l JESUS NASCEU MESMO A 25 DE DEZEMBRO l
Quero gritar aos 4
ventos, de que Jesus nasceu de facto no dia 25 de Dezembro.
A apostasia dentro da Igreja Católica,
tem tido um filão muito convincente, que se ocupa de desacreditar os textos e a Tradição da Igreja
Católica. Para
esta estirpe de apóstatas, verdadeiras víboras pestilentas, conta acima de tudo, de estender um manto racionalista sobre os
textos Bíblicos, extraindo-lhes o cariz Verdadeiro, Maravilhoso, Divino e
inexplicável em muitos dos casos. No intuito de não perder muito tempo com
estes cafres saídos do mais profundo
dos infernos, só gostaria de dar uns pouquinhos exemplos sobre o que eles fazem
nos seus cursos Bíblicos, para desacreditarem os textos e fazerem perder a Fé
aos incautos que lhes dão ouvidos. Cobrindo-se de manto de pesquisa científica
e de cultura excepcionais, começam por eloquentemente elogiar os textos,
abrindo as defesas dos mais atentos e com uma Fé mais forte, para em seguida os
esvaziar do seu conteúdo mais profundo e Divino.
Primeiro, começam
por afirmar que quase nenhum dos textos foi escrito por aqueles a quem
realmente são atribuídos, por exemplo, que os Evangelhos não foram escritos
pelos evangelistas, mas simplesmente lhes foram atribuídos por tradição antiga,
e o mesmo, com muitos dos livros proféticos, bem como as cartas de São Paulo,
também, que a maioria não foram escritas por ele… Quanto ao significado dos
textos, afirmam eles, que não se os deve ler no seu sentido primeiro, mas tão
só, ir aos segundos sentidos ou a interpretações mais profundas e simbólicas.
Com isto afirmam de facto, que os textos, em si e na sua forma directa, são um
chorrilho de mentiras e invenções infantis. Estou a pensar nas centenas de
passagens em que se fala do diabo, e que estes inteligentes dizem não existir,
mas que Jesus se referia só ao mal em geral, pois o diabo é coisa simbólica…
Quando as coisas não lhes convém, nem a eles nem ao pai espiritual destas
víboras, dizem que os textos são meras formas de retórica arcaica, e que devem
se reinterpretado à luz das descobertas científicas que entretanto se fizeram
ao longo dos séculos. Por exemplo, sobre a estrela dos Reis Magos, foi um
cometa que passou na altura, mas esquecem-se que esse dito cometa, aparecia e
desaparecia e de que parou sobre a gruta, o que me parece ser um pouco invulgar
para o movimento e trajectória de um cometa. Sobre a paixão de Jesus, dizem,
indo atrás das testemunhas de jeová e de outros protestantes, que Jesus não
carregou cruz nenhuma, mas tão só um madeiro, pois a isso conduziram os estudos
mais actuais, esquecendo-se que a Cruz de Cristo foi descoberta no tempo de
Constantino e de que a Tradição da Igreja sempre falou em Cruz. Sobre os
cravos, dizem que através da análise do Santo Sudário, e esta é mais subtil e
melindrosa, que foram cravados nos pulsos e não nas mãos, esquecendo-se de que
os textos sagrados falam de que as suas mãos foram trespassadas, bem como dos
estigmas dos santos serem sempre nas mãos e não nos pulsos. Quanto ao
nascimento de Jesus, dizem estas inteligências estudiosas, de que de facto não
foi em 25 de Dezembro, mas sim que esta data foi devido à festa do Sol dos
Romanos, e que por simpatia e para não causar muita perturbação, adoptou-se
essa falsa data… mas aqui a porca torce o rabo, pois uma vez mais, a beleza, a
singeleza, o poder e a autenticidade da proveniência divina do texto Bíblico
traz em si o desmascaramento desta enorme, desta monumental atoarda.
Aproveito para
agradecer à Sagrada Família, Jesus, Maria e José me terem feito chegar às mãos
este texto do Vittorio
Messori,
publicado no "Corriere della Sera" (Itália), quarta-feira, 9 de Julho
de 2003.
Jesus nasceu verdadeiramente em
25 de Dezembro
A data de 25 de Dezembro não é
apenas um símbolo. Rolos de Qumram confirmam sua exactidão. Professor da
universidade hebraica de Jerusalém elimina todas as dúvidas sobre um enigma
milenar.
Vittorio Messori
Quando todos estão fora, quando
as cidades estão vazias, a quem - e onde - enviar cartões postais e presentes
com fitas e flocos de neve? Não são os próprios bispos que esbravejam contra
essa espécie de orgia de consumo a que estão reduzidos os nossos natais? Então,
enganemos os bobos e coloquemos tudo a 15 de Agosto...
A coisa não parece impossível.
Com efeito, não foi a necessidade histórica, mas a Igreja que escolheu o 25 de
Dezembro para contrastar com as festas pagãs e substitui-las nos dias do
solstício de Inverno: o nascimento de Cristo no lugar do renascer do Sol
invicto.
