foi medida outra vez à proporção de seu Unigénito glorificado à destra do Pai. Recebeu ajusta dimensão, tanto para receber a bem-aventurança celeste, como para voltar à Igreja e nela exercer o ofício de seu próprio Filho e Redentor do mundo.

 

Apocalipse 21,17

17 O Anjo mediu a muralha: cento e quarenta e quatro côvados. Ele media com medidas humanas.

 

MCD-T1-149

Firmeza das virtudes de Maria

281. "Mediu seu muro até cento e quarenta e quatro côvados com medida de homem que é de anjo" (Ap 21,17).

Esta dimensão do muro da cidade de Deus, não foi do comprimento mas da altura.

Sendo os estádios do quadrilátero da cidade doze mil por doze mil, iguais em todos os lados, era forçoso que o muro fosse um pouco maior, principalmente na superfície externa, para poder encerrar dentro de si toda a cidade.

Enquanto a medida de cento e quarenta e quatro côvados quaisquer que fossem, seria pequena para muros de tão extensa cidade, era bastante proporcionada para a altura destes muros que constituíam segura defesa para quem lá habitasse.

Esta altura representa a segurança que em Maria Santíssima encontram todos os dons e graças, tanto os de santidade como os de dignidade, nela depositados pelo Altíssimo. Para dar a entendê-lo, diz que a altura era de cento e quarenta e quatro côvados, número divisível, compreendendo três muros: grande, médio e pequeno, correspondentes às acções da Rainha em matéria maior, mediana e menor. Não que nela houvesse coisa pequena, mas porque sendo actos de matérias diferentes, também sua importância o era. Uns actos eram milagrosos e sobrenaturais, outros eram de virtudes teologais, quer interiores, quer exteriores.

A todas as acções deu tanta plenitude de perfeição que, nem pelas grandes deixou as pequenas de obrigação, nem por estas faltou às superiores. Realizou-as com tão suprema santidade e agrado do Senhor, que se elevou à medida de seu Filho santíssimo, assim nos dons naturais como nos sobrenaturais.

Esta foi a medida do homem-Deus, o Anjo do grande conselho, superior a todos os homens e anjos, excedidos, na devida proporção, por Mãe e Filho.

Prossegue o Evangelista:

 

 

Apocalipse 21,18

18 A muralha é de jaspe. A cidade é de ouro puro, tão puro que parece vidro transparente.

MCD-T1-150

A humildade velava a grandeza de

Maria

282. "E o muro era construído de pedra de jaspe”  (Ap 21,18).

Os muros de uma cidade são os primeiros a serem vistos por quem a vê. A variedade dos reflexos, cores e sombras que contém o jaspe, material dos muros desta cidade de Deus, Maria Santíssima, significa a inefável humildade que acompanhava e encobria todas as graças e excelências desta grande Rainha.

Sendo digna Mãe de seu Criador, isenta de toda mácula de pecado e imperfeição, apareceu aos homens sob a sombra da lei comum dos demais filhos de Adão, sujeita às exigências e penalidades da vida natural, como em seus lugares direi.

Contudo, este jaspe e estas sombras, reais nas outras mulheres, Nela eram apenas aparentes e serviam à cidade de inexpugnável defesa. Por dentro era de puríssimo ouro, semelhante a um vidro limpidíssimo. Isto exprime que tanto na formação de Maria Santíssima, como depois no decurso de sua vida inocentíssima, jamais houve mácula (Ct 4,7) que obscurecesse sua cristalina pureza.

A mancha ou sombra, ainda que seja de um átomo, que caísse no vidro ao ser fabricado, nunca mais desapareceria. Seria sempre uma sombra em sua transparência, claridade e pureza. Da mesma forma, se Maria Santíssima em sua Conceição houvera contraído a mancha ou sombra do pecado original, este sempre seria notado, e com esse defeito não poderia ser vidro puro e limpidíssimo.

Tampouco seria ouro puro, pois sua santidade teria tido a liga do pecado original a diminuir seus quilates. Pelo contrário, foi de ouro e vidro esta cidade, porque puríssima e semelhante à Divindade.

 

Apocalipse 21,19

19 Os pilares da muralha da cidade são ornados com todo tipo de pedras preciosas: o primeiro pilar é de jaspe; o segundo de safira, o terceiro de calcedónia, o quarto de esmeralda,

MCD-T1-151

Os alicerces da cidade de Deus

284. O Altíssimo de Deus escolhera esta cidade de Maria para sua habitação, a mais apropriada e aprazível que, fora de si mesmo, em pura criatura, poderia ter. Não era muito que construísse os alicerces do muro de sua cidade com os tesouros de sua divindade e méritos de seu Filho Santíssimo, adornando-os de todo género de pedras preciosas.

Os muros de sua fortaleza e segurança; as pedras preciosas da sublime beleza de sua santidade e dons; os alicerces do muro, quer dizer, de sua conceição: tudo nela deveria estar proporcionado entre si e de acordo com o altíssimo fim para o qual fora edificada, a saber: Deus iria Nela habitar pelo amor e pela humanidade que recebeu em seu virginal seio.

Tudo isto compreendeu e disse o Evangelista. Para Deus habitar em Maria como em fortaleza invencível, exigia especial dignidade, santidade e fortaleza. Daí convinha que os fundamentos de seus muros - os primeiros princípios de sua Conceição Imaculada - fossem construídos com todo o género de virtudes em grau eminentíssimo, e de tanta riqueza que não se encontrassem pedras mais preciosas para seus alicerces.

 

Jaspe: constância, fortaleza e poder sobre o demónio

285. " O primeiro fundamento ou pedra era de jaspe", cujo matiz e solidez significam a constância e fortaleza infundida nesta grande Senhora, no momento de sua Conceição santíssima. Com esta virtude ficou preparada para, no decurso de sua vida, praticar todas as virtudes com inabalável magnanimidade e constância. Estas virtudes e hábitos infundidos em Maria Santíssima, no instante de sua conceição, foram simbolizados por estas pedras preciosas.

Foram dotadas de singulares privilégios concedidos pelo Altíssimo, que explicarei quanto me for possível. Compreendendo o simbolismo, entender-se-á o mistério dos doze fundamentos da cidade de Deus. Com o hábito da fortaleza em geral, foi-lhe concedido especial domínio sobre a antiga serpente, e poder para vencer e sujeitar os demónios.

Infundia-lhes tal espécie de terror que os afugentava, e à grande distância ainda a temiam, apavorados de se aproximarem dela.

Foi liberalíssima a divina providência com Maria: não a incluiu nas leis comuns dos filhos do primeiro pai; livrou-a da culpa original e da sujeição ao demónio, consequência da culpa. Isentando-a de todos estes males, concedeu-lhe sobre os demónios o poder que os homens perderam, por não se haverem conservado no estado da inocência.

Além de tudo isso, pelo fato de ser Mãe do Filho do eterno Pai descido às suas entranhas para destruir o império do mal, foi outorgado à eminentíssima Senhora participação no poder real do ser divino. Com este poder subjugava os demônios, e muitas vezes os enviava às cavernas infernais, como adiante direi.

 

Safira: serenidade

286. "O segundo é safira". Esta pedra é da cor do Céu sereno e claro, e apresenta uns pontozinhos ou átomos dourados e refulgentes. Significa a tranquilidade que o Altíssimo concedeu aos dons e graças de Maria Santíssima para sempre gozá-los, como em Céu inalterável de serena paz, sem nuvens de perturbação. Desta tranquilidade se lhes desprendiam, desde o instante de sua imaculada conceição, certos reflexos de divindade. Provinham da participação e semelhança de suas virtudes com os atributos divinos, em particular a imutabilidade, e da clara visão da divindade que muitas vezes recebeu, sendo ainda viadora, como adiante direi Concedeu-lhe o Senhor, com este dom singular, privilégio e virtude para comunicar calma e serenidade de entendimento a quem, por sua intercessão, pedi-lo a Deus. Assim solicitaram e alcançaram os fiéis, quando assaltados pelas agitadas tormentas dos vícios.

