I1 - Dissecação dos grandes flagelos da humanidade è
I2 - Explicitação do ambiente de intervenção è
I3 - Desvirtuação das coisas para que foram criadas e sua degeneração è
I4 - Perca de consciência individual e colectiva è
I5 - Identificação do inimigo è
I6 - Explicitação dos meios de intervenção è
I7 - Urgência nas soluções è
I1 - Dissecação dos grandes flagelos da humanidade é
O mundo em que
vivemos está um caos, mergulhado na injustiça, na guerra a todos os níveis
(entre países, entre diferentes etnias, entre diferentes religiões, guerras
institucionais, entre clubes, empresariais, familiares), mergulhado na
poluição, na fome, na doença, no ódio, na concorrência, no consumismo, no ter,
no crime, na imoralidade, na perversão, na exploração, no assassínio de
crianças (o mais grave de todos os flagelos da humanidade).
Não deixa de ser
interessante relembrar o que Fidel de Castro disse no seu discurso de recepção
ao Papa João Paulo II, na sua visita a Cuba.
Discurso de Fidel de Castro, na recepção ao
Papa João Paulo II, na sua visita a Cuba
Hoje, Santo Padre, o genocídio é perpetrado novamente quando,
pela fome, pela doença e pela sufocação económica total, alguns tentam subjugar
este povo a aceitar os ditames e as regras da mais poderosa potência económica,
política e militar da história; muito mais poderosa que a antiga Roma, que
durante séculos mandou as feras devorar aqueles que recusavam abdicar da sua
fé. Como aqueles cristãos horrivelmente chacinados para justificar os crimes,
nós que somos chacinados como eles eram, preferimos mil vezes mais a morte que
abdicar das nossas convicções. A revolução, como a Igreja, também tem muitos
mártires.
Na sua longa peregrinação à
volta do mundo, teve oportunidade de ver comos seus próprios olhos muitas
injustiças, desigualdades e pobreza, terras incultas e agricultores famintos
sem terras, desemprego, fome, doença; vidas que podiam ser salvas com pouco
dinheiro, sendo perdidas por falta dele; analfabetismo, prostituição infantil,
crianças de 6 anos de idade trabalhando ou pedindo esmola para sobreviver;
cidades degradadas onde centenas de milhões vivem em condições degradantes;
descriminação racial e sexual; grupos étnicos totalmente erradicados das suas
terras e abandonados ao seu destino; xenofobia, desprezo por outros povos;
culturas, que foram ou estão sendo destruídas; subdesenvolvimento e empréstimos
usurários, dívidas impossíveis de pagar, trocas injustas, especulações
financeiras ultrajantes; o ambiente sendo brutalmente e talvez
irremediavelmente destruído; corrupção generalizada, narcóticos, vícios e um
consumismo alienador imposto aos povos como um modelo ideológico.
A humanidade viu a sua
população crescer quase 4 vezes só neste século. Há biliões de pessoas a sofrer
fome e sede de justiça; a lista de calamidades humanas económicas e sociais não
têm fim.
Timidamente, mas
com muito interesse, são aflorados temas actuais no livro de António Gentili,
"Quanto falta para o fim", que nos ajudam a ganharmos consciência de
alguns aspectos característicos da sociedade (leia-se selva) em que vivemos.
Livro "Quanto falta para o fim"de
António Gentili
Tensão permanente entre o Leste e o Oeste
A tensão entre o Leste e o
Oeste resume-se e exaspera -se na ameaça nuclear, contra a qual continuamos a
ser avisados por vozes autorizadas, tanto leigas como religiosas: "O mundo
dorme sobre um barril de pólvora e é preciso que todos o saibam Quem assim fala
é A. Zichichi, presidente do centro cultural Ettore Majorana" de Érice,
pequena cidade onde, há anos, se vêm reunindo cientistas nucleares de todo o
mundo, para examinar e possivelmente esconjurar a ameaça atómica.
As suas previsões são
decisivamente catastróficas. Mesmo no caso em que apenas fosse usada "uma
mínima parte dos arsenais isso provocaria entre 500 a 1500 milhões de
vítimas".
Aí se afirmou que o perigo
"das 40.000 bombas atómicas suspensas sobre as nossas cabeças",
"cobriria de gelo o mundo" e o fogo que se ateasse dum conflito
nuclear seria "mais devastador que as próprias irradiações". E são
estes cientistas que nos advertem, a partir da capa do seu "Bulletin of
the atomic scientists" de que, segundo o "relógio da guerra
atómica", estamos "a três minutos do apocalipse" .
Todos os dias há guerra no
mundo.
Antes de documentar com mais
precisão a ameaça atómica é oportuno notar que o mundo se apresenta à nossa
vista em estado endémico de guerra. "Está em pleno desenvolvimento -
escreve Paul Poupard - uma guerra silenciosa, que se vai arrastando" entre
as duas super potências, que se reflecte em muitíssimos conflitos locais. Desde
1945 até hoje, isto é, desde o "fim" do segundo conflito mundial, não
tem havido um único dia sem guerra no nosso planeta.
Desde
aquela data até ao fim de 1975, mais de 70 países se envolveram em cerca de 140
acções bélicas com 20 milhões de mortos (metade de quantos registou a ultima
guerra mundial). E entre guerras verdadeiras e conflitos locais podemos contar
hoje uns quarenta.
A maioria das
guerras de hoje em dia, desenvolvem-se muitas das vezes, não entre 2 países,
mas dentro dos países e têm como intervenientes homens da mesma nacionalidade,
mas com etnias, interesses ou religiões diferentes.
As despesas militares
calculam-se, segundo estimativas, entre 275 e 300 milhões de contos por ano,
com um aumento, entre 1950 e 1980, de 350%.
Também aqui os
interesses económicos tem uma relevância determinante.
A escalada da energia e dos
meios para fins bélicos é, portanto, impressionante. Não temos intenção de
deter-nos sobre a identidade das armas convencionais, nem das químicas e
bacteriológicas, examinando exclusivamente as armas atómicas. A título, porém,
indicativo do seu grau de periculosidade, vale a pena saber quanto se segue.
Foi escrito que tais armas são
capazes "de aniquilar mil vezes toda a população do globo" (J. Noch).
São 160 as doenças provocadas por bactérias que poderiam ser usadas para fins
mortais numa ofensiva bélica.
