l COMPROMISSO COMUM DE ASSIS PELA PAZl3 - C

No encontro Mundial de Assis, promovido pelo Papa João Paulo II, em que se encontraram os grandes representantes das diversas Igrejas da Terra, no dia 24 de Janeiro de 2002, foi aceite e lido um Compromisso Comum de Todas as Religiões pela Paz no Mundo.

Este Compromisso constou de 10 pontos, lidos por diferentes líderes, mas aceites por todos os que participaram neste Encontro de Assis.

Texto Integral da DECLARAÇÃO DE ASSIS, o Compromisso pela Paz

"Em nome de Deus toda religião traga na Terra Justiça e Paz, Perdão e Vida, Amor!"

"Nunca mais violência! Nunca mais guerra! Nunca mais terrorismo! Em nome de Deus toda religião traga na terra Justiça e Paz, Perdão e Vida, Amor!". Com estas palavras, o Papa concluiu a celebração na tarde de ontem neste dia de Oração pela Paz no mundo, realizada em Assis, com a presença de uns 300 líderes religiosos e convidados.

Antes do discurso do Papa, os líderes assinaram um compromisso em 10 pontos a favor da paz. E para manifestar seu compromisso solene, depois da assinatura da Declaração de Assis, cada delegação colocou uma lâmpada num grande candelabro posicionado no centro do palco da celebração. O candelabro será depois levado para a basílica de São Pedro, no Vaticano.

Os pontos do compromisso comum pela paz foram lidos por 10 líderes religiosos, sendo que o patriarca ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I abriu a leitura solene com uma afirmação: "Também se pertencemos a tradições religiosas diferentes - disse o líder ortodoxo - afirmamos que para construir a paz é necessário amar o próximo, respeitando a regra de ouro: Faz aos outros o que gostarias que os outros te fizessem".

1º Compromisso - Lido pelo reverendo Konrad Raiser, secretário do Conselho Ecuménico das Igrejas.

"Nós nos comprometemos em proclamar nossa firme convicção que a violência e o terrorismo contrastam com o autêntico espírito religioso e, condenando todo recurso à violência e à guerra em nome de Deus e da religião, nos comprometemos a fazer o que for possível para arrancar as causas do terrorismo".

2º Compromisso - Lido pelo sikh Bahai Sahibbji Mohinder Singh.

"Todos os presentes assumem a tarefa de educar as pessoas no respeito e na estima mútua, a fim de que se possa realizar uma convivência pacífica e solidária entre os membros de etnias, culturas e religiões diferentes".

3º Compromisso - Lido pelo metropolita ortodoxo Pitirim do Patriarcado de Moscou:

"Nós nos comprometemos em promover a cultura do diálogo para que cresçam a compreensão e a confiança recíproca entre as pessoas e os povos, sendo estas as premissas da autêntica paz".

4º Compromisso - Lido pelo metropolita ortodoxo sírio Javan.

"Nós assumimos o compromisso em defender o direito de todo ser humano a viver uma vida digna de acordo com a própria identidade cultural e a formar livremente uma própria família".

5º Compromisso - Lido pelo islâmico xeque Adbel Abushukhaidem.

"Nós assumimos a tarefa de dialogar, com sinceridade e paciência, não considerando o que nos diferencia como um muro intransponível, mas pelo contrário, reconhecendo que o confronto com a diversidade do outro pode se tornar ocasião para uma melhor e recíproca compreensão".

6º Compromisso - Lido pelo ortodoxo búlgaro Vasilios

"Nós nos comprometemos a nos perdoarmos uns aos outros os erros e os preconceitos do passado e do presente, e a nos apoiarmos no comum esforço para derrotar o egoísmo e a violência, o ódio e a vingança e para aprender do passado que a paz sem justiça não é verdadeira paz".

7º Compromisso - Lido pelo coreano seguidor do confucionismo, Chang-Gyou Choi.

"Estar do lado de quem sofre na miséria, no abandono, tornando-nos voz de quem não tem voz e trabalhando concretamente para superar estas situações, na convicção de que ninguém pode ser feliz sozinho".