 

MCD-T1-152

Calcedónia: o nome de Maria

287. "O terceiro é calcedónia”.

O nome desta pedra deriva-se da Calcedónia, província onde é encontrada. Tem a cor do rubi, e à noite brilha qual uma lanterna. O mistério desta pedra é simbolizar o nome de Maria Santíssima e a virtude que ele encerra. Recebeu-o da província deste mundo onde viveu, chamando-se filha de Adão como os demais.

Maria, pronunciado com acento latino (Mária), significa mares, porque foi o oceano das graças e dons da Divindade. Com elas inundou o mundo através de sua conceição puríssima, afogando a malícia do pecado e suas consequências. Desterrou as trevas do abismo com a luz de seu espírito, iluminado pelo farol da sabedoria divina.

Correspondente a este fundamento, concedeu o Altíssimo especial virtude ao nome santíssimo de Maria. Afugenta as espessas nuvens da infidelidade e destrói os erros da heresia, paganismo, idolatria e quaisquer dúvidas sobre a fé católica.

Se os infiéis procurassem e invocassem esta luz, é certo que muito depressa sacudiriam do entendimento as trevas de seus erros. Felizmente mergulhariam neste mar da Mãe de Deus, pela virtude que do alto lhe foi concedida para esse fim.

 

MCD-T1-153

Esmeralda: amabilidade

288. "O quarto fundamento é esmeralda", cuja agradável cor verde recreia e descansa a vista. Misteriosamente exprime a graça que Maria Santíssima recebeu em sua condição, para ser amabilíssima e graciosa aos olhos de Deus e das criaturas. Jamais ofenderia seu santo Nome e memória, conservando em si mesma o verdor e viço da Santidade, com as virtudes e dons que recebera.

Correspondente a esta graça, deu- lhe o Altíssimo poder para comunicar aos fiéis devotos que a invocassem, a perseverança e constância nas virtudes e amizade de Deus.

 

MCD-T4-33

O exterior e o interior de Maria

30.4'O muro era construído de pedra de jaspe; e a mesma cidade era de ouro finíssimo, semelhante ao vidro puro e límpido. Seus fundamentos estavam adornados com todo género de pedras preciosas (Ap 21,18-19)".

As acções e o procedimento exterior de Maria Santíssima vistos por todos, como o muro que circunda a cidade, eram de grande e admirável beleza. Só o seu exemplo, cativava e abria os corações de todos os que a viam, ou com Ela tratavam. Sua presença afugentava os demónios e desvanecia suas fantasiosas miragens. Por isto, o muro desta cidade santa era de jaspe.

Com sua actividade exterior, nossa Rainha operou maiores maravilhas e obteve mais numerosos frutos que todos os apóstolos e santos daquele século. O interior, porém, desta divina cidade era finíssimo ouro de inexplicável caridade, participada daquela de seu Filho, e tão imediata a do Ser infinito que parecia um raio desta. Não só de ouro preciosíssimo era a cidade, mas também de vidro claro, puro e transparente; era o espelho imaculado onde se reflectia a Divindade, sem outra qualquer coisa além desta divina imagem.

Além disso, era uma tábua cristalina onde se gravara a lei do Evangelho, para que nela, e por ela, fosse ostentada ao mundo todo. Por isso era de cristal transparente e não de pedra opaca (Ex 31, 18), como a de Moisés destinada para um só povo.

Os fundamentos do muro desta grande cidade eram todos de pedras preciosas, porque foi fundada pela mão do Altíssimo. Rico e poderoso sem limites, alicerçou-a sobre o mais precioso, estimável e sólido de seus dons, privilégios e favores, significados nas pedras de maior valor, riqueza e formosura que se conhecem entre as criaturas. (Veja-se o capítulo 19 do primeiro livro).

 

Apocalipse 21,20

20 o quinto de sardónica, o sexto de cornalina, o sétimo de crisólito, o oitavo de berilo, o nono de topázio, o décimo de crisópraso, o décimo primeiro de jacinto e o décimo segundo de ametista.

MCD-T1-151

Sardónica: sofrimento e pureza

289. "O quinto é sardónica" (Ap 21,20).Esta pedra é transparente e sua tonalidade aproxima-se do encarnado claro, ainda que seja composta de três cores em gracioso conjunto: na parte inferior preto, no meio branco e na superior rosado. O mistério desta pedra e suas cores, simboliza tanto a Mãe como seu Filho santíssimo. O negro exprime, em Maria, a parte inferior e terrena do corpo escurecido pela mortificação e sofrimento; no de seu Filho santíssimo, os tormentos sofridos pelas nossas culpas (Is 53,2). O branco significa a pureza da alma da virgem Mãe e a de Cristo, nosso bem. O rosado figura, em Cristo, a divindade unida hipostaticamente à humanidade. Em Maria, a participação do amor de seu Filho santíssimo com os resplendores da Divindade a Ela comunicados.

Por este fundamento foi concedido à grande Rainha do Céu, interceder para que os frutos da Encarnação e Redenção fossem eficazes aos seus devotos. Para conseguirem este benefício, alcança-lhes particular devoção aos mistérios e à vida de Cristo Senhor nosso.

 

Sárdio: amor de Deus

290. "O sexto é sárdio". Esta pedra também é transparente. Por imitar a clara chama do fogo, significou o dom concedido à Rainha do Céu, de em seu coração, sempre arder a chama do divino amor. Este incêndio nunca se apagou nem se interrompeu em seu peito. Desde o instante de sua Conceição, em que foi aceso este fogo, sempre cresceu e, no supremo grau possível em pura criatura, arde e arderá por toda a eternidade.

Aqui foi concedido à Maria Santíssima especial privilégio para dispensar o influxo do Espírito Santo, seu amor e dons, a quem os pedir mediante sua intercessão.

 

MCD-T1-154

Crisólito: amor à Igreja.

291. "O sétimo é crisólito". Esta pedra é cor de ouro refulgente assemelhando-se ao fogo, mais visível à noite que durante o dia. Simboliza o ardente amor que Maria Santíssima teve à Igreja militante, a seus mistérios e especialmente à lei da graça. Este amor brilhou mais durante a noite que desceu sobre a Igreja, depois da morte de seu Filho Santíssimo. Refulgiu no magistério que esta grande Rainha desempenhou nos princípios da lei evangélica, e no fervor com que pediu seu estabelecimento e Sacramentos. Em tudo cooperou, - como em seus lugares direi - com ardentíssimo amor pela salvação humana, tendo sido a única que soube e pôde fazer digno apreço da santíssima lei de seu Filho.

Dotada com este amor, desde sua imaculada Conceição, -e preparada para coadjutora de Cristo nosso Senhor, foi-lhe concedido este especial privilégio: alcançar, para quem a invocar, a graça de bem se dispor para a recepção dos sacramentos da santa Igreja sem opor impedimentos a seus efeitos e fruto espiritual.

 

Berilo: fé e esperança

292. "O oitavo é berilo", de cor verde amarelada, semelhante à oliva e muito brilhante.

Representa as singulares virtudes da fé e esperança comunicadas à Maria Santíssima em sua Conceição. Acompanhava-as especial luz para empreender coisas árduas e superiores, como efectivamente realizou para glória de seu Criador.

Foi-lhe concedido com este dom, comunicar a seus devotos fortaleza e paciência nas tribulações e dificuldades.

Dispensa aquelas virtudes e dons, por graça da divina fidelidade e assistência do Senhor.

 

Topázio: casta virgindade

293. O nono é topázio". Esta pedra é transparente, roxa e muito preciosa. Exprimiu a honestíssima virgindade de Maria Senhora nossa, unida à sua divina maternidade, dons que Ela estimou e agradeceu humildemente durante toda a vida. No momento de sua Conceição, pediu ao Altíssimo a virtude da castidade, prometendo guardá-la enquanto fosse viadora. Conheceu, então, que esta rogativa lhe era concedida muito além de seus votos e desejos, não apenas para ela, mas também para ser guia e mestra das almas virgens e castas, suas devotas. Por sua intercessão, alcançariam estas virtudes e a perseverança nelas.