"A arma biológica —
escreve J. Noch, que foi representante francês no comité da ONU para o
desarmamento — é cem vezes mais mortal que as armas termonucleares, e cem
milhões de vezes mais do que as armas convencionais; é fácil de produzir e
difícil de controlar. Para aniquilar qualquer espécie de vida num quilómetro
quadrado, são necessários 6.000 obuses de 75 mm, isto é, duas toneladas de
explosivos convencionais, ou uma tonelada de armas químicas, ou dez quilos de
armas atómicas, ou dez gramas de armas termonucleares, ou um só decigrama de
armas biológicas".
A corrida às
armas biológicas torna-se melhor compreendida tendo em conta a sua eficácia
devastadora. Revela por outro lado a ausência total de consciência entre os
direitos e deveres do homem para com o homem.
Voltemos agora ao perigo
nuclear. Para fazermos uma ideia das suas dimensões bastará notar que:
1) a mais potente bomba pré-atómica
era de aproximadamente 10 toneladas de trotil;
A potência e
quantidade dos armamentos desenvolve-se na razão inversa da consciência e moral
de quem as detêm.
2) com a bomba de Hiroshima
aproximamo-nos das 15.000 toneladas de trotil (de facto, calcula-se que a
primeira bomba atómica tinha cerca de 13 quilotões);
3) hoje, as 40-50.000 ogivas
nucleares em "dote" da humanidade, atingiram um potencial de cerca de
milhão e meio de bombas-Hiroshima, e vai-se de bombas de 20 quilotões (20.000
toneladas de trotil) a presumíveis bombas-limite de 100 megatões (um milhão de
toneladas de trotil). A carga nuclear de maior potência até agora experimentada
desenvolve uma energia 40.000 vezes superior à que arrasou as duas indefesas
cidades japonesas.
O que pensa Sakharov
A utilização
desregrada das forças incomensuráveis da matéria e nas suas capacidades de
transformação em energia, em vez de colocadas ao serviço da humanidade, são
colocadas ao serviço das ambições de indivíduos e de povos beligerantes, sempre
na tentativa de dominação sobre o próximo. O desprezo pela vida alheia e da sua
própria, conduzem ao descalabro total da moral.
Andrei Sakharov, um dos
"pais da bomba atómica", numa recente carta aberta, afirma que a
potência global das 50.000 cargas nucleares está calculada em 13.000 megatões,
isto é, em 13 milhões de toneladas de trotil e lembra que a potência total de
todas as armas utilizadas na Segunda Guerra Mundial não superava os 3.000
megatões. Além disso, cada míssil, com uma carga que vai dos 350 quilotões dos
americanos aos 500 dos soviéticos, "é capaz de destruir entre 300 e 500
quilómetros quadrados; a zona de sofrimento das irradiações térmicas vai dos
300 aos 500 quilómetros e a zona de resíduos radioactivos (no caso duma
explosão em terra) é do comprimento de 500 a 1000 quilómetros e de 50 a 100
quilómetros de largura".
Finalmente, conclui o grande
físico soviético: "As consequências directas duma explosão termonuclear
são pavorosas, mas devemos lembrar-nos de que as consequências indirectas podem
ser ainda mais terríveis. E para a sociedade contemporânea, tão complexa e,
portanto, tão vulnerável, estas consequências poderiam ser fatais.
Limitar-me-ei a recordar alguns problemas a que se refere o destinatário da
carta nas suas declarações e de que se fala genericamente:
1. Os incêndios poderiam
destruir a maior parte das florestas existentes sobre a superfície da terra. O
fumo tornaria opaca a atmosfera; durante muitas semanas reinaria a noite sobre
a terra e depois poderia vir a faltar o oxigénio. Este único factor poderia ser
suficiente para destruir a vida no planeta; de qualquer modo, as consequências
económicas e psicológicas seriam incalculáveis.
Em certa medida
os problemas dos incêndios desencadeados para a exploração da madeira, estão
aí, só que não têm origem em explosões nucleares, mas ocorrem no silêncio da
exploração desenfreada da natureza sem o mínimo escrúpulo dos males que advirão
no futuro.
2. As explosões nucleares no
espaço (em particular as explosões dos mísseis de defesa anti-aérea e de
mísseis de ataque) poderiam destruir ou danificar gravemente o estrato de
ozónio que protege a terra dos raios ultravioletas do sol. É difícil avaliar
com precisão este perigo, mas é lícito supor que também ele seria suficiente
para destruir a vida na terra.
3. A interrupção dos
transportes e comunicações teria graves consequências no mundo contemporâneo.
Muitos destes
malefícios têm-se sentido pontualmente em diversas partes do globo, devido a
cortes de energia eléctrica, provocada por sua vez por tempestades atmosféricas
da mais diversa ordem.
4. A produção de géneros
alimentares e o reabastecimento das cidades seriam, sem dúvida, interrompidos,
bem como o fornecimento de água, de combustíveis, de energia eléctrica, a
produção dos têxteis e das medicinas, a escala continental. Todo o sistema de
assistência sanitária seria destruído, as condições higiénicas de vida de
milhões de pessoas retrocederiam ao nível da Idade Média ou pior ainda. Não
haveria praticamente nenhuma possibilidade de assistir ou de cuidar os milhões
de feridos e de vítimas dos incêndios e das irradiações.
5. Em condições de caos, a
fome e as epidemias podem ceifar um número de vidas infinitamente maior do que
o causado directamente pelas explosões nucleares. Após as transformações dos
vírus e das bactérias, provocadas pelas irradiações, poderiam surgir também
novas doenças, ao passo que as já conhecidas poderiam assumir formas insólitas
e particularmente perigosas, de que não ficariam imunes nem homens nem animais.
As epidemias
também têm deflagrado muito em especial em África e na América do Sul, após
grande tempestades e na sequência das suas consequências.
6. E particularmente difícil
avaliar a estabilidade social em condições de caos total. Parece inevitável o
aparecimento de bandos que assassinarão e semearão o terror entre a população,
lutando também eles segundo as leis do mundo da criminalidade: "Hoje
morres tu para que eu possa morrer amanhã".
Isto já se passa
hoje nas ruas das grandes cidades, não só para assegurar a vida mas a droga.
Por outra parte, a experiência
de catástrofes sociais e militares do passado demonstra-nos que a humanidade
tem uma notável "reserva de estabilidade" e que a capacidade humana
de sobrevivência em condições extremamente precárias supera tudo aquilo que se
pode imaginar "a priori". Mas também se a humanidade conseguisse
sobreviver como organismo social (o que nos parece pouco provável) as
instituições sociais mais importantes, sobre as quais se baseia a civilização,
seriam inevitavelmente destruídas".