Inicialmente, portanto, foi uma
decisão pastoral que pode ser mudada conforme as necessidades. Uma provocação,
evidentemente, que entretanto se baseava no que é (ou melhor, era)
pacificamente admitido por todos os estudiosos: a festa litúrgica do Natal
seria uma escolha arbitrária, sem ligação com a data do nascimento de Jesus,
que ninguém está em condições de determinar. Pois bem, parece que justamente os
especialistas se enganaram; e eu, obviamente, com eles.
Na realidade, hoje, graças
notadamente aos documentos de Qumram, estamos em condições de estabelecer com
precisão: Jesus nasceu mesmo num 25 de Dezembro.
Uma descoberta extraordinária a
tomar a sério e que não pode ser suspeita de fins apologéticos cristãos, já que
a devemos a um professor judeu da Universidade de Jerusalém.
Tratemos de compreender o mecanismo,
que é complexo mas fascinante. Se Jesus nasceu num 25 de Dezembro, a concepção
virginal deu-se obviamente nove meses antes. E, com efeito, os calendários
cristãos situam a 25 de Março a anunciação do anjo Gabriel a Maria. Mas sabemos
pelo próprio Evangelho de São Lucas que exactamente seis meses antes tinha sido
concebido por Isabel o Precursor, João, que será chamado o Batista. A Igreja
católica não tem uma festa litúrgica para tal concepção, enquanto as antigas
Igrejas do Oriente a celebram entre 23 e 25 de Setembro. Ou seja, seis meses
antes da Anunciação a Maria. Uma sucessão lógica de datas, mas com base em
tradições inverificáveis e não em eventos localizáveis no tempo. Assim pensavam
todos, até tempos recentíssimos. Na realidade, parece que não é assim.
Com efeito, é justamente da
concepção de João que devemos partir. O Evangelho de Lucas abre-se com a
história do casal de anciãos, Zacarias e Isabel, já resignada à esterilidade,
uma das piores desgraças em Israel. Zacarias pertencia à casta sacerdotal e, um
dia em que estava a serviço no templo de Jerusalém, teve a visão de Gabriel (o
mesmo anjo que seis meses depois se apresentará a Maria, em Nazareth) que lhe
anunciava que, apesar da idade avançada, ele e sua mulher haveriam de ter um
filho. Deveriam chamá-lo João e seria "grande diante do Senhor".
Lucas teve o cuidado de precisar
que Zacarias pertencia à classe sacerdotal de Abias e que quando teve a
aparição "oficiava no turno da sua classe". De fato, aqueles que no
antigo Israel pertenciam à casta sacerdotal estavam divididos em 24 classes
que, revezando-se em ordem imutável, deviam prestar serviço litúrgico ao templo
durante uma semana, duas vezes por ano. Sabíamos que o clã de Zacarias, o de
Abias, era o oitavo, no elenco oficial. Mas, quando caíam os seus turnos de
serviço? Ninguém sabia.
Pois bem, utilizando pesquisas
desenvolvidas por outros especialistas e trabalhando sobretudo em textos
encontrados na biblioteca dos Essênios de Qumram, o enigma foi revelado pelo
professor Shemarjahu Talmon, o qual, como se disse, ensina na Universidade
hebraica de Jerusalém. Ou seja, o estudioso conseguiu precisar em que ordem
cronológica se sucediam as 24 classes sacerdotais. A de Abias prestava serviço
litúrgico no templo duas vezes por ano, como as outras, e uma dessas vezes era
na última semana de Setembro. Portanto, era verosímil a tradição cristã
oriental que situa entre 23 e 25 de Setembro o anúncio a Zacarias. Mas tal
verosimilhança aproxima-se da certeza porque, estimulados pela descoberta do professor
Talmon, os estudiosos reconstruíram o fio daquela tradição, chegando à
conclusão que ela provinha directamente da Igreja primitiva judeu-cristã de
Jerusalém. Memória tão antiga quanto tenaz essa das Igrejas do Oriente, como
confirmam muitos casos.
Assim, aquilo que parecia mítico
assume de repente uma nova verosimilhança. Uma cadeia de eventos que se estende
ao longo de 15 meses: em Setembro, o anúncio a Zacarias e no dia seguinte a
concepção de João; em Março, seis meses mais tarde, o anúncio a Maria. Com este
último evento chegamos justamente ao 25 de Dezembro, dia que, portanto, não foi
fixado ao acaso.
Sim senhor, parece impossível
propor o Natal para 15 de Agosto. Farei portanto uma penitência, mas, em vez de
humilhado, emocionado: depois de tantos séculos de pesquisa obstinada, os
Evangelhos não cessam de reservar surpresas. Detalhes aparentemente inúteis
(que importava se Zacarias pertencia à classe sacerdotal de Abias? Nenhum
exegeta lhe prestava atenção) mostram de repente a sua razão de ser, o seu
carácter de sinal de uma verdade escondida mas precisa. Apesar de tudo, a
aventura cristã continua.
João Bianchi
http://www.amen-etm.org