 

Crisópraso: esperança

294. "O décimo é crisópraso” cuja cor é verde, um pouco dourada. Símbolo da firmíssima esperança realçada pelo amor de Deus, concedida a Maria Santíssima em sua Conceição. Esta virtude foi inabalável em nossa Rainha e comunicou às demais este mesmo efeito. Essa estabilidade fundava-se na constância imutável de seu generoso ânimo em todos os trabalhos e ocorrências de sua vida santíssima, especialmente na morte e paixão de seu benditíssimo Filho. Com este benefício, foi-lhe outorgado ser eficaz medianeira junto ao Altíssimo, para obter aos seus devotos a virtude da firme esperança.

 

MCD-T1-155

Jacinto: amor misericordioso

295. "O undécimo é jacinto" de  perfeita cor violácea. Neste fundamento encerra-se o amor pela redenção do género humano. Infundido em Maria Santíssima desde sua Conceição, era antecipadamente participado daquele que levaria seu Filho e nosso Redentor a dar a vida pelos homens. Como este sacrifício seria a origem da salvação dos pecadores e justificação das almas, com este amor que lhe durou toda a vida, foi concedido a esta grande Rainha, o privilégio de interceder por qualquer espécie de pecadores, por grandes e abomináveis que fossem. Nem um sequer seria excluído do fruto da Redenção e justificação, se a invocasse fervorosamente, alcançando por esta poderosa Senhora e Advogada, a vida eterna.

 

Ametista: poder sobre o inferno

296. "O duodécimo é ametista" de cor refulgente com reflexos violáceos. O mistério desta pedra ou fundamento é análogo ao primeiro. Significa certo género de poder concedido a Maria Santíssima em sua Conceição, contra as forças do inferno. Sentiam os demónios sair Dela uma força que, mesmo sem sua acção pessoal, os atormentava, caso quisessem se lhe aproximar.

Foi-lhe concedido este privilégio pelo incomparável zelo desta Senhora em defender a honra e glória de Deus. Em virtude deste singular benefício, tem Maria Santíssima particular poder para expelir os demónios dos corpos humanos, mediante a invocação de seu dulcíssimo nome. E ele tão poderoso contra estes espíritos malignos, que só de ouvi-lo ficam vencidos e aniquilados.

Estes são, em resumo, os mistérios dos doze fundamentos sobre os quais Deus edificou sua cidade santa, Maria. Ainda que contenham muitos outros mistérios a respeito das graças que recebeu, não é possível explicar tudo inteiramente. No decurso desta história, porém, irão sendo manifestados, segundo a luz e capacidade que Deus me conceder para os declarar.

 

 

Apocalipse 21,21

21 As doze portas são doze pérolas. Cada uma das portas é feita de uma só pérola. A praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente.

MCD-T1-155

Maria, porta do Céu

297. Prossegue o Evangelista: "As doze portas são doze pérolas, cada porta de uma pérola" (Ap 21,21). O grande número de portas nesta cidade traduz que, por Maria Santíssima e sua inefável dignidade e merecimentos, a entrada para a vida eterna fez-se tão feliz quão gratuita. Era como devido à excelência desta Rainha que nela se exaltasse a infinita misericórdia do Altíssimo. Por Ela seriam abertos inúmeros caminhos para a Divindade se comunicar e para todos os mortais entrarem em sua participação, caso quisessem passar pelos méritos e poderosa intercessão de Maria Santíssima.

A grandiosidade, valor, formosura e preciosidade destas doze portas que eram de pérolas, manifesta o valor da dignidade e das graças desta Imperatriz das alturas, e a suavidade de seu dulcíssimo nome para atrair os mortais a Deus. Conheceu Maria Santíssima a graça que o Senhor lhe fazia de ser, através de seu Filho Unigénito, medianeira única do género humano, e despenseira dos tesouros de sua divindade. Usando deste privilégio, soube a prudente e oficiosa Senhora tomar tão preciosos e belos os méritos de suas obras e dignidade, que arrebata de admiração os bem-aventurados do Céu. Assim, foram as portas desta cidade preciosas pérolas, tanto para Deus como para os homens.

 

O interior de Maria

298. “E a praça desta cidade era de ouro puríssimo como vidro transparente" (Ap 21,21).

A praça desta cidade de Deus, Maria Santíssima, é seu interior, onde, como em lugar público, reúnem-se as faculdades da alma. Al i se realiza o comércio e as actividades da cidade da alma, com tudo o que nela entra pelos sentidos ou por outros caminhos.

Esta praça, em Maria Santíssima, foi de ouro lúcido e puríssimo, porque era construída de sabedoria e amor divino. Ali nunca existiu tibieza, ignorância ou inadvertência; todos os seus pensamentos foram altíssimos e seus afectos inflamados em imensa caridade.

Nesta praça cônsul taram-se os mistérios altíssimos da Divindade. Ali despachou-se aquele fiat mihi (Lc 1, 38) que deu princípio à maior obra que Deus haja feito nem fará jamais. Ali nasceram e foram ponderadas inumeráveis rogativas para serem apresentadas no tribunal de Deus a favor da humanidade.

Ali estão depositadas riquezas que bastariam para tirar da pobreza o mundo inteiro, se todos participassem no comércio desta praça. É também praça armada contra o demónio e todos os vícios, pois no interior de Maria puríssima habitaram graças e virtudes que a tornaram terrível contra o inferno, enquanto para nós são força e virtude para vencê-lo.

 

MCD-T4-34

Maria, caminho da felicidade

31. "Cada porta desta cidade era de uma pérola. Doze portas, doze pérolas. A praça era de ouro puro como vidro translúcido. Nela não havia templo, porque seu templo é o próprio Deus omnipotente e o Cordeiro (Ap 21,21)".

 

Apocalipse 21,22

22 Não vi na Cidade nenhum Templo, pois o seu Templo é o Senhor, o Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro.

MCD-T1-156

Deus em Maria, e Maria em Deus

299. "Na cidade não há templo porque o Senhor Deus omnipotente e o Cordeiro é o seu templo” (Ap 21,22). Nas cidades, o templo destina-se ao culto de Deus e à oração. Seria grande falta, se na cidade de Deus não houvesse templo à altura de sua grandeza e excelência. Nesta cidade de Maria Santíssima, porém, houve templo tão sagrado, que o mesmo Deus omnipotente e o Cordeiro, a divindade e a humanidade de seu Filho Unigénito, foram seu templo. Nela habitaram como em seu legítimo lugar, e ali foram adorados e reverenciados, em espírito e verdade (Jo 4, 23), mais dignamente que em todos os templos do mundo. Por sua vez, a humanidade e a Divindade de Cristo foram também templo para Maria puríssima, porque nelas esteve encerrada como numa habitação e tabernáculo (SI 92, 5).

Como ao templo é devida a santidade em qualquer momento, nele nunca cessou de adorar, dar culto e orar a Deus e ao Verbo encarnado em seu seio. Deste modo, estava em Deus e no Cordeiro como em seu templo.

Por este motivo, ao considerar esta divina Senhora, sempre a devemos imaginar na Divindade e em seu Filho santíssimo, como que encerrada num templo. Então, entenderemos que atos e operações de amor, adoração e reverência realizaria; que delícias gozaria com o Senhor e que súplicas faria a favor do género humano.

Em Deus, compreendia a grande necessidade da redenção humana, inflamava-se em caridade e pedia e suplicava do íntimo do coração, a salvação dos mortais.

 

MCD-T4-34

Maria, caminho da felicidade

31. "Cada porta desta cidade era de uma pérola. Doze portas, doze pérolas. A praça era de ouro puro como vidro translúcido. Nela não havia templo, porque seu templo é o próprio Deus omnipotente e o Cordeiro (Ap 21,22)".