Não nos resta mais do que
extrair uma amarga conclusão. Se há dez anos atrás a raça humana podia ser
destruída 50.000 vezes, hoje o homem acumulou energias para auto-destruir-se
100.000 vezes de uma vez só. De facto, cada homem dispõe "per capita"
de 2.500 quilos (mas já há quem fale também de 5.000) de trotil, quando, para
consumar o holocausto, seria suficiente muito menos de um quilo.
O desequilíbrio fundamental
norte-sul
Este
desequilíbrio é o desequilíbrio entre os ricos e os pobres.
É a substituição
da solidariedade pelo egoísmo.
Reflectindo sobre semelhante
estado de coisas, não nos admiraremos que a indústria bélica se tenha tornado
uma das mais prósperas do mundo. Segundo dados fornecidos pela UNESCO (1982),
só os cientistas empenhados na investigação com fins militares são 500.000. E
calcula-se que "a humanidade gasta 10 milhões de contos por minuto em
armas". A rubrica "armamentos" absorve capitais dez vezes
superiores aos que seriam necessários para eliminar a fome do mundo, onde 100
homens morrem de fome em cada minuto. E não obstante isso, são precisamente os
países que se encontram sob a calamidade da miséria e da desnutrição que
absorvem mais de 60% do comércio das armas, comércio que vê a Itália em quarto
lugar, depois da França, dos Estados Unidos e da União Soviética. Ora bastaria,
por exemplo, 7% de quanto se gasta com fins militares para assegurar todos os
anos a sobrevivência de 20 milhões de pessoas condenadas a morrer por falta de
alimentação.
Hoje foi descoberta
O desequilíbrio Norte-Sul tem,
portanto, um nome muito concreto: chama-se fome.
Este é sem
dúvida um dos grandes crimes da humanidade, em paralelo com o do aborto
"Sabia-se que existia -
disse Paulo Vl - mas hoje foi descoberta.
É uma descoberta já
científica, que nos adverte de que mais de metade do género humano não tem pão
suficiente. Gerações inteiras de crianças ainda hoje morrem e definham por
indescritível indigência. A fome produz a doença e a miséria; e estas, por sua
vez, fazem aumentar a fome. Não é apenas a prosperidade que falta a populações
incontáveis, é a suficiência".
A guerra mundial, com os seus
40 milhões de mortos, terminou há quarenta anos. Contudo, em cada dia que
passa, devido a fome e as suas inevitáveis consequências, morrem no Terceiro
Mundo 40.000 crianças de idade inferior a um ano e mais de 15.000 adultos. Não
sem razão, por isso, os prémios Nobel, num manifesto de 24 de Junho de 1981, se
expressaram nos seguintes termos:
"Um holocausto sem
precedentes, cujo horror abrange, em cada segundo que passa, o perímetro da
barbárie e da morte, tanto no mundo como nas nossas consciências". A
respeito do desequilíbrio que estamos a considerar, notaremos que entre 95
países, 31 deles, com uma população calculada em 1 bilião e meio de homens,
estão abaixo de 2000-3000 calorias por dia, consideradas indispensáveis para
sobreviver, e que 2 biliões estão abaixo do rendimento anual mínimo "per
capita" de 500 dólares.
Toda esta
mortandade e sofrimento, é sangue de inocentes que bradam Justiça aos Céus.
Por conseguinte, 800 milhões
de criaturas humanas vivem no mundo abaixo do mínimo indispensável à própria
subsistência e mais de metade delas "estão agonizantes por causa da fome e
do subdesenvolvimento". "Em cada 10 crianças nascidas na miséria, 2
morrem no primeiro ano de vida, uma outra antes dos cinco anos e apenas 5
chegam aos quarenta anos. Para 1,3 biliões de homens nos países do Terceiro
Mundo, a esperança de vida é de 50 anos, ao passo que nos países ricos é de 75
anos". E tudo isto, quando a disponibilidade mundial de calorias é hoje
considerada superior em 10% às necessidades de toda a população da terra
(4.500.000.000 de habitantes).
Os países desenvolvidos, que
se encontram no hemisfério norte do planeta, gozam, ao invés, de 5.000
calorias, o dobro, portanto, dos países situados a sul. Contudo, não devemos
esquecer também que em nossa casa (países da OCDE, Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Económico), 10% da população vive com recursos
inferiores a metade do rendimento anual mínimo recebido conforme os contratos
sindicais de trabalho.
Esquematizando, o desnível
entre Norte e Sul pode ser resumindo nestes termos:
NORTE SUL
18% população 70%
65% rendimento "per capita" 25%
Quanto desperdício
nas sociedades ditas civilizadas…
Com toda a verdade foi dito
que "o drama do século XX é a fome" (J. Lebret). De facto, estamos
mais que convencidos que a divisão fundamental do mundo de hoje, onde se joga o
futuro é a divisão entre o Norte e o Sul, e não tanto a divisão entre o Leste e
o Oeste". Sirva-nos de prova o facto de que as sociedades industrializadas
(1/4 da humanidade) controlam 80% das riquezas e do comércio mundial. Não é por
acaso que dirá Paulo Vl que "o desenvolvimento é o novo nome da paz".
I2 - Explicitação do ambiente de intervenção é
O grande problema
da humanidade neste presente século, foi rejeitar por completo a Teocracia e
optado declaradamente pela Democracia, sendo este último um regime político
onde julgam erradamente os povos, que são eles quem assim mandam e detêm as
rédeas do poder. Este foi o erro crasso com que os povos da Terra foram
ludibriados. A prova de que foram enganados, é de que vivem descontentes,
explorados, infelizes, em perigo constante nas suas próprias terras, e já não
sabem o que hão-de fazer para resolverem os problemas que os rodeiam, já que
aqueles que foram eleitos para governar estão da mesma forma impotentes para
resolver os mesmos problemas que a todos afligem.
O erro de aceitar
ser dirigido por homens que sempre adoptaram soluções do mesmo tipo, faz parte
da mesma decisão de abandonar o dirigir das suas vidas a quem tem poder para o
fazer, ou seja, a Deus, nosso Criador, e a quem todo o Universo está submetido.
Os governantes
mundiais, defensores de diferentes regimes políticos, tendo optado por soluções
com objectivos distintos e utilizando metodologias diferente, sempre no entanto
se colocaram ao mesmo nível de intervenção, ou seja a um nível meramente material.
Com este material, quero dizer exactamente o que a palavra significa no seu
primeiro sentido, a nível da matéria.
O optar por um
nível diferente de intervenção, e anteriormente por um nível diferente de
análise e de explicação dos factos, torna-se hoje evidente e imprescindível, já
que todas as anteriores análises e soluções falharam redondamente até a
presente data.