8º Compromisso - Lido pelo islâmico Hojjatoleslam Ghomi.

"Nós nos comprometemos a tornar nosso o grito de que não se entrega diante da violência e do mal e queremos contribuir com todas as nossas forças para dar à humanidade do nosso tempo uma real esperança de justiça e de paz".

9º Compromisso - Lido pelo budista japonês do Rissho Kosei-Khai, Nichiko Miwano.

"Nós nos comprometemos a apoiar toda iniciativa que promova a amizade entre os povos, convencidos que o progresso tecnológico, quando falta um entendimento solidário entre os povos, apresenta para o mundo riscos cada vez maiores de destruição e de morte".

10º Compromisso - Lido pelo rabino Samuel René Sirat.

"Nós nos comprometemos a pedir aos responsáveis das nações a fazerem todo esforço a fim de que, em nível nacional e internacional, se construa e se consolide sobre a justiça, um mundo de solidariedade e de paz".

Como conclusão dos compromisso e antes das palavras finais do Papa, o dr. Mesach Krisetya, da Conferência Menonita Mundial, disse:

"Nós, pessoas de tradições religiosas diferentes, nunca nos cansaremos de proclamar que paz e justiça são inseparáveis e que a paz na justiça é a única estrada sobre a qual a humanidade pode caminhar rumo a um futuro de esperança. Estamos convencidos que num mundo com fronteiras cada vez mais abertas, distâncias cada vez mais próximas e relações facilitadas por uma evolvente rede de comunicações, segurança, liberdade e paz não poderão ser garantidas com a força, mas com a confiança recíproca".

CONCLUSÃO

Os frutos deste Encontro serão decorrentes das Graças que Deus derramará sobre a humanidade, pelo simples facto dos líderes religiosos mundiais se terem unido num só espírito, num só lugar, num só tempo, numa só voz, clamando pela PAZ!

Muito mais importante do que o esforço comum dos homens que participaram neste Encontro e da sua posterior acção pela Paz, será sem dúvida a Graça de Deus de conceder o Dom da PAZ, que irá trazer essa tão desejada PAZ a todos aqueles que aderiram de corpo e alma a este Encontro e ao Texto Comum de compromisso pela PAZ.

Tendo presente o facto de só existir um único e Verdadeiro Deus, Aquele que criou a Igreja Católica, Apostólica, Romana, estas afirmações feitas em comum pelos líderes religiosos, foram dirigidas a Esse Único e Verdadeiro Deus, pois foram proferidas em Espírito de União com o Papa João Paulo II, Vigário de Jesus Cristo na Terra.

O facto dos líderes religiosos se terem unido em torno do Objectivo da PAZ, colocará fora do contexto da religião e da paz, todo aquele quiser se apropriar da religião para justificar a sua guerra e a sua violência.

Não se julgue no entanto que a Paz virá a toda a Terra, pois tal não se verificará. A Paz virá sobre aqueles que aderiram de corpo e alma ao Espírito deste Encontro e ao Texto nele aceite. Com esta Paz, virá também uma especial protecção para todos esses que aderiram ao Encontro.

Infelizmente, a Guerra continuará, para todos aqueles que desprezaram os princípios de Assis, para os senhores da guerra, para aqueles que fazem da guerra um meio de vida, um meio de aumentarem a sua riqueza e o seu poder.

Não se julgue que, pelo facto das guerras continuarem na Terra, o encontro de Assis foi um fracasso. O Encontro de Assis terá sido um passo de gigante para se atingir a Paz e a União entre todos aqueles que aderiram de corpo e alma ao Encontro e ao Texto de Assis. O Encontro de Assis, terá sido um passo decisivo para a distinção e separação do trigo e do joio, para a separação dos cabritos e dos cordeiros, para a derradeira separação entre os Filhos de Deus e os filhos do demónio.

 

http://www.amen-etm.org/CompromissoComumdeAssispelaPAZ.htm

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