Quem chega a esta cidade santa de Maria e nela entra pela fé, esperança, veneração, piedade e devoção, achará a preciosa pérola de sua protecção que o tornará feliz, rico e próspero nesta vida, e na outra bem-aventurada. Não sentirá medo de entrar nesta cidade de refúgio, porque suas portas são amáveis e cobiçáveis como preciosas e ricas pérolas. Nenhum dos mortais terá desculpa, se não se valer de Maria Santíssima e sua dulcíssima piedade pelos pecadores, pois nela nada houve que deixasse de os atrair a si e ao caminho da eterna vida.

Se as portas são tão ricas e belas, mais o será o interior, a praça desta admirável cidade. É de finíssimo e brilhante ouro de ardentíssimo amor e desejo de receber a todos, e enriquecê-los com os tesouros da felicidade eterna. Para isto, se manifesta a todos, com sua claridade e luz; e ninguém encontrará nela trevas de falsidade e engano.

Nesta cidade santa de Maria encontrava-se, por especial modo, Deus e o Cordeiro, seu Filho sacramentado. Por isto, nela não vi outro templo, nem propiciatório, além do mesmo Deus omnipotente e o Cordeiro. Tampouco era necessário que nesta cidade houvesse templo, onde orar e pedir com acções e cerimonias, como se faz nos outros templos. O próprio Deus e seu Filho eram seu templo, atentos e propícios para atender todas orações e rogos que oferecia pelos fiéis da Igreja.

 

Apocalipse 21,23

23 A Cidade não precisa do sol nem da Lua para ficar iluminada, pois a glória de Deus a ilumina e sua lâmpada é o Cordeiro.

MCD-T1-35

Em tudo isto manifesta-se viver Cristo em mim, com sua virtude e luz que sempre brilha nas trevas. E propriamente estar nos átrios da casa do Senhor, porque a alma se encontra onde se reflecte a claridade da lâmpada do Cordeiro (Ap 21,23).

 

MCD-T1-157

Maria, instruída só por Deus

300. Diz também o Evangelista: "A cidade não tem necessidade do sol nem da Lua que a iluminem, porque a claridade de Deus a iluminou e sua lâmpada é o Cordeiro" (Ap 21,23).

Na presença de uma claridade mais forte e refulgente que a do sol ou d a Lua, estes já não são necessários. Tal acontece no Céu empíreo onde existem infinitos sóis, e não lhe faz falta este que nos alumia, ainda que seja tão resplandecente e formoso.

Para Maria Santíssima, nossa Rainha, não foi necessário outro sol ou Lua de criaturas que a iluminassem e guiassem, porque só Ela agradou a Deus mais que todas. Tampouco sua sabedoria, santidade e perfeição pôde ter outro mestre e árbitro que o mesmo Sol de justiça, seu Filho Santíssimo. Todas as demais criaturas foram ignorantes para ensiná-la a merecer ser digna Mãe de seu Criador, em cuja escola aprendeu a ser humilíssima e obedientíssima entre todos os humildes e obedientes.

Instruída pelo mesmo Deus, nem por isso deixou de consultar e obedecer, até aos mais inferiores, nas coisas que convinha lhes obedecer. Singular discípula Daquele que emenda os sábios, aprendeu com Ele esta divina sabedoria.

 

MCD-T4-26

Chamou também Céu novo e Terra nova a pátria dos viventes, renovada com a lâmpada do Cordeiro (Ap 21,23), com os despojos de seu triunfo e com a presença de sua Mãe. Reis verdadeiros, ao tomarem posse do reino eterno, renovaram-no pelo novo gozo que comunicaram a seus antigos moradores. Esta alegria procedeu da sua presença e dos novos filhos de Adão que trouxeram para povoar o Céu, como cidadãos e familiares que jamais o perderão.

Com esta novidade, terminou o primeiro Céu e a primeira Terra, por diversos motivos. O Céu da Humanidade santíssima de Cristo e o de Maria, onde Cristo viveu como num primeiro Céu, subiram às eternas moradas, levando a elas a Terra da natureza humana. Por sua vez os homens passaram do antigo Céu e Terra da natureza passível, aos novos do estado da impassibilidade. Foram-se os rigores da justiça e chegou o descanso. Passou o inverno dos sofrimentos (Ct 2,11) e chegou o verão do eterno gozo e alegria.

Acabou também a primeira Terra e Céu dos mortais, porque entrando Cristo, nosso bem, com sua Mãe Santíssima na celestial Jerusalém, quebraram-se as fechaduras e cadeados que a conservavam fechada há cinco mil duzentos e trinta e três anos. Neste tempo os mortais nela não podiam entrar, enquanto a divina justiça não fosse satisfeita pela reparação do pecado.

Maria, novo Céu e nova Terra

17. Maria santíssima, em particular, foi novo Céu e nova Terra, ao subir ao Céu com seu Filho e Salvador Jesus. Ai tomou posse, à sua destra, na glória da alma e do corpo, sem haver passado pela morte comum a todos os filhos dos homens. Em sua condição humana, Ela já era Céu onde, por modo especialíssimo, vivia a Divindade. Agora, por ordem admirável, passou a ser novo Céu e nova Terra, onde habitava Deus com suma glória entre todas as criaturas.

Por esta renovação, nesta Terra habitada por Deus, não existia mar. Para Ela, Maria, teriam terminado as amarguras e tormentos dos trabalhos se aceitasse permanecer, desde aquela hora, naquele felicíssimo estado. Para os outros que, em alma e corpo ou só em alma, ficaram na glória, tampouco houve mar de borrascas e perigos, como havia na primeira Terra do estado mortal.

 

MCD-T4-34

Permanência eucarística em Maria

32. "Não tinha necessidade da luz do sol ou da Lua, porque a claridade de Deus a iluminava e sua lâmpada é o Cordeiro (Ap21,23)".

Depois que da destra de seu Filho Santíssimo nossa Rainha voltou ao mundo seu espírito não foi ilustrado pelo modo comum dos outros santos, nem como o que gozava antes da Ascensão. Em recompensa da clara visão e fruição que renunciava para voltar à Igreja militante, foi-lhe concedida outra visão abstractiva e permanente da Divindade, correspondente, na devida proporção, à fruição celeste. Por este especial modo, participava do estado dos compreensores, não obstante encontrar-se no de viadora.

Além deste privilégio, recebeu também em seu peito, o da permanência sacramentai de seu Filho, sob as espécies do pão, como em seu legítimo sacrário. Estas espécies não se consumiam até receber outras novamente. Deste modo, enquanto viveu no mundo, depois que desceu do Céu, sempre teve consigo seu Filho e Deus verdadeiro sacramentado.

Por uma particular visão, contemplava-o em Si mesma, sem precisar procurar sua real presença fora de si. Possuía-o em seu peito, para dizer com a Esposa (Ct 3,4):'1 Possuo-o e não o largarei''. Com tais

favores, não pôde haver noite nesta cidade santa, não precisava a luz da graça para iluminá-la como a Lua, nem teve necessidade de outros raios do sol da justiça. Possuía a plenitude, e não apenas uma parte, como os demais santos.

 

Apocalipse 21,24

24 As nações caminharão à sua luz, e os reis da Terra trarão a sua glória para ela.

MCD-T1-157

Maria, luz para as criaturas

Veio a ser tão sábia que o Evangelista pôde dizer:

301. "E as nações caminharão à sua luz" (Ap 21,24).

Se Cristo, Senhor nosso, chamou aos doutores e santos, luzes acesas (Mt 5, 34) sobre o candelabro da Igreja para a iluminarem; se o esplendor da luz derramada pelos patriarcas, profetas, apóstolos, mártires e doutores, encheram a Igreja católica de tanta claridade que ela parece um Céu com muitos sóis e Luas - que se poderá dizer de Maria Santíssima, cuja luz e esplendor excede incomparavelmente, a todos os mestres e doutores da Igreja, e ainda aos mesmos anjos do Céu? Se os mortais tivessem olhos abertos para ver estas luzes de Maria Santíssima, Ela só bastaria para iluminar a todo o homem que vem a este mundo e encaminhá-lo pelas sendas rectas da eternidade. E porque todos os que chegaram ao conhecimento de Deus, foi caminhando com a luz desta

santa cidade, diz S. João: "As nações caminharão à sua luz”.