Esta tentativa
exige coragem e um novo tipo de conhecimentos, que tendo estado sempre ao
alcance do homem, este nunca os quis utilizar, julgando que pela sua natureza e
simplicidade nunca seriam capazes de resolver os problemas, até porque todo o
processo nunca foi evidente e comprovável pelos métodos científicos de que o
homem na generalidade tanto gostou sempre de utilizar. Daqui partiu o grande
erro da humanidade, que conduziu ao descalabro total em que vivemos.
O ambiente e meio
de intervenção não pode ser encarado como até aqui, simplesmente no campo
material, social, económico, cultural, como até hoje. Daqui todas as soluções
terem falhado e ainda por cima a situação ter piorado. Tem-se que encontrar
soluções novas, que tenham intervenção no campo espiritual, exactamente o que
tem sido deixado de parte até agora.
Mesmo analisando
objectivamente a história, este foi um campo sempre deixado de lado e que deve
em desespero de causa, ser abordado e lhe ser dada uma oportunidade para aí
encontrar a solução.
Hoje, como em
situações extremas do passado da história da humanidade, em que os homens já
não sabiam mais o que fazer, voltaram-se para Deus, e só nEle encontraram
auxílio e protecção.
Inúmeras
descrições destas situações ocorreram na história, das quais as mais faladas
foram sem dúvida:
- Quando o Povo
escolhido na sua fuga do Egipto para a terra prometida, era perseguido pelo
exército do faraó, e já nada parecia poder salvá-lo, Deus intervém, abre o Mar
Vermelho para o Povo passar, e depois, quando entra o exército pelo leito do
Mar Vermelho a dentro, Deus fecha de novo as águas, morrendo assim todos os
homens do faraó.
Êxodo 14,15-28
15 Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? diz
aos filhos de Israel que marchem.
16 E tu, levanta a tua vara, e estende a mão
sobre o mar e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em
seco.
17 Eis que eu endurecerei o coração dos
egípcios, e estes entrarão atrás deles; e glorificar-me-ei em Faraó e em todo o
seu exército, nos seus carros e nos seus cavaleiros.
18 E os egípcios saberão que eu sou o
Senhor, quando me tiver glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavaleiros.
19 Então o anjo de Deus, que ia adiante do
exército de Israel, se retirou e se pôs atrás deles; também a coluna de nuvem
se retirou de diante deles e se pôs atrás,
20 colocando-se entre o campo dos egípcios e
o campo dos israelitas; assim havia nuvem e trevas; contudo aquela clareava a
noite para Israel; de maneira que em toda a noite não se aproximou um do outro.
21 Então Moisés estendeu a mão sobre o mar; e
o Senhor fez
retirar o mar por um forte
vento oriental toda aquela noite, e fez do mar
terra seca, e as águas foram
divididas.
22 E os filhos de Israel entraram pelo meio
do mar em seco; e as águas foram-lhes qual muro à sua direita e à sua esquerda.
23 E os egípcios os perseguiram, e entraram
atrás deles até o meio do mar, com todos os cavalos de Faraó, os seus carros e
os seus cavaleiros.
24 Na vigília da manhã, o Senhor, na coluna
do fogo e da nuvem, olhou para o campo dos egípcios, e alvoroçou o campo dos
egípcios;
25 embaraçou-lhes as rodas dos carros, e
fê-los andar dificultosamente; de modo que os egípcios disseram: Fujamos de
diante de Israel, porque o Senhor peleja por eles contra os egípcios.
26 Nisso o Senhor disse a Moisés: Estende a
mão sobre o mar, para que as águas se tornem sobre os egípcios, sobre os seus carros
e sobre os seus cavaleiros.
27 Então Moisés estendeu a mão sobre o mar,
e o mar retomou a sua força ao amanhecer, e os egípcios fugiram de encontro a
ele; assim o Senhor derribou os egípcios no meio do mar.
28 As águas, tornando, cobriram os carros e
os cavaleiros, todo o exército de Faraó, que atrás deles havia entrado no mar;
não ficou nem sequer um deles.
- No cerco de
Jericó, bastou o Povo fazer o que Deus lhe mandou, e as muralhas da cidade
caíram a seus pés.
Josué 6,1-5;6,20
1 Ora, Jericó se conservava rigorosamente fechada por causa
dos filhos de Israel; ninguém saía nem entrava.
2 Então disse o Senhor a Josué: Olha,
entrego na tua mão Jericó, o seu rei e os seus homens valorosos.
3 Vós, pois, todos os homens de guerra,
rodeareis a cidade, contornando-a uma vez por dia; assim fareis por seis dias.
4 Sete sacerdotes levarão sete trombetas de
chifres de carneiros adiante da arca; e no sétimo dia rodeareis a cidade sete
vezes, e os sacerdotes tocarão as trombetas.
5 E será que, fazendo-se sonido prolongado
da trombeta, e ouvindo vós tal sonido, todo o povo dará um grande brado; então
o muro da cidade cairá rente com o chão, e o povo subirá, cada qual para o
lugar que lhe ficar defronte.
20 Gritou, pois, o povo, e os sacerdotes
tocaram as trombetas; ouvindo o povo o sonido da trombeta, deu um grande brado,
e o muro caiu rente com o chão, e o povo subiu à cidade, cada qual para o lugar
que lhe ficava defronte, e tomaram a cidade.
- Quando Nínive
estava para ser destruída por castigo, Deus mandou Jonas avisar a cidade. Os
seus habitantes, incluindo seu Rei acreditaram, converteram-se e fizeram
penitência. Deus poupou a cidade de ser destruída.
Jonas 3,5-10
5 E os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um
jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior deles até o menor.
6 A notícia chegou também ao rei de Nínive;
e ele se levantou do seu trono e, despindo-se do seu manto e cobrindo-se de
saco, sentou-se sobre cinzas.
7 E fez uma proclamação, e a publicou em
Nínive, por decreto do rei e dos seus nobres, dizendo: Não provem coisa alguma
nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas; não comam, nem bebam água;
8 mas sejam cobertos de saco, tanto os
homens como os animais, e clamem fortemente a Deus; e convertam-se, cada um do
seu mau caminho, e da violência que há nas suas mãos.
9 Quem sabe se voltará Deus, e se
arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?
10 Viu Deus o que fizeram, como se
converteram do seu mau caminho, e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes
faria, e não o fez.
- Quando S. Pedro
estava na prisão e foi solto por um anjo enviado por Deus.