A isto segue-se também:

 

Maria conduz os chefes e governantes

302. "E os reis da (erra lhe trarão a sua glória e a sua honra" (Ap 21,24).

Felicíssimos serão os reis e governantes que, pessoalmente e por seus estados, trabalharem com desvelo para cumprir esta profecia. Todos assim deveriam fazer.

Bem-aventurados os que assim procederem, devotando-se com íntimo afecto à Maria Santíssima; empregando a vida, honra, riquezas e grandezas de seu poder e estados na defesa desta cidade de Deus; em estender sua glória pelo mundo, e enaltecer seu nome na santa Igreja, contra a louca ousadia dos infiéis e hereges.

Com íntimo sentimento, admiro-me que os príncipes católicos não se esforcem por empenhar esta Senhora, invocando-a nos perigos - que para os príncipes são maiores - e para nela encontrar refúgio, protecção, intercessora e advogada.

Se os perigos são grandes para os reis e potentados, lembrem-se que não é menor sua obrigação de serem agradecidos. Diz a sagrada Escritura que, por esta Rainha reinam os reis (Pr 8,15-16), mandam os príncipes, os grandes e poderosos administram a justiça. Ama aos que a amam, e os que a glorificam conseguirão a vida eterna, porque agindo por Ela não pecarão

(Eclo 14,31).

 

Maria, protectora da Igreja e extirpadora das heresias

303. Não quero esconder a luz que muitas vezes me tem sido dada, e em particular agora, para que a manifeste. Tenho entendido, no Senhor, que todas as aflições da Igreja católica e os trabalhos que padece o povo cristão, sempre se reparam por meio da intercessão de Maria Santíssima.

Em nosso atribulado século, quando a soberba dos hereges tanto se levanta contra Deus; quando sua Igreja está tão chorosa e aflita, com tão lamentáveis misérias, só há um único remédio: voltarem-se os reinos e reis católicos à Mãe da graça e misericórdia, Maria Santíssima.

Empenhem-na com algum singular serviço no aumento de sua devoção e glória em toda a Terra, para que se inclinem para nós e nos acolha com misericórdia. Em primeiro lugar, alcance graça de seu Filho Santíssimo para se reformarem os vícios tão escandalosos, que o inimigo semeou no povo cristão.

Em seguida, por sua intercessão, aplaque a ira do Senhor que tão justamente os castiga e ameaça com maiores açoites e desgraças. Da reforma e emenda de nossos pecados, seguir-se-á a vitória contra os infiéis e extirpação das falsas seitas que oprimem a santa Igreja, pois Maria Santíssima é o cutelo que as degola e as extermina do mundo inteiro.

 

MCD-T1-158

Consequências de não recorrer a Maria

304. Actualmente, o mundo experimentou o dano deste esquecimento. Se os príncipes católicos não alcançam êxito no governo de seus reinos, na conservação e aumento da fé católica, no combate de seus inimigos, nas guerras contra os infiéis, tudo sucede porque não atinam com este norte para se guiarem. Não visaram Maria como princípio e fim imediato de suas obras e pensamentos, esquecidos que esta Rainha anda pelos caminhos da justiça para ensiná-la, desejando levá-los por ela e enriquecer aos que a amam (Pr 8,20).

 

Exortação aos chefes religiosos e civis

305. Ó Príncipe e Cabeça da santa Igreja católica, ó Prelados, também chamados príncipes dela! - Ó católico Príncipe e Monarca da Espanha, a quem por natural obrigação, por singular afecto e por ordem do Altíssimo, dirijo esta humilde, porém, sincera exortação!

- Lançai vossa coroa e monarquia aos pés desta Rainha do Céu e da Terra; procurai a Restauradora da humanidade, recorrei a quem, com o poder divino, está acima de todo o poder dos homens e do inferno; voltai vossos afectos àquela que tem em suas mãos as chaves da vontade e tesouros do Altíssimo; levai vossa honra e glória a esta santa cidade de Deus (Ap 21,24) que a deseja, não por precisar aumentar a dela, mas para melhorar e aumentar a vossa.

- Oferecei-lhe com vossa piedade católica, e de todo o coração, algum grande e agradável obséquio, a cuja recompensa estão ligados infinitos bens: a conversão dos gentios, a vitória contra os hereges e pagãos, a paz e a tranquilidade da Igreja, nova luz e auxílios para melhorar os costumes, e vos fazer grande e glorioso rei, nesta e na outra vida.

 

Exortação à Espanha

306. - Ó monarquia da Espanha, ditosa por ser católica! Se à firmeza e zelo da fé que, sem merecer, recebeste da destra do Omnipotente, acrescentasses o santo temor de Deus exigido pela profissão desta fé, com que foste distinguida entre todas as nações do orbe!

- Oh! se para conseguir este fim e cúmulo de tuas felicidades, todos teus moradores se enchessem de ardente fervor na devoção de Maria Santíssima! Como resplandeceria tua glória, como serias iluminada, amparada e defendida por esta Rainha! Teus reis católicos seriam enriquecidos pelos tesouros do alto, e por ti a suave lei do evangelho seria propagada por todas as nações.

- Lembra que esta grande Princesa honra aos que a honram, enriquece aos que a procuram, glorifica aos que a exaltam, e defende aos que nela esperam.

- E para exercitar contigo estes ofícios de singular mãe e usar de novas misericórdias, asseguro que espera e deseja que a empenhes, suplicando seu maternal amor.

- Lembra-te, porém, que Deus de ninguém tem necessidade (SI 15,2) e é poderoso para das pedras fazer filhos de Abraão (Lc 3,8). Se te tomas indigna de tantos bens, reservará esta glória para quem lhe aprouver e menos a desmerecer.

 

Glorificar a imaculada Conceição

307. Para saberes qual o serviço que actualmente muito agradará esta Rainha e Senhora de todos, entre os muitos que te inspirar a devoção e piedade, trabalha pelo mistério de sua Imaculada Conceição. Considera como ele se encontra em toda a Igreja, e o que falta para assegurar com firmeza os fundamentos desta cidade de Deus - Ninguém julgue esta advertência como de mulher fraca e ignorante, ou nascida de particular devoção e amor ao estado que professo, sob o nome e religião de Maria sem pecado original. Para mim basta minha crença e a luz que nesta História tenho recebido. Não é para mim esta exortação, nem a daria só por meu juízo e parecer. Obedeço ao Senhor que faz os mudos falarem e torna eloquentes a língua das criancinhas (Sb 10, 21).

 

MCD-T4-35

Nossa Senhora, Mãe da Igreja

33. "As nações caminharão à sua luz e os reis da Terra lhe trarão sua glória e a sua honra (Ap 21,24).

Nenhuma escusa terão os desterrados filhos de Eva se, com a divina luz que Maria Santíssima trouxe ao mundo, não caminharem à verdadeira felicidade. Para iluminar sua Igreja em suas origens, enviou-a do Céu seu Filho e Redentor e a deu a conhecer aos primogénitos desta Igreja santa. Em seguida, na sucessão dos tempos foi manifestando sua grandeza e santidade por meio dos maravilhosos benefícios que esta grande Rainha operou a favor dos homens.

Nestes últimos séculos, os actuais, aumentará sua glória, dando novo esplendor ao seu conhecimento. Isto porque a Igreja terá grande necessidade de sua poderosa intercessão e amparo, para vencer o mundo, o demónio e a carne. Por culpa dos mortais, estes inimigos conquistaram maior domínio e força para impedir-lhes a graça, e fazê-los mais indignos da glória.

Contra esta nova malícia de Lúcifer e seus sequazes, quer o Senhor opor os méritos e súplicas de sua Mãe puríssima, e a revelação que envia ao mundo de sua vida e poderosa intercessão. Ela será o sagrado refúgio dos pecadores, para todos irem a Ele por este caminho tão recto, seguro e cheio de luz.