Actos 12,7-11
7 E eis que sobreveio um anjo do Senhor, e uma luz
resplandeceu na prisão; e ele, tocando no lado de Pedro, o despertou, dizendo:
Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as cadeias.
8 Disse-lhe ainda o anjo: Cinge-te e calça
as tuas sandálias. E ele o fez. Disse-lhe mais; Cobre-te com a tua capa e
segue-me.
9 Pedro, saindo, o seguia, mesmo sem compreender
que era real o que se fazia por intermédio do anjo, julgando antes que era uma
visão.
10 Depois de terem passado a primeira e a
segunda sentinela, chegaram à porta de ferro, que dá para a cidade, a qual se
lhes abriu por si mesma; e tendo saído, passaram uma rua, e logo o anjo se
apartou dele.
11 Pedro então, tornando a si, disse: Agora
sei verdadeiramente que o Senhor enviou o seu anjo, e me livrou da mão de
Herodes e de toda a expectativa do povo dos judeus.
- Mas estes
factos não se verificaram só nos tempos Bíblicos e nos primórdios do
Cristianismo. Eles vêm acontecendo ao longo de toda a história até os presentes
dias.
Aqui mesmo em
Portugal, um destes mais notáveis acontecimentos teve lugar no pós 25 de Abril.
Quando por
intercessão da Virgem Maria, tal como na Áustria já tinha sucedido, foi pedida
ajuda pelo Povo Português para nos livrar do comunismo, Deus interveio
prontamente… tal como em Nínive, só que desta vez, por intercessão daquela que
nos fala S. João, no Apocalipse.
Texto da Consagração de Portugal ao Imaculado
Coração de Maria
Consagração de Portugal ao
Imaculado Coração de Maria, Mãe de Deus
Santa Maria, Imaculada
Conceição, Rainha e Padroeira das gentes e das terras de Portugal, certo da
Vossa particular amizade ao Povo Português, como primeiro Chefe desta Nação,
entrego e confio hoje para sempre ao Vosso Coração Imaculado e Materno, no meu
nome pessoal e de todos os portugueses, esta nossa Pátria, os seus territórios,
os seus cidadãos, as almas, os haveres, os trabalhos e instituições, todas as
formas de vida, todos os quadrantes da palpitação nacional.
Aceitai ó Virgem Santa Maria,
Mãe de Deus e Mãe Nossa, Senhora de Portugal, a Pátria Portuguesa, que hoje
Consagro à Vossa Guarda, certo de que a tomareis para futuro à particular
protecção, que sempre lhe confiastes ao longo de toda a sua História, desde o
seu nascimento e nas horas mais difíceis de seus caminhos.
Prometemos honrar com filial
respeito e atenção, as exigências da Vocação Cristã que os Portugueses têm por
Maria desde o berço de Portugal como ao longo dos oito séculos de sua Vida, e
os pedidos que em Fátima deixastes nas nossas mãos para a Paz e o Bem nosso e
de todo o Mundo destes Tempos.
Peço ao Anjo de Portugal, Anjo
da Paz, que em 1917 visitou o seu Povo, que nos tome com Força de Sua Guarda,
junto da Senhora, Mãe de Deus, e nos alcance o Bem da Fidelidade e da Aliança
com Sua Graça, no Seu Querer e na Sua Santa Vontade.
Vivia-se em
Portugal o auge da força comunista implantada no período pós-revolução de Abril
de 1974.
O Povo é posto em
oração através da Cruzada do Terço. São rezados 1milhão de terços por todo o
Povo Português que quis aderir.
Após esta
extraordinária manifestação do Povo de Portugal é pedida a Consagração de
Portugal ao Imaculado Coração de Maria.
Para corresponder
ao pedido da Consagração de Portugal ao Imaculado Coração de Maria, esta teria
de ser feita pelo Presidente da República!
É lavrado o texto
da Consagração, e as mesmas pessoas que se tinham empenhado a fundo na Cruzada
do Terço, iniciam contactos para chegarem à Presidência da República.
O Pergaminho da
Consagração foi pintado pelas mãos áureas de uma freirinha dedicada à causa da
Virgem Maria.
A audiência com
Sua Excelência o Presidente da República, General Francisco da Costa Gomes é
marcada através de uma sua sobrinha.
Nessa audiência,
todas as grandes apreensões que levavam, foram de imediato dissipadas pela
total abertura do Presidente da República e pronta disponibilidade para
corresponder ao pedido da Consagração de Portugal ao Imaculado Coração de
Maria.
Em acto solene na
sala da Presidência da República e na presença do Secretário Geral da
Presidência da República, Sua Excelência o General Francisco da Costa Gomes,
Presidente da República Portuguesa, acompanhado da sua esposa, ajoelhou e fez a
leitura solene do Pergaminho da Consagração. Depois de ser assinado, o
Pergaminho levou o selo branco da Presidência da República e foi lacrado.
Este acto solene
levado a cabo pelo Magistrado Supremo da Nação Portuguesa e em nome de todos os
Portugueses, feito num domingo a 14 de Setembro de 1975, foi
preparado e executado no maior dos segredos.
No dia 25 de
Novembro de 1975, dois meses depois da Consagração de Portugal ao Imaculado
Coração de Maria ter sido feita e aceite pelo Céu, caiu o comunismo em
Portugal.
Só 20 anos
depois, em 1995, foi tornado público a um número restrito de pessoas.
Agora, 22 anos
volvidos sobre a Consagração, este verdadeiro tesouro do Povo Português, prova
da sua Esperança e da sua Fé na Virgem Nossa Senhora, é divulgado a toda a
Nação e a todo o Povo da Terra de Santa Maria.
Com estes quatro
exemplos, podemos tirar quatro outras conclusões fundamentais:
1 - Deus tanto
escuta e ajuda povos inteiros como indivíduos isoladamente.
2 - Deus intervém
para aniquilar os inimigos do Seu Povo e dos Seus filhos.
3 - Deus modifica
os acontecimentos provenientes da Sua Justiça consoante as atitudes dos homens.
4 - A Intercessão
dos Santos e muito em especial da Virgem Maria, alcança de Deus tudo aquilo que
nós pedimos e que seja para nosso bem e salvação da nossa alma.
Quando
humanamente já nada há a fazer, basta Deus intervir, e tudo é possível…
I3 - Desvirtuação das coisas para que foram criadas e sua degeneração é
Com o passar do
tempo a humanidade veio deixando cair e desmoronar todos os conceitos que
caracterizam o que se devia chamar de Civilização.
Esta actual
civilização, é na realidade uma verdadeira contra-civilização, já que em vez de
progredir em termos culturais, éticos, morais e espirituais, abandonou todos os
sãos princípios que lhe foram transmitidos pelos seus antepassados, e à
semelhança dos cancros, as células más proliferaram e a muito curto prazo
provocarão a morte de todo o tecido social tal como o faz com a carne do corpo.
No primitivo
cristianismo, do qual temos narrações nos Actos dos Apóstolos, pequenas
comunidades em que se vivia em harmonia, em paz e felicidade no que tocava às
relações endógenas, de que já muito pouco, ou praticamente nada, se fala hoje
em dia, havia todas as premissas de uma vivência sã e em que era possível o
homem frutificar, a sociedade se enriquecer e progredir verdadeiramente. Todos
esses princípios que deviam ter sido transmitidos ao longo das gerações a todos
nós, foram pelo contrário, postos de lado, e aquelas sociedades que deviam ter
sido a semente de uma sociedade avançada, feliz e justa, foi perseguida,
maltratada e destruída. Os seus princípios foram marginalizados e postos de
parte.
O homem,
desrespeitando o princípio para o qual foi criado, vive para se destruir,
através das mais variadas práticas, desde os ínfimos pormenores até as mais
assustadoras monstruosidades.
Se pararmos por
um pouco a pensar no que se passa à nossa volta e pelo mundo fora, concluímos
que de facto o homem perdeu por completo a razão e a consciência do seu ser, do
seu viver, do seu futuro e muito em especial do seu Criador.
Mas toda esta
destruição da moral e degeneração dos princípios basilares da vivência humana,
não foram exclusivamente fruto da acção do homem. Foi e é muito em especial uma
orquestração diabolicamente preparada e executada ao mais ínfimo pormenor pelo
grande inimigo da humanidade.
O Trabalho,
actividade pela qual o homem devia se manter vivo, deixou de ser tido como tal,
e foi apropriado pelos mais fortes para exercer uma exploração desenfreada dos
mais fracos, dominando-os e causando sofrimento indescritível ao longo da
história. O Trabalho tornou-se naquilo para que não foi criado, tornou-se num
meio de alguns enriquecerem à custa de outros. Isto é de facto a desvirtuação
de que quero falar. Assim sendo, o Trabalho degenerou também num processo
doloroso na maioria esmagadora dos casos, e em vez de enaltecer o homem e de
lhe proporcionar uma vida feliz, gerou uma doença dolorosa, uma chaga aberta
nas sociedades contemporâneas - o desemprego.
Quanto ao
Trabalho, o nosso inimigo comum minou os alicerces da solidariedade e incutiu
sentimentos egoístas, fazendo com que fosse abolida a consciência dos direitos
de quem trabalha e quer trabalhar, substituindo-os por leis injustas e que,
ainda na maioria dos casos, não são cumpridas.
O Desporto,
actividade de lazer para distrair e desenvolver o homem nas horas de descanso,
para complementar o Trabalho (como devia ser), tornou-se num negócio, passou a
ser pago, gerou uma competitividade desenfreada, criou rivalidades entre os
pseudo desportistas, em vez de gerar amizades, criou adversários, e os grandes
pólos de atracção das massas que acorrem para ver o actual desporto, são os dirigentes
dos clubes e das diversas modalidades. Os desportistas passaram para segundo
plano e o que interessa são as quesilhas, as lutas, as intrigas, as difamações,
os debates, as cenas de pancada, que por vezes chega à morte. O Desporto
degenerou num negócio sujo, violento, em que os próprios desportistas se
submetem a drogas e tratamentos que lhes provocam malefícios na saúde e os pode
conduzir inclusivamente à morte, quando na realidade devia fazer florescer o
homem nas suas diversas facetas.
Quanto ao Desporto,
o nosso inimigo conseguiu substituir os desejos de salutar camaradagem e
desenvolvimento de uma vida sã em corpo são, pela concorrência desenfreada e
pelo orgulho de ser melhor e mais forte que os seus companheiros, que passaram
a ser verdadeiros adversários e inimigos a abater.
A Sexualidade,
forma de transmitir o amor entre dois seres, forma poderosa de criação de vida
de novos seres, frutos e testemunho do amor entre dois seres do sexo oposto,
foi também completamente adulterado. A sexualidade foi também transformada numa
forma de enriquecimento de uns, através do aproveitamento de outros. O negócio
do sexo é rentável e provoca miséria e sofrimento em todos aqueles que são
explorados, oprimidos e muitas vezes levados à morte. A Sexualidade não serve
os fins para que foi criada, mas degenerou também por completo num instrumento
de mero prazer, que mal utilizado com o está sendo conduziu ao desregramento
absoluto e conduziu ao grande estigma da humanidade da actual sociedade em que
vivemos - o aborto, ao assassínio dos próprios filhos por pais que
desenfreadamente abusaram da sexualidade em proveito próprio, de uma maneira
egoísta e maléfica. A sexualidade é também motivo desregrado de violações,
muito em especial de mulheres e crianças, criando assim sofrimentos
indescritíveis em milhares de criaturas.
Este é um dos
campos preferidos dos nossos inimigos, em que ele actua mais ferozmente e com
uma astúcia inexcedível. Conseguindo atenuar ao longo do tempo os sentimentos
de pudor, consegue nos dias em que vivemos convencer grandes maiorias que o
pudor é coisa do passado, e de que ser livre implica ser dono e com direitos
absolutos de utilização do corpo como bem entender. A tal ponto incutiu estes
princípios através de campanhas infimamente orquestradas, que conseguiu fazer
com que o sexo e o corpo se transformasse no grande corpo de delito da actual
sociedade. Através da utilização desregrada do corpo e do sexo, consegue
alcançar vitórias desmesuradas noutras áreas, inclusive no da destruição da
própria vida. A sexualidade transformou-se no centro da promoção de tudo o que
se pretende fazer passar como atractivo, e assim, faz divergir as atenções do
que é primordial para o que é acessório e secundário.
As Chefias de
qualquer actividade que se considere, em vez de serem tomadas como formas
altruístas de se dar a outros, pondo ao serviço destes os conhecimentos e
experiências de alguns, é antes tomada como forma de benefícios próprios, de
alcançar supremacia sobre os chefiados, de engrandecimento pessoal, de
dominação e inclusivamente de exploração daqueles que simplesmente deviam ser
ajudados. A Chefia degenerou-se por completo e gerou uma doença purulenta - a
corrupção.