 

Apocalipse 21,25

25 Suas portas nunca se fecharão de dia, - pois aí jamais haverá noite

MCD-T1-160

E quem se admirar desta liberal misericórdia, advirta o que desta Senhora diz mais o Evangelista:

Ilimitada a bondade de Maria

308. "Suas portas não estarão fechadas durante o dia e ali não há noite" (Ap 21,25)

As portas da misericórdia de Maria Santíssima, nunca estiveram nem estão fechadas. Desde o primeiro instante de sua existência, ao ser concebida, não houve noite de culpa, como nos demais santos, que fechasse as portas desta cidade de Deus.

Como num lugar onde as portas estão sempre abertas, saem e entram livremente todos os que querem, em qualquer tempo e hora: assim, a nenhum dos mortais está vedado que entre livremente ao comércio da Divindade, pelas portas da misericórdia de Maria puríssima.

Ali se derramam os tesouros do Céu sem limitação de tempo, lugar, idade e sexo. Desde sua fundação todos têm podido entrar, pois para isto a construiu o Altíssimo com tantas portas abertas à plena luz.

Desde sua puríssima Conceição, começaram a sair por estas portas misericórdias e benefícios para toda a linhagem humana. Contudo, apesar de tantas portas abertas para distribuir as riquezas da Divindade, a cidade está plenamente segura dos inimigos.

 

MCD-T4-36

Maria, porta do Céu

36. Para maior testemunho e prova da clemência de Maria Santíssima, acrescenta o Evangelista: 4'As portas desta Jerusalém divina nào estão fechadas, nem de dia, nem de noite, para que todas as nações levem a ela sua glória e honra. (Ap 21, 25-26).

Ninguém, por pecador e negligente que tenha sido, infiel ou pagão, chegue com desconfiança às portas desta Mãe de misericórdia. Quem se quis privar da glória que gozava à destra de seu Filho, para vir socorrer-nos, não poderá fechar a porta de sua piedade a quem vier, com devoto coração, procurar seu remédio. Quer chegue durante a noite da culpa, quer chegue no dia da graça, a qualquer hora da vida. sempre será recebido e socorrido.

Se aquele que à meia-noite bate à porta do amigo, que realmente o é, e o obriga, ou pela necessidade ou pela importunação, a se levantar para o socorrer e lhe dar os pães que pede (Lc 11,8); que não fará quem é Mãe, e tão piedosa, que chama, espera e convida com o remédio? Não espera que sejamos importunos, porque é pronta em atender aos que a invocam, serviçal em responder, toda suave e dulcíssima em favorecer, e liberal em enriquecer. É o estímulo da misericórdia, razão para o Altíssimo usá-la, e porta do Céu para que entremos na glória, por seus rogos e intercessão.

 

MCD-T4-37

Maria, porta do Céu

36. Para maior testemunho e prova da clemência de Maria Santíssima, acrescenta o Evangelista: 4'As portas desta Jerusalém divina nào estão fechadas, nem de dia, nem de noite, para que todas as nações levem a ela sua glória e honra. (Ap 21,25-26).

Ninguém, por pecador e negligente que tenha sido, infiel ou pagão, chegue com desconfiança às portas desta Mãe de misericórdia. Quem se quis privar da glória que gozava à destra de seu Filho, para vir socorrer-nos, não poderá fechar a porta de sua piedade a quem vier, com devoto coração, procurar seu remédio. Quer chegue durante a noite da culpa, quer chegue no dia da graça, a qualquer hora da vida, sempre será recebido e socorrido.

Se aquele que à meia-noite bate à porta do amigo, que realmente o é, e o obriga, ou pela necessidade ou pela importunação, a se levantar para o socorrer e lhe dar os pães que pede (Lc 11,8); que não fará quem é Mãe, e tão piedosa, que chama, espera e convida com o remédio? Não espera que sejamos importunos, porque é pronta em atender aos que a invocam, serviçal em responder, toda suave e dulcíssima em favorecer, e liberal em enriquecer. É o estímulo da misericórdia, razão para o Altíssimo usá-la, e porta do Céu para que entremos na glória, por seus rogos e intercessão.

 

 

Apocalipse 21,26

26 e a ela trarão a glória e o tesouro das nações.

MCD-T4-35

Assim, acrescenta o texto:

Senhora de todos os Povos

34. Se os reis e príncipes da Terra caminharem com esta luz, e levarem sua honra e glória a esta cidade santa de Maria, e empregarem a grandeza, poder e riquezas de seus Estados para exaltar seu nome e o de seu Filho: tenham certeza de que, se orientarem por este norte, merecerão ser guiados no exercício de seus cargos, pela protecção desta suprema Rainha. Com grande acerto governarão seus Estados ou monarquias.  (Ap 21,26)

Para renovar esta confiança em nossos príncipes católicos, professantes e defensores da santa fé, torno-lhes manifesto o que agora, no decurso desta História, me foi dado a entender a fim de o escrever. O supremo Rei dos reis e Reparador das monarquias, deu a Maria Santíssima o especial título de Patrona, Protectora e Advogada dos reinos católicos.

Com este singular beneficio, determinou o Altíssimo prevenir o remédio das calamidades e tribulações que ao povo cristão, por causa de seus pecados, haviam de sobrevir nos tempos presentes, como dolorosamente o experimentamos.

O dragão infernal voltou sua sanha e furor contra a santa Igreja, notando o descuido das cabeças e membros deste corpo místico, ocupados no amor da vaidade e do prazer. A maior parte destas culpas e de seu castigo cabe aos católicos, cujas ofensas, como de filhos, são mais graves. Sabendo a vontade de seu Pai celestial não a querem cumprir mais do que os estranhos.

Sabendo também que o reino dos Céus é obtido por esforço e violência (Mt 11, 12), entregaram-se ao ócio e ao prazer, contemporizando com o mundo e a carne. Este perigoso erro diabólico, o justo juiz castiga por meio do próprio demónio, permitindo-lhe, por seus justos juízos, que aflija a santa Igreja e açoite rigorosamente os seus filhos.

 

Apocalipse 21,27

27 Nela jamais entrará qualquer imundície, nem os que praticam abominação e mentira. Vão entrar somente

aqueles que têm o nome escrito no livro da vida do Cordeiro.

MCD-T1-160

A pureza de Maria

309. "Não entrará nela coisa alguma contaminada, ou quem pratique abominação ou mentira, mas somente aqueles que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro" (Ap 21,27)

Tornando a recordar o privilégio da imunidade desta cidade de Deus.

Maria, termina o Evangelista este capítulo, garantindo-nos que nela jamais entrou coisa manchada, porque lhe foram dados corpo e alma imaculados. Isso não poderia ser dito se houvesse contraído o pecado original, mesmo se depois não entrassem as manchas dos pecados actuais.

Tudo o que entrou nesta cidade santa, foi o que estava escrito na vida do Cordeiro. Foi formada pelo padrão de seu Filho Santíssimo, e de ninguém mais foram suas virtudes copiadas, ainda as mais pequenas, se Nela pôde haver alguma coisa pequena.

E cidade de refúgio para os mortais, mas sob a condição de nela não entrar quem comete abominação e mentira. Nem por isto desistam os manchados e pecadores filhos de Adão, de se dirigirem às portas desta cidade santa de Deus. Se chegarem arrependidos e humilhados em busca da limpeza da graça, só a acharão nas portas desta Rainha e em nenhuma outra.

Ela é limpa, pura, opulenta, e acima de tudo Mãe de misericórdia, doce, amável e poderosa para enriquecer nossa pobreza, e limpar as máculas de todas as nossas culpas.

 

MCD-T4-37

Maria, porta do Céu

Nela nunca entrou coisa contaminada ou mentirosa,,. (Ap 21,27). Nunca se alterou por ódio ou indignação contra os homens, jamais se encontrou nela engano, culpa ou defeito. Nada lhe falta de quanto se pode desejar para socorro dos mortais. Não temos desculpa, se não nos aproximarmos com humilde gratidão, pois com sua pureza também nos purificará. Ela possui a chave das fontes do Redentor, da qual Isaias nos diz para tirarmos água (Is 12,3). Inclinada por nossos rogos, sua intercessão gira a chave e as águas correm para nos lavar perfeitamente. Assim seremos admitidos em sua felicíssima companhia e na de seu Filho e Deus verdadeiro, por toda a eternidade.