Os Governos e o
Estado são aberrações da natureza. Em vez de ajudarem os povos a progredir e a
viver em Justiça e Felicidade, conduz os Povos à guerra, à miséria e às maiores
injustiças. Os Governos conduzem às lutas nacionalistas, às guerras tribais,
étnicas, económicas. Os Governos e os governantes degeneraram-se e
transformaram-se nas formas mais sofisticadas de dominação e exploração que a
sociedade contemporânea conhece. Os Governos acobertam os grandes crimes da
humanidade actual, permitindo através de legislações e da divulgação de
princípios errados, que se cometam os maiores crimes de que há memória na
história do homem. Os Governos, em vez de conduzirem os povos para o Criador de
todo o universo, afastam-no dEle e degeneraram em monstruosidades que através
de regimes políticos defeituosos e decadentes fazem das nações verdadeiros campos
de extermínio, corporal e espiritual, permitindo que através de práticas
absolutamente determinadas cientificamente, morram milhares e milhões de homens
a quem supostamente deviam proteger e dar vida.
Os nossos
inimigos conseguem neste campo criar a ilusão de uma super capacidade, de total
autoconfiança e de autonomia absolutas, de forma a que os outros sejam de facto
passados para segundo plano, continuando manhosamente a figurarem nos discursos
como os primeiros a interessar. A hipocrisia e a mentira, os silogismos, a
ignorância, o egoísmo e a corrupção são as grandes armas implementadas pelos
nossos inimigos neste particular campo de batalha. É daqui que depois partem
todas as leis injustas e que justificam os crimes mais abomináveis.
A Tecnologia enquanto
concretização da investigação científica, aplicada a situações concretas, é
essencialmente colocada ao serviço das forças armadas, das grandes potências
económicas e só por último lugar ao serviço das populações, e mesmo assim só ao
serviço destas, na medida em que pode proporcionar lucros a grupos
minoritários, que se protegem através de processos mesquinhos de protecção dos
seus produtos, tendo em atenção aspectos concorrenciais, e que na maioria das
vezes vão frontalmente contra os interesses dos utilizadores a que se destinam.
Deste modo, a tecnologia degenerou-se e transformou-se em mais um instrumento
de lucro do que propriamente num meio de progresso das sociedades às quais
devia estar totalmente submetida.
Bem analisadas as
coisas, é na tecnologia que os nossos inimigos conseguem as armas de destruição
e conquista privilegiadas. Nas mais pequenas coisas, a tecnologia, tal como tem
sido utilizada e fomentada neste nosso século, tem por detrás o intuito da
destruição progressiva da humanidade.
A Ciência forma
mais avançada de descoberta dos mistérios da Natureza e do Universo, perde a
consciência dos princípios básicos que lhe deviam servir de base, perde
consciência de que devia existir para servir o homem na sua globalidade e
envereda de uma forma cega, servindo exclusivamente aqueles que dela se
apropriam pela força do poder constituído e votando ao descalabro todo o resto
da humanidade que deveria servir no caminho do progresso e do bem estar. Em
determinados situações torna-se instrumento de suplício de milhões e na
provocadora da morte de outros tantos, escondendo-se subreptíciamente atrás de
explicações torpes e a coberto das grandes potências que a detém.
Os nossos
inteligentes inimigos, conseguem convencer grande parte dos cientistas de que tudo
se conseguirá através da ciência. Cria ardilosamente a dependência da
investigação científica ao poder económico, e com a diluição da consciência e
da responsabilidade, aniquila os princípios que deviam nortear toda a
actividade científica. Assim, o verdadeiro progresso não é alcançado pelo
paralelo desenvolver da ciência, mas é criada em troca uma falsa sensação de
entusiasmo pelas descobertas, que inebriando os próprios cientistas e a opinião
pública, levam a sociedade a se tornar a primeira vítima dos seus efeitos.
A Cultura alterou
de tal maneira os seus princípios, que em pouco ou nada se a pode reconhecer.
Verdadeiramente tornou-se numa verdadeira contra-cultura, numa aberração da
própria sociedade actual. A Cultura enquanto barómetro do avanço e progresso
das sociedades, tornou-se num verdadeiro escândalo público, em que
pseudo-intelectuais povoam locais de encontro com verdadeiros abortos
rastejantes, falando bem uns dos outros e expulsando aqueles que com talento
deviam ocupar os seus lugares. A Cultura degenerou-se numa palavra sem sentido
e numa actividade vazia, onde pululam incompetentes e vermes sem génio, que só
lá chegam por pertencerem a lobys e a grupos e sociedades desmazeladas e que
nada têm a ver com a Cultura.
A Medicina
transforma-se num grande negócio. Não se trata tanto de curar e de salvar
vidas, mas já se dá ao luxo de matar e aniquilar vidas, mesmo as de mais tenra
idade. Ser técnico de Medicina já não é uma forma de expressão de amor ao
próximo que se quer salvar, mas uma forma de se viver muito acima da média da
população a que se devia servir, mas que na realidade se explora. A Medicina é
hoje em dia uma ramificação lucrativa da indústria farmacêutica. É o terminal
que faz o escoamento dos produtos farmacêuticos.
A cultura e a medicina
caminham a par no desgaste da ciência pelos nossos inimigos.
A Arte perdeu a
beleza. Perdeu o sentido do belo e de retratar através das mais diferentes
expressões a beleza da vida. A Arte, perdendo o sentido do belo, torna-se em
muitos casos uma monstruosidade muito maior do que aquela que devia tentar
alterar para melhor e ela própria se torna uma verdadeira monstruosidade,
transformando em monstros aqueles que a produzem, e que nada têm de artistas,
bem com transformando aos poucos, em monstros também, aqueles que dela se
aproximam.
A arte é
subalternizada como mero instrumento de adulteração e é transformada em mero
instrumento e veículo da depravação generalizada, e trata de embelezar o que é
horrendo e destruidor. A Arte na maioria dos casos torna-se no cartaz de
apresentação da imoralidade e de uma sexualidade decadente e perversa. Até a
representação dos nossos inimigos, se pretende através da arte fazer passar por
bonita e inofensiva. Com atenção, consegue-se ver em muitas formas de arte, a representação
rigorosa do nosso inimigo.
Em suma, tudo na
sociedade contemporânea se desvirtuou e está seguindo no sentido inverso ao que
devia. E porquê? Porque a própria sociedade, os povos, a começar pelo próprio
indivíduo perdeu o sentido do espiritual e do próprio Deus.
I4 - Perca de consciência individual e colectiva é
O afastamento das
pessoas dos princípios basilares que a deviam nortear, fizeram com que elas
perdessem a noção do bem e do mal. Elas começaram a construir os seus próprios
cânones baseados no egoísmo individual, de classes e de grupos, conduzindo à
perca gradual de uma consciência individual e numa segunda etapa, colectiva.