 

Capítulo 22  

 

 

Apocalipse 22,1

1 O Anjo mostrou para mim um rio de água viva; era brilhante como cristal; o rio brotava do trono de Deus e do Cordeiro

MCD-T1-51

O Filho de Deus seria cabeça e protótipo de todos os demais homens e criaturas, a quem todos se referissem e subordinassem. Esta era a melhor ordem e disposição da harmonia das criaturas: haver um ser que fosse primeiro e superior, e a partir dele se ordenasse toda a natureza, em particular, a dos homens. Entre estes, a primeira era a Mãe do Homem-Deus, suprema pura criatura, a mais próxima de Cristo e, por Ele, da divindade.

Por esta ordem foram orientados os canais da fonte cristalina. Do trono da divina natureza correm, primeiro para a humanidade do Verbo (Ap 22,1), e em seguida para sua Mãe Santíssima, no grau e modo possível à pura criatura, e conveniente à criatura Mãe do Criador.

O conveniente era que nela se estreassem todos os divinos atributos, sem lhe ser negado nenhum, e na medida de sua capacidade. Seria inferior somente a Cristo, e superior em incomparáveis graus de graça, a todo o resto das criaturas. Esta foi a ordem tão bem disposta pela Sabedoria:

tudo começar por Cristo e sua Mãe.

 

Apocalipse 22,2

2 No meio da praça, de cada lado do rio, estão plantadas árvores da vida; elas dão fruto doze vezes por ano; todo mês elas frutificam; suas folhas servem para curar as nações.

Apocalipse 22,3

3 Nunca mais haverá maldições. Nela estará sempre o trono de Deus e do Cordeiro, seus servos lhe prestarão culto.

Apocalipse 22,4

4 Verão sua face, e seu nome estará sobre suas frontes.

Apocalipse 22,5

5 Não haverá mais noite: ninguém mais vai precisar da luz da lâmpada, nem da luz do sol. Porque o Senhor

Deus vai brilhar sobre eles, e eles reinarão para sempre.

Epílogo: Jesus vem logo.

Apocalipse 22,6

6 Então o Anjo me disse: “Estas palavras são fiéis e verdadeiras, pois o Senhor, o Deus que inspira os profetas, enviou o seu Anjo para mostrar aos seus servos o que deve acontecer muito em breve.

Apocalipse 22,7

7 Eis que eu venho em breve. Feliz aquele que observa as palavras da profecia deste livro.”

Apocalipse 22,8

8 Eu, João, fui ouvinte e testemunha ocular dessas coisas. Tendo-as visto e ouvido, ajoelhei-me para adorar o Anjo, aquele que me havia mostrado essas coisas.

Apocalipse 22,9

9 Mas ele não deixou: “Não! Não faças isso! Eu sou servo

como tu, como os teus irmãos, os profetas, e como aqueles que observam as palavras deste livro.

É a Deus que tu deves adorar.”

Apocalipse 22,10

10 O Anjo falou ainda: “Não guarde em segredo as palavras da profecia deste livro, pois o tempo está próximo.

Apocalipse 22,11

11 O injusto, que continue com sua injustiça; o sujo, que continue com suas sujeiras; o justo, pratique ainda a justiça; o santo, continue a se santificar!

 

 

Apocalipse 22,12

12 Eis que venho em breve, e comigo trago o salário para retribuir a cada um conforme o seu trabalho.

 

 

Apocalipse 22,13

13 Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o último, o Princípio e o Fim.

Apocalipse 22,14

14 Felizes aqueles que lavam suas roupas para terem poder sobre a árvore da Vida, e para entrarem na Cidade pelas portas.

Apocalipse 22,15

15 Vão ficar de fora os cães, os feiticeiros, os imorais, os assassinos, os idólatras, e todos os que amam ou praticam a mentira.”

Apocalipse 22,16

16 Eu, Jesus, enviei o meu Anjo. Ele atestou para vós todas essas coisas a respeito das igrejas. Eu sou o Rebento da família de Davi, a brilhante estrela da manhã.

Apocalipse 22,17

17 O Espírito e a Esposa dizem: “Vem!” Aquele que escuta isso, também diga: “Vem!” Quem estiver com sede, venha! E quem quiser, receba de graça a água da vida.

Apocalipse 22,18

18 A quem está escutando as palavras da profecia deste livro, eu declaro: “Se alguém acrescentar qualquer coisa a este livro, Deus vai acrescentar a essa pessoa as pragas que aqui estão descritas.

Apocalipse 22,19

19 E se alguém tirar alguma coisa das palavras do livro desta profecia, Deus vai retirar dessa pessoa a sua parte na árvore da Vida e na Cidade Santa, que estão descritas neste livro.”

Apocalipse 22,20

20 Aquele que atesta essas coisas diz: “Sim! Venho muito em breve.” Amen! Vem, Senhor Jesus!

 

 

Apocalipse 22,21

21 A graça do Senhor Jesus esteja com todos. Amen!

 

 

 

 

Fim do Apocalipse. Amen!

 

 

 

 

 

 

 Ajuda à interpretação da citação dos “mil anos  

Para ajudar a interpretar as passagens apocalípticas que citam os controversos mil anos, e que deram origem à grave heresia do Milenarismo e a más interpretações dos Novos Céus e Nova Terra, apresento a seguir dos versículos do Capítulo 20, uma possível interpretação lógica, razoável e que se coaduna com a Doutrina Católica.

Texto do Apocalipse

Interpretação possível

Notas

Apocalipse 20,1

1 Depois disso vi um Anjo descer do céu. Nas mãos tinha a chave do Abismo e uma grande corrente.

 

Vemos nos versículos seguintes de que há dois acontecimentos distintos tratados:

- O aprisionamento do Dragão e

- A recompensa dos que se sentaram nos tronos.

Também constatamos de que há vários períodos de “mil anos” que são referidos.

Se tentássemos descobrir alguma pista para quando se dariam estes acontecimentos descritos nos seguintes versículos 20,1-7, a mais elucidativa de todas seria sem dúvida a própria data contida na numeração dos versículos - 2017.

É de notar que o Anjo trazia 2 coisas nas mãos, a chave e a corrente, o que indica que se vislumbram dois acontecimentos - o acorrentamento e a permanência no Abismo, isto é, 2 períodos de mil anos, aproximadamente…

Retirando a vírgula e o hífen da numeração dos versículos 20,1-7, obtemos um ano 2017, que poderá não ser mais do que uma coincidência, mas certamente intrigante, dada a proximidade dos acontecimentos tão almejados pelo povo de Deus.

Apocalipse 20,2

2 Ele agarrou o Dragão, a antiga Serpente, que é o Diabo e Satanás, e o acorrentou por mil anos.

 

Quem foi acorrentado foi o Dragão, mas não todos os demónios ou anjos caídos, pois esses continuaram a tentar os homens.

O Dragão foi acorrentado durante mil anos, logo após a morte de Cristo, pois foi um castigo bem merecido por aquilo que tinha acabado de conseguir - a condenação e morte de Jesus Cristo.

 

Apocalipse 20,3

3 Atirou-o dentro do Abismo. Depois trancou e lacrou o Abismo, para que o Dragão não seduzisse mais as nações da terra, até que terminassem os mil anos. Depois disso, o Dragão vai ser solto, por um pouco de tempo.

Depois de ter sido acorrentado durante mil anos, foi lançado no Abismo por mais outros mil anos, o que nos traz até o ano 2017.

A seguir a ser solto, depois de concluídos os seus dois mil anos de acorrentado e preso no abismo, vai lançar o seu último ataque à cristandade.

 

Apocalipse 20,4

4 Vi então tronos, e os que se sentaram nos tronos receberam o poder de julgar.

Vi também as vidas daqueles que foram decapitados por causa do Testemunho e da Palavra de Deus.