A falta de
contacto directo e humanizado de uns com os outros, levou a que a diluição da
responsabilidade se tornasse numa realidade palpável e destruidora dos sãos
princípios que fizeram no passado o homem ser solidário com outro homem. O amor
e a caridade são palavras sem verdadeiro sentido nas sociedades actuais.
Progressivamente o
homem, individualmente, e as sociedades no seu todo, perderam por completo a
noção e a consciência de quais os seus fins últimos ou escatológicos.
Com esta
degeneração, e a coberto da diluição da solidariedade, cometem-se as maiores
atrocidades, que são institucionalmente ignoradas e acobertadas e disfarçadas,
com o único fito de não provocarem a tomada de consciência que tanto custou a
destruir.
I5 - Identificação do inimigo é
Em todas as
degenerações a que assistimos impávidos e serenos na sociedade actual, há um
traço ou denominador comum - a mão do nosso inimigo.
Quem é este
inimigo?
Uma das
características da mentalidade contemporânea, é de que por uma questão de
imagem, não convém aceitar coisas simples ou demasiado banalizadas e aceites
por muitos. A necessidade de sobressair, implica só aceitar algumas coisas e
conceitos pouco usuais, ou que estejam na moda, a exclusividade e inovação são
mais elegantes, mas se de preferência se pode contestar tudo e não aceitar nada,
então isso é de facto o máximo. Aqui, o orgulho, que é a fonte de todos os
outros defeitos joga um papel crucial, porque conduzindo à cegueira total,
priva o orgulhoso de tomar consciência do que realmente se desenrola à sua
volta.
É jogando com
este orgulho, que os nossos inimigos fazem crer às suas vítimas de que de
inteligência se trata, que se torna o principal meio de perversão, de rebelião,
de contestação das grandes verdades, bem como de abulicidade crónica face ao
erro.
A consciência, a
descoberta, o conhecimento de quem é o nosso inimigo, é de facto uma verdade há
muito desvendada e extremamente simples de atingir. Desde os primórdios da
história da humanidade que se conhece quem é o nosso inimigo, mas também por
isso, pela sua simplicidade, pela sua demasiada banalização, e por estar ao
alcance de todos, não é lá muito chique admiti-lo. Não é porém por não ser
admitido pela maioria, que deixa de ser uma realidade. Não é por ser negado por
muitos que deixa de existir.
O nosso inimigo
existe sim. O nosso inimigo não o é só de alguns. O nosso inimigo é de todos. O
nosso inimigo não tem uns mais amigos do que outros, ele os odeia a todos por
igual e a todos pretende destruir naquilo que têm de mais importante. Por ser
muito mais inteligente e poderoso do que qualquer criatura, uma das suas
grandes armas e conquistas, foi fazer crer à maioria esmagadora da humanidade,
de que não existe. Assim consegue actuar sem ser identificado, interpelado ou
acusado. E como, mesmo assim, ainda existem mais pessoas a acreditar em Deus do
que no demónio, ele consegue atirar as culpas de tudo o que acontece no mundo
nas costas de Deus.
O nosso inimigo é
o demónio, são todos os demónios, são os anjos caídos, seres espirituais,
inteligentes e poderosos, tão reais como qualquer um de nós, só que desprovidos
de corpo. Mas sobre este tema voltaremos então mais em profundidade, já que é
um tema importante para nossa própria salvaguarda.
I6 - Explicitação dos meios de intervenção é
Toda a humanidade
se deve empenhar em conjunto no combate contra o seu inimigo comum, não se
esquecendo que se vai partir para um combate com seres meramente espirituais, e
como tal, as armas a utilizar têm também de ser de índole radicalmente
diferentes à normalmente utilizadas.
Os meios de
intervenção são maioritariamente os menos credíveis em termos contemporâneos,
no entanto são os únicos eficazes para se conseguirem alcançar vitórias.
Enquanto os anjos
caídos utilizam armas indutivas de cariz bem determinado, nós temos que
utilizar armas de sinal contrário, só assim podendo almejar alcançar vitórias.
O primeiro passo
para a vitória, é tomar consciência de quem é o inimigo, para poder combatê-lo.
O segundo passo,
é a tomada de consciência da sua superioridade, quer a nível de inteligência,
de meios e de própria força.
O terceiro passo,
é aceitação de que sós, nada conseguiremos, bem como da nossa inferioridade e
falta de capacidade individual.
O quarto passo, é
o de estabelecer aliança firme com quem detém todo o poder, com Aquele que a
todos pode derrotar.
O quinto passo, é
o de aceitar as estratégias e meios que o Criador dos Anjos da Luz e dos anjos
das trevas, põe à nossa disposição, para nossa própria protecção e Salvação.
Depois de dados estes
passos, podemos então enveredar por caminhos seguros de combate e de vitórias
asseguradas. Assim seremos capazes de nos libertar do domínio, do jugo, da
escravidão que os nosso inimigo detém sobre a humanidade, mantendo-a
hipnotizada e julgando ser livre.
I7 - Urgência nas soluções é
De todos os
quadrantes da vida humana surgem alertas plangentes para a situação em que o
homem vive.
Dos mais
diferentes quadrantes vêm críticas semelhantes, e de nenhum lado vem a solução
para os grandes problemas da humanidade.
Diz-se que são os
problemas e a parte negativa do progresso, que é inevitável, mas que se hão-de
descobrir as soluções… mas o que é um facto, é que tudo tem continuado sem
alterações, e tudo piora de dia para dia.
Só há pois uma
última e derradeira tentativa:
Partir à
descoberta da única e derradeira solução para as nossas vidas. Esta descoberta
será sempre um acto individual de opção e de aceitação.
Este é um
derradeiro guia possível para a nossa sobrevivência na selva em que vivemos.
Este é um
derradeiro guia possível para indicar o Caminho Verdadeiro da Vida a seguir.
O Papa
Paulo VI um dia afirmou:
"ù Mais vale acreditar
numa mentira, do que não acreditar numa Verdade. Pois Deus, por termos acreditado
na mentira, há-de recompensar-nos pela nossa Fé, mas, por não termos acreditado
na Verdade, há-de pedir-nos contas da nossa incredulidade".
"ù Por isso, homem, este
é um tesouro que entrego à tua guarda!
Podes
condenar-te com ele nas mãos, ou, Salvar-te, se o depositares no teu Coração!
A
Escolha é tua…"