Vi também as vidas daqueles que não tinham adorado a Besta, nem a imagem dela, nem tinham recebido na fronte ou na mão a marca da Besta.

Eles voltaram a viver e reinaram com Cristo durante mil anos.

 

Depois destes eventos relacionados com o Dragão, São João vê a recompensa bem merecida dos que se irão sentar nos tronos, e que julgarão todos os condenados ao inferno, durante o Juízo Universal, tl como dito em Lucas 22,30 e em 1 Coríntios 2.

Estes que se sentaram nos tronos, foram os mártires da Igreja e os que perderam a vida, resistindo heroicamente no período da Besta ou anticristo. O eles terem voltado a viver, afirma que morreram, e por isso, foi esta a primeira ressurreição, como afirmado no versículo seguinte, mas que se refere a esta ressurreição. Pois se os outros só voltaram à vida depois dos mártires, a deles não pode ser a primeira!

A heroicidade, dos mártires e dos eleitos na luta contra a Besta, mereceram-lhes a honra de reinarem com Cristo nos Novos Céus e Nova Terra, durante mil anos. Note-se que não está dito que o reino de Cristo só durará mil anos, mas somente que os eleitos reinarão mil anos, num Reino de Cristo que será para sempre.

Lucas 22,30

30 E vocês hão de comer e beber à minha mesa no meu Reino, e sentar-se em tronos para julgar as doze tribos de Israel.

 

1 Coríntios 2

2 Então vocês não sabem que os cristãos é que vão julgar o mundo? E se é por vocês que o mundo vai ser julgado, seriam vocês indignos de julgar coisas menos importantes?

Apocalipse 20,5

5 Os outros mortos, porém, não voltaram a viver enquanto não terminaram os mil anos. Esta é a primeira ressurreição.

 

Estes outros mortos, só podem ser, por exclusão de partes, aqueles que morreram durante o período do anticristo, mas que levaram a marca da Besta, e que por um acto de grande Misericórdia de Deus e por arrependimento de última hora, ainda conseguiram obter o perdão, mas tinham que sofrer a purificação das suas grandes culpas, por um período de mil anos. Só depois voltaram a viver, ou seja, a ressuscitar para gozarem finalmente da recompensa da Salvação eterna. Estes mil anos foram a sua justa purificação.

 

Apocalipse 20,6

6 Feliz e santo aquele que participa da primeira ressurreição! A segunda morte não tem poder sobre eles e eles serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e com Cristo reinarão durante mil anos.

Esta primeira ressurreição, que lhes dá o direito de se sentarem nos tronos no Juízo Universal, é uma justíssima recompensa, pois que maior honra haverá do que a de Reinar com e ao lado de Cristo durante mil anos?

Os habitantes da Terra que forem arrebatados aos céus com Cristo e que passarem aos Novos Céus e Nova Terra, serão devolvidos ao planeta nos seus corpos glorificados e, falando de certa maneira, reinarão com Cristo, como afirmado no Catecismo da Igreja Católica.

Catecismo da Igreja Católica

§1060 No fim dos tempos, o Reino de Deus chegará à sua plenitude. Então, os justos reinarão com Cristo para sempre, glorificados em corpo e alma; o próprio universo material será transformado. Deus será, então, «tudo em todos» (1 Cor 15,28), na vida eterna

Apocalipse 20,7

7 Depois de se completarem os mil anos, Satanás será solto da prisão do Abismo.

 

Como já se viu, Satanás, que é o Dragão, depois de ter estado acorrentado durante mil anos, durante os quais assistiu à expansão da Igreja sem poder agir, foi preso no Abismo mais outros mil anos. Só será solto para o Armagedon, falado no versículo do Apocalipse 16,16.

Foi exactamente isto que Nossa Senhora disse ao Padre Gobbi:

Gob 13-10-87

Eu porei fim à vossa escravidão 

Faz setenta anos que Eu desci do céu até vós como a Mulher vestida de sol.

Faz setenta anos que o meu adversário Satanás subiu do abismo até vós para manifestar-se como o Dragão Vermelho com todo o seu terrível poder. (Ap 20,3,7).

Vivestes setenta anos escravos do meu adversário, que conseguiu transformar o mundo na cidade da Babilónia, perversa e pecadora, que, com a taça dos prazeres e da luxúria, seduziu todas as nações da terra.

Agora, porém, o período desta escravidão babilónica está para terminar.

Apocalipse 16,16

16 Então os espíritos reuniram os reis no lugar que, em hebraico, se chama Armagedon.

 

Nossa Senhora ao Padre Gobbi está a se referir ao ano de 1917 em que o Dragão Vermelho, o comunismo, estalou na Rússia, e que em 2017 completará o tempo de cem anos, tal como na visão do Papa Leão XIII.

Apocalipse 20,8

8 Ele vai sair e seduzir as nações dos quatro cantos da terra, Gog e Magog, reunindo-os para o combate. O número deles é como a areia do mar.

Apocalipse 20,9

9 Eles se espalharam por toda a terra e cercaram o acampamento dos santos e a Cidade amada. Mas desceu fogo do céu, e eles foram devorados.

Este período de sedução das nações, será o terrível reinado do Anticristo, que culminará com os 3 Dias de Trevas, que acabará de uma vez por todas com o Mal sobre a Terra, de tal maneira que nos Novos Céus e Nova Terra já não existirá mais a acção demoníaca sobre os eleitos de Deus, os tais cento e quarenta e quatro mil de que se fala no Apocalipse 7,4.

Segundo o ensinamento escatológico do Catecismo da Igreja Católica, nada disto se pode passar nos Novos Céus e Nova Terra.

Apocalipse 7,4

4 Ouvi então o número dos que receberam a marca: cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos do povo de Israel.

 

Apocalipse 20,10

10 O Diabo, que tinha seduzido a todos eles, foi jogado no lago de fogo e enxofre, onde já se achavam a Besta e o falso profeta. Lá eles serão atormentados noite e dia para sempre.

Não mais haverá as tentações infernais, pois todos os demónios estarão encerrados no inferno para sempre em conjunto com os seus chefes espirituais - o Diabo, a Besta e os falsos profetas.

Foi exactamente isto que Nossa Senhora disse ao Padre Gobbi:

Gob 07-11-92

O anjo com a chave e a corrente

A minha vitória se cumprirá quando satanás, com o seu poderoso exército de todos os espíritos infernais, for preso dentro do seu reino de trevas e de morte, de onde não poderá mais sair para causar dano ao mundo.

 

O falso profeta, citado neste versículo, não é uma pessoa, mas sim a designação genérica de todos os falsos profetas que surgiram ao longo da história.

 

Esta é a única leitura que encontrei possível e razoável para compatibilizar os Ensinamentos da Igreja, contidos no Catecismo e na Cronologia estabelecida nas Revelações Privadas.

 

 

 Conclusões

As subtilezas encontradas na explicação de muitos versículos do Apocalipse, em particular nos Cadernos de Maria Valtorta, dão-nos uma ideia da profundidade e alcance do texto Apocalíptico.

No entanto, muitas luzes já foram lançadas sobre o enigmático texto Apocalíptico, e a seu tempo, aqueles que tiverem Fé, encontrarão a confirmação das grandes Profecias contidas no Apocalipse, tal como foi ensinado por Jesus a Maria Valtorta:

Cad - 1943 - 9 de Dezembro

“Todas as profecías antigas e modernas apresentam pontos que parecem errados, porque, segundo vós, deviam suceder num determinado período e não se hão produzido. Mas os olhos do meu servo vêem com os Meus Olhos. Vós, em contrapartida, vedes com os vossos. O que o meu servo fala ou repete em Meu Nome, e o que vós credes já superado, pode ser ainda um acontecimento que se cumpra no futuro. Isto para todas as profecias, até as dos maiores espíritos.”

 

Amen!

 

http://www.amen-etm.org/Apocalipse.htm 

 

http://www.amen-etm.org/ExercitoTerrestredeMaria_ficheiros/image007.